Acidente ocorreu na noite de domingo (9), na Vila Medeiros, na Zona Norte.
Em depoimento, Renan da Silva disse que fugiu por medo de linchamento.
O motorista que atropelou um grupo de 16 pessoas no Jardim Brasil, na
região da Vila Medeiros, Zona Norte de São Paulo, na noite de domingo
(9), se apresentou à polícia no final da tarde desta quinta-feira (13).
Ele prestou depoimento no 39° Distrito Policial, na Vila Gustavo,
durante uma hora. Na saída da delegacia, não respondeu às perguntas dos
jornalistas, apenas fez apenas um pedido de desculpas.
"Queria estar pedindo para as vítimas perdão pelo ocorrido, minha
intenção não era essa, de machucar ninguém. Peço a Deus que conforte o
coração das vítimas, da família do Kauazinho, do pastor que se encontra
ainda no hospital. Peço perdão por tudo que aconteceu mesmo", afirmou.
Testemunhas relataram que Renan Bento da Silva, de 26 anos, dirigia em
alta velocidade e subiu na calçada. Após atingir o grupo que saía de um
culto, ele quebrou um dos vidros do veículo e fugiu a pé do local.
À polícia, ele admitiu que dirigia o carro no momento do acidente, mas
alegou que não trafegava em alta velocidade. O laudo da perícia, porém,
apontou que ele estava a 118 km/h. Silva ainda negou a existência de
drogas no carro. No dia do atropelamento, policiais encontraram porções
de maconha e cocaína no veículo. Ele também disse que não prestou
socorro por medo de ser linchado.
Motorista
que atropelou 16 pessoas em São Paulo se apresenta à polícia e pede
'perdão' na delegacia (Foto: Reprodução TV Globo)
De acordo com Marco Antônio Dario, delegado titular do 39° DP,
responsável pela investigação, Silva será indiciado por homicídio doloso
– por ter assumido o risco de matar ao volante –, tentativa de
homicídio de 15 pessoas, tráfico de drogas e omissão de socorro.
Renan da Silva foi liberado após prestar depoimento. A Justiça negou o pedido de prisão preventiva do rapaz. A polícia fará um
novo pedido nos próximos dias.
“Já tínhamos essa expectativas por carência de prova. Estava todo mundo
internado, o menino de três anos morreu hoje. Estou correndo que nem
louco para produzir provas”, explicou Dario.
Morte
Médicos do Hospital das Clínicas (HC) constataram, na manhã desta quinta-feira (13), a morte cerebral do menino Kauan
Israel de Castro da Silva, de 3 anos, uma 16 das vítimas do atropelamento.
Kauan morreu em decorrência de politraumatismo sofrido por conta do
atropelamento. Os pais da criança ainda não decidiram se vão
doar os órgãos. Ele fez uma cirurgia no abdômen, assim que chegou ao hospital, para a retirada do baço.
O pastor Washington Pirola tinha quadro clínico estável, mas grave, e também seguia na
UTI. Outras duas
mulheres estão estáveis nos Hospitais Nipo Brasileiro e Mandaqui.
Motorista Renan Bento da Silva, de 26 anos,
é suspeito de dirigir carro durante atropelamento de
16 pessoas. (Foto: Divulgação)
Achada 16ª vítima
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou nesta quinta-feira que
foi encontrada a 16ª vítima do atropelamento. Uma mulher que sofreu
ferimentos leves, e não foi hospitalizada, foi incluída no inquérito
como vítima. Ela prestou depoimento à polícia nesta quarta-feira (12).
Até então, eram consideradas 15 vítimas do atropelamento.
De acordo com a assessoria de imprensa da SSP, a 16ª vítima foi
localizada na quarta (12) pelos policiais do 39º Distrito Policial, Vila
Gustavo, que investiga o caso e a ouviram em depoimento.
Na terça-feira (11), a polícia divulgou a foto e o nome de Renan como o
motorista que atropelou as 16 vítimas. Desde então, a polícia começou a
receber informações pelo disque-denúncia, pelo telefone 181, com pistas
sobre os locais que ele possa estar. Todos os endereços foram checados.
Além de Renan, outras duas pessoas estavam no carro: a namorada dele e
um amigo, que também são procurados para prestarem esclarecimentos. O
suspeito já tem passagem na polícia por porte de arma.