Especialista em acrobacias, graças a muitos anos de dedicação à ginástica artística, a santista Josi Santos foi aprovada nos testes da Confederação Brasileira de Desportos na Neve para se aperfeiçoar no esqui estilo livre aéreo. Depois passou por um período intenso de treinamentos no Canadá, Estados Unidos e Finlândia, assim como no Brasil. Em novembro e dezembro passados, Josi disputou a Copa Continental Norte-americana e obteve classificação para provas de Copa do Mundo, que lhe garantiram o índice olímpico.
"Meu objetivo é representar bem o Brasil na primeira participação olímpica do país na modalidade e fazer uma prova bonita", disse Josi, que não concorda com as críticas que as pistas de esqui de Sochi estão recebendo. "Estão falando sobre pistas perigosas em outras modalidades, mas não achei a de esqui aéreo perigosa. Ela só é um pouco curta na hora de frear", disse a atleta de 29 anos. No esqui estilo livre os atletas deslizam nas montanhas de neve com esquis, realizando saltos e manobras. Na prova de esqui aéreo desta sexta, vinte e quatro atletas terão duas tentativas de saltos durante as eliminatórias. Os saltos serão julgados e as doze atletas que receberem as maiores pontuações passam para a fase final, quando podem saltar até mais duas vezes.
Josi afirma que os anos de ginástica ajudam a diminuir a tensão pela estreia. "Se não fosse a ginástica, eu não estaria aqui. A ginastica ajuda muito às acrobacias do aéreo, a consciência corporal, noção espacial. E também em termos de concentração para as provas. Já passei por isso antes", disse a paulista, que ostenta uma grande coleção de pins (broches) de outros países. A troca de pins é uma mania na Vila Olímpica. "Os do Brasil e da Jamaica são os mais procurados", conta a atleta.
O biatlo é uma das modalidades mais complexas do programa olímpico de inverno, combinando o esqui cross country com o tiro esportivo. Atletas percorrem longas distâncias sobre esquis e atiram em alvos de 11,5 centímetros de diâmetro em pé e 4,5 centímetros deitado.
Na prova individual de 15 km desta sexta, as atletas irão largar em intervalos de 30 segundos para cinco voltas em um percurso de 3km intercaladas com quatro paradas para sessões de cinco tiros cada (deitado - de pé - deitado - de pé), totalizando 20 tiros. Para cada tiro fora do alvo, um minuto será acrescentado ao tempo da atleta. A competidora com o menor tempo, incluindo as penalidades, será a vencedora.
Além da longa distância a ser percorrida, a precisão nos tiros será fundamental. "Um minuto de penalidade é muita coisa. Então vale a pena perder um pouco mais de tempo na concentração para o tiro, além do bom ajuste da carabina", disse Jaqueline. "Estou muito animada para a prova. Corrigi algumas coisas no meu aquecimento, já que a temperatura vai estar mais alta do que nos outros dias. Vou fazer de tudo para atirar bem como na primeira prova", disse Jaqueline, citando os nove acertos em dez tiros da prova de Sprint. Essa foi a primeira participação do Brasil no biatlo olímpico.
A próxima participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Inverno Sochi 2014 será de Isabel Clark, na prova de snowboard cross, no domingo, dia 16. Isabel é responsável pelo melhor resultado brasileiro em Jogos de Inverno, a nona colocação em Turim 2006, na mesma prova.
O Brasil participa dos Jogos Sochi 2014 quebrando recordes de atletas e modalidades classificados para uma edição de Jogos Olímpicos - 13 atletas em sete modalidades, com estreias no bobsled feminino, patinação artística, esqui aéreo e biatlo. Além disso, o Time Brasil é a maior delegação latino-americana em Sochi.