De sem teto ao Guinness: americana de 56 anos ainda quer surfe nos Jogos

Angela Madsen perdeu tudo ao ficar paraplégica aos 20 anos, mas conseguiu se reinventar através do remo e do atletismo, onde foi 7ª no Rio: ''Daria um bom filme''

Por Amanda Kestelman e Helena RebelloRio de Janeiro

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Primeiro veio a maternidade precoce. Depois, um acidente que a deixou paraplégica. Ficou sem dinheiro, sem casa, sem perspectiva. A verdade é que a história que levou Angela Madsen para o esporte daria um filme dramático. Não por acaso, a própria atleta paralímpica tentou colocar sua vida em páginas ao lançar um livro recentemente. Aos 56 anos e calejada por uma trajetória tortuosa, se considera vitoriosa. Famosa principalmente pelas aventuras e recordes impressionantes como remadora em águas abertas, a americana está em sua terceira Paralimpíada, desta vez, no atletismo. O sorriso após deixar o campo do Engenhão evidenciava que a sétima colocação no lançamento do dardo no Rio foi o que menos importava. 

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Descrição da imagem: Angela Madsen se esforça ao empunhar o dardo (Foto: Al Tielemans / OIS / IOC / AFP)

- Foi uma série de desafios. Mas você tem que saber se adaptar. Viver cada dia. Isso te ensina a se cercar de pessoas positivas. Tudo de ruim que aconteceu me tornou capaz de remar e cruzar o oceano. Me tornar uma atleta paralímpica. Tudo de ruim que acontece não pode ser somente ruim. Tem que se tirar algo bom - disse a veterana.

Descrição da imagem: Angela Madsen lança o dardo no mundial paralímpico de atletismo em Doha, em 2015 (Foto: Warren Little/Getty Images)

O roteiro improvável começou quando Madsen tinha apenas 17 anos e se tornou mãe solteira. Na época, ela sonhava em ser atleta, mas acabaria perdendo a chance de conseguir uma bolsa nas universidades americanas por conta da maternidade. Incentivada pela sua família, decidiu então entrar no exército americano, deixando a filha sob os cuidados dos avós. Aos 20 anos, Angela se acidentou durante um treinamento de basquete no quartel ao sofrer uma queda de costas.

Precisou passar por cirurgia, mas um erro no procedimento resultou em uma lesão ainda mais séria que a deixou paraplégica. Na época, o exército dos Estados Unidos se recusou a pagar as contas médicas. Sem dinheiro, Madsen então perdeu mais do que o movimento das pernas. Perdeu sua casa, viu seu casamento acabar e caiu em depressão profunda. Como moradora de rua, chegou a viver em frente em a um armário de armazenamento da Disneylândia, na Califórnia, e guardava ali as suas coisas. Parecia o fim da linha.

Mas não era. A primeira modalidade adaptada que conheceu foi o basquete em cadeira de rodas, ao assistir um campeonato de veteranos. Ao se arriscar ali, pôde começar a reconstruir sua vida, mesmo que devagar. Ainda levaria mais um susto ao cair no buraco do metro em San Francisco. Ela conta que, a partir daquele momento, resolveu viver a vida com toda a intensidade que podia. Tentaria dar seu melhor para encontrar sentido. E ser paraplégica não delimitaria limites.

Angela Madsen competiu no remo na Paralimpíada de 2008 (Foto: Getty Images)

- Senti sensações de perdas esmagadoras. Todos nós sentimos em algum momento. Mas há tempo para seguir em frente. Você tem que saber reinventar a si mesmo. Decidir quem você quer ser.

Foi quando conheceu o remo. Nascida na Califórnia, ela sempre gostou de surfar e sentia falta da água do mar. Ficou próxima da modalidade em 2006, quando competia em surfe adaptado e pôde assistir a algumas provas. Ali, descobriu que tinha dom natural para o esporte e se arriscou. Ganhou medalhas em mundiais e representou os Estados Unidos na Paralimpíada de Pequim 2008. Fora das competições oficiais, ficou famosa por cruzar longas distâncias em mar aberto. Foi a primeira mulher a atravessar o Oceano Índico a remo. Por muitas vezes, se colocou em risco ao cumprir desafios sem barco de apoio. 

- Eu fui como remadora para os Jogos de Pequim. Remar me levou ao oceano, comecei a fazer isso sem barcos de apoio. É algo inédito para um paraplégico. Tenho seis recordes no Guinness por fazer isso. Além de ser surfista, né. Cheguei a me arriscar e ficar dias à deriva, esperando a guarda costeira, a mais de 170 milhas da costa  - conta, orgulhosa.

O capítulo que inclui o atletismo veio logo depois. Perto dos 50 anos, Angela conseguiu se classificar para os Jogos Paralímpicos de Londres no arremesso do peso e no lançamento do dardo, onde conseguiu um bronze. Em sétimo lugar no Rio, ainda não sabe se os Jogos de 2016 serão os seus últimos. Fã de surfe desde criança, diz que adoraria se arriscar na modalidade caso entre em um programa paralímpico. Em quatro anos, ela terá 60. Mas quem dúvida?

- Acho que a história daria um bom filme. Eu já escrevi um livro: ''Remar conta o vento''. É uma questão de tempo. Ainda não sei se vou ter outra chance em Paralimpíada. Mas quem sabe? Se colocaram o surfe então... 

Ingressos para fins de semana da Paralimpíada se esgotam

Getty Images

Paralimpíada: ainda há uma pequena quantidade de ingressos, reservada à cota de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, que equivale a 6% do total de tíquetes

Da AGÊNCIA BRASIL

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 está com ingressos esgotados para os dois próximos finais de semana (dias 10 e 11 e dias 17 e 18) da Paralimpíada.
A maior parte desses bilhetes esgotados se refere às competições programadas no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. O diretor de Ingressos do Comitê Rio 2016, Donovan Ferreti, disse hoje (9) que a não ocorrência de férias escolares na Paralimpíada contribui para que a maior procura pelos torcedores seja nos fins de semana.
Ainda há uma pequena quantidade de ingressos, reservada à cota de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, que equivale a 6% do total de tíquetes, conforme a lei determina. Esses ingressos, se não vendidos, serão liberados nos dias de eventos.
O diretor disse que dos 2,5 milhões de ingressos disponibilizados para os Jogos Paralímpicos, foram vendidos até agora 1,8 milhão, restando 700 mil.
Ferreti disse que há mais ingressos disponíveis durante a semana. “Com o Brasil ganhando medalha todo dia, que é o que vai acontecer até o final dos Jogos, as pessoas também consigam dedicar um pouco de tempo para vir e apoiar os nossos atletas nesses grandes eventos que estão para acontecer ainda”.
A perspectiva é que a Rio 2016 apresente o segundo melhor resultado da história dos Jogos Paralímpicos, depois de Londres, em 2012, quando todos os 2,3 milhões de ingressos disponibilizados par a Paralimpíada foram vendidos.
No aspecto esportivo, a expectativa da delegação brasileira é que o país encerre as competições na quinta colocação no ranking de medalhas.
Para comprar ingressos para a Paralimpíada, a pessoa tem que ser maior de 18 anos de idade, ter Cadastro de Pessoa Física (CPF), além de cadastro no site. A compra pode ser feita pela internet ou nas bilheterias oficiais. O pagamento pode ser feito em até três vezes no cartão de crédito bandeira Visa, para compras pelo site.
É garantida meia-entrada para pessoas com idade acima de 60 anos e pessoas com qualquer deficiência. Estudantes em geral e professores da rede municipal do Rio de Janeiro terão direito à meia-entrada na categoria de preço mais barata em todas as sessões.

Tópicos: Jogos Paralímpicos, Esportes, Olimpíada 2016, Olimpíadas, Rio de Janeiro, Cidades brasileiras, Metrópoles globais

Você vai pensar duas vezes antes de comer uma bala de goma

© Jason Stitt/Thinkstock Balas de goma: nem todos os produtos gelatinosos têm base animal
São Paulo – Se você é apaixonado por balas de goma, daquelas de ursinho, ou qualquer doce que contenha gelatina em sua fórmula, aqui vai um aviso: talvez você não queira assistir a este vídeo.
Provavelmente, você já ouviu falar que a gelatina tradicional é feita à base do colágeno, proteína presente nos ossos e na pele de animais. Por esse motivo, pessoas vegetarianas evitam consumir o produto.
Porém, um curta produzido pela diretora belga Alina Kneepkens vai fazer você enxergar esta realidade de uma forma muito mais intensa.
Do momento em que as deliciosas balinhas entram na sua boca ao momento em que porcos são abatidos, imagens impressionantes mostram de trás para frente cada detalhe do processo produtivo desses doces.
Antes que você se desespere, saiba que nem todos os produtos gelatinosos têm base animal. Há, inclusive, substitutos veganos mais saudáveis no mercado, como o Agar, de origem oriental e feito a partir de algas.
Over eten - De weg van een snoepje from Eén on Vimeo.

Microsoft está confiante de que terá o 'console mais poderoso já feito'

© IGN Brasil Microsoft está confiante de que terá o 'console mais poderoso já feito'

A Microsoft está confiante de que seu Xbox One Scorpio, chamado de "o console mais poderoso já criado" ainda manterá seu título, mesmo após a revelação do PS4 Pro nesta quarta-feira (7).
Em conversa com o IGN EUA, Albert Penello, diretor sênior de gestão de produtos e planejamento da Xbox, se mostrou confiante sobre as chances do Scorpio (e do Xbox Box One S) em relação aos recém revelados hardwares da Sony.
"Eu acredito que a diferença entre o que iremos entregar com o Scorpio, do ponto de vista da performance, em relação ao PS4 Pro será óbvia para os consumidores", disse Penello. “Temos o melhor custo-benefício neste fim de ano e acho que teremos a caixa mais poderosa no ano que vem".
"Acredito que US$ 299 (cerca de R$ 950,82) por um Xbox One S com Blu-Ray 4K, HDR, o controle melhorado com bluetooth e o novo design o torna um produto matador, que irá aterrorizar o PS4 Slim no baixo-custo", disse o diretor. "Eu acho que para as pessoas que se importam em obter absolutamente o máximo em performance, nós dissemos na E3 que iremos lançar o console mais poderoso já feito. E isso é verdade."

Acredito que temos o melhor custo-benefício neste fim de ano e acho que teremos a caixa mais poderosa no ano que vem"

"Nós estávamos muito confiantes quando fizemos o anúncio", ele disse. "Foi um anúncio bruto, ainda mais considerando os rumores que estavam circulando. Hoje eu estou ainda mais confiante de que teremos o console mais poderoso já feito."
Penello também comentou outros pontos sobre o PlayStation Meeting, apontando que "agora, planejamos dar suporte para HDR apenas no Xbox One S e Scorpio", em resposta a atualização a Sony que planeja tornar todos os PS4 compatíveis com HDR.
Já com relação à "compatibilidade futura", Penello disse que "Se você olhar para trás e reparar em nosso vídeo de lançamento, verá que o termo foi um de nossos fatores-chave. Nós pensamos [no Xbox One e Scorpio] como parte da mesma família. Todos os seus jogos e acessórios do Xbox One irão funcionar no novo console. Seus games irão até ficar mais bonitos no Scorpio. Eu acredito que teremos uma uma ótima razão tanto para os consumidores que quiserem melhorar o seu conteúdo como na forma em que compatibilidade cruzada irá funcionar entre os dois produtos. Cada jogo que você comprar neste fim de ano para o Xbox One e S irão funcionar no Scorpio, sem problema algum, direto da caixa".
"Acho que é muito interessante que tanto a Sony como a Microsoft tenham apresentado uma estratégia semelhante", disse Penello. "Talvez existam algumas diferenças na execução pelo lado dos produtos, mas eu acho que horizonte tecnológico está mudando. As expectativas dos consumidores estão mudando. Eu acho que as gerações de consoles são muito empolgantes para as pessoas, mas é muito disruptiva para a indústria e os consumidores. Esta ideia que temos vai além das gerações de consoles, mas não significa que não veremos novos hardwares poderosos e excitantes."

Nós estamos focando em uma continuidade de jogadores, conteúdo e acessórios sem precedentes, e eu acho que o Scorpio é nossa primeira incursão no assunto"

“Nós estamos focando em uma continuidade de jogadores, conteúdo e acessórios sem precedentes, e eu acho que o Scorpio é nossa primeira incursão no assunto", completou. "Acho que entraremos em um período na indústria onde as pessoas simplesmente precisarão se acostumar com as mudanças, pois é uma ideia nova. Assim como eu gosto de nossa visão de compatibilidade futura, também gosto de nossa visão além das gerações. Eu estou muito confiante de que entregaremos uma ótima experiência com o Scorpio e que a sua coexistência com o Xbox One e S será ótima. Estou muito ansioso por ela."
Enquanto Penello acredita que, conforme os sistemas vão ficando mais poderosos, os mundos do PC e dos consoles começarão a convergir, ainda assim eles vão continuar sendo experiências separadas.
O Project Scorpio deverá ser lançado no último trimestre de 2017, enquanto o PS4 Pro estará disponível dia 10 de novembro deste ano. Para saber como ambos os consoles se comparam um com o outro, não se esqueça de ler nossas matérias específicas sobre o console da Microsoft e o da Sony.
Andrew é editor executivo de notícias do IGN EUA. Você pode segui-lo no Twitter.

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