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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Brasileiro não tinha consciência de que seria morto até o final, diz padre que acompanhou execuções


atualizado às 14h29
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O segundo brasileiro executado na Indonésia por tráfico de drogas, Rodrigo Gularte, não havia entendido que iria morrer, segundo disse um padre que o acompanhou.
O padre Charlie Burrows disse que Gularte estava ouvindo vozes e não entendeu que seria levado para um pelotão de fuzilamento até o último minuto, quando foi acorrentado.
O prisioneiro havia sido diagnosticado com esquizofrenia paranoica e desordem bipolar.
Condenados por tráfico de drogas, sete estrangeiros e um indonésio foram executados na quarta-feira, provocando protestos diplomáticos. O governo brasileiro considerou a execução um "fato grave" na relação entre Brasil e Indonésia.
Ouvindo vozes
O padre Charlie Burrows, que acompanhou as execuções, disse que tentou preparar Gularte para o momento da morte, mas disse que o brasileiro não entendia o que estava acontecendo.
"Eu tive tempo para prepará-lo porque ele tinha que ser acorrentado. Ele não queria ser tocado", disse ele à ABC News Austrália.
"Ele começou a entender e, quando as correntes começaram a ser colocadas, ele me disse: 'Oh não, padre, eu estou sendo executado?'."
Burrows disse que Gularte dizia que vinha ouvindo vozes nos seus últimos dias, que prometiam que tudo ficaria bem.
"Ele acreditava mais nas vozes do que em qualquer pessoa", disse.
Um dos últimos pedidos de Gularte foi ser enterrado no Brasil para que "se fosse ressucitado" estivesse perto de sua família, segundo afirmou um diplomata à BBC Brasil.
Ele disse que essa seria mais uma prova dos distúrbios mentais do brasileiro.
Um primo que visitou Gularte disse que ele estava tendo delírios. Seus assuntos favoritos eram "suas vidas passadas no Egito e outras histórias surreais que nunca aconteceram".
O primo disse também que Gularte alegava que a comida da prisão estava contaminada e era visto falando com as paredes.
O advogado indonésio de Gularte, Ricky Gunawan, disse que a execução foi "ultrajante".
"A Indonésia fechou os olhos e ouvidos e só queria executá-lo independentemente das evidências plausíveis que nós tínhamos".
O Brasil pediu ao governo indonésio que poupasse Gularte alegando que ele sofria de doença mental.
Profundo arrependimento
Ele foi o segundo brasileiro a ser executado por tráfico de drogas na Indonésia em quatro meses.
Gularte, de 42 anos de idade, foi preso em 2004 tentando entrar na Indonésia com cocaína escondida em uma prancha de surfe.
As execuções ocorridas na ultima quarta-feira foram alvo de muitas críticas internacionais.
O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon expressou "profundo pesar" em relação ao incidente.
Ele afirmou que a pena de morte "não tem lugar no século 21" e pediu que a Indonésia poupe os demais condenados à morte.
Entre os prisioneiros mortos estavam também dois homens australianos – Andrew Chan e Myuran Sukumaran.
A Austrália, uma importante aliada da Indonésia, convocou seu embaixador, como forma de protesto.
A Nigéria também anunciou "grande desapontamento" com as execuções de quatro de seus cidadãos. Houve, porém, comemorações nas Filipinas, devido ao adiamento da execução da filipina Mary Jane Veloso.
Ela foi autorizada a testemunhar no caso da mulher a quem acusa de esconder cocaína em sua bagagem.

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