EMPREENDEDOR DE SUCESSO

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Decidida a achar cão perdido em RR, menina de 4 anos faz cartazes com desenho à mão e o encontra

Por Jackson Félix, G1 RR — Boa Vista
 

Cartazes foram colados pelo bairro com a ajuda do avô — Foto: Arquivo pessoalCartazes foram colados pelo bairro com a ajuda do avô — Foto: Arquivo pessoal
Cartazes foram colados pelo bairro com a ajuda do avô — Foto: Arquivo pessoal
Um cartaz de "procura-se" com o desenho à mão de um cachorro ganhou repercussão nas redes sociais, em Boa Vista, nesta semana. O anúncio foi feito pela dona, Maria Luiza Sena, de apenas 4 anos, que, determinada a reencontrar seu poodle Belo, preparou os cartazes e espalhou pelas ruas.
A avó da menina, Maria Isabel Sena, conta que Belo fugiu de casa na quarta-feira (6), por volta das 7h30, no bairro Pricumã, zona Oeste de capital, quando o avô saiu para trabalhar. Ao saber do sumiço, a menina não pensou duas vezes e decidiu preparar os anúncios.
"Ela ficou triste e com dó ao mesmo tempo. Então, ficou fazendo desenhos do Belo quase a tarde inteira. Fez vários cartazes. Depois colocou tudo dentro de um saco, pôs a mochilinha nas costas e chamou o avô para pregá-los pelo bairro”.
O avô ainda tentou convencê-la de, ao invés do desenho à mão fosse colocado uma foto do cachorro no anúncio, mas ela insistiu no desenho, pois na foto que eles tinham o cachorro estava peludo e recentemente havia sido tosado.
Belo foi achado por uma moradora do bairro e entregue à Maria Luiza — Foto: Arquivo PessoalBelo foi achado por uma moradora do bairro e entregue à Maria Luiza — Foto: Arquivo Pessoal
Belo foi achado por uma moradora do bairro e entregue à Maria Luiza — Foto: Arquivo Pessoal
Pouco tempo depois de saírem pelas ruas colando os cartazes com a neta, os avós recebem uma ligação informando que o cachorro havia sido localizado.
Segundo a avó, o cachorrinho foi encontrado por uma mulher. Ela o resgatou e foi avisada que ele estava sendo procurado por crianças que viram os cartazes de Maria Luiza.
"Primeiro ela ficou estática, em seguida sorriu muito com ar de muita felicidade em tê-lo de volta. O Belo por sua vez demonstrou muita alegria com movimentos circulares em volta da Maria Luiza e muitos latidos", relatou a avó sobre o reencontro de Belo e Maria.

Repercussão

A imagem que mostra um dos cartazes com o desenho feito à mão pela menina foi compartilhada na página da Associação Roraimense de Cuidados Animais (Arca) e comoveu internautas. A publicação teve mais de 1 mil curtidas até este sábado (9).
"Que imagem mais linda. Tô feliz que o Belo voltou para casa e para o amor da Maria Luiza", disse uma internauta. "Onde curte 50 vezes?", postou outra.
Na publicação, a tia da criança, Iza Sena, tranquilizou os internautas sobre o aparecimento do cãozinho. “Achamos [o Belo] graças a insistência dela para sair pelo bairro colando esses cartazes que ela fez”, comentou.

Bolsonaro anuncia general do Exército como novo presidente do Incra

Por G1 — Brasília
 

O presidente Jair Bolsonaro anunciou neste sábado (9), por meio de rede social, a indicação do general do Exército Jesus Corrêa como o novo presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O Incra é responsável por executar a reforma agrária e o ordenamento fundiário nacional. Desde o início do governo Bolsonaro, o Incra passou a ser subordinado ao Ministério da Agricultura. Até então, o instituto estava dentro da estrutura da Casa Civil.
O general Jesus Corrêa durante revista em tropas do Exército — Foto: Agência BrasilO general Jesus Corrêa durante revista em tropas do Exército — Foto: Agência Brasil
O general Jesus Corrêa durante revista em tropas do Exército — Foto: Agência Brasil
No início do ano, Bolsonaro transferiu para o Ministério da Agricultura a atribuição de identificar, delimitar e demarcar terras indígenas e quilombolas.
Até então, a atribuição sobre as terras indígenas ficava com a Fundação Nacional do Índio (Funai), vinculada ao Ministério da Justiça; e sobre os quilombolas, com o Incra.
No começo do ano, o Incra se envolveu em uma polêmica depois de publicar memorandos que ordenavam a suspensão de todos processos de reforma agrária no país.
Os memorandos foram revogados por ordem do presidente Jair Bolsonaro. O responsável pelo Incra na época afirmou que os documentos haviam sido publicados sem anuência do presidente do instituto.

Talabarte: o que é e quais são seus tipos

Importante EPI para trabalho em altura, o Talabarte possui diferentes tipos e é essencial para a segurança do profissional. Entenda mais a respeito
Para a realização do trabalho em altura, a legislação prevê a obrigatoriedade de diferentes equipamentos de proteção individual. Eles são fundamentais para manter o profissional em segurança e trabalham em conjunto. Entre estes EPIs, o talabarte é um dos mais tradicionais e um dos que mais possuem variações por causa de diferentes tipos. Neste artigo, iremos entender mais sobre os detalhes de regulamentação do talabarte, seus diferentes tipos e como utilizar corretamente.
A definição de talabarte: é uma alça, tradicionalmente feita de couro, mas também encontrada em nylon ou outros tecidos sintéticos e resistentes. Possuindo um ou dois ganchos, serve para pendurar instrumentos de percussão como surdo, repinique ou caixa de guerra. Fonte: Wikipédia.

Talabarte e a ABNT NBR 15834:2010

Em 2010, a ABNT publicou a norma regulamentadora 15384, que modificou uma série de contextos envolvendo a utilização do talabarte. Passou a ser obrigatório que os talabartes com mais de 90cm de cumprimento tivessem a tecnologia de absorvedor de energia. Quando o EPI consegue absorver a energia da queda, a desaceleração é gradativa e protege ainda mais o profissional. Por outro lado, sem essa característica, o talabarte causa uma desaceleração instantânea e imediata. O risco neste cenário é que a probabilidade de danos à coluna do trabalhador é muito maior. Portanto, ao absorver a energia da queda, o talabarte se torna ainda mais seguro.
Ainda sobre o ponto de absorção de energia, é preciso esclarecer um mito sobre o recurso. Muitos profissionais acham que o talabarte com absorção de energia não é eficiente a curtas distâncias, oferecendo riscos em inícios de subidas ou alturas menores. O problema é que este tipo de afirmação está errada. Mesmo em alturas menores, o talabarte com absorção de energia é eficiente por seus mecanismos. O fundamental é colocar o EPI corretamente para garantir esse funcionamento.
O fator primordial é que o trabalhador possa utilizar pontos de ancoragem acima da cabeça, minimizando a altura de uma eventual queda. Respeitando este ponto, o profissional fica protegido desde o momento que sai do chão.

Entendendo o ZQL:

Para a utilização do talabarte com absorvedor de energia, devemos entender a sigla ZQL: Zona Livre de Queda. O ZQL é resultado de um cálculo dos seguintes fatores: Tamanho do Talabarte (em metros) x Extensão do absorvedor quando acionado (em metros) x Distância entre os pés do trabalhador e a conexão com o cinto (em metros) x Distância entre parada da queda e o solo (também em metros).
Para que o ZQL possa ser calculado corretamente, o talabarte com absorvedor de energia deve ser testado em laboratório e receber sua certificação de qualidade.
Exemplo de cálculo de ZQL:
  • Tamanho do talabarte: 1,2 m
  • Extensão do absorvedor quando acionado: 1 m
  • Distância entre a conexão com o cinto e os pés do usuário: 1,5 m
  • Distância entre a parada da queda e o solo: 1m
Cálculo da ZLQ: 1,2m + 1m + 1,5m + 1m = 4,7m (Fonte: http://www.spinelli.blog.br/)

NBR 15834 e os tipos de talabarte:

Agora que já entendemos alguns pontos sobre uma obrigatoriedade para os talabartes com mais de 90cm, podemos nos aprofundar em outras características da norma NBR 15384: os tipos de talabarte e suas respectivas composições:

Talabarte simples:

talabarte simples
Este talabarte é o mais comum de todos e seu funcionamento é muito simples. Este EPI conta com um ganho em sua extremidade que será responsável por ficar conectado ao ponto de ancoragem acima da cabeça. Ligada ao ganho, uma fita terá um ponto de ligação com o cinto tipo paraquedista.

Talabarte duplo (talabarte em Y):

talabarte em y
O funcionamento possui o mesmo princípio do exemplo de talabarte anterior, porém, neste caso, o EPI passa a ter dois ganchos, aumentando a segurança do profissional.  Devido ao seu formato, ele é muito conhecido como talabarte em Y.

Talabarte em Y com absorvedor de energia:

talabarte em y com absorvedor de energia
Este é o talabarte que descrevemos no início deste artigo, tendo como grande diferencial o absorvedor de energia. Esta tecnologia permite a dissipação da carga resultante da queda. Assim, o corpo do profissional não sente o travamento de maneira abrupta, mas sim de maneira gradual.

Talabarte de Giro:

talabarte de giro
Algumas marcas aplicam um dispositivo de giro em seu talabarte, facilitando a movimentação do trabalhador. O mecanismo permite o ajuste da distância entre ele e o ponto de ancoragem mediante o deslizamento do dispositivo.

Talabarte com fita tubular:

talabarte com fita tubular em y
Muito parecido com o modelo de talabarte simples ou duplo. Seu diferencial, porém, está na fita de Nylon que apresenta o aspecto tubular. Também possui o recurso de absorvedor de energia diretamente embutido.

Antes de escolher um talabarte:

É importante sempre conferir a procedência de um talabarte, conhecendo a reputação da fabricante e os testes aplicados. Garanta que ele possui a certificação de procedência. Também é fundamental conscientizar os funcionários sobre a importância do EPI, não somente estimulando o uso como também instruindo a correta utilização e colocação no corpo.
 FONTE;
https://www.angare.com/blog/conteudo-talabarte-o-que-e-e-quais-sao-seus-tipos

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

VENDA COM TODA SEGURANÇA E CONFORTO ATÉ MESMO SEUS SERVIÇOS

Use a minha indicação do PagSeguro e comece a aceitar cartão sem pagar aluguel! Escolha uma maquininha para você ;D https://loja.pagseguro.uol.com.br/?cm=oMkRkJAV

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

A funcionária da Vale que alertou sobre o desastre e fugiu de ré em caminhão com 90 toneladas

Trabalhadores que estavam na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, narram como foi a chegada da avalanche de lama e como conseguiram escapar.

Por Amanda Rossi, BBC — Brumadinho

06/02/2019 07h56  Atualizado há 22 horas

Ana Paula da Silva Mota, de 30 anos, dirigia um caminhão de minério em uma estrada a apenas 550 metros da barragem quando ocorreu o rompimento. — Foto: VITOR FLYNN/BBC NEWS BRASIL

Há mais de dez dias da tragédia de Brumadinho (MG), os olhos castanhos de Ana Paula da Silva Mota ainda passam grande parte do tempo opacos e ausentes, como se estivessem revendo as cenas que ela viveu a partir das 12h28 de 25 de janeiro.

Naquele exato minuto, a motorista dos megacaminhões da Vale olhou em direção às montanhas que circundam a mina Córrego do Feijão e viu uma imensa avalanche emergir do local onde ficava a barragem principal, a apenas 550 metros de onde estava.

"Eu estava de frente para a barragem. Acho que fui uma das primeiras pessoas a ver (a avalanche). Não dava para acreditar", diz Ana Paula, de 30 anos.


Em poucos segundos, a encosta verde de 87 metros de altura, que sustentava 11,7 milhões de toneladas de rejeito de minério de ferro, cedeu e se transformou em uma onda marrom densa. Tinha mais de 300 metros de comprimento e, em alguns pontos, até 20 metros de altura. Segundo o Corpo de Bombeiros, a velocidade inicial era de 80 quilômetros por hora.

"A onda veio muito rápido. Mas também parecia que estava em câmera lenta. É algo muito estranho, não consigo explicar", fala Ana Paula, mãe de uma menina de 8 anos e um menino de 3 anos.

O local onde a funcionária da Vale estava era o trecho final de uma estrada de terra que descia desde a área de extração de minério, no alto, até o terminal de carregamento do trem, na parte mais baixa do complexo mineiro, muito perto da barragem.

Nessa estrada, Ana Paula dirigia o gigantesco e potente Fora de Estrada 777, veículo usado para transportar minério, com cinco metros de altura e 11 de comprimento - o pneu, por exemplo, é mais alto que a motorista. Na sua caçamba, havia 91 toneladas de minério, que seriam despejados nos vagões do trem.

Era um trabalho que ela amava, com o qual havia sonhado por muitos anos e que iniciara alguns meses antes, em junho de 2018.

No primeiro momento, Ana Paula não entendeu o que estava acontecendo. "Achei que era uma detonação na mina", diz ela. Só instantes depois, compreendeu que a barragem havia estourado. "A gente achava que essa barragem estava seca. Olhando de cima, parecia um campo de futebol, firme, duro, não tinha esse lamaçal. Ninguém imaginava que estava assim por dentro", conta.

Além disso, "eu nunca tive receio dessa barragem, porque a Vale sempre passava muito treinamento de segurança. Inclusive, uns três meses antes, tinham feito uma simulação (de evacuação de emergência)", acrescentou Ana Paula.

Mas, "quando caiu a ficha, peguei o rádio transmissor (do veículo) e comecei a gritar desesperada: 'corre, foge, a barragem estourou'. Quem estava naquela faixa (de rádio) me escutou gritando. Depois, fiquei sabendo que teve gente que escapou porque ouviu uma mulher chorar e gritar no rádio. Era eu", diz ela.

Ana Paula ainda tentou chamar a central pelo rádio, mas escutou apenas um silêncio - o local havia sido rapidamente soterrado.

Em apenas 30 segundos, a avalanche chegou a cerca de 100 metros do megacaminhão de Ana Paula. Inundou de lama o começo da estrada onde estava o veículo, destruiu parte das instalações da Vale localizadas ali, e despencou em cima de um grupo de pessoas que tentava escapar.

"Minha vontade era me jogar naquela lama para ajudar a salvar as pessoas, mas não tinha jeito. A onda era muito mais forte que qualquer um de nós", fala ela.

A partir daquele ponto, se a onda tivesse seguindo em linha reta, poderia ter encoberto toda a estrada onde estava o megacaminhão de Ana Paula. Mas o mar de lama fez uma curva exatamente na encosta onde ficava a via, e se deslocou rumo ao terminal de carregamento. De lá, seguiu para a área administrativa e o refeitório - onde, acredita-se, estava a maior parte das vítimas.

Assim, a trabalhadora assistiu atônita à maior parte da avalanche desviar da sua direção e correr pelo seu lado direito, destruindo tudo que havia pela frente.

"Hoje, eu não posso mais olhar para uma montanha. Senão, eu vejo a onda vindo outra vez", desabafa. No total, Ana Paula calcula que perdeu "muito mais que vinte" colegas na tragédia. Sua tia Rosário, que também trabalhava na Vale, está desaparecida.

A fuga de ré com 91 toneladas na caçamba

Enquanto a barragem se rompia, um outro megacaminhão de minério começava a subir a estrada onde estava Ana Paula, no sentido oposto. Vazio, tinha acabado de descarregar minério nos vagões do trem.

O motorista, que dirigia de costas para a barragem, estava alheio à iminência da tragédia. Como o veículo é muito barulhento, o trabalhador usava protetores auriculares, que podem ter impedido que ouvisse o rompimento do reservatório e o som de árvores e construções sendo engolidas pela lama.

Foi Ana Paula quem o alertou. "Eu buzinei e dei luz, desesperada, para avisar meu colega. Ele não ouviu minha buzina, mas acabou percebendo o sinal de luz e acelerou para subir a estrada".

Mas havia outro problema: a estrada não comportava a passagem simultânea de dois caminhões de minério. Então, para que o colega pudesse acelerar, Ana Paula teve que tomar uma decisão corajosa e arriscada: encostou seu Fora de Estrada à direita da via e ficou parada, adiando a própria fuga. Enquanto isso, a lama ia varrendo a mina.

"Se não fosse isso, a onda tinha quebrado em cima dele. Foi por muito pouco", conta a funcionária da mina Córrego do Feijão.

Depois de passar por Ana Paula, esse segundo megacaminhão subiu por uma estrada lateral e se afastou da destruição da lama. Esse momento, ocorrido às 12h29, foi registrado por uma câmera de segurança da Vale - a mesma que gravou o rompimento da barragem, um minuto antes.

A imagem do veículo em fuga foi exibida pelas emissoras de TV na última sexta-feira. Quando viu a cena, Ana Paula relembrou de tudo que viveu e quase desmaiou. "Fiquei com tontura, meu corpo ficou bambinho", relata. Já o colega que dirigia o veículo mostrado na mídia, ainda muito abalado, não quis dar entrevista - por isso, a BBC News Brasil optou por preservar seu nome.

Após o colega conseguir fugir, era a vez de Ana Paula fazer algo para sair dali. A missão era difícil, já que a frente do seu megacaminhão estava virada para a direção oposta à rota de fuga. Manobrar o veículo era impossível - a estrada era estreita, o veículo enorme, e não haveria tempo para isso.

"Então, eu pensei: vou dar ré", lembra ela.

"Só que era uma subida e o caminhão estava cheio de minério. Eu achava que não ia subir de ré, mas era minha única opção. Então, fui dando ré e pedindo a Deus para me salvar. Eu dava ré e a lama ia chegando mais perto. Foi Deus que colocou a mão atrás do caminhão e puxou".


Foram cerca de 150 metros de ré - sempre de frente para a barragem, observando toda a destruição causada pela lama. Até que Ana Paula chegou ao entroncamento da estrada pela qual seu colega havia subido minutos antes. Então, embicou o megacaminhão de frente e dirigiu para longe dali.

Essa cena também foi captada pela câmera de segurança da Vale. Às 12h31, três minutos após o rompimento da barragem, quando parecia não haver mais vida alguma naquele local, o Fora da Estrada 777 de Ana Paula emergiu da poeira que havia sido levantada pela passagem da lama. Carregado de minério, o veículo se movia lentamente, último sobrevivente daquele campo de guerra.

"Se eu tivesse entrado em choque, paralisado, como aconteceu com muita gente, não teria saído dali. Eu acho que foi Deus que deixou minha cabeça boa para fazer o que eu fiz", acredita a motorista dos super caminhões.


Já fora de risco, a única coisa em que Ana Paula pensava era abraçar os filhos. Desde a tragédia, o mais novo pede abraços a todo momento. "Meu psicológico está abalado, mas tenho que ter força pelos meus filhos".

A chegada da lama ao refeitório

Enquanto Ana Paula dava ré no seu megacaminhão, a avalanche de lama atingia a área administrativa da Vale e o refeitório, a cerca de 1,4 quilômetro da base da barragem. O trajeto levou em torno de dois minutos, apenas.

Walcir Carvalho, de 30 anos, trabalha para uma empresa terceirizada que presta serviços elétricos para a Vale. No momento do rompimento da barragem, ele e seus oito colegas haviam acabado de almoçar no refeitório da mina Córrego do Feijão.

A seguir, a maioria do grupo foi descansar em uma pracinha ali perto. Já Walcir e outros dois colegas foram tirar um cochilo nos veículos da firma, que estavam estacionados em fila indiana a poucos metros dali, sob a sombra de árvores.

Mas, naquele dia, Walcir sentiu um incômodo diferente e não conseguiu pegar no sono. Por isso, saiu da caminhonete onde estava e foi se deitar na carroceria do veículo da frente. Minutos depois, ouviu um barulho de explosão muito alto.

"Achei que era uma explosão da mina. Mas então começou a vir poeira com lama, as árvores começaram a quebrar. Quando olhei, a onda já estava chegando na caminhonete. Aí foi cada um correndo por si", conta Walcir, cujo olhar lembra o de Ana Paula, distante e assustado.


"Nunca imaginamos que isso ia acontecer. A Vale tem um trabalho 100% em termos de segurança. E eu já trabalhei perto da barragem, parecia que era (feita de) terra. Nunca ficava água lá. Se enchia de água, uma bomba logo tirava", completa. A lama, portanto, foi uma surpresa também para Walcir.

O funcionário relata que não ouviu nenhuma sirene - a própria Vale admitiu que o alerta sonoro de emergência não soou "devido à velocidade com que ocorreu o evento". "Quem estava em um lugar mais aberto conseguiu ouvir pessoas gritarem (e pode fugir antes). Já a gente, que estava embaixo das árvores, só ouviu a onda chegando mesmo", conta. Segundo ele, ainda houve quem escutou uma mulher gritar e chorar no rádio.

Na fuga, o eletricista teve que pular um poste que caiu ao seu lado. "Minha sorte é que não estava eletrizado, senão eu tinha morrido na hora". Depois, atravessou uma área de mata e chegou em um ponto mais alto, a salvo da lama. Ali, também estavam outros sobreviventes.

"Éramos umas 50 pessoas. Ficamos desesperados, procurando se nossos amigos também tinham conseguido fugir", diz Walcir. Mas seus dois colegas que também estavam cochilando nas caminhonetes não apareceram. Ao longo das buscas, um deles teve o corpo identificado. Já o outro continua desaparecido. "Não consigo falar sobre eles não", disse o eletricista, muito emocionado.

Assim como os colegas de Walcir, há entre as vítimas do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão um grande número de terceirizados. Nesta terça-feira, 130 funcionários da Vale tinham sido identificados entre os mortos ou estavam desaparecidos. Já entre funcionários terceirizados ou pessoas da comunidade, o número era maior, de 189.

Evangélico, Walcir acredita que foi salvo por um milagre. Dos três veículos da empresa, dois ficaram soterrados. Já o terceiro foi torcido pela lama, mas não afundou - "era a caminhonete onde estava minha Bíblia", diz o trabalhador.

"Graças a Deus eu consegui fugir. Muitas pessoas que faleceram ficaram paralisadas, sem reação, hipnotizadas pelo que estavam vendo e não conseguiram escapar", relata.


Walcir e a esposa Queila; ele trabalhava em uma empresa tercerizada da Vale no momento do rompimento da barragem e conseguiu fugir. — Foto: BBC NEWS BRASIL/AMANDA ROSSI

Cada um que sobreviveu é um 'milagre'

Em circunstâncias extremas, o curso da vida pode ser completamente alterado por ações fortuitas - ou, dependendo do ponto de vista, por pequenos milagres.

No caso de Ana Paula, foi o fato de estar descendo a estrada mais devagar que o de costume que a colocou fora do primeiro ponto de impacto da onda. "Se eu tivesse descido com uma marcha a mais, teria chegado mais rápido lá embaixo (na área dos vagões). E a onda teria quebrado em cima de mim", diz ela.

Já no caso de Walcir, a dificuldade de cochilar fez com que se movesse para um lugar por onde foi mais fácil fugir. Além disso, seu supervisor tinha decidido liberar a equipe para almoçar antes de iniciarem o próximo serviço: uma manutenção em postes localizados justamente ao pé da barragem. "Se a gente não tivesse ido almoçar aquela hora, não estávamos aqui respirando".

"Qualquer um que se salvou é um milagre", acredita Ana Paula.


Até avistar a avalanche de lama, a motorista dos supercaminhões da Vale estava vivendo um dia normal de trabalho. Havia acordado às 4h, como de costume, feito café e enchido a garrafa térmica que levava todos os dias para o serviço. Às 5h50, saiu de casa para pegar o ônibus que conduzia os trabalhadores de Brumadinho até a mina.

"Eu fico me lembrando do início daquele dia, quando estava esperando o ônibus junto com meus colegas de trabalho. Estávamos indo trabalhar felizes. Era meu sonho trabalhar lá. Mas, daquele grupo do ponto de ônibus, só eu sobrevivi".


Desde então, está difícil pensar em outro assunto. Na semana que seguiu à tragédia, Ana Paula passou grande parte do tempo em frente à TV. "Meu marido, minha família, um monte de gente briga comigo para eu parar de ver notícias sobre isso. Mas eu não consigo. Acordo e já ligo o aparelho, para tentar saber de algum colega", fala ela.

Assim como muitos funcionários da Vale que viram a lama e sobreviveram, Ana Paula passou alguns dias sem dormir. "Mas, se eu ficar na cama, de que vai adiantar eu ter sobrevivido?", questiona ela, que está sendo atendida por uma psicóloga contratada pela empresa - diversos profissionais da área foram disponibilizados pela mineradora para acompanhar quem foi afetado pelo desastre.

"Ela (a psicóloga) falou para eu pensar que sobrevivi e ajudei outras pessoas a se salvarem", diz Ana Paula.

E daqui para frente, o que vai acontecer? "Não sei. Eu nem penso nisso. Eu vou ter que trabalhar, ficar em casa vai ser pior. Acho que não vão mandar a gente embora. A maior parte de Brumadinho trabalha lá (na Vale)", responde a funcionária da mineradora.

E quanto à barragem? "Quem dera eles tivessem falado (do risco) para a gente, mas eu não sei se sabiam ou não. Tem que esperar a investigação esclarecer".

ROMPIMENTO DE BARRAGEM EM BRUMADINHO

RÚSSIA FAZ SÉRIA ADVERTÊNCIA AO OCIDENTE CONTRA IDEIA DE USAR A FORÇA NA VENEZUELA

20 

1' 

RÚSSIA FAZ SÉRIA ADVERTÊNCIA AO OCIDENTE CONTRA IDEIA DE USAR A FORÇA NA VENEZUELA


O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov declarou nesta quarta-feira (7) que a Rússia avisa seriamente o Ocidente contra ideias arriscadas de levar adiante um cenário de uso da força contra a Venezuela

7 de Fevereiro de 2019 às 06:33 // Inscreva-se na TV 247

247, com Sputnik - O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov declarou nesta quarta-feira (7) que a Rússia avisa seriamente o Ocidente contra ideias arriscadas de levar adiante um cenário de uso da força contra a Venezuela.

Segundo o diplomata russo, a intervenção militar nos assuntos internos da Venezuela é o pior cenário e suas consequências afetarão não apenas a Venezuela, mas também outros países.

A Venezuela está sob a tentativa de golpe patrocinada pelos Estados Unidos e sob ameaça de intervenção militar norte-americana. A Rússia já se posicionou ao lado do governo constitucional do presidente Nicolás Maduro e pelo respeito à autodeterminação do povo venezuelano

SEJA UM EMPREENDEDOR DIGITAL, NO CONFORTO DO SEU LAR, COM SEU ESCRITÓRIO VIRTUAL

SEJA UM EMPREENDEDOR DIGITAL

  SEJA UM EMPREENDEDOR DIGITAL Tenha sua  Página Lucrativa  Online e Fature Dezenas ,  Centenas  ou  Milhares  de PAGAMENTOS  de  R$ 50,...