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Ana Lúcia Neves, mulher do primo do senador Aécio Neves, não resistiu a cirurgia após ter sido esfaqueada em assalto
Após ser ferida no tórax em frente à academia que frequentava no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro, Ana Lúcia Neves, mulher de Sávio Neves — primo do senador Aécio Neves —, não resistiu e morreu nesta quarta-feira (2).
Ana teria sido vítima de uma tentativa de assalto na avenida Alfredo Balthazar da Silveira, em frente ao restaurante Cugine e à academia Rio Sport.
Ela estava no centro cirúrgico do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, e, segundo a secretaria municipal de Saúde, não resistiu durante a operação.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para a ocorrência com as informações de que ela teria sido realmente baleada. No entanto, depois de a vítima dar entrada na unidade, a equipe médica informou que Ana foi ferida por arma branca.
Além disso, apesar da informação de que ela sofreu tentativa de assalto, uma testemunha do fato, o instalador de câmeras de segurança Ricardo da Cunha, relatou que a vítima parecia sofrer uma tentativa de sequestro. Ele, que estava trabalhando no restaurante Cugine, diz que o criminoso chegou a lutar contra ela e não levou nenhum pertence.
"Pelo que vi, pareceu uma tentativa de sequestro relâmpado. Isso porque o bandido que a abordou ficou lutando contra ela por alguns segundos, tentando puxá-la. Ela gritou muito pedindo socorro e tentando se desvencilhar do bandido", contou Ricardo, que assistiu à toda cena. "Ele não levou bolsa nem nada. Depois de um tempo, o cara deu um tiro à queima roupa e fugiu aparentemente com mais dois comparsas num Nissan Sentra prateado", completou.
Policiais do 31º BPM (Barra da Tijuca) foram acionados e realizam buscas na região. A Divisão de Homicídios vai investigar o caso. O corpo de Ana Lúcia será encaminhado para o Instituto Médico Legal, onde será feito o laudo oficial sobre a causa da morte.
O marido de Ana, Sávio Neves, é presidente do trem do Corcovado há 14 anos. Engenheiro mecânico formado pela Uerj e pós-graduado em Engenharia Econômica pela UFRJ, Sávio foi candidato a deputado federal em 2014 pelo Partido Ecológico Nacional (PEN), mas não foi eleito.
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Sávio é primo do senador Aécio Neves, sobrinho-neto do ex-presidente Tancredo Neves e sobrinho do senador Francisco Dornelles.
Homem de 29 anos relata a experiência de trabalhar durante treze horas diárias, em condições precárias, no Rio de Janeiro
"Se você está achando ruim, pede a conta". Foi isso que J.S., de 29 anos, contou ter ouvido durante meses ao reclamar por, segundo ele, trabalhar treze horas diárias ─ além de sábados ─ e não receber as horas extras, ficar com salário atrasado e incorreto e dormir amontoado com mais 20 homens num alojamento com ratos, baratas e colchões rasgados.
Um dos 11 trabalhadores descobertos pelo Ministério Público do Trabalho do Estado do Rio de Janeiro (MPT-RJ) em condições análogas à escravidão nas obras da Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, que abrigará mais de 17 mil competidores e equipes técnicas durante os Jogos Olímpicos de 2016, J.S. diz ter sido tratado "pior do que cachorro".
Em contato mediado pelo MPT-RJ, o trabalhador concordou em conversar com a BBC Brasil desde que sua identidade fosse preservada e com uma foto de costas, por temer represálias.
O homem diz ter sido contratado pela empresa Brasil Global Serviços, que fornece mão de obra ao consórcio Ilha Pura (formado pelas empreiteiras Odebrecht e Carvalho Hosken), que toca a obra.
Já de volta ao Estado de origem, no Nordeste, o trabalhador falou por telefone à BBC Brasil, e descreveu detalhes dos quase oito meses no Rio. "Passei a primeira semana dormindo no chão. A casa era uma humilhação, de verdade. A gente foi tratado como bicho mesmo", conta.
A BBC Brasil entrou em contato com a Brasil Global Serviços (BGS) e o consórcio Ilha Pura. O advogado da BGS, Rômulo de Oliveira Nascimento, rejeitou as acusações do MPT-RJ e disse que "não existe nenhum vínculo, de qualquer natureza, que relacione a Brasil Global com o imóvel onde foram localizados os operários", além de ressaltar o "respeito às leis trabalhistas". O advogado não deixou claro quem seria o responsável pela contratação dos 11 trabalhadores resgatados.
Já o consórcio Ilha Pura afirmou que "mantém procedimentos rigorosos em quaisquer de suas relações trabalhistas, assegurando o atendimento às leis vigentes inclusive no que se refere às condições de trabalho de profissionais contratados por prestadoras de serviço que atuam no empreendimento" e disse que "identifica e fiscaliza alojamentos mantidos por seus fornecedores de mão de obra".
"Sobre as acusações que envolvem a Brasil Global Serviços, a Ilha Pura permanece apurando as informações e à disposição para colaborar com as autoridades", acrescenta o consórcio.
Após a fiscalização do MPT-RJ, a Brasil Global Serviços pagou R$ 70 mil em rescisões, (13º, FGTS, férias proporcionais) relativos à demissão dos 11 funcionários, além de ressarcir as passagens de vinda ao Rio e custear a volta aos seus Estados de origem. A empresa confirmou à BBC Brasil que vai recorrer das ações de danos morais impetradas na Justiça do RJ.
De acordo com a procuradora Guadalupe Turos Couto, que lidera as investigações no MPT-RJ, os próximos desdobramentos do caso incluem determinar se as empreiteiras Odebrecht e Carvalho Hosken podem responder por responsabilidade solidária, o que será crucial para a determinação do valor das indenizações, e posteriormente acionar penalmente os responsáveis.
J.S. e os outros dez colegas aguardam agora os processos judiciais. "Eles vão pagar pelo que fizeram com a gente", diz.
Veja os principais trechos do depoimento:
"Sou do interior do Nordeste e passei quase oito meses na obra da Ilha Pura, condomínio da Vila dos Atletas, no Rio de Janeiro. Na carteira de trabalho estava contratado como ajudante de carpinteiro, mas na prática ajudei com massa, reboco, carreguei sacos de cimento e também coloquei pisos.
Tudo começou com meu tio, que já estava trabalhando no Rio. Ele fez um contato, falei ao telefone com um encarregado, comprei a passagem de avião e fui. Mas quando eu cheguei, passei um mês parado, esperando entrevistas. Eles não davam explicação, diziam que tinha que esperar ser chamado.
Passei a primeira semana dormindo no chão. Depois me deram um colchão velho, rasgado, muito ruim mesmo. O alojamento era para dez pessoas, mas logo estávamos em 18 e, de repente, já eram 21 trabalhadores. Não tinha lugar para todo mundo, e, no começo, dormi na varanda. Depois fui dormir na garagem, com mais quatro colegas. Quando chovia, a gente se molhava inteiro.
Olha, a casa era uma humilhação, de verdade. A gente foi tratado como bicho mesmo, pior do que você trata um cachorro. Era lotado demais, e tinha barata, rato, cheiro de esgoto. Colchão rasgado, detonado. O pessoal dormia amontoado, e como tinham turnos diferentes, era sempre um entra e sai, uma confusão.
No primeiro mês, das entrevistas e seleção, ganhei R$ 560, incluindo R$ 300 de alimentação e R$ 260 pelos dias. Depois o trabalho começou para valer, e eu pegava às 7h e largava às 18h, 19h, às vezes 20h. Fazia hora extra todo dia, trabalhando uma média de 12 a 13 horas diárias. A semana era de segunda a sábado, a gente só tinha folga domingo.
Mas eu logo vi que não era bem o que eu imaginava. O primeiro pagamento mesmo foi de R$ 850. Falaram que eram R$ 300 da janta e R$ 550 das horas (trabalhadas), mas veio errado. Nunca recebi as primeiras horas extras, nem os primeiros quatro sábados trabalhados.
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Tinha mês que o salário vinha certo, tinha mês que vinha errado. Tinha mês que ganhava o vale alimentação de R$ 300 e tinha mês que não caía. A gente pegava do nosso dinheirinho para fazer janta quando via que dava dia 20 e não caía, chegava dia 5 e não caía.
'Se você está achando ruim, pede a conta', era o que eu ouvia quando ia reclamar do pagamento.
A folga era só no domingo. Mas olha, se fosse para receber direitinho, eu trabalhava até de segunda à segunda. Só fiz foi trabalhar mesmo. Saía cedinho e voltava bem cansado.
A coisa piorou quando veio um pessoal para despejar a gente. Era oficial de justiça, polícia, os donos da casa. Acho que por falta de pagamento mesmo. Foi muita humilhação. Eu tive que pular o muro para pegar meus documentos, porque já estava tudo bagunçado. Nossas roupas, nossa comida, eles reviraram tudo.
Aí a Ilha Pura disse que ia colocar a gente em quatro quitinetes, mas na verdade alugaram só duas. Passei quase dois meses ali. Ficou mais lotado ainda, e de novo cheio de barata e rato, colchão velho e rasgado, muito ruim.
De repente eles falaram que não iam mais pagar o alojamento. A gente chegou a perguntar o valor. O aluguel da quitinete era R$ 600 e se fosse dividir em quatro daria R$ 150 para cada um, mas ninguém tinha condição de pagar isso.
'Estão achando ruim? É só pedir a conta', foi o que a gente ouviu de novo. A gente ficou desesperado. Falamos com dois repórteres de televisão que vieram fazer reportagem na Ilha Pura, mas eles falaram que não era a área deles. Estávamos pedindo ajuda mesmo.
Falamos com os encarregados e com o sindicato, mas não adiantou muita coisa. Aí dois colegas ficaram sabendo que a gente poderia reclamar para o Ministério Público do Trabalho, e foi aí que a coisa começou a tomar outro rumo.
Fizeram a batida e disseram que a gente ia para casa. Recebi R$ 6.133,76 de rescisão, e foi bom porque nesses oito meses lá vi muita gente sair sem receber. A empresa colocou a gente num hotel por uns dias, nos fundos da obra, e olha, eles são muito desaforados mesmo, porque mandaram comida para a gente que nem um cachorro come. Carne crua, galinha crua, nem tinha como comer.
Eu só queria uma vida melhor, sabe. Trabalhar e voltar para o Nordeste, mas nesse lado realmente não valeu a pena. Como carpinteiro e eletricista lá na minha terra eu chego a tirar R$ 1.500, quando vou fazer um telhado, e cada tomada cobro R$ 120. Teve mês que já tirei R$ 5.000, e num mês fraco tiro R$ 800.
Rapaz, do Rio de Janeiro eu gostei muito. Eu gosto de conhecer local diferente. Já trabalhei no Ceará, já trabalhei em vários lugares do meu Estado. Nunca tinha sido maltratado assim, mas a cidade realmente é bonita, eu gostei. Vi Copacabana, Leblon, Barra. O Pão de Açúcar e o Cristo eu também via sempre, mas só de longe.
Eu não fico revoltado. Eu fico mais alegre, porque eles vão aprender a dar valor e respeitar o trabalhador que larga sua família lá longe e vai atrás de uma vida melhor. Eles vão pagar pelo que fizeram com a gente. Eu chorei sozinho no Rio de Janeiro, viu. Perdi dois tios e um avô nesses oito meses, e não tinha como ir. Só fazia trabalhar. É triste.
O que ficou da experiência? Rapaz, eu não guardo mágoa. Já fiz feira, fui menino criado no meio do comércio. Minha mãe teve derrame e eu tinha que sustentar a casa, dar banho nela. Fui um menino bem sofrido mesmo, mas sou uma pessoa forte de espírito. A gente passa uma vez, e passa a segunda. Nessa parte de sofrimento, cada dia para mim é uma nova experiência."
"Não tive medo. Sabia que poderia imobilizá-lo", contou a atleta Monique Bastos, faixa azul de jiu-jítsu
Dois homens montados em uma moto abordaram um grupo de mulheres e anunciaram o assalto, na noite desta terça-feira (1º). A ação, em frente à uma academia na cidade de Açailândia, no Maranhão, deveria ser rápida, mas a dupla deu azar: uma das vítimas era faixa azul de jiu-jítsu e lutadora de MMA.
Monique Bastos, de 23 anos, imobilizou um dos suspeitos aplicando um "triângulo" digno de Ronda Rousey, a maior campeã do MMA feminino. A ação durou cerca de 20 minutos e foi flagrada no vídeo abaixo:
"Um dos caras pegou o celular que estava comigo. Logo vi que eles não estavam armados e os derrubei da moto. Não tive medo. Sabia que poderia imobilizá-los", contou Monique aoiG.
"O homem que pegou o meu celular conseguiu correr, então peguei o piloto da moto com o 'mata-leão' e segurei por uns 20 minutos."
O suspeito, identificado como Wesley Sousa de Araújo, de 18 anos, clamou por socorro diversas vezes e chegou até mesmo a pedir para chamarem a polícia. O pedido foi atendido e os policiais levaram o suspeito para a delegacia. O homem nega ter assaltado Monique e as amigas. O outro suspeito não foi encontrado.
A FUP (Federação Única dos Petroleiros) protocolou comunicado oficial de greve na Petrobras por tempo indeterminado, a partir da sexta-feira (4), em todas as unidades administrativas e operacionais da empresa e nas instalações da Transpetro, segundo a entidade.
A greve, de acordo com os petroleiros, é em protesto contra o novo plano de negócios da Petrobras, que prevê venda de ativos e redução de investimentos.
Para os sindicalistas, o plano "representa um verdadeiro desmonte da empresa, cujos impactos já estão ocorrendo em várias unidades do país, com milhares de demissões de trabalhadores terceirizados e cortes em despesas".
Eles também são contra a venda de ativos, como parte da BR Distribuidora e a reestruturação da malha de gasodutos.
Por meio de nota, a empresa confirmou que recebeu o aviso de greve na última terça-feira (1) e também uma pauta da FUP com itens sobre o plano de negócios. Ela afirma que agendou uma reunião com representantes sindicais para amanhã (3), para tratar da negociação do acordo coletivo deste ano e que "está aberta ao diálogo".
Plano prevê corte de 40% nos investimentos
O plano de negócios da companhia foi anunciado em junho. Ela planeja investir US$ 130,3 bilhões de 2015 a 2019, uma queda de cerca de 40% em relação ao plano de negócios anterior, prevendo também a venda de dezenas de bilhões de dólares em bens e uma considerável desaceleração do aumento de sua produção de petróleo no Brasil.
No dia 24 de julho, os funcionários da Petrobras paralisaram atividades por 24 horas, em protesto contra o plano.
Leonardo Felix Do UOL, em São Paulo (SP) 02/09/2015 - 11h41
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No início deste ano, UOL Carros mostrou que a baliza é o procedimento que mais causa reprovações entre quem tenta tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) no Brasil. Não são apenas os novatos que sofrem: boa parte dos motoristas do país sente dificuldades na hora de estacionar seu automóvel.
Outra reportagem, mais recente, apontou quatro dicas para estacionar seu carro sem passar tanta dor de cabeça. Elas ajudam, mas ainda exigem atenção e certa precisão do condutor. Para alguns motoristas, isso não basta.
Muitos gostariam que seu veículo se colocasse em uma vaga sozinho, sem interferência humana. Alguns modelos à venda no Brasil já oferecem essa comodidade, pelo menos de maneira parcial. A tecnologia, tornada viável aos automóveis de rua no fim da década passada, é uma espécie de embrião dos futuros carros autônomos, e já começa a ficar disponíveis em modelos menores e não tão absurdamente caros em nosso mercado.
Murilo Góes/UOL
Ford Focus é o primeiro modelo à venda no Brasil a oferecer assistente de estacionamento, para vagas paralelas e perpendiculares, abaixo de R$ 100 mil Mais acessível Hoje em dia, não é mais preciso apelar a um SUV de luxo como o Range Rover Evoque (R$ 222.500 na versão Prestige, a mais básica a contar com o auxílio) para ter acesso ao assistente de estacionamento. O Audi Q3 2016, por exemplo, oferece o item a partir da versão Ambiente 2.0 TFSI, de R$ 165.190. A Volkswagen agrega a assistência de série no Tiguan (R$ 129.720), e como opcional na versão intermediária Highline do Golf (cerca de R$ 110 mil contando o pacote que traz o item).
Já a Ford inseriu o park assist na versão de topo do Focus hatch, a Titanium Plus 2.0 (R$ 95.900). Trata-se do primeiro modelo abaixo de R$ 100 mil a contar com o equipamento.
No vídeo que abre esta matéria, realizado com um Q3 Ambition 2015 (ainda não reestilizado), mostramos como funciona o sistema na prática. Por meio de um módulo que comanda vários sensores eletrônicos, o carro identifica a vaga e manobra sozinho até ela, entrando em vagas paralelas e, em alguns casos (como o do Q3), perpendiculares. Para o motorista, as únicas demandas são selecionar a marcha correta na manopla de câmbio e controlar a velocidade no pedal do freio. Não é preciso nem tocar no volante. Assista.