Pontífice tocou no assunto em discurso ao corpo diplomático na Santa Sé.
Ele criticou a 'cultura da rejeição ao outro'.
O Papa Francisco condenou nesta segunda-feira (12) as "formas deturpadas de religião" após "o massacre trágico" da última semana em Paris, durante seu tradicional discurso anual ao corpo diplomático credenciado na Santa Sé.
O pontífice criticou a "cultura da rejeição ao outro", que gera violência e morte e que converte o ser humano "em escravo, seja da moda, do poder, do dinheiro, inclusive às vezes de formas deturpadas de religião", disse.
Diante dos embaixadores e representantes ante o Vaticano, o Papa citou os maiores conflitos que atingem o mundo, entre eles Paquistão, Nigéria, Síria e Iraque.
O chefe da Igreja também pediu para a comunidade internacional não ser indiferente e apelou para que condene "qualquer interpretação documental e extremista da religião, que pretenda justificar tais atos de violência".
O pontícice condenou "o terrorismo" e afirmou que "o fundamentalismo religioso, antes mesmo de descartar seres humanos perpetrando horrendos massacres, rejeita Deus, relegando-o a um mero pretexto ideológico".
"Há um tipo de rejeição que nos afeta todos, que nos leva a não ver ao próximo como a um irmão ao qual acolher, mas a deixá-lo fora de nosso horizonte pessoal de vida, a transformá-lo em um adversário, em um súdito ao qual dominar", lamentou o bispo de Roma.
"Essa é a mentalidade que gera a cultura do descarte, que não respeita nada nem ninguém: desde os animais aos seres humanos, e inclusive o próprio Deus. Daí nasce a humanidade ferida e continuamente dividida por tensões e conflitos de todo tipo", afirmou.
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