Ex-presidente reuniu-se nesta quinta-feira (3) com o governador Pezão.
Para Lula, o processo de impeachment de Dilma é 'leviandade'.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (3) que o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff é "um gesto de insanidade" e que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), "tomou a decisão de não se preocupar com o país" ao dar início ao processo que pode culminar no afastamento da presidente.
Lula deu as declarações nesta tarde no Rio de Janeiro, após se reunir a portas fechadas com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) no Palácio Guanabara, em Larajeiras, na Zona Sul.(Veja no vídeo acima)
"Eu me sinto indignado com o que estão fazendo com o país. A presidenta fazendo um esforço incomensurável para que a gente aprove os ajustes que têm que ser aprovados nesse país, para ver se a gente consegue recuperar a economia e fazer a economia crescer, e tem muitos deputados querendo contribuir, mas o presidente da Câmara me parece que tomou a decisão de não se preocupar com o Brasil", disse Lula.
Prioridade de Cunha
De acordo com o ex-presidente, Cunha está pensando apenas nele: "Me parece que a prioridade dele é se preocupar com ele, quando esse país de 210 milhões de habitantes é mais importante do que qualquer um de nós individualmente".
De acordo com o ex-presidente, Cunha está pensando apenas nele: "Me parece que a prioridade dele é se preocupar com ele, quando esse país de 210 milhões de habitantes é mais importante do que qualquer um de nós individualmente".
"Parecia que o país estava andando pra normalidade. No dia que a presidenta consegue aprovar, novas bases para o orçamento de 2015, o que a gente percebe é que ela recebe como prêmio, um gesto de insanidade com o pedido do impeachment dela", acrescentou.
Lula criticou a decisão de Cunha e o motivo que o levou a abertura do processo, classificando gesto de "atitude pequena".
Lula afirmou que Cunha está "subordinando" o país a uma visão "corporativa e pessoal" e "de vigança".
"Subordinar um país inteiro, subordinar os interesses de mulheres, homens, brancos, negros, crianças nesse país a uma visão corporativa, pessoal, de vingança. Eu quero crer que não seja verdade, quero crer que não seja verdade. Porque, se isso for verdade, é muita leviandade", disse o ex-presidente.
Movimento de governadores
Lula disse ainda que espera que Pezão ajude a evitar o impeachment, liderando uma aliança com governadores, sem afirmar se haverá ou não novas reuniões com chefes do Executivo de outros estados. "Vamos ver", limitou-se a dizer.
Lula disse ainda que espera que Pezão ajude a evitar o impeachment, liderando uma aliança com governadores, sem afirmar se haverá ou não novas reuniões com chefes do Executivo de outros estados. "Vamos ver", limitou-se a dizer.
Segundo Lula, no entanto, já existe um gesto dos governadores do Nordeste de apoio à presidente. "Se a gente não fizer um pacto para fazer o país crescer, tudo vai piorar", ressaltou.
Na coletiva de imprensa, Lula também rebateu a declaração de Cunha de que Dilma "mentiu à nação quando disse que não faria barganha" no processo contra o presidente da Câmara no Conselho de Ética.
Segundo Cunha, Dilma chamou o deputado André Moura (PSC-SE), um dos aliados do presidente da Câmara, para propor que, em troca da aprovação da CPMF, o PT votasse a favor de Cunha no Conselho de Ética: "Eu conheço a Dilma e acho muito difícil que ela faça barganha", afirmou Lula.
'Terceiro turno'
Para Lula, aqueles que se opõem à Dilma querem um terceiro turno das eleições. "Me parece que aqueles que quiseram fazer um terceiro turno da eleição, cassando a presidenta Dilma na Justiça Eleitoral, agora acharam a possibilidade do terceiro turno com a tese do impeachment. Não tem nenhuma sustentação legal, a não ser uma demonstração de raiva, de ódio, alguma coisa que é inexplicável".
Para Lula, aqueles que se opõem à Dilma querem um terceiro turno das eleições. "Me parece que aqueles que quiseram fazer um terceiro turno da eleição, cassando a presidenta Dilma na Justiça Eleitoral, agora acharam a possibilidade do terceiro turno com a tese do impeachment. Não tem nenhuma sustentação legal, a não ser uma demonstração de raiva, de ódio, alguma coisa que é inexplicável".