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Aulões, dicas para redações, correção ao vivo das provas. Acompanhe aqui a melhor preparação para os exames dos dias 3 e 10 de novembro
Cleide Oliveira, do R7
Em parceria com o QG do Enem, o R7 terá aulas ao vivo transmitidas em multiplataformas e lives com a correção das provas.
A partir da próxima segunda-feira, dia 28 de outubro, os estudantes poderão acompanhar, das 19h às 21h, aulas preparatórias gratuitas para o Enem 2019, disponibilizadas no canal Educação do portal R7.
O Projeto Premonição será transmitido todos os dias em formato multiplataforma até sexta, dia 1 de novembro. No total, 21 aulas fazem parte do pacote elaborado por um time de professores que também vai comentar as questões mais recorrentes no exame.
“Nosso objetivo é alcançar, com as transmissões, o maior número de alunos possível”, comenta Rodrigo Bezerra, CEO do QG do Enem, cursinho preparatório para Enem e Vestibulares.
Além disso, nos dias 3 e 10 de novembro, datas do Exame, a equipe de professores estará reunida para fazer a análise da prova, com correções e gabarito extraoficial, e para tirar todas as dúvidas dos internautas.
Caso da menina Lorrana, supostamente envenenada ao aceitar um pirulito no trem, é alerta para quem acha que isso só acontece em filme
Do R7
Lorrana, pelo jeito, aceitou doce e foi envenenada
Reprodução
Não sei vocês, mas cresci ouvindo que não era para falar com estranhos na rua, não aceitar doce de ninguém, não beber no copo dos outros, ficar de olho na sua bebida na balada e jamais entrar no carro de alguém que não se conheça.
Claro que em tempos de aplicativos de transporte, muita gente brinca, dizendo que fazemos tudo o que as mães diziam para não fazer: entramos no carro alheio e aceitamos balinha. Sinal dos tempos.
Infelizmente, os alertas dos antigos continuam mais válidos do que nunca. O triste caso de Lorrana Madalena da Luz Manoel, de 14 anos, que morreu na quarta-feira (23), aparentemente com sinais de envenenamento após ter aceitado um pirulito de uma desconhecida no trem, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, é um pesadelo para qualquer família.
A menina voltava de um curso e, ao se encontrar com a mãe, em Duque de Caxias, disse estar com fortes dores de cabeça. Lorrana avisou que havia aceitado o doce no trem. O quadro se agravou, Lorrana foi levada ao Pronto Socorro, mas acabou morrendo. A suspeita é de que tenha sido envenenada. Agora é preciso aguardar o exame toxicológico realizado pelo IML (Instituto Médico Legal) para confirmar a causa da morte.
O que, afinal, poderia levar uma desconhecida a envenenar uma menina de 14 anos? Difícil ter essa resposta, mas a sabedoria de mães e avós nunca duvidou que essas tragédias pudessem ocorrer. Mais do que um conselho, não aceitar doce de estranho era uma ordem. Guluseimas sempre foram usadas como isca para crianças de qualquer idade. Elas se encantam por uma bala, um chocolate ou um pirulito e acabam acompanhando o estranho que faz a oferta para onde for.
Parece alarmante, mas a regra é básica e funciona. Evita que seu filho faça qualquer coisa para ganhar um doce. Vale também para os mais jovens, que saem dando golinhos na bebida dos outros e podem acabar dopados e inconscientes. Não adianta imaginar que as pessoas não são tão cruéis, que isso é coisa de novela, de filme. Não é. Existe. Gente para fazer o mal é o que não falta.
É horrível viver nesse clima de desconfiança, de não se poder acreditar em um ato de generosidade real, mas, infelizemente, é o que tem pra hoje. Os filhos vão reclamar, dizer que é exagero, mas continue insistindo em educá-los para que não caiam na conversinha de ninguém. Para que não falem com estranhos. Não aceitem doces. Não se tornem vulneráveis. E voltem pra casa em segurança.
Escolha do equipamento pode gerar economias e melhor planejamento do negócio
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Divulgação
Apesar de ser só uma parte do seu negócio, a escolha da máquina de cartão pode representar uma contribuição expressiva para se chegar a um fluxo de caixa positivo. Isso porque a escolha da máquina está atrelada a dois pontos sensíveis para qualquer negócio: custo com equipamentos e quanto o empreendedor vai receber por uma venda.
Pensando no grande impacto que a redução dessas despesas proporciona para o pequeno e médio empresário, a SafraPay, credenciadora do Banco Safra, não cobra pela máquina de cartão. Ou seja, o empreendedor que fatura acima de R$ 2 mil por mês não precisa comprar e nem pagar aluguel só para poder aceitar as vendas em cartão. Algumas adquirentes do mercado chegam a cobrar R$ 400 pela máquina ou R$75 pelo aluguel do equipamento, o que gera um custo de R$ 900 por ano.
Com esse refresco no caixa, o empresário pode fazer um melhor uso do capital de giro e até formar uma reserva financeira.
Outro aspecto importante que o empresário busca para o seu negócio são melhores condições. Toda venda feita em cartão, seja ela no débito ou crédito, está sujeita a uma taxa chamada de MDR, da sigla em inglês Merchant Discount Rate (Taxa de Administração).
A SafraPay não cobra pelas transações (MDR) no crédito à vista e parcelado. O comerciante terá custos apenas se quiser antecipar o valor transacionado.
Além disso, a credenciadora também tem uma das taxas mais baratas sobre as transações de débito, 1,85%. Essas taxas valem para os primeiros R$ 50 mil vendidos na máquina de cartão por mês, e por isso atendem, sobretudo, ao pequeno e médio empreendedor.
Essas condições facilitam na hora de saber quanto o empreendedor vai receber por uma venda paga em cartão e evitam aquele susto na hora de ver quanto vai entrar e quanto vai sair do caixa.
Ter uma ideia real de quanto vai receber contribui para o planejamento financeiro e, consequentemente, para o equilíbrio do fluxo de caixa. O gerenciamento efetivo do capital de giro também é fundamental para permitir que sua empresa possa fazer novas compras de produtos, oferecer mais descontos para os clientes e, sobretudo, fazer planos de crescimento.
Salles disse que navio da entidade estava em frente ao litoral 'bem na época do derramamento'; Greenpeace afirma que é 'cortina de fumaça'
Por Agência Estado
Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em Barra de São Miguel, em Alagoas
BRUNO FERNANDES/AGÊNCIA PIXEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, voltou a atacar a organização ambiental Greenpeace. Desta vez, Salles insinuou que a organização poderia estar por trás do vazamento de óleo que afeta todo o Nordeste do país.
Em sua conta no Twitter, o ministro afirma: “Tem umas coincidências na vida né... Parece que o navio do #greenpixe estava justamente navegando em águas internacionais, em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento de óleo venezuelano...”
Tem umas coincidências na vida né... Parece que o navio do #greenpixe estava justamente navegando em águas internacionais, em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento de óleo venezuelano... pic.twitter.com/ebCoOPhkXJ
O ministro publicou, com a declaração, uma foto do navio do Greenpeace, que é utilizado pela organização em ações de protesto contra crimes ambientais.
Nesta quarta-feira (23), Salles disse que não vai dialogar com o Greenpeace. Após o protesto da organização em frente ao Palácio do Planalto, o ministro chamou os ativistas de terroristas e disse que não estariam ajudando a limpar as praias.
Ativistas do Greenpeace protestam no Palácio do Planalto
Mateus Vargas/Estadão
Os manifestantes colocaram tinta preta no asfalto para simbolizar o óleo derramado nas praias do Nordeste. Também espalharam madeira queimada, que teria sido recolhida de locais de extração ilegal na Amazônia.
Segundo a organização não governamental (ONG), 17 ativistas foram detidos pela Polícia Militar do Distrito Federal e levados à delegacia. O Greenpeace havia informado anteriormente que foram 23 presos, mas corrigiu o número.
Questionado sobre as afirmações de Salles, o Greenpeace declarou, por meio de nota, que “enquanto o óleo continua atingindo as praias do Nordeste, o ministro Ricardo Salles nos ataca insinuando que seríamos os responsáveis por tal desastre ecológico”.
“Trata-se, mais uma vez, de uma mentira para criar uma cortina de fumaça na tentativa de esconder a incapacidade de Salles em lidar com a situação”, declarou o Greenpeace.
A organização afirmou que seu navio Esperanza faz parte de uma campanha internacional chamada “Proteja os Oceanos”, que saiu do Ártico e vai até a Antártida ao longo de um ano, denunciando as ameaças aos mares. “Ele passou pela Guiana Francesa, entre agosto e setembro, onde realizou uma expedição de documentação e pesquisa do recife conhecido como Corais da Amazônia, com o propósito de lutar pela proteção dos oceanos e contra a exploração de petróleo em locais sensíveis para a biodiversidade marinha. No momento, o navio está atracado em Montevidéu, no Uruguai”, afirmou a ONG.
Segundo a secretária municipal de Saúde, Tarciana Mota, entre os que procuraram atendimento médico há servidores municipais e voluntários que participaram da limpeza da praia e do Rio Persinunga. O grupo reclamava de fortes dores de cabeça, náuseas, vômitos, dificuldades respiratórias e do aparecimento de pequenas manchas na pele.
Ainda de acordo com a secretária, nenhuma das 17 pessoas atendidas precisou ser internada, mas a prefeitura pretende acompanhar a evolução do quadro de saúde de todas elas até ficar claro que tipo de componentes químicos há no óleo e quais reações eles podem causar.
“Oficialmente, ainda não sabemos que material é este. Sabemos apenas que é algo tóxico, embora não saibamos o grau de toxicidade”, disse a secretária, lamentando a presença de óleo em trechos litorâneos do município, incluindo no Rio Persinunga, onde mergulhadores contratados farão uma espécie de varredura para tentar identificar se o material se acumulou no fundo do rio.
Emergência
No último dia 17, o município pernambucano, de pouco mais de 21 mil habitantes, decretou estado de emergência devido à situação. No decreto, assinado pelo prefeito Jaziel Gonsalves Lages, consta a justificativa de que a maioria dos municípios atingidos por “produto químico de origem desconhecida” não tem capacidade de gerir sozinhos o desastre e promover a melhor ação de resposta.
Ainda segundo o texto, “a grande quantidade de mancha considerada óleo” de produto químico vem provocando sérios transtornos, “colocando meio ambiente, população e turismo em risco”. Além da mobilização de todos os órgãos municipais, o decreto autoriza a prefeitura a convocar voluntários para reforçar as ações emergenciais.
Usado em casos de desastres naturais, o estado de emergência agiliza a liberação de recursos financeiros federais e estaduais para a contratação de serviços e a compra de materiais específicos para remover o óleo nas praias em caráter emergencial, ou seja, sem a necessidade de licitação.
Nesta quarta-feira (23), o Ministério do Desenvolvimento Regional reconheceu a situação de emergência em São José da Coroa Grande, elevando a sete os municípios cuja situação de emergência foi reconhecida pelo governo federal. Todos as outras seis cidades nessa situação ficam na Bahia: Camaçari, Conde, Entre Rios, Esplanada, Jandaíra e Lauro de Freitas.
A foto de Kim Phuc, tirada por Nick Ut, gerou polêmica dentro das redações jornalísticas e retratou as atrocidades do conflito armado
FABIO PREVIDELLI PUBLICADO EM 22/10/2019, ÀS 06H00
A Guerra do Vietnã foi um grande conflito armado que ocorreu por quase duas décadas — desde novembro de 1955 até a queda de Saigon em 30 de abril de 1975 — entre o Vietnã do Norte (apoiado pela União Soviética e por outros aliados comunistas), contra o Vietnã do Sul (que tinha apoio dos norte-americanos e de outros países anti-comunistas).
O enfrentamento, que aconteceu no auge da Guerra Fria, é descrito como uma guerra por procuração, na qual dois países usam terceiros (os proxies) como intermediários para não lutarem entre si.
Apesar de toda a barbaridade e destruição que uma guerra pode causar, o horror ocasionado pelo conflito só foi assimilado pelo público depois de uma foto tirada Nick Ut, da agência Associated Press.
Apesar da fotografia ser premiada com o World Press Photo em 1972 e o Pulitzer em 1973, a imagem gerou enorme debate dentro das redações jornalísticas e, anos mais tarde, no Facebook.
O contexto da foto
Em 8 de julho de 1972, Nick estava do lado de fora da aldeia de Trang Bang, cerca de 40 quilômetros de Saigon, quando a força área do Vietnã do Sul, por engano, bombardeou a região com napalm - uma substância altamente inflamável produzida à base de gasolina gelificada.
Quando Ut olhou para a estrada, ele viu um grupo de moradores fugindo do ataque. Entre eles, estava a jovem Kim Phuc Phan Thi, um jovem de 9 anos que corria nua e que gritava desesperadamente “Nóng quá, nóng quá” (muito quente, muito quente).
Após o clique, ele e outro fotógrafo socorreram a menina com a água de seus cantis. Imediatamente, Kim e algumas outras crianças da foto foram levadas pelo fotógrafo para um hospital a meio caminho de Saigon, o Cu Chi General Hospital.
Na época, a imagem teve um impacto brutal, destacando que a guerra estava fazendo mais mal do que bem. Além do mais, ela provocou uma série de debates dentro das redações jornalísticas, que, assim como o New York Times, anularam suas políticas e decidiram que a nudez da criança era só um dos pormenores de todo o contexto histórico da fotografia.
A censura na rede de Zuckenberg
Apesar da foto não ser censurada em jornais, quase quatro décadas depois, em 2016, a imagem chegou a ser banida do Facebook, por poder ser categorizada como pornografia infantil.
"Embora reconheçamos que esta foto é icônica, é difícil criar uma distinção entre permitir a fotografia de uma criança nua em um caso e não em outros", dizia uma nota liberada à imprensa.
Porém, horas depois, a decisão foi revogada: “Depois de ouvir nossa comunidade, analisamos novamente como nossos padrões comunitários foram aplicados neste caso. Presume-se que uma imagem de uma criança nua viole nossos padrões da comunidade e, em alguns países, pode até se qualificar como pornografia infantil. Nesse caso, reconhecemos a história e a importância global dessa imagem ao documentar um momento específico no tempo.”.
Questionada sobre toda a situação, Kim Phuc declarou: “Estou triste com aqueles que se concentrariam na nudez na imagem histórica e não na poderosa mensagem que ela transmite. Apoio inteiramente a imagem documental tomada por Nick Ut como um momento de verdade que captura o horror da guerra e seus efeitos sobre vítimas inocentes. ”
A foto se tornou uma abreviação cultural para as atrocidades da Guerra do Vietnã e juntou-se ao ‘Monge em Chamas’, de Malcolm Browne, e a ‘Execução em Saigon’, de Eddie Adams, como imagens definidoras desse conflito brutal.
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Ministro seguiu os votos de Moraes e Fachin, que divergiram de Marco Aurélio, contrário à perda de liberdade antes do fim do processo
Do R7
Barroso votou a favor da prisão após 2ª instância
Reprodução/TV Justiça
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), seguiu o voto dos companheiros Edson Fachin e Alexandre de Moraes e ampliou para 3 a 1 o placar do julgamento pela manutenção das prisões após condenação em segunda instância.
Até o momento, somente o ministro Marco Aurélio Mello, relator do caso, foi contra as prisões antes de serem esgotados todos os recursos da defesa. Os quatro posicionamentos apresentados até agora já eram esperados.
Ainda restam votar os ministros Rosa Weber, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Luiz Fux e o presidente da Corte, Dias Toffolli.
Entre os possíveis favorecidos aparece o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso desde 2018 após ser condenado em segunda instância pelo recebimento de um triplex em troca de benefícios à empreiteira OAS.
"A possibilidade de execução da pena após a condenação em segundo grau diminuiu o índice de encarceramento", analisou Barroso, que disse ter "ficado surpreso" ao ter acesso às informações do Depen (Departamento Penitenciário Nacional).
No entendimento de Barroso, a manutenção da norma atual, válida desde 2016, não vai prejudicar as camadas mais carentes da sociedade. "O sistema é duríssimo com os pobres", afirmou ele, que ainda completou: "Como regra, só estará preso por furto quem for reincidente".
Segundo o ministro, a mudança da jurisprudência aconteceu "em boa hora" por ter ainda impulsionado a solução de crimes de colarinho branco. "Apenas no âmbito da Lava Jato em Curitiba, foram 48 acordos de colaboração de 38 acordos de leniência", revelou.
Fachin
Em sua argumentação, Fachin afirmou que "considerando que a prisão cautelar [quando há ameaça à investigação ou à aplicação da pena] não representa antecipação da pena", não seria correto afirmar que a perda da liberdade provisória corresponderia à antecipação da culpa do réu.
Fachin abriu seu voto dizendo que, ao contrário de muitas opiniões dadas durante a sessão, a definição do momento da prisão é, sim, uma questão interpretativa. "É possível diferentes formas de ver a legislação e a forma como votaram os dois ministros que me antecederam prova isso."
Moraes
Alexandre de Moraes também havia defendido a prisão após a condenação em segunda instância. Ele foi contrário, portanto, ao relatório do ministro Marco Aurélio, que, pela manhã, votou pela ilegalidade da perda da liberdade antes do fim do processo (trânsito em julgado).
Ignorar as decisões da segunda instância, argumenta o ministro, enfraqueceria a Justiça do país. "Esses tribunais têm decisões de colegiados, escritas, fundamentadas, reconhece materialidade e autoria do delito", justificou. "Autoriza, portanto, o cumprimento imediato da pena."
De acordo com ele, se a decisão do Supremo for alterar a regra atual corre-se o risco de o país transformar as segundas instâncias em meros "tribunais de passagem".
Antes de dar sua opinião, Moraes citou a pressão que vem sofrendo o STF e reclamou do radicalismo político, com "fórmulas autoritárias", que hoje se vê no Brasil. "Ataques pessoais e virtuais, produzindo lamentavelmente um dos piores ingredientes utilizados por aqueles que insistem em não respeitar a independência do Judiciário e da convicção de seus juízes", disse.
Relatório
O relator Marco Aurélio afirmou que "antecipar a pena" do réu, depois da condenação em segunda instância, é uma antecipação também da culpa.
Ele defendeu em seu voto que a perda da liberdade só pode ser decretada apó o término do processo. Para o ministro, relator das três ações declaratórias de constitucionalidade (ADC) que questionam a prisão após a segunda instância, "descabe inverter a ordem natural do processo-crime: apurar, julgar e prender somente em verdadeira execução da pena."
Marco Aurélio diz que o STF se afastou da Constituição ao aceitar, em 2016, a prisão antes do término da ação penal. "Onde o texto é claro e preciso, não cabe interpretação", analisou.
O ministro declarou que não resta dúvida sobre o alcance e o objetivo do artigo 283 do Código de Processo Penal: "Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva".
A prisão provisória, argumenta Marco Aurélio Mello, pode pôr na cadeia inocentes que depois têm chance de ser absolvidos em tribunais superiores.
Para ele, a mudança que obrigaria a perda da liberdade apenas depois do fim do processo causaria insegurança jurídica "após tão pouco tempo da última decisão", ocorrida em 2016.
"É preciso que valorizemos nosso processo civilizatório", disse Aras, cobrando dos ministros que mantenham o entendimento atual.
O procurador-geral falou ainda que, apesar de o país ter 813 mil presos em péssimas condições, é possível que, aplicando medidas alternativas, reduzir pela metade o número de ocupantes dos presídios. "Temos leis que permitem que se fossem cumpridas certas medidas restritivas de direito, apuradas as hipóteses em relação à culpabilidade e à periculosidade do agente, poderemos ter uma redução significativa dos presos no Brasil".
Mesmo que a decisão do plenário do Supremo nesta quarta seja pela proibição de encarceramento pela segunda instância, nenhum preso do país vai sair da cadeia imediatamente. "Caberá aos juízes das segundas instâncias ou dos colegiados superiores determinar, caso a caso, quando a pessoa cumpre todos os requisitos para ficar em liberdade", explica Alamiro Velludo Salvador Netto, professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
Salvador Netto explica que se os ministros alterarem o entendimento só poderão continuar na cadeia pessoas pegas em flagrante ou que colocaram em risco, no decorrer do processo, a investigação ou a aplicação da eventual pena, com a tentativa de fuga, por exemplo.
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, 4.895 presos seriam beneficiados se a mudança for pela autorização apenas após o fim do processo. Entre eles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula, no entanto, já teve a pena do caso do tríplex do Guarujá validada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Uma das possíveis soluções para o impasse jurídico, sugerida no passado por Dias Toffoli, é a exigência de só continuarem presos os réus que tiveram suas penas autorizadas pelo tribunal superior.