"QUANDO HA MUITO DINHEIRO EM JOGO NO BRASIL, MUITAS VEZES A JUSTIÇA JULGA COM CEGUEIRA" MUITO DIFERENTE DO CASO GIL RUGAI.ALELUIA, PARABÉNS A TODOS QUE TRABALHARAM COM JUSTIÇA NESTE JULGAMENTO, DIFERENTE DO CASO DO ATLETA BRASILEIRO PISTORIUS NA AFRICA.
Depois de três audiências e três adiamentos do julgamento de sua fiança.
A prisão de Oscar Pistorius aumenta a lista de atletas que tiveram algum problema com a polícia na carreira. O sul-africano é acusado de matar a namorada e foi detido para averiguação na madrugada de quinta-feira (14), em um condomínio de luxo na África do Sul.
Oscar Pistorius ganhou nesta sexta-feira, em nova audiência, o direito de responder em liberdade às acusações de assassinato premeditado de sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp, na madrugada do último dia 14, na casa do astro paralímpico, em Pretória, na África do Sul.
O juiz do caso, Desmond Nair, aceitou o pedido de pagamento de fiança feito pela defesa do atleta, após se convencer de que não existe risco de o mesmo fugir do seu país enquanto estiver sendo processado. A promotoria de acusação teme esse risco, tendo em vista a condição financeira privilegiado do ícone do atletismo sul-africano.
Os promotores chegaram a enfatizar que Pistorius tem "dinheiro suficiente para isso", enquanto o investigador Hilton Botha afirmou que o atleta fora da prisão significaria "um risco à sociedade" e também considerou a chance de fuga da África do Sul. Porém, o policial acabou sendo tirado na última quinta-feira da liderança da investigação, após a confirmação da informação de que responde a sete acusações de assassinato, em episódio em 2011, além de ter cometido deslizes durante o processo que apura as causas da morte de Reeva Steenkamp.
Desmond Nair demorou cerca de uma hora e 45 minutos para fazer o anúncio de que Pistorius poderá ficar em liberdade mediante o pagamento de fiança, que foi fixada pelo juiz em 1 milhão de rands (cerca de US$ 113 mil), sendo US$ 13 mil em dinheiro agora e uma comprovação de que o restante do valor devido está disponível.
Assim que o juiz fez o anúncio, familiares e outras pessoas que apoiavam Pistorius na audiência desta sexta-feira gritaram "sim". Ao confirmar o seu veredicto, o magistrado disse que o atleta terá de entregar seus passaportes e qualquer outra arma que seja de sua propriedade. Ele também informou que o velocista não poderá deixar o distrito de Pretória sem a autorização da Justiça, conforme estabelece as condições de sua liberdade condicional, assim como terá de se apresentar à delegacia de polícia de Pretória, onde estava preso sob custódia, em todos os dias úteis da semana, sempre entre às 7 e 13 horas.
Desmond Nair ainda determinou que Pistorius não poderá voltar a casa onde efetuou os disparos que resultaram na morte de Reeva Steenkamp, assim como marcou uma próxima audiência do caso envolvendo o atleta para o próximo dia 4 de junho.
O corredor sul-africano é acusado pela promotoria de matar com quatro tiros a sua namorada no banheiro da suíte do casal, na capital sul-africana. O atleta alegou que confundiu a namorada com um ladrão e defendeu que os disparos foram acidentais. Ele diz ter a confundido com um suposto invasor em sua residência.
Pistorius é considerado um ícone do esporte e fez história ao se tornar o primeiro biamputado a disputar uma edição da Olimpíada, no ano passado. Correndo com protestes nas duas pernas, ele representou o seu país nas provas dos 400 metros e do revezamento 4x400 metros dos Jogos de Londres. E, em três participações em Jogos Paralímpicos, conquistou oito medalhas, sendo seis delas de ouro.