Manifestação no Anhagabaú vai defender Petrobras, pedir reforma política e criticar PL da terceirização. Na Força, além do candidato derrotado, Eduardo Cunha estará presente
por Redação RBA publicado 30/04/2015 17:00, última modificação 30/04/2015 18:04
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GERARDO LAZZARI/RBA
Para enfrentar ofensiva conservadora, movimentos e centrais estão se mobilizando em conjunto desde 13 de março
São Paulo – Os dois principais atos do 1º de Maio em São Paulo vão contrapor, além de posições distintas sobre o Projeto de Lei 4.330, sobre terceirização, setores políticos cada vez mais antagônicos. No palanque da CUT, CTB e Intersindical, além de movimentos populares, estará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ausente há alguns anos desse tipo de manifestação. Ao da Força Sindical, irá o candidato derrotado à Presidência pelo PSDB, senador Aécio Neves, além do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que comanda uma agenda conservadora no Parlamento.
A mobilização organizada por CUT, CTB, Intersindical, Central dos Movimentos Populares (CMP), Marcha Mundial de Mulheres, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outros, vai ocorrer no Vale do Anhangabaú, na região central, a partir das 10h, com um ato ecumênico, seguido de atividades políticas e, por fim, apresentações musicais. A Força, que terminou defendendo o PL, faz seu ato na praça Campo de Bagatelle, na zona norte da capital.
Para movimentos e centrais, o PL 4.330 representa a precarização das relações de trabalho no país, com enfraquecimento dos sindicatos e o fim dos direitos trabalhistas como férias, FGTS e 13º salário. Da forma como foi aprovado na Câmara dos Deputados, no último dia 22, o projeto permite a terceirização de qualquer função nas empresas, o que, segundo os trabalhadores, só favorece aos empresários. “Será um marco da luta e da resistência dos trabalhadores para fazer o enfrentamento nas ruas contra esse PL 4.330, que unifica toda a esquerda e o movimento sindical numa batalha para não acabar com carteira assinada”, diz o presidente da CUT, Vagner Freitas.
Na última terça-feira (28), CUT, UGT, CTB e Nova Central reuniram-se com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para pedir ampla negociação e diálogo sobre o PL 4.330, que começará a tramitar naquela Casa. Os trabalhadores, no entanto, não descartam uma greve geral caso o projeto da terceirização avance.
O presidente da CUT espera que o ato de amanhã seja "um marco inicial para unificação da esquerda brasileira, da construção de um bloco da esquerda que leve em conta sindicatos, movimentos sociais e até partidos políticos que tenham em comum o interesse da defesa da classe trabalhadora, da liberdade e da democracia". Freitas avalia que "a direita conservadora tentará trazer o retrocesso ao país e conseguirá, se não fizermos enfrentamento".
As entidades também criticam a proposta de ajuste fiscal, que prevê cortes de gastos de até R$ 22 bilhões em todos os ministérios, pois avaliam que vai prejudicar os trabalhadores, causar desemprego e recessão. Eles defendem a taxação das grandes fortunas e a auditoria da dívida pública como forma de melhorar as contas dos governos. As centrais vão se manifestar ainda contra manifestações de caráter conservador que veem ocorrendo pelo país e em defesa da Petrobras.
“Este 1º de Maio será um grito pela liberdade, pela democracia e pela construção de uma sociedade menos desigual. Para isso, precisamos de uma reforma política com o fim do financiamento empresarial de campanha, precisamos da regulação dos meios de comunicação para que tenhamos democracia e pluralidade, para que avancem pautas trabalhistas como a redução da jornada de trabalho sem redução de salário e a regulamentação do direito de greve”, afirma Freitas.
Após o ato político, a partir das 13h, estão previstos shows de Alceu Valença, Leci Brandão, Rappin Hood, GOG, Thobias da Vai-Vai e Elizeth Rosa. Haverá, ainda, espaço de convivência e alimentação, além de unidades móveis de atendimento e outros serviços à população.
A CSP-Conlutas e a Nova Central vão realizar atos em outros locais. Confira a relação completa de atividades programadas pelo país:
Agenda
Mobilizações do Dia do Trabalho em defesa dos direitos, da democracia, da Petrobras e da reforma política – CUT, CTB, Intersindical e movimentos sociais
São Paulo, capital
Vale do Anhangabaú, centro
10h às 11h – ato ecumênico
11h às 13h – ato político - Pame´lloza e grupo Mistura Popular
13h – shows de Thobias da Vai-Vai e Elizete Rosa, Alceu Valença, GOG, Leci Brandão, Rappin Hood
ABC – Jardim do Lago - São Bernardo
9h30 – ato político, na rua Ministro Edgar Rocha, 35
10h – shows com Neguinho da Bahia, Alex Fernandes, Roger e Robson, Bad e Afro, Almir Guineto, GOG, Edi Rock, Amigo do Pagode 90 e Arlindo Cruz
ABC – Jardim Palermo - São Bernardo
9h30 – ato Político, na avenida Luiz Pequini, 700
10h30 – shows com: Rubens Julian, Marcinho do Cavaco, Grupo Musical AMA ABC, Negra Li, Dexter, Dudu Nobre, Yzalú, Samprazer, Rappin Hood e Turma do Padoge
São José dos Campos
10h – Abertura na Praça 1º de Maio, Novo Horizonte
Goiás
8h – Corrida do trabalhador e Ações da Cidadania
17h – ato Político e logo em seguida shows com: Luiz Chaffin, Amauri Garcia, Maria Eugenia, Luiz Augusto, Negra Jane, Grupo de Catiras e Filhos de Aparecida, Alcione.
Bahia
13h – ato político
Logo em seguida, a festa será no Terreiro de Jesus, no Pelorinho com: Aldemário Coelho e Banda Baiana System.
Brasília
9h – ato na Torre da TV, no eixo monumental Oeste
Recife
9h – em Recife, o ato na praça Oswaldo Cruz, na Boa Vista, com passeata pelo centro.
Rio de Janeiro
15h – Concentração nos Arcos da Lapa
Em seguida, terá show com Zé Katimba, Acadêmicos do Dendê, Nação Brasil da Vila Catiri, Bloco Comuna que Pariu e Luiz Bruno, Sergival, Marcos Lucena, Ângelo e Nonato Almeida, Negras de Atitude, Apafunk, RAP do Neguim que Não se Cala e o Jongo da Amendoeira, Casari (Casa do Artista Independente), Jô Borges e Instrumental, Grupo Teatral Zelote e a performance do poeta popular Zorro
Aracaju
8h – ato público com concentração na Praça Chico Mendes, no Conjunto Orlando Dantas
Fortaleza
8h – concentração na Praça Cruz Grande, na Avenida Dedé Brasil s/n.
Campo Grande
6h30 – concentração no posto Jaú, 163 – sentido Anhanduí.
Arquidiocese de São Paulo
São Paulo, capital
9h – Missa dos Trabalhadores na Catedral da Sé
CSP-Conlutas
São Paulo, capital
10h30 – ato político na praça da Sé
São José dos Campos
10h – praça Afonso Pena
Belo Horizonte
7h30 – praça Sete
Fortaleza
7h – café da manhã no Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (rua Agapito dos Santos, 480 centro)
Força Sindical
São Paulo, capital
Praça Campo de Bagatelle, Santana
9h às 15h – ato político e shows de Bruno e Marrone, Leonardo, Paula Fernandes, Zezé de Camargo e Luciano, Inimigos da HP, Latino
Campo Grande
8h30 – praça do Rádio
Porto Alegre
9h – procissão de Nossa Senhora do Trabalho, com início no Lar São Luis Guanella
14h – ato Político na Praça México
Rio de janeiro
8h – Sítio Mazzaropi, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense
Minas Gerais
8h30 – Praça Antônio Carlos, Juiz de Fora
12h – Praça de Eventos, centro, Ouro Branco
Paraná
12h – BioParque, São José dos Pinhais
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