trabalho de combate às chamas, que começou pouco depois das 10h de quinta-feira (2), ainda não tem previsão para terminar
O incêndio nos tanques de combustíveis da Ultracargo, em Santos, litoral de São Paulo, voltou a sair do controle no início da tarde deste sábado (4). De acordo com o Corpo de Bombeiros, o perímetro de resfriamento foi rompido e as chamas atingiram o sexto tanque de armazenamento de combustíveis, este com gasolina.
(Foto: Reprodução/ Facebook)
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Em nota, a empresa responsável pelos tanques confirmou as novas explosões. “A Ultracargo informa que o incêndio em parte de seu terminal em Santos atingiu mais um tanque, totalizando quatro neste momento. O quarto tanque é vizinho à área originalmente afetada e contém gasolina. Na mesma bacia de contenção há ainda mais dois tanques. Um deles está vazio e o outro contém etanol”, explicou.
Agora, quatro unidades contendo etanol e gasolina estão queimando. Em outros dois tanques, as chamas se extinguiram depois que o combustível foi totalmente queimado. O trabalho de combate às chamas, que começou pouco depois das 10h de quinta-feira (2), ainda não tem previsão para terminar.
Pela manhã, uma reunião entre representantes do Corpo de Bombeiros, Prefeitura de Santos, Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), Polícia Militar, Guarda Portuária e Ultracargo definiu que a estratégia de combate às chamas será mantida.
A investigação para apurar as causas do incêndio só irá começar depois que o fogo se extinguir. A estimativa dos bombeiros é que o fogo persista por alguns dias. O Corpo de Bombeiros dobrou o efetivo de combatentes, chegando a 180 homens.
A Prefeitura de Santos enviou mensagens de texto a 466 mil celulares e telefones fixos cadastrados. Na mensagem, os moradores eram avisados que o incêndio estava sob controle e a Cetesb monitora permanentemente a qualidade do ar.
Um dos problemas que precisam ser contornados é que a tubulação entre os tanques tem menor capacidade de aguentar o calor e, ao se romper, espalha combustível pela área da empresa. "Tememos que os tanques voltem a colapsar, como aconteceu ontem, o que espalharia mais combustível por uma área maior. Não sabemos quanto esses tanques aguentam. ê um dragão confinado em uma gaiola", afirmou o capitão Wagner Bertolini, do Corpo de Bombeiros, ao jornal O Globo.
Antes da combustão do sexto tanque, ainda pela manhã deste sábado (4), a empresa Ultracargo, proprietária dos tanques incendiados, afirmou que os "trabalhos para o isolamento da área e contenção do fogo prosseguem sem interrupção”. “O incidente continua sem vítimas ou feridos”, complementou. A Ultracargo também não tem estimativa dos prejuízos: cada tanque tem entre cinco e dez milhões de litros de combustível.
Há 30 anos, 93 pessoas morreram em incêndioO incêndio nos terminais de combustíveis da empresa Ultracargo fica a poucos quilômetros de Vila Socó, em Cubatão, cidade vizinha a Santos, onde há trinta anos aconteceu a maior tragédia de incêndios a terminais de combustíveis.
Em fevereiro de 1984, a explosão de um duto da Petrobras causou incêndio incontrolável que se estendeu por dois dias e deixou, ao menos, 93 mortos. A maioria das vítimas foi de moradores da Vila Socó, no bairro de Vila São José. A favela que tinha cerca de 600 barracos ficou completamente destruída. Na época, entidades e testemunhas afirmaram que o número de vítimas fatais chegou a 400.
Assim como o local do incêndio desta quinta, a Vila Socó ficava à margem da Anchieta, próxima a uma região de mangue. No local, moravam pouco mais de 6.000 habitantes distribuídos em cerca de 600 barracos, segundo os dados divulgados pelas autoridades na época