Cada família enterrou 1kg de terra do local onde avião caiu com 157 pessoas, perto da cidade de Bishoftu, no sudeste de Adis Abeba.
Por G1
Mulheres choram ao lado de caixão durante funeral simbólico das vítimas do desastre com avião da Ethiopian Airlines, na Igreja Ortodoxa da Santíssima Trindade, em Addis Abeba, na Etiópia, neste domingo (17) — Foto: Tiksa Negeri/ Reuters
Milhares de pessoas participaram neste domingo (17) de um grande funeral simbólico em homenagem às 157 pessoas que morreram na queda do avião da companhia aérea Ethiopian Airlines há uma semana.
Como nenhum corpo foi recuperado após o acidente e precisam ser identificado a partir de amostras de material genético, as autoridades recolheram terra da região do acidente, perto da cidade de Bishoftu, no sudeste de Adis Abeba.
Cada família enterrou 1kg e cada vítima terá agora uma lápide marcada com o seu nome no cemitério.
Uma cerimônia celebrada no cemitério da igreja Saint Trinity da capital Adis Abeba e 17 caixões vazios cobertos com a bandeira da Etiópia foram levados em um cortejo fúnebre pela capital. Alguns parentes das vítimas chegaram a desmaiar durante o ato, segundo a Efe.
A ministra dos Transportes etíope, Dagmawit Moges, disse no sábado que identificar as vítimas através de testes de DNA pode demorar até seis meses, em declarações exibidas pela televisão estatal "ETV".
Enquanto isso, os parentes das vítimas receberam certidões de óbito temporárias.
Religiosos abençoam os caixões com um incenso durante funeral simbólico das vítimas do desastre com avião da Ethiopian Airlines, na Igreja Ortodoxa da Santíssima Trindade, em Addis Abeba, na Etiópia, neste domingo (17) — Foto: Tiksa Negeri/ Reuters
Acidente
Agentes da polícia federal da Etiópia trabalham no local onde o avião do voo ET 302 da Ethiopian Airlines caiu, perto da cidade de Bishoftu, perto da capital Addis Abada — Foto: Tiksa Negeri/Reuters
O Boeing 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines caiu seis minutos depois de decolar de Adis Abeba com destino a Nairóbi, no Quênia, no domingo (10).
Segundo lista divulgada pela companhia, havia passageiros quenianos, etíopes, norte-americanos, canadenses, franceses, chineses, egípcios, suecos, britânicos, holandeses, indianos, eslovacos, austríacos, suecos, russos, marroquinos, espanhóis, poloneses e israelenses.
O piloto do voo 302 da Ethiopian Airlines, identificado como Yared Getachew, tinha mais de 8 mil horas de voo. Ele pediu para voltar para o aeroporto após encontrar alguma dificuldade para guiar a aeronave.
Após o acidente, mais de 50 países, entre eles os Estados Unidos (sede da fabricante), suspenderam os voos ou adotaram restrições à utilização do Boeing 737 MAX 8. Pilotos também relataram ter enfrentado problemas com esse modelo de avião.
Esse foi o segundo acidente envolvendo esse modelo de avião. Em outubro de 2018, uma aeronave da Lion Air caiu na Indonésia, deixando 189 mortos.
Queda de avião na Etiópia — Foto: Juliane Monteiro e Igor Estrella/G1