Ator e produtor, que completa 55 anos, veio ao país a serviço de entidade ecológica. Decidido a ser padre aos 14, aderiu à cientologia, que afeta sua vida profundamente
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Mônica Lessa*
Tom Cruise é um dos astros de cinema mais populares da atualidade: com uma carreira que abrange mais de três décadas, foi indicado três vezes ao Oscar e venceu três Globos de Ouro. O que pouca gente sabe é que o ator, escritor, diretor e produtor queria ser padre aos 14 anos, tendo até se matriculado em um seminário franciscano. Um ano depois, o jovem desistiu da ideia e foi estudar interpretação. Cruise terminou os anos 80 como astro de Hollywood, tendo criado personagens inesquecíveis em “Top Gun” (1986), "Rain man" ( 1989), “Jerry Maguire” (1996), “Minority Report” (2002), a franquia “Missão Impossível” (a partir de 1996), inspirada na série de TV dos anos 60, entre muitos outros. Para divulgar "Rain man", quando mostrou, ao contracenar com Dustin Hoffman, que era mais que um rostinho bonito, em 1989 ele fez sua primeira visita ao Brasil, com sua então mulher, Mimi Rogers. Na ocasião, Tom veio conhecer a Amazônia numa missão do Earth Communication Office, entidade ecológica à qual era ligado.
Thomas Cruise Mapother IV nasceu em 3 de julho de 1962, em Syracuse, Nova York. Filho de Mary Lee South, atriz amadora e professora, e Thomas Mapother III, um engenheiro elétrico, passou sua infância como um nômade: sua família mudou-se frequentemente, morando em várias cidades dos Estados Unidos e Canadá. Ele frequentou oito escolas primárias e três escolas secundárias. Além das constantes mudanças, o pequeno Tom conviveu durante sua infância com outra dificuldade: a dislexia, que atrapalhou seu rendimento escolar. Em contrapartida, ele se destacou nos esportes, quase seguindo uma carreira na luta livre, interrompida por uma lesão no joelho.
Na escola secundária, Tom fez um teste para liderar o elenco de “Guys and dolls”, obtendo o papel. Com os aplausos da noite de abertura, decidiu que essa seria sua profissão. Depois de se formar, Tom Cruise mudou-se para Nova York, onde trabalhou em diversas funções e fez aulas de teatro à noite. Em testes para comerciais de TV, muitas vezes foi recusado por ser “muito bonito” ou “muito intenso”. Após muitas tentativas, conseguiu uma participação em “Amor sem fim” (1981), sua estreia no cinema, vindo a seguir o drama militar “Toque de recolher”, com Sean Penn. Sua performance neste filme cativou inúmeros críticos e diretores e, em 1983, Tom Cruise fez “Vidas sem rumo”, de Francis Ford Coppola.
Seu filme seguinte, “Negócio arriscado” (1983), lucrou US$ 65 milhões, mas ele só entraria para o primeiro time de Hollywood em 1986, com “Top Gun: ases indomáveis”, o filme de maior bilheteria daquele ano. Depois, o ator faria longas de sucesso crítico e comercial, como “A cor do dinheiro” (1986) e “Rain man”. Nesse mesmo ano, estrelou o sucesso “Nascido em 4 de Julho”, produção que lhe rendeu indicações de melhor ator ao Oscar e o Globo de Ouro.
Em 1987, o ator se casou com a atriz Mimi Rogers, que o apresentou a cientologia, tornando-se adepto da religião. Posteriormente, o ator atribuiria à igreja a cura de sua dislexia. Em 1990, Tom Cruise apaixonou-se por Nicole Kidman no set de filmagem de "Dias de trovão”. Após o divórcio, casou-se com Nicole na véspera do Natal. Natal do mesmo ano, se casa com Nicole. Durante o relacionamento, que durou 11 anos, eles adotaram Isabelle Jane e Connor Anthony Cruise.
Os anos 90 foram de muito sucesso para o astro de 1,7 metro, que realizou diversos trabalhos como “Um sonho distante” (1992), “Questão de honra” (1992), “A firma” (1993), “Entrevista com o vampiro” (1994), “Magnólia” (1999) e “De olhos bem fechados” (1999), último longa do cultuado diretor Stanley Kubrick. Na década seguinte, vieram os grandes e esperados sucessos “Missão impossível 2” (2000), “Vanilla sky” (2001) e “Minority report: a nova lei” (2002), “O último samurai” (2003), “Colateral” (2004) e “Guerra dos mundos” (2005), que arrecadou mais de R$ 230 milhões.
No início de 2005, Tom Cruise conheceu a atriz Katie Holmes, com quem ficou casado por seis anos e teve uma filha, Suri Cruise. A vida pessoal de Cruise sempre atraiu tanta atenção quanto sua atuação. Sua relação com a filha, que ficou abalada após a separação, foi destaque na mídia, e a imagem de pai participativo e amoroso que Tom Cruise passava aos fãs foi ruindo. O ator ficou por mais de três anos sem ter contato com a filha e o motivo seria sua religião.
Em 2006, após o fraco desempenho de “Missão impossível 3” nas bilheterias, a Paramount Pictures encerrou uma parceria que já durava 13 anos com a produtora do ator, a Cruise-Wagner Produtions. No mesmo ano, o ator assumiu uma nova parceria com a United Artists, participando de “Leões e cordeiros”, de Robert Redford (2007) e “Operação Valquíria” (2008). O ator esteve no Brasil para divulgação do filme e sua passagem pelo país foi destaque nas páginas do GLOBO no dia 5 de fevereiro de 2009, com a manchete “Operação Tom Cruise”.
Na década de 2010, atuou e produziu diversos filmes, como “Encontro explosivo” (2010), “Missão Impossível: protocolo fantasma” (2011) e “Missão Impossível - nação secreta” (2015), um dos maiores sucessos da carreira de Cruise, arrecadando quase US$ 700 milhões em todo o mundo. A franquia faturou cerca de US$ 2,8 bilhões desde que Cruise começou a produzir, também estrelando como o lendário espião Ethan Hunt. Em 2016, o ator lançou “Jack Reacher: sem retorno” e, em 2017 estrela “A múmia”.
Ao longo da carreira de mais de 40 filmes, Cruise foi eleito pela revista Forbes como a celebridade mais popular de 2006 e recebeu diversas homenagens, como o prêmio Hasty Pudding Man of the Year, da Universidade de Harvard (1994) e o prestigiado American Cinematheque Award (1996). Além de suas contribuições artísticas, o ator é ativista e filantropo internacional nas áreas de saúde, educação e direitos humanos, tendo recebido, em 2006, uma homenagem da Mentor-LA, uma organização sem fins lucrativos dedicada a revitalizar as escolas e os bairros de algumas das comunidades mais marginalizadas em Los Angeles. Em 2014, a “Empire Magazine” premiou Tom Cruise no “Empire Awards”, com o prêmio “The Legend of our Lifetime Award”.
* com edição de Matilde Silveira
Primeiro sucesso. Tom Cruise em "Top Gun - ases indomáveis": astro tornou-se um dos mais respeitados nomes de Hollywood 1986 / Divulgação