EMPREENDEDOR DE SUCESSO

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

HOJE 28/02/2013 COMPLETAM 30 DIAS QUE ACONTECEU A TRAGÉDIA NA BOATE KISS.

QUAIS SERÃO CONDENADOS POR ESTES CRIMES?



O PRÓXIMO VÍDEO TEM SUAS IMAGENS MUITO FORTES.

Cenas mortos Boate kiss apos incêndio .





PONTIFICADO DE BENTO 16 CHEGA AO FIM COM A RETIRADA DA GUARDA SUÍÇA


Em sua despedida perante os fiéis em Castel Gandolfo, papa emérito disse que após renúncia é 'apenas um peregrino em sua última fase de sua peregrinação nesta Terra'.


Enquanto os sinos soavam, os guardas a postos fecharam as portas da residência papal, marcando o fim de um pontificado cujo legado será em grande parte marcado pela forma como terminou - com uma renúncia, e não uma morte.
Em uma mudança de função, a Guarda Suíça de uniformes listrados azul e amarelo transferiram a responsabilidade pela proteção de Bento à polícia do Vaticano, enquanto alguns dos fiéis em frente do local gritavam "Viva o papa!".
Primeiro papa a renunciar em quase 600 anos , Bento 16 chegou do Vaticano a Castel Gandolfode helicóptero, horas depois de participar pela manhã de seu último encontro com os cardeais. 
Após chegar ao retiro onde ficará pelos próximos dois meses, o papa emérito fez sua última aparição pública ao cumprimentar os fiéis a partir de um balcão no local. "Esse é um dia diferente. Ainda sou pontífice. Depois das 20 horas não serei mais", disse à multidão. "Depois disso, serei apenas um peregrino que está começando a última fase de sua peregrinação nesta Terra."
Guarda Suíça do Vaticano fecha porta de residência papal em Castel Gandolfo, simbolizando fim de pontificado de Bento 16
Antes de partir do Vaticano, Bento 16 prometeu sua " reverência e obediência incondicionais " a seu sucessor durante seu último encontro com os cardeais, afirmando que rezaria por eles quando começarem a escolher seu sucessor. "Entre vocês está também o futuro papa, a quem eu prometo minha reverência e obediência incondicionais", disse Bento 16 ao final da audiência.
Com a afirmação, o pontífice tentou neutralizar preocupações sobre possíveis conflitos que possam surgir por causa da situação tão particular - a existência de um papa emérito durante a governança de um papa.
Em um discurso inesperado, Bento 16 também deu instruções finais aos "príncipes" da Igreja, responsáveis por eleger seu sucessor no conclave , pedindo-lhes união durante a difícil tarefa de escolher o 266º líder de 1,2 bilhão de católicos no mundo. "Que o Colégio de Cardeais funcione como uma orquestra, na qual a diversidade - expressão da Igreja universal - sempre trabalhe em direção a um acordo mais harmonioso", disse.
Suas declarações foram vistas como uma referência clara às divisões internas cada vez mais profundas que vieram à tona nos últimos meses, após o vazamento de documentos do Vaticano, que expuseram lutas de poder e acusações de corrupção dentro da Santa Sé.
Papa emérito
Papa Bento 16 saúda multidão da janela da residência papal de verão em Castel Gandolfo, Itália (28/02). Foto: AP
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A decisão de Bento 16 de viver no Vaticano após sua renúncia e o fato de que será chamado de "papa emérito" e de "Sua Santidade" e vestirá a batina branca associada ao papado aprofundaram as preocupações sobre a influência que ele poderia exercer no próximo pontificado.
Mas Bento 16 tentou afastar essas preocupações dizendo que, uma vez que renunciasse, ficaria "escondido do mundo ". Em seu discurso final ao público na Praça de São Pedro na quarta, ele afirmou que não estava voltando à sua vida particular, mas, em vez disso, a uma nova forma de serviços à Igreja por meio da oração.
A decisão de Bento 16 foi saudada e entendida pela maioria. Cardeais, autoridades do Vaticano e católicos se uniram em torno dele em reconhecimento de seu estado frágil e da necessidade da Igreja por um líder mais forte.

Papa deixa Vaticano para retiro em Castel Gandolfo e faz sua última aparição


Bento 16 deixou o Vaticano nesta quinta-feira pela última vez como papa, voando de helicóptero para chegar ao retiro de férias do Vaticano horas antes de se tornar o primeiro pontífice em quase 600 anos a renunciar  oficialmente às 20 horas locais (16 horas de Brasília).


Helicóptero levando papa Bento 16 para Castel Gandolfo deixa o Vaticano em Roma





quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

PESSOAS DESAPARECIDAS? ONDE ENCONTRAR?


"Se cada um de nós estender a mão ao próximo, tornaremos mais fácil a caminhada "(iab)



UMA DAS OPÇÕES É O SITE http://www.pessoasdesaparecidas.org


Você sabia?

Que o Brasil é palco de um triste cenário, onde as estrelas são crianças anônimas, desconhecidas e ignoradas pela grande sociedade e cujo pedido de socorro se perde no tempo e no espaço ? [iab]
 
Que no Brasil, a cada 11 minutos pelo menos uma pessoa desaparece? 
(O Globo 14/01/2012) 

Crianças Desaparecidas

Sempre ouvimos falar que a estimativa do Governo Federal são 40 mil crianças desaparecidas todo ano, mas sabemos que o número é muito maior porque não há registros oficiais de todos os casos e isto ocorre devido a falta de informação sobre o assunto. Não exitem campanhas esclarecedoras que ensinem os pais como agir no momento em que o seu filho desaparece, e esta falta de conhecimento piora ainda mais a recuperação da criança num tempo hábil.

Por que desaparecem?

A maior incidência de desaparecimentos ocorre devido ao tráfico de crianças por quadrilhas que atuam em território nacional e internacional, aliciam ou sequestram crianças para fins de venda de órgãos, trabalho escravo infantil, prostituição infantil e adoção ilegal.

Temos além dessas outras causas, são elas:

Crimes de pedofilia (estupro, a grande maioria com morte).

Fuga de casa devido maus tratos dos pais

Prostituição infantil

Mendicância.

Dependência química.

E outros...



















Sobre DESAPARECIDOS DO BRASIL

Trabalho voluntário direcionado a ajudar famílias que repentinamente se vêem frente a um problema insolúvel que é o desaparecimento de um filho (a), irmão, pai, mãe, enfim, aquela pessoa que simplesmente desaparece sem deixar o menor vestígio e que muitas vezes, os meses e anos se passam numa busca sem fim.

Objetivos:

A conscientização da sociedade - prevenção - ajuda psicológica às famílias - orientação e ajuda nas buscas dos desaparecidos - Registro e divulgação dos casos através das comunidades e sites relacionados.

 Promover a esperança para estas famílias;


 Conscientizar a sociedade da gravidade desse problema tão grave que atinge a milhares de brasileiros entre adultos e crianças.

►  Prevenir e combater o abuso e violência contra crianças, incluindo os sequestros para fins de exploração sexual infantil; exploração do trabalho escravo de crianças e adultos; tráfico de órgãos, situações que na maioria das vezes são as causas dos desaparecimentos sem solução que montam aos milhares só no Brasil.

 Lutar pela aprovação e cumprimento das Leis que visam diminuir o problema dos desaparecidos e que não tem encontrado a devida atenção dos Parlamentares e Governos.


Somos todos um. Os problemas que hoje não me afetam, podem bater à minha porta amanhã. Não estamos livres de nada e nada se realiza sozinho. Pense nisso.

I.Amanda Boldeke

Grupo Desaparecidos do Brasil

► Além das buscas também é feito um trabalho de cadastro onde cada novo caso que chega aqui, é registrado no banco de dados. Os casos são acompanhados e quando alguém é localizado é emitida uma nota para cessar as buscas.

Uma das maiores dificuldades hoje, é o desconhecimento do assunto. Em se tratando das crianças, a conscientização é um pré requisito para que haja a prevenção, onde a responsabilidade do adulto, sejam os pais, os professores, os familiares ou amigos, são fundamentais para inibir a ação de bandidos, pedófilos e assassinos, cuja ação é sempre oportunista.

Ninguém pode prever quando isto vai acontecer...ninguém espera que isto aconteça em sua casa...ninguém está preparado!

O que fazer? A quem recorrer? O que diz a Lei? Quais as estatísticas? O por que de acontecerem tantos desaparecimentos de crianças? Por que acontecem tantos casos de pedofilia e assassinatos? O que é o tráfico de órgãos humanos e porque existe? Por que existe trabalho escravo infantil? Por que tantas crianças sofrem abusos sexuais? Quem são os principais abusadores sexuais de crianças? Por que as crianças são levadas para a prostituição? Por que as crianças fogem de suas casas? Por que as crianças sofrem tanta violência em casa pelos próprios pais?
São muitas as perguntas e poucos sabem todas as respostas mas uma coisa é certa, tudo isto motiva e gera o desaparecimento de crianças.

A sociedade num todo é responsável e somente uma conscientização plena e uma ação conjunta poderá diminuir o alto índice de desaparecimentos que ocorrem diariamente em todo o nosso território nacional e atravessa fronteiras.

Por isso o conhecimento e a prevenção, são tão importantes. Por isso o trabalho dos voluntários é tão importante, pois é possível prevenir estes acontecimentos esclarecendo as pessoas e ensinando-lhes os conceitos básicos de cuidados junto às crianças.




















































































































Você  sabia que medidas imediatas de busca devem ser tomadas pois crianças modificam rapidamente a fisionomia e podem ser encaminhadas para adoção, traficadas para outra cidade ou país, ou levadas para abrigos onde podem ficar por tempo indeterminado?

Recomendações

 No caso do desaparecimento de uma criança ou menor de 18 anos faça um Boletim de Ocorrência na Delegacia mais próxima imediatamente.

* Leve uma foto recente da criança.
* Quando a criança reaparecer também é importante comunicar às autoridades.
* Oriente a criança a não conversar ou acompanhar pessoas estranhas.
* Ensine o nome dos pais e um telefone de contato para que os responsáveis sejam localizados se a criança se perder. Cole etiquetas na roupa e nos pertences das crianças com os dados dos responsáveis. 

 BUSCA IMEDIATA - Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente, determina investigação imediata em caso de desaparecimento de criança ou adolescente.



Estatística: São milhares de pessoas desaparecidas no Brasil entre adultos e crianças e que continuam desaparecendo todos os dias sem deixar o menor vestígio. Não há registro de números oficiais, sabemos que são muitos milhares, sendo que a maior pesquisa neste sentido foi realizada em 1999 com o apoio do Ministério da Justiça que apontou um número fantástico: mais de 200.000 pessoas desaparecem por ano no Brasil. Os dados não refletem a real situação porque sabemos que um número infinitamente maior sequer registra o caso na polícia ou por falta de conhecimento ou pelo temor que a grande parte das pessoas têm de entrar numa delegacia (isto é fato).


ASSIM COMO VOCÊ AJUDA QUER SER AJUDADO (A).













terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

ABUSO SEXUAL DE MENORES.

TEMOS QUE DENUNCIAR QUALQUER TIPO DE ABUSO CONTRA NOSSAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES.

abuso sexual de menores corresponde a qualquer ato sexual abusivo praticado contra uma criança ou adolescente. É uma forma de abuso infantil. Embora geralmente o abusador seja uma pessoa adulta, pode acontecer também de um adolescente abusar sexualmente de uma criança.
Num sentido estrito, o termo "abuso sexual" corresponde ao ato sexual obtido por meio de violência, coação irresistível, chantagem, ou como resultado de alguma condição debilitante ou que prejudique razoavelmente a consciência e o discernimento, tal como o estado de sono, de excessiva sonolência ou torpeza, ou o uso bebidas alcoólicas e/ou de outras drogas, anestesia, hipnose, etc. No caso de sexo com crianças pré-púberes ou com adolescentes abaixo da idade de consentimento (a qual varia conforme a legislação de cada país), o abuso sexual é legalmente presumido, independentemente se houve ou não violência real.
Num sentido mais amplo, embora de menor exatidão, o termo "abuso sexual de menores" pode designar, também, qualquer forma de exploração sexual de crianças e adolescentes, incluindo o incentivo à prostituição, a escravidão sexual, a migração forçada para fins sexuais, o turismo sexual, o rufianismo e a pornografia infantil.

Formas de abuso sexual

Existem duas formas de abuso sexual que os adultos podem praticar contra as crianças e os adolescentes: com contato físico ou sem contato físico. Nos dois casos, o adulto abusa do jovem para conseguir algum tipo de prazer ou satisfação interior.

Com contato físico

  • Violência sexual: forçar relações sexuais, usando violência física ou fazendo ameaças verbais.
  • Exploração sexual de menores: pedir ou obrigar a criança ou o jovem a participar de atos sexuais em troca de dinheiro ou outra forma de pagamento.
  • Há também a carícia que envolve a criança como uma brincadeira, se prolongando de um simples beijo a intenções maiores.

Sem contato físico

  • Assédio: falar sobre sexo de forma exageradamente vulgar.
  • Exibicionismo (ato obsceno): despir a roupa
  • Constrangimento: ficar de longe observando jovens ou crianças sem roupa ou ficar olhando de maneira intimidatória.
  • Pornografia infantil: tirar fotos ou filmar poses pornográficas ou de sexo explícito.

Consequências

As consequências de uma violência sexual praticada contra crianças e adolescentes podem ser físicas, psicológicas ou de comportamento.

Físicas

  • Dor constante na vagina ou no ânus.
  • Corrimento vaginal.
  • Inflamações e hemorragias.
  • Gravidez precoce, colocando em risco a vida da criança ou adolescente.
  • Doenças sexualmente transmissíveis, como AIDS, hepatite B, etc.

Psicológicas

  • Sentimento de culpa
  • Sentimento de isolamento de ser diferente.
  • Sentimento de estar "marcado" para o resto da vida.
  • Depressão.
  • Falta de amor próprio (baixa autoestima).
  • Medo indefinido permanente.
  • Tentativa de suicídio.
  • Medo de sair na rua.

Comportamento

  • Dificuldade de expressar o sentimento de raiva.
  • Queda no rendimento escolar
  • Atitudes autodestrutivas: uso excessivo de álcool, de drogas, disturbios alimentares (bulimia, anorexia, obesidade), etc.
  • Distorção e aversão a relacionamento afetivo e sexual com o sexo oposto.
  • Aumento do grau de provocação erótica.
  • Tendência ao abuso das relações sexuais.
  • Regressão da linguagem e do comportamento.
  • Agressividade contra a família.

Pessoas que cometem violência sexual

Na maioria das vezes que acontece um abuso sexual, o abusador é uma pessoa na qual possivelmente a criança confia. Existe uma tendência das pessoas acharem que o molestador se enquadra na descrição de alguém que sofre de distúrbios psicológicos (será pedófilo somente se possuir uma preferência sexual por crianças pré-púberes), um psicótico portanto, ou então num homossexual em geral; nada mais enganoso. Pesquisas demonstram que o perfil da grande maioria dos abusadores são homens heterossexuais e as vítimas são meninas. Segundo AZEVEDO e GUERRA (2000) os agressores sexuais de crianças e adolescentes que sofrem distúrbios psiquiátricos são uma minoria. São pessoas aparentemente "normais", com laços estreitos com a vítima. Pode ser uma pessoa da família, como pai, padrasto, avô, primos, tios, alguém conhecido e supostamente de confiança, como vizinhos, amigos dos pais, ou mesmo alguém com estatuto de confiança social (educadores, padres, pastores, etc.)
Ainda em relação ao perfil do abusador, é interessante citar dados coletados na ong brasileira CECOVI (www.cecovi.org.br):
Segundo análise feita em 1 169 casos de violência doméstica atendidos no SOS Criança da ABRAPIA, entre janeiro de 1998 e junho de 1999, foram diagnosticados: 65% de violência física, 51% de violência psicológica, 49% de casos de negligência e 13% de abuso sexual. Em 93,5% dos casos os agressores eram parentes da vítima (52% - mãe, 27% - pai, 8% -padrasto/madrasta, 13% - outros parentes) e em 6,5% os abusadores não são parentes (3% - vizinhos, 2% - babás e outros responsáveis, 1,5% - instituições.
Dos 13% de casos envolvendo abuso sexual a pesquisa demonstrou que: a) A idade da vítima: 2 a 5 anos - 49%, 6 a 10 anos - 33% b) 80% das vítimas tinham sexo feminino c) 90% dos agressores eram do sexo masculino
O adulto que comete violência sexual sempre pede para a criança guardar segredo sobre o que aconteceu usando diversas formas de pressão. É muito comum a criança se sentir culpada e até merecedora da violência em si, haja vista ela não ter estrutura mental suficiente para explicar tal ato cometido contra si. Aliado ao sentimento de culpa, a pressão psicológica exercida pelo perpetrador, o próprio laço de afeição entre estes (não se esqueçam que normalmente o abuso ocorre entre familiares).

Origem: Wikipédia

SERÁ QUE DEBAIXO DA BATINA TEM MESMO UM PADRE?

            POR POR QUE TANTOS PADRES SÃO PEDÓFILOS?

PORQUE O PAPA NÃO LIBERA LOGO O CASAMENTO PARA OS SEUS SUBORDINADOS?

Por que a instituição que mais prega a castidade e a retidão moral é palco de tantos escândalos sexuais? 
A porta dos fundos da Santa Madre Igreja está aberta. É hora de entrar e conferir a podridão do Vaticano.

"Idade: 7, 8, 9, 10. Sexo: masculino. Condição social: pobre. Condições familiares: de preferência, um filho sem pai, sozinho – ou com uma irmã. Onde procurar: nas ruas, escolas, famílias. Como fisgar: aulas de violão, coral, coroinha. Importantíssimo: prender a família do garoto. Possibilidades: garoto carinhoso, carente de pai. Sem moralismo. Atitudes minhas: ver do que o garoto gosta e atendê-lo em cobrança à sua entrega a mim. Como me apresentar: sempre seguro, sério, dominador, pai. "

Você acaba de ler o diário de um padre condenado a 15 anos de prisão por abusos sexuais: Tarcísio Tadeu Sprícigo. Em 2000, na cidadezinha de Agudos, São Paulo, ele ensinava música para um garoto de 9 anos. Essa era a fisgada. O pagamento? Favores sexuais, prestados durante um ano. Feitas as primeiras denúncias, em 2001, a Igreja o transferiu para Anápolis, Goiânia. Lá, a história se repetiria com mais duas crianças – uma de 13 anos, outra de 5.

Bizarro. Mas nada incomum. Escândalos assim têm acontecido nos últimos anos, no mundo todo. Só nos EUA, único lugar com estatísticas concretas sobre padres que cometeram abusos sexuais, 4 392 sacerdotes católicos foram denunciados por esse tipo de crime entre 1950 e 2002. Isso dá 4% do total de pessoas que exerceram o sacerdócio no país nesse período. Um número alto, ainda mais tendo-se em mente que menos de 1% da população pode ser classificada como pedófila.

Os casos com crianças são os mais visíveis entre os que envolvem a sexualidade dos padres. Mas não faltam exemplos em outras searas. Há estimativas, veja só, de que metade dos sacerdotes brasileiros tenham amantes. Boa parte deles, homens. E denúncias de que o Vaticano abriga uma grande comunidade gay, com chefões da Igreja fazendo sexo sadomasoquista. Também existem milhares de sacerdotes que largam a batina a cada ano para casar e ter filhos. E os que matam os filhos para não ter de largar a batina. Isso é um pouco do que você vai ver nestas páginas.

O sexo dos anjos
A bomba sobre a sexualidade dos padres estourou lá fora em 2004, com a publicação do Relatório John Jay – um estudo encomendado pela própria Confederação de Bispos Católicos dos EUA à Faculdade de Justiça Criminal John Jay, de Nova York. Foi de lá que saiu o dado sobre a existência de milhares de padres acusados de pedofilia no país. Tudo apurado a partir de acusações feitas às dioceses, não à polícia. A iniciativa de pedir o relatório foi o ponto culminante de um escândalo que tinha começado dois anos antes, quando o então arcebispo de Boston, cardeal Bernard Law, confessou ter protegido um padre que, sabia ele, tinha molestado crianças. Daí para a frente acusações e processos se avolumaram, trazendo à tona casos que tinham acontecido desde a década de 1940.

E agora o assunto volta aos holofotes por aqui. Imagine um dos mais respeitados defensores dos Direitos Humanos no Brasil. Um protetor de moradores de rua, de internos da Febem e de crianças soropositivas, admirado pelos movimentos sociais. Padre Júlio Lancelotti. Na metade de outubro, ele denunciou o ex-interno Anderson Marcos Batista, de 25 anos, e sua mulher, Conceição, de 44, ambos com antecedentes criminais por acusações de furto e tráfico. Em 3 anos, o casal extorquiu do padre R$ 150 mil – ou R$ 600 mil, segundo o próprio Batista. Uma das compras do ex-interno foi uma picape Pajero, em que colou um adesivo – “Deus é fiel”. Para conseguir o dinheiro, o casal fez uma série de ameaças. Uma delas, denunciar à imprensa que Lancelotti teria abusado sexualmente do filho de Conceição, de 8 anos. De vítima, o padre virou acusado.

Foi na Febem que o padre conheceu Batista, então internado por roubo. Lá, diz ter sido abusado pelo padre aos 16 anos. Batista afirma que, depois de liberado, manteve um relacionamento sexual de 8 anos com o padre, em troca de dinheiro.

Não há provas dessas acusações, tampouco o padre apresentou explicações convincentes sobre a origem do dinheiro. E, ao ser indagado sobre o que o levou a pagar Batista por 8 anos, disse que “era para mudá-lo pelo bem, não pela força”.

No fim das contas, a história parece toda mal contada, em ambos os lados. E pode muito bem refazer o trajeto do famoso caso da Escola Base, em São Paulo quando os donos do colégio foram falsamente acusados de violentar seus alunos. Apesar da falta de provas, a imprensa divulgou o caso com estardalhaço. A escola fechou. Aí, depois que o mundo dos acusados já tinha caído, a polícia concluiu que todos eram inocentes. É possível que isso se repita com o padre Júlio. Que ele nunca tenha molestado uma criança. Mas, seja qual for o desfecho dessa história, ela é só mais uma entre tantas acusações de cunho sexual contra sacerdotes da Igreja Católica.

E o problema não é só com eles: tribunais de Justiça dos EUA e da Irlanda já decidiram que a Igreja, como instituição, é tão responsável quanto os padres pelos crimes que eles cometeram. No ano passado, 14,7 mil crianças irlandesas receberam um total de 1,3 bilhão de euros em indenizações por terem sofrido violências sexuais nas mãos de padres. Nos EUA, a arquidiocese de Boston foi condenada em 2002 a pagar US$ 85 milhões a 552 vítimas. Em 2007, a de Los Angeles desembolsou mais ainda: US$ 600 milhões, para 500 pessoas molestadas por sacerdotes. Além disso, escândalos se avolumam até nas altas cúpulas: o cardeal austríaco Hans Hermann Groër, chefe da Igreja de seu país, e o arcebispo George Pell, da Austrália, chegaram a se afastar dos cargos nos últimos anos após acusações de pedofilia.

É evidente, também, que a Igreja Católica não detém o monopólio dos escândalos sexuais. No Sri Lanka, por exemplo, um monge budista se matou após ser condenado a 20 anos por pedofilia. Nos EUA, um rabino de Nova York foi preso em 2006, acusado de molestar crianças.

Mesmo assim, não dá para negar a associação entre padres e abusos sexuais. E a pergunta é óbvia: por que, num ambiente que prega a castidade e a retidão moral, isso acontece tanto?


A motivação
Há várias hipóteses possíveis, nenhuma excludente. Número 1: falta de punição. Os líderes locais da Igreja abafam os casos, deixando os abusadores livres da Justiça comum. Nisso eles ficam soltos para continuar praticando crimes. Dos 4 392 padres acusados no Relatório Jonh Jay, por exemplo, só 14,1% foram denunciados à polícia. O resto das acusações morreu dentro das dioceses, acobertado por líderes como o cardeal Bernard Law. O caso do padre Tarcísio também ilustra isso. Em vez de denunciá-lo à Justiça, seus superiores apenas transferiram-no de paróquia. E ele pôde continuar agindo.

Número 2: o padre é uma figura respeitada no seu círculo social. Um criminoso de batina, então, tem grandes chances de se aproveitar desse poder. É o que fez Hélio Alves de Oliveira. O padre Helinho dirigia um colégio católico em Rio Claro, São Paulo. Em 2004, ele foi condenado a 16 anos de prisão por atentado violento ao pudor. Helinho abusava de 3 meninos que tinham entre 8 e 10 anos. As crianças tendiam a obedecê-lo e ficar em silêncio.

A 3º hipótese é o celibato, uma das mais polêmicas instituições da Igreja. E uma das mais antigas. A origem dela se confunde com a das próprias religiões. Sua função, historicamente, é fazer com que o religioso se desapegue do mundo material. Ela está no hinduísmo, que tem 5 mil anos de história, por exemplo. O budismo, que começou por volta do ano 500 a.C., teve seus primeiros dias como uma ordem de monges que via no celibato uma forma de eliminar o desejo – e, de quebra, o sofrimento com as frustrações.

Na Europa, o celibato existe pelo menos desde a Antiguidade Clássica, seja entre filósofos, como Pitágoras – ele acreditava na falta de sexo como uma forma de alcançar o equilíbrio –, seja entre sacerdotes de cultos arcaicos, como o maniqueísmo e o hermeticismo. E no fim das contas chegou aos cristãos. Em boa parte, por influência de um homem que louvava o celibato, o apóstolo Paulo de Tarso, maior divulgador do cristianismo durante o século 1. No ano 306, o concílio regional de Elvira reformulou as leis da cristandade e decretou que, mesmo casados, padres e bispos deveriam abster-se do sexo. Dezenove anos depois, outro concílio, o de Nicéia, proibiu que padres vivessem com mulheres que não fossem sua mãe, irmã ou tia. Mas o casamento só foi abolido de vez depois que o papa Gregório 7º reforçou a imposição ao celibato, a partir de 1074.

A instituição nunca deixou de ser questionada, claro. Principalmente na Reforma Protestante, dos séculos 16 e 17. Para os reformadores, além de ir contra os ensinamentos bíblicos, o celibato era uma das causas para “abominações e más condutas sexuais” dentro do clero.


Vida sem sexo
Aqui é preciso abrir um parêntese na história da Igreja para ouvir o que a ciência tem a dizer. Você sabe: a idéia do celibato parece totalmente contra a natureza. Para o grosso da população mundial, passar o resto da vida sem sexo não fica atrás de ser condenado à prisão perpétua. Mas e aí? Dá mesmo para viver sem sexo? “Dá, sim”, diz o psicoterapeuta sexual Oswaldo Rodrigues Jr., diretor do Instituto Paulista de Sexualidade. “Se uma pessoa tem um projeto de vida racional que implique celibato, ele é viável. Não atrapalha.”
menas verdade se o homem pudesse ficar só Deus não lhe daria uma companheira "Eva".

  A estimativa é que 2,5% dos homens e 7,7% das mulheres escolheram o celibato como modo de vida. “E eles fizeram isso porque não sentem necessidade de atividade sexual. São pessoas para quem o sexo não tem apelo. Esse dado precisa ser levado em conta, porque mostra que nem para todos o celibato é um sacrifício”, diz a psiquiatra Carmita Abdo, da USP, coordenadora do Projeto Sexualidade (Prosex), que chegou a esses números.

Por esse raciocínio, o celibato funciona se a grande motivação para ele for o desejo de não fazer sexo. Ok. Mas não é o que acontece na Igreja. Quem vira padre o faz porque quer dedicar sua vida a fazer o bem; porque sente prazer em ajudar; porque quer dar conforto espiritual. A princípio, ninguém parte para o sacerdócio porque não quer transar nunca mais. Mas não há escolha. O celibato na Igreja é uma condição, não uma opção.

Os números falam por si. Se existem 400 mil padres hoje no mundo, também há 150 mil pessoas que largaram a batina para casar. E mais: “No Brasil, cerca de 50% dos sacerdotes teriam amantes. Esta prática de não cumprir o voto de castidade está se espalhando pela Europa e pelos EUA”, disse o teólogo Aldo Natale Terrin, da Universidade Católica de Milão, à rede britânica BBC. E emendou: “As autoridades eclesiásticas erram ao afastar os casados do sacerdócio e manter os que cometem abuso sexual e pedofilia”.

Mas alguns sacerdotes que furam o bloqueio não têm estrutura para encarar as conseqüências. Foi o que aconteceu com o padre mexicano Dagoberto Arriaga. Sua fuga do celibato lhe rendeu um filho. Com medo de ser expulso da Igreja, ele matou a criança em 2005. Acabou condenado a 55 anos de prisão.

Com uma realidade dessas, o Vaticano deve estar mudando a cabeça em relação ao celibato, certo? Errado. No fim de 2006, o cardeal brasileiro dom Cláudio Hummes, considerado progressista dentro da Igreja, foi transferido para Roma, como chefe da Congregação para o Clero no Vaticano. Sua tarefa era cuidar de problemas relacionados ao comportamento de padres. Numa entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, disse que “apesar de o celibato fazer parte da história e da cultura católicas, a Igreja pode reverter essa questão”. Mas estamos em tempos de conservadorismo no Vaticano. Bento 16, lembre-se, prega a castidade não só entre os sacerdotes mas entre os fiéis também. Todo mundo só devia transar para se reproduzir, diz o papa. Baita saia-justa defender o fim do celibato numa situação dessas. Hummes até precisou se retratar ao Vaticano, dizendo que o assunto não está em discussão.

Mas deveria estar. É o que pensa Eliana Massih, psicóloga do Instituto Terapêutico Acolher, uma instituição autônoma que se dedica a aconselhar padres pedófilos: “Quando se propõe a vida celibatária, a idéia é que a falta de sexo seja compensada pela vida comunitária. Mas isso nem sempre acontece”, afirma. E completa: “Há pessoas que têm vocação para o sacerdócio, mas não para o celibato”.

Rodrigues concorda: “O celibato imposto provoca frustração, incômodos, mal-estar. E, conseqüentemente, ansiedade e um estresse crônico”. Certo. Mas existe outro problema. Ainda mais grave.




Em pele de cordeiro
A imposição do celibato e a pedofilia podem andar de mãos dadas. Expliquemos. A idéia de não fazer sexo é um potencial atrativo para gente que quer fugir da própria sexualidade. Essas pessoas são aquelas com “conflitos sexuais”, como dizem os psicólogos. Pode ser um homossexual que acha sua preferência um pecado ou um pedófilo que não compreende seu desejo por crianças, por exemplo. “Esses conflitos podem fazer com que pessoas busquem ordens religiosas onde o celibato é obrigatório para se livrar do mal-estar que sentem”, diz Rodrigues.

untar essas contradições internas ao estresse do celibato é uma mistura explosiva. E ajuda a explicar por que existem tantos escândalos de pedofilia na Igreja.
Mas não é o suficiente. Para entendermos melhor o fenômeno, temos de olhar para as circunstâncias em que os abusos contra crianças acontecem.

Os atos de pedofilia não ocorrem na calada da noite, numa rua deserta. Os abusadores precisam ter acesso à intimidade da vítima e à confiança das pessoas em volta. Por isso aparentam ser pessoas sérias – afinal, quem vai confiar o filho a alguém que pareça um... pedófilo? Eles são, em geral, ou do círculo familiar – pai, parentes, vizinhos – ou profissionais insuspeitos, com livre acesso às crianças e posição de responsabilidade. Aí entram professores, instrutores de acampamento, líderes religiosos. Padres.

Em 2005, o governo da Irlanda encomendou um relatório para estudar o abuso de mais de 100 crianças por clérigos da diocese de Ferns, no sudeste do país. Muitos desses homens eram vistos como pessoas espirituais, bem-sucedidos e dedicados à sua paróquia. E é exatamente a imagem de pedófilos como pessoas sinistras que faz os abusos sexuais permanecer indetectáveis por muito tempo.

Como o pedófilo consegue chegar à vítima? Abusar sexualmente não é tão fácil quanto roubar pirulito. Segundo o relatório Ferns, em geral o abuso acontece depois de um longo e bem planejado processo. O agressor sempre cria as circunstâncias propícias, se tornando amigo das famílias com crianças. Para facilitar, ele procura crianças vulneráveis. Em casas assistenciais, por exemplo. E as intimida para obter o silêncio.

Tarcísio, o padre do diário, foi transferido de Agudos, São Paulo, para Anápolis, Goiânia. Lá conheceu um coroinha de 13 anos. Aproveitou a pobreza da família para convidá-lo a morar na paróquia. Um mês depois, passou a assediá-lo, tentar fazer sexo. Um dia, o pré-adolescente chegou bêbado em casa e contou tudo à mãe. Então Sprícigo trocou de vítima: agora um garoto de 5 anos. Novamente, a música como isca: durante aulas de violão, o padre fazia o mesmo que fez com sua vítima de Agudos. Tentou até penetrá-lo, mas não conseguiu por causa dos gritos de dor da criança.

Para se proteger, o padre Tarcísio fazia suas vítimas jurar diante de uma imagem de Jesus Cristo que manteriam segredo. Atração e intimidação. Um dia, a criança chegou em casa dizendo: “Vovó, eu sei fazer amor”. A avó perguntou quem havia ensinado, mas a criança se recusava a contar – “Mamãe vai me bater”, dizia. Quando a avó a convenceu de que não apanharia, contou – “O padre Tarcísio me ensinou”. O sacerdote pressionou para que a família silenciasse. Mas não conseguiu.


Gays e a Igreja
O Relatório John Jay traz um dado intrigante: dos padres pedófilos, 64% abusaram somente de meninos, enquanto 22,6% abusaram somente de meninas. É o inverso do que acontece na população geral, em que mais meninas sofrem abuso. Seria então a porcentagem de homossexuais na Igreja católica maior do que fora?.

Para o psicoterapeuta americano Richard Sipe, sim. Richard é um ex-padre casado com uma ex-freira missionária e que já foi professor, conselheiro e psicoterapeuta de mais de 1 000 clérigos com histórico de envolvimento sexual.

Com base em suas experiências, ele diz que metade dos padres mantém relações sexuais (como disse Aldo Terrin sobre os sacerdotes daqui). E mais: que 30% dos padres têm amantes mulheres; 15%, amantes homens; e cerca de 5% teriam “comportamentos problemáticos” (como a pedofilia) – uma proporção parecida com aquela do Relatório John Jay.

Se Sipe estiver certo, a porcentagem de gays ativos dentro da Igreja chega a ser em média o dobro do total de gays da sociedade brasileira. Segundo a maior pesquisa já feita no Brasil sobre o assunto, o Projeto Sexualidade, de 2004, 7,9% dos homens são homo ou bissexuais. É quase a metade do que Richard observa na Igreja.

A Igreja sabe da existência de padres homossexuais e isso preocupa o conservador Bento 16. Em novembro de 2005, o Vaticano aprovou uma instrução que fecharia as portas para os gays. Segundo ela, a Igreja não pode admitir ao seminário quem pratique atos homossexuais, que apresentem “tendências homossexuais profundamente arraigadas” ou que apóiem a cultura gay. E quem tiver tendências homossexuais “transitórias” precisa superá-las 3 anos antes de ser ordenado.

E o que dizer de padres homossexuais que seguem à risca o celibato? Eles existem, claro, assim como existem padres heterossexuais que seguem à risca o celibato. Mas seriam eles pecadores? Não necessariamente. O catecismo católico diz, por um lado, que atos homossexuais não podem ser aprovados em caso algum, pois a Sagrada Escritura os apresenta como pecados graves. Seriam “intrinsecamente desordenados”. Por outro, o catecismo afirma que pessoas com tedências homossexuais devem ser acolhidas com respeito e delicadeza, sem qualquer traço de discriminação.

Segundo o padre Edênio Valle em seu artigo A Igreja Católica ante a Homossexualidade, quase todos os estudiosos católicos de hoje concordam que atração pelo mesmo sexo não é uma opção, mas, sim, algo imposto pelo destino, assim como nascer homem ou mulher. Logo, não é uma questão moral nem há lugar para a culpa – ninguém é bom ou mau por ter sentimentos que não pode afastar de si. O pecado estaria na aceitação dos atos homossexuais. E não nos gays em si.

Que o diga o próprio Vaticano: um artigo da revista americana Newsweek conta que, segundo alguns funcionários da Santa Sé, a sede da Igreja teria uma comunidade gay “underground”. Como não sobreviveriam em suas paróquias, muitos padres homossexuais teriam sido levados para o Vaticano, onde receberiam alguma função burocrática.

Foi à sombra da Basílica de São Pedro, aliás, que aconteceu um dos maiores escândalos dos últimos tempos envolvendo homossexualidade na Igreja. Em outubro, o monsenhor Tommaso Stenico, alto funcionário da Congregação para o Clero, convidou um jovem que ele tinha conhecido num chat sadomasoquista na internet para uma visita a seu escritório, em pleno Vaticano. O que ele não sabia era que o rapaz estava fazendo uma reportagem sobre a vida sexual de sacerdotes para uma rede de TV. E que tinha entrado em sua sala com uma câmera escondida.

Stenico pergunta “Você gosta de mim?” e elogia a beleza do jovem. Quando vê que o bote do monsenhor é iminente, o repórter à paisana dispara: “Mas isso não seria um pecado aos olhos da Igreja?” Stenico diz que não. Depois se enche das recusas do rapaz e o leva embora. Não sem antes dizer “Você é muito gostoso...”

O programa não identificou o monsenhor. Mas os superiores dele reconheceram o escritório. E o Vaticano suspendeu-o imediatamente. Para se defender, Stenico disse que se fazia de gay para ajuntar informações sobre pessoas envolvidas num complô para seduzir padres à homossexualidade e desacreditar a Igreja.


E o Vaticano?
Seria absurdo dizer que o catolicismo apóia abusos sexuais. O direito canônico, isto é, a lei da Igreja Católica, coloca os pecados dessa estirpe entre os mais sérios, junto com o homicídio. No entanto, a cúpula da Igreja parte do pressuposto de que só ela deve julgar os pecados cometidos por seu clero, e isso dificulta que os crimes sexuais sejam levados à Justiça. “A responsabilidade sobre o padre [acusado de má conduta sexual] é do bispo da diocese a que ele pertence”, diz o padre Geraldo Martins, assessor de comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Em casos graves, o padre é expulso da Igreja.

Em 1962, o papa João 23 teria enviado a bispos e arcebispos do mundo todo um documento secreto chamado Crimen Sollicitationis. Ele instruía os chefes da Igreja a lidar com padres que abusaram de crianças e impunha um alto grau de segredo a todos os envolvidos nesses casos. A pena para quem abrisse a boca era a excomunhão automática – incluindo as testemunhas e os acusadores.

Em Crimen Sollicitationis, se a acusação fosse considerada infundada, todos os documentos com essa acusação deveriam ser destruídos. Se houvesse alguma prova vaga, o caso seria arquivado até a chegada de uma evidência contundente de fato. Já se a prova fosse forte, mas insuficiente, o acusado levaria uma advertência e o processo seria mantido sob observação. Caso a prova fosse definitiva, o acusado seria levado a um julgamento dentro da Igreja.

Em 2001, o papa João Paulo 2o publicou o Sacramentorum Sanctitatis Tutela, esboçando novas normas para graves ofensas. Em seguida, a Congregação para a Doutrina da Fé discutiu e explicou essas normas numa carta a todos os chefes religiosos do mundo, assinada pelo então cardeal Joseph Ratzinger, hoje Bento 16.

Segundo essa carta, a Congregação, no Vaticano, continuaria a ter competência exclusiva em relação a certas ofensas graves – entre elas, as ofensas sexuais com menores de 18 anos.

Mas, apesar da exposição cada vez maior na mídia, os crimes sexuais estão diminuindo. Essa é mais uma das conclusões do Relatório John Jay. Ele mostra que padres ordenados na década de 1960, por exemplo, cometeram 25,3% dos abusos sexuais contra crianças entre 1950 e 2002. Os que entraram para a Igreja nos anos 70 respondem por 19,6%. E a queda continua. Só 8,4% dos crimes são obra de padres ordenados nos 80. Os mais jovens, que entraram de 1990 em diante, formam apenas 2,3% do total.


Mas o que explica essa queda? Paz na terra

Um dos motivos para a melhora está nos programas de tratamento de desordens psicossexuais de clérigos. Até os anos 50, a atividade sexual do padre era vista como um problema exclusivamente moral ou espiritual, segundo Richard Sipe. Homossexualidade e pedofilia eram “tratados” apenas com a transferência de paróquia ou com “renovações espirituais”.



Depois, passaram do campo somente moral e espiritual para o científico. Finalmente, foi reconhecida sua dimensão psicológica. Em 1976, a congregação religiosa americana Serventes do Paracleto abriu o primeiro programa para tratamento de desordens psicossexuais, o que incluía abuso de menores. O tratamento ficou tão high-tech que padres que não respondem à terapia convencional recebem uma castração química com o medicamento Depo-Provera, que diminui os níveis de testosterona e, conseqüentemente, a libido em homens. Ironicamente, o Depo-Provera é um anticoncepcional, tão combatido pela Igreja Católica.

No Brasil, o mais importante centro de tratamento de padres é o Instituto Terapêutico Acolher, presidido pelo padre. Edênio Valle, professor de psicologia da religião da PUC-SP. De acordo com Eliana Massih, existe uma grande preocupação da Igreja Católica sobre sexualidade e desvios de conduta associados. Além da assessoria de psicólogos, há a publicação de artigos sobre sexualidade em periódicos como a Revista Eclesiástica Brasileira, com circulação entre o clero.

Mas a Igreja consegue mesmo garantir que seminaristas escolham a vida sacerdotal como algo bom para si, em vez de uma fuga de sua sexualidade? “Não completamente. Mas em grande parte sim”, diz Massih. Hoje, a Igreja faz uma “operação pente-fino” antes de admitir um seminarista, com uma sabatinada de avaliações psicológicas.


Outro ponto que ajuda é a própria conscientização dos clérigos para não deixar que crimes de seus colegas passem em branco. “Hoje, qualquer padre responsável e consciente de seus deveres toma as medidas necessárias segundo a lei”, diz o padre Edênio.

Segundo a lei e segundo a própria fé cristã, que reza: não faça ao outro aquilo que não quer que façam com você.

Aconteceu em Mariana (MG). O padre Bonifácio Buzzi, na época com 41 anos, foi denunciado e preso por levar um garoto de 11 anos à beira de um rio “para pescar” – na verdade, ele passou um longo tempo fazendo sexo oral na criança e tentou comprar-lhe o silêncio com R$ 5. Foi a 2a denúncia contra o padre – 13 anos antes, ele teria molestado um menino de 5 anos e outro de 11.

Causo de pescador - Abril de 2002

Em São João do Triunfo (PR), o padre Jacinto César Parachuk, na época com 35 anos, foi preso em flagrante por molestar um garoto de 14 anos. Ao depor, o menino disse ter sido atraído por uma oferta de R$ 10 para cortar grama. Dois anos antes, outra acusação de abuso havia provocado a expulsão do padre do quartel do Exército em Uruguaiana, RS, onde foi capelão.

Dose dupla - Maio de 2003

Diretor de uma casa de assistência na região de Sorocaba (SP), o padre Alfieri Eduardo Bompani, de 62 anos, abusou de 13 crianças entre 6 e 10 anos. Ele chegou a registrar os casos em uma pasta de seu computador chamada “Contos Homossexuais”. Em 2003, foi condenado a 93 anos de prisão. A Igreja Católica terá de desembolsar R$ 3,2 milhões em indenizações às vítimas.

Diário macabro - Agosto de 2006

Uma câmera de celular flagrou o padre Sebastião Braga fazendo sexo com um garoto de 11 anos na casa paroquial de Comendador Gomes, MG. O padre, acusado de abusar sexualmente de 6 garotos, confessou os crimes e disse ter feito tudo inconscientemente. Ao deporem, duas crianças contaram que o padre pagava às vítimas de R$ 10 a R$ 80.

No celular - Dezembro de 2006

O padre Djalma Brito Mota, de Ichu, BA, foi sentenciado a 7 anos e 7 meses de prisão por corromper adolescentes em 2005 e 2006. Em 2005, levou o adolescente J.N.S. para fazer um exame oftalmológico em Feira de Santana. Na volta, trocou carícias com ele. Um dia depois, pagou R$ 10 para que o garoto e um amigo participassem de uma pequena orgia na casa paroquial.

De olhos abertos - Outubro de 2007

Na época com 40 anos, o padre Paulo Sérgio Maria Barbosa foi flagrado com um adolescente de 14 anos dentro de um Gol, num canavial em Corumbataí (interior de SP). No carro havia 48 fotos de meninos, camisinhas e uma revista com capa sobre pedofilia. Dom Eduardo Koaik, bispo de Piracicaba, levantou a suspeita de armação. “O padre é respeitoso com todas as pessoas”, afirmou.

No carnaval - Maio de 2002

Foi na frente de um drive-in em Marília (SP) que o pai de duas meninas, de 15 e 16, surpreendeu José Balikian. O padre se relacionava com as duas havia um ano e meio. Foi preso após o pai apresentar 150 e-mails enviados pelo religioso às garotas.


Fonte: Superinteressante









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