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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Jovem do DF supera 5 tumores em 10 anos e realiza sonho de ir a Paris

Rapaz passou por 70 ciclos de quimioterapia, 2 cirurgias e um transplante.
Ele venceu leucemia, dois melanomas e tumores no coração e cérebro.

Isabella FormigaDo G1 DF
Jornalista José Jance Marques no campus da UnB em Brasília  (Foto: Isabella Formiga/G1)Jornalista José Jance Granjeiro no campus da UnB em Brasília (Foto: Isabella Formiga/G1)
Aos 29 anos, o brasiliense José Jance Granjeiro passou a última década lutando contra cinco cânceres, um a cada dois anos: foram dois melanomas, um tumor no coração, um no cérebro e leucemia. Neste período, o rapaz passou por duas cirurgias, 70 ciclos de quimioterapia e um transplante. Ele nasceu com a síndrome de Li-Fraumeni, que causa o desenvolvimento de tumores.
Atualmente em remissão, o estudante, que já tem duas formações – em jornalismo e em relações públicas –, cursa agora direito na Universidade de Brasília (UnB) e, recentemente, realizou o sonho de conhecer Paris, uma das promessas que se fez depois de enfrentar o útimo câncer.
José Jance sem cabelos após um dos cinco tratamentos de quimioterapia  (Foto: José Jance Marques/Reprodução)José Jance sem cabelos após um dos cinco tratamentos de
quimioterapia (Foto: José Jance Marques/Arquivo Pesssoal)
Granjeiro diz que a predisposição a desenvolver a doença pode ter começado antes mesmo de ele ter nascido, com a tentativa da mãe, que teve um relacionamento casual com o pai, em abortá-lo. Segundo ele, os medicamentos tomados durante a gestação podem ter provocado uma alteração no DNA que favoreceu o surgimento da síndrome.
“Quando minha mãe descobriu que estava grávida, confrontou meu pai, disse que já tinha uma filha não assumida e que não poderia voltar para a cidade dela com dois filhos de pais diferentes. Meu pai disse que era para ela se virar, que ele não ia resolver”, diz. “Então, ela tentou abortar. Essa tentativa de aborto foi com alguns remédios. Isso foi o que ela mesma me contou, muitos anos depois, quando a conheci, aos 19 anos.”
“Quando nasci, ela me deixou na porta da casa da minha avó paterna”, disse. Ele foi acolhido pela idosa, a quem chama de "mãe", e viveu com ela até os 17 anos. A tentativa de aborto provocou problemas de formação que foram surgindo à medida que o garoto crescia. “Durante a primeira infância, eu tinha o coração maior do que a média. Era um pouco maior do que meu corpo poderia suportar”, diz.
A cada ano ímpar, já fico com a orelha em pé. Foi então que me perguntei: ‘o que está acontecendo comigo?’. Fui para São Paulo fazer uma bateria do exames, entre eles o Pet-scan, que vira você do avesso. No exame de sangue descobriram a MMP-8, típica da síndrome de Li-Fraumeni. Essa enzima faz com que as pessoas desenvolvam câncer, principalmente até os 30 anos de idade e tem a ver com situações hereditárias. Foi então que fui atrás da minha mãe biológica"
José Jance Granjeiro
O primeiro câncer, um melanoma, surgiu aos 19 anos, com uma pequena pinta no peito. “Ela começou a crescer com uma mancha ao redor dela e coçava muito. Essa mancha era muito disforme, diferente das pintas comuns, que são arredondadas", disse.
“Esse primeiro tumor foi aquele choque. Quando você ouve a palavra câncer pela primeira vez, se assusta, não sabe bem o que é, acha que é sinônimo de morte, acha que não vai sobreviver e é tomado por aquele pavor. Não tem palavra melhor do que ‘pavor’ para traduzir isso”, diz.
Sem conseguir tratamento na rede pública, Granjeiro teve de buscar ajuda em um hospital particular. Para pagar por uma cirurgia de retirada da pinta e quatro ciclos de quimoterapia, ele teve de fazer um empréstimo de R$ 8 mil, que só conseguiu quitar quatro anos depois.
Foram dez meses de tratamento até ficar totalmente livre do melanoma. O segundo câncer, no coração, surgiu dois anos depois, em 2007. “O sentimento então foi de revolta”, diz. “Já tinha problemas respiratórios por conta do coração, mas comecei a sentir muita tontura. Andava e ficava muito tonto e enjoado e começava a vomitar. Às vezes faltava apetite e sentia uma arritmia. Desmaiava dentro de casa.”
Exames apontaram um tumor em estágio inicial dentro do átrio, uma das duas cavidades do coração. Sem necessidade de cirurgia, Granjeiro passou por seis sessões de quimioterapia no Hospital de Base. Foram sete meses de tratamento.
“A sorte foi que descobrimos muito cedo. Tumor no coração é muito raro. Só apareceu porque o primeiro melanoma, que tem alto poder de metástase, passou pelo coração por conta da proximidade. E foi dificil até diagnosticar", diz.
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Jornalista José Jance Marques em foto de 2010 (Foto: Facebook/Reprodução)O estudante em foto de 2010 (Foto: Facebook/Reprodução)
O terceiro tumor, outro melanoma, surgiu dois anos depois, no peito. “A cada ano ímpar, já fico com a orelha em pé”, diz. “Foi então que me perguntei: ‘o que está acontecendo comigo?’ Fui para São Paulo fazer uma bateria do exames, entre eles o Pet-scan, que vira você do avesso. No exame de sangue descobriram a síndrome de Li-Fraumeni, que faz com que as pessoas desenvolvam câncer, principalmente até os 30 anos de idade, e tem a ver com situações hereditárias. Foi então que fui atrás da minha mãe biológica.”
Família 
Aos 21 anos, Granjeiro nunca havia tido contato com a mãe. Pela extinta rede social Orkut, ele localizou moradores da cidade onde ela vivia, no interior no Paraná, e conseguiu o telefone dela. “A conversa foi estranha. Ela me contou o lado dela da história, me contou que eu tinha uma irmã, me falou da minha avó, das pessoas de lá, e combinamos de eu ir lá conhecê-la”, disse.
Granjeiro viajou de ônibus durante 27 horas para chegar à cidade da mãe na véspera de Natal. “Minha mãe me contou da relação com meu pai e foi então que me contou da questão do aborto. Ela disse que até tinha enfiado uma vareta de ferro para se perfurar na tentativa de me abortar. Isso me deixou em choque. Ela também disse que tomou uma série de medicamentos”, conta.
“Ela chorou muito, muito, pediu perdão. Disse que não teve maior arrependimento na vida dela, que ela nunca conseguiu casar, não teve nenhum relacionamento depois disso, ficou traumatizada, nunca conseguiu se envolver. E a todo momento ela pedia perdão, pedindo para eu não me afastar dela.”
Granjeiro disse que só conversou com a mãe sobre os cânceres no dia seguinte. “Ela ficou muito mal. Falei que não era para ela se sentir culpada, que não necessariamente era culpa dela, mas que precisava dessas respostas para entender e me cuidar”, diz. “Voltei para casa e continuamos a nos falar por telefone e por carta.”
A relação não foi duradoura. Ao descobrir que o filho é homossexual, a mãe, que é evangélica, passou a condená-lo. “Por telefone, ela falava que Deus não aprovava, que não estava certo, que deveria procurar o caminho de Jesus e coisas do tipo. A partir daí decidi me afastar e nunca mais nos falamos."
Granjeiro diz que a verdadeira mãe dele foi a avó, que até os 70 anos trabalhou na Feira daCeilândia vendendo roupas e criou sozinha 13 filhos. Ela morreu no ano passado. “Eu chamava ela de mãe. Ela é minha mãe. Ela sempre me educou para a vida. Disse que eu não dependeria dela, do meu pai, de ninguém, porque ninguém estava nem aí. Sempre estudei em escolas públicas, mas ela sempre proveu os melhores livros, sempre me educou para eu aprender. Ela me ensinou a não desistir”, diz.
José Jance Granjeiro com a avó paterna (Foto: Facebook/Reprodução)José Granjeiro com avó paterna (Foto: Facebook/Reprodução)
Novo câncer
Em 2011, os médicos descobriram um novo tumor, desta vez no cérebro, próximo à medula dorsal. “Eram duas bolinhas muito pequenas. Sentia enjoos excessivos, muita dor de cabeça, muita tontura. Às vezes, sem motivo aparente, desmaiava no meio da escada quando descia para levar os cachorros para passear. Passava 20 minutos desacordado. Os cachorros latiam”, diz.
Diagnosticado com câncer pela quarta vez, Granjeiro teria que encarar mais cinco ciclos de quimioterapia, dois por mês. O plano de saúde, no entanto, só cobria dois. Assustado e preparado para acionar a Justiça, o jovem conheceu um oncologista de São Paulo que desenvolve uma pesquisa sobre a síndrome da qual Granjeiro é portador e convidou ele a participar do projeto. A contrapartida seria a gratuidade do tratamento e as passagens para São Paulo.
“Ele identificou que tenho em grande quantidade a enzima metaloproteinases da matriz, que facilita o tratamento contra o câncer, porque permite que a medicação identifique quais são as células cancerosas pelo comportamento delas”, diz. “As enzimas ajudam a levar o medicamento para as células certas e ajuda a combater a doença.”
De acordo com Granjeiro, os médicos explicaram a ele que todas as pessoas que desenvolvem a doença passam a produzir essa enzima. “Todos os tratamentos que fiz depois do primeiro e segundo tumores foram muito mais rápidos. O primeiro levou dez meses, o segundo quatro e depois três meses, porque o corpo já tinha maior facilidade de identificar onde estão as células cancerosas.”
José Jance Granjeiro durante a infância (Foto: Facebook/Reprodução)José Jance Granjeiro durante a infância
(Foto: Facebook/Reprodução)
Por conta da grande quantidade de enzimas que ele tinha no sangue, a quimioterapia também provocava cada vez menos efeitos coleterais. “Claro que tinha dor, sangramento, queda de cabelos, pelos, os dentes ficavam roxos, a visão ficava turva”, diz.
Em abril de 2013, um novo revés: Granjeiro foi diagnosticado com leucemia. A doença foi descoberta nos exames rotineiros feitos em São Paulo. “Estava com anemia e meu ouvido sangrava. Fiz quatro meses de quimioterapia antes de entrar no banco de transplantes, mas não resolveu. Em julho, encontrei um doador, mas a média de espera é de dez meses, dependendo do tipo sanguíneo.”
O transplante de medula, segundo Granjeiro, é uma experiência dolorosa. “Para quem recebe, é muito pior do que para quem doa. Você tem que fazer uma superquimioterapia, que é dez vezes mais forte do que a normal, para destruir toda a medula do seu corpo. A dor desse procedimento é quase insuportável. Te dão morfina e uma série de medicamentos para segurar. Foram quatro horas de procedimento. Apaguei no meio do processo”, diz.
Durante todos os tratamentos, Granjeiro diz que as únicas pessoas que permaneceram ao lado dele foram os amigos, com quem vive há anos. “Eles são minha família. Temos uma relação tão mais forte e tão mais sincera que tenho com minha família de sangue. Quem sempre me deu suporte foram eles e, sem eles, não daria conta”, diz.
Os médicos sempre dizem que o problema da quimioterapia é que ela funciona como uma bomba atômica: para matar uma mosca, ela ataca todas as células que se reproduzem muito rapidamente no seu corpo. As enzimas ajudam a levar o medicamento para as enzimas certas e ajuda a combater a doença."
José Jance Granjeiro
Foram 25 dias dias internado no hospital. “Essa medula tem que reconstruir no seu corpo, e o período é de aproximadamente 30 dias”, diz. “Quando voltei para Brasília tinha que ir ao hospital todos os dias tirar sangue, ver como estava a quantidade de glóbulos vermelhos. No fim do ano, me deram o laudo de que eu já estava em remissão. Não se fala em cura de leucemia, se fala em remissão. São cinco anos até dizer que está curado, porque ela tem uma chance muito grande de voltar.”
Paris 
Com a notícia da recuperação, Granjeiro decidiu realizar um sonho antigo e conhecer a França. “A viagem para Paris era um sonho. Desenvolvi uma teoria de que quando você sofre alguma coisa, tem que ter uma recompensa. Eu me propunha a um objetivo para amenizar a dor. Paris era um sonho, lugar que sempre quis conhecer. De onde venho, família pobre, morava na Ceilândia, era algo muito impossível de se pensar.”
O jornalista diz que conhecer a Torre Eiffel foi o ponto alto da viagem. “Foi recompensador. Tive aquela sensação de que se você quiser você consegue. Vale a pena não desistir”, diz.
Dois anos se passaram desde o último câncer, e o jornalista conta que a saúde está em dia. A esperança é que, como cumpre 30 anos em breve, a "década dos cânceres" tenha passado. “As chances são menores depois dos 30 e a cada ano que passa. Se houver algum sinal, ele será identificado com antecedência. A regra básica de quaquer tumor é:  quanto mais antecedência na medicação mais tranquilo o tratamento. Tenho medo? Tenho. Mas nem de longe o pavor que senti nas primeiras vezes em que nem sabia como iria pagar para me tratar.”
José Jance em viagem a Paris, em janeiro de 2014 (Foto: José Jance Marques/Reprodução)José Jance em viagem a Paris, em janeiro de 2014
(Foto: José Jance Marques/Reprodução)
Granjeiro afirma que atualmente faz acompanhamento com um grupo de médicos que pesquisa no sangue dele a enzima metaloproteinases da matriz (MMP-8), que ele produz em alta quantidade e pode ter contribuído nos sucessivos tratamentos contra a doença e na redução dos efeitos colaterais da quimioterapia.
O geneticista Gustavo Guida afirma que a síndrome é muito rara no mundo todo e provoca cânceres incomuns. “Mais de 90% dos pacientes que têm a síndrome podem apresentar algum tumor ao longo da vida, que é muito mais do que a população em geral. Grande parte deles apresenta ainda nas primeiras décadas de vida.”
“A Li-Fraumeni é causada pela mutação do gente TP53. Esse gene, na verdade, está envolvido em praticamente todos os tipos de cânceres, tumores, com idade precoce, muitas vezes em múltiplas ocorrências. São tumores incomuns em situações incomuns, como câncer de pulmão em homem que não é fumante, câncer de mama em menina jovem, tumores cerebrais, da glândula adrenal, que não é comum”, exemplifica o geneticista.
Ele afirma que o uso de abortivos pode provocar malformação do feto, mas não tem conhecimento de pacientes que tenham desenvolvido a síndrome por esse motivo. “Não sei o medicamento que a mãe teria tomado. Os medicamentos abortivos provocam sim malformação ou aborto, mas não costumam ser carcinogênicos e não são provocadores de câncer propriamente”, diz.

Segunda chamada de aprovados no Prouni 2015 começa nesta segunda

Programa oferece 213 mil bolsas de estudos em instituições particulares.
Prazo para comprovar informações da inscrição vai até o dia 9.

Do G1, em São Paulo
Comprovação de informações do Prouni 2015 vai até 29 de junho (Foto: Reprodução)Comprovação de informações do Prouni 2015 vai até 29 de junho (Foto: Reprodução)
A segunda chamada da edição do segundo semestre de 2015 do Programa Universidade para Todos (Prouni) começa nesta segunda-feira (6). O resultado com a lista dos selecionados vai estar disponível no site do Prouni.
Os estudantes terão até sexta-feira (10) para comprovar as informações junto à universidade para a qual foram indicados, de acordo com o Ministério da Educação (MEC).
Nesta edição, foram ofertadas 16.004 bolsas em instituições privadas de ensino superior para alunos com renda familiar bruta de até 3 salários-mínimos. Serão 68.971 bolsas integrais e 47.033 parciais de 50%.
CURSOS MAIS PROCURADOS NO PROUNI
A atual edição do Prouni teve 689.837 inscritos.
Veja abaixo a lista dos cursos mais procurados:
- administração 134.659 inscrições
- direto 128.012
- engenharia civil 66.976
- pedagogia - 62.146
- enfermagem 58.002
- ciências contábeis 56.959
- educação física 55.117
- psicologia 54.840
- medicina 47.072
- fisioterapia 43.113
CRITÉRIOS GERAIS PARA BOLSAS DO PROUNI
prouni (Foto: prouni)Prouni oferece 116.004 bolsas de estudos em instituições particulares (Foto: prouni)
Nesta edição, o Prouni somente aceitou o candidato que fez o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2014, obteve nota maior de 450 pontos e não zerou a redação.
O candidanto também não pode ter concluído o ensino superior e deve atender a pelo menos uma das seguintes condições:
- ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública;
- ter feito ensino médio completo em instituição privada, na condição de bolsista integral;
- ter cursado o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em instituição privada como bolsista integral;
- comprovar deficiência;
- ser professor da rede pública de ensino em exercício.
O programa concede bolsas integrais apenas para candidatos com renda familiar bruta mensal per capita de até 1,5 salário-mínimo. Já as parciais são dadas no caso em que a renda familiar bruta mensal per capita não exceda o valor de 3 salários-mínimos.

CRONOGRAMA DO PROUNI
O processo seletivo do Prouni será constituído de duas chamadas sucessivas.
Os resultados dos pré-selecionados estão disponíveis na página do Prouni na internet.

No primeiro semestre de 2015, o sistema do Prouni ultrapassou a marca de 1,4 milhão de candidatos a poucas horas do fim das inscrições. No período, foram ofertadas 213.113 bolsas, sendo 135.616 integrais e 77.497 parciais. Houve bolsas em 30.549 cursos e em 1.117 instituições de ensino superior privadas.
São Paulo é o estado com o maior número de bolsas ofertadas. Ao todo, 18.470 bolsas integrais e 12,049, parciais.Com 165 bolsas, Roraima é o estado com menos vagas. São 158 integrais e 7 parciais.

A bolsa do Prouni só poderá ser concedida caso haja formação de turma no período letivo inicial do curso, o que ocorrerá somente se houver o número mínimo necessário de alunos matriculados. Os candidatos pré-selecionados para cursos nos quais não houver formação de turma serão reprovados, terão direito à bolsa apenas se já estiverem matriculados no respectivo curso.

Sisu, Prouni e Fies: qual diferença?
Tanto o sistema quanto o programa ou o fundo são gerenciados pelo MEC. O Sisu é a sigla para Sistema de Seleção Unificada. Através dele, instituições públicas - sem cobrança de mensalidade - selecionam alunos tendo como critério a nota do candidato no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

O Enem também é usado no Prouni (Programa Universidade para Todos). O Prouni considera as notas do Enem para conceder bolsas de estudos integrais ou parciais em universidades privadas - onde há cobrança de mensalidade. O foco são estudantes que saíram de escolas públicas e de baixa renda.

Já o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), que também é gerenciado pelo MEC, concede empréstimos a juros baixos para que estudantes paguem mensalidades em universidades privadas selecionadas pelo MEC.
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'Agência conhece os clientes', conta jovem que diz ter feito book rosa

Book rosa seria um catálogo de modelos que também fazem programas e o Fantástico conversou com uma jovem que diz ter participado.

A expressão ‘book rosa’ está na novela Verdades Secretas e despertou curiosidade. O book rosa seria um catálogo de modelos que também fazem programas. O Fantástico conversou com uma jovem que diz ter participado de um desses catálogos. Ela confirma: book rosa existe, sim.
Cabelos loiros. Olhos castanhos. 22 anos.
Profissão: modelo.
A identidade ela prefere não revelar.
Mas promete contar detalhes sobre uma expressão do mundo da moda que tem provocado polêmica.
Fantástico: Você fez book rosa?
Jovem: Fiz. Eu não gostava, eu só fazia porque queria ganhar dinheiro.
O assunto sempre aparece nas conversas da novela Verdades Secretas.
“É como se fosse um programa, na verdade. Só que tem a agência”, conta a jovem.
O algo mais a dois surgiu na vida da modelo entrevistada pelo Fantástico depois que ela começou a trabalhar numa grande agência de São Paulo, há três anos. Segundo ela, o maquiador, os produtores e os donos fizeram a proposta.

“Explicaram que eu iria ganhar muito dinheiro, que tava fraco de trabalho na época e que eu ia conseguir pagar as contas que eu tava precisando pagar”, conta a jovem.
Ela diz que trabalhava principalmente em feiras e eventos. E também fotografava para catálogos. Ela não desfilava em passarela, ao contrário da personagem Angel, de Verdades Secretas.
“Eles me fizeram esse convite várias vezes, só que eu tava com medo. Aí depois eu decidi começar a fazer”, relata a jovem.
Fantástico: Por quê?
Jovem: Por necessidade. Porque eu precisava para pagar minha faculdade.
“A agência conhece os clientes, já sabe tudo direitinho. E deposita o dinheiro certinho na conta”, diz a jovem.
Jorge Rodrigues, diretor do Sindicato das Modelos de SP: Book rosa para mim é prostituição.
Fantástico: O book rosa é uma realidade na vida da modelo?
Jorge Rodrigues: Infelizmente, é uma realidade.
“Às vezes eu fazia feira e ganhava R$ 100. Eu ficava o dia todo na feira. Ia fazer o book rosa e ganhava R$ 700, R$ 800”, relata a jovem.
Fantástico: Numa noite?
Jovem: Numa noite, às vezes.
O sindicato das modelos de São Paulo culpa os cachês baixos pela existência do book rosa.
“Quando elas recebem esses convites, bate com a situação difícil que ela está passando, ela acaba aceitando um. E acaba aceitando dois. E acaba ficando nesse sistema. São mais as agências menores. Porque nas agências de médio e grande porte não há necessidade de ganhar dinheiro com a menina com esse trabalho, totalmente proibido”, destaca Jorge Rodrigues, diretor do Sindicato das Modelos de São Paulo.
Na trama, a Fanny, interpretada pela atriz Marieta Severo, é agenciadora de modelos.
“A ficção tem que ter uma liberdade absoluta. Mas também uma responsabilidade, é claro. Mas eu acho que está muito claro no nosso texto, que são algumas agências que fazem”, diz a atriz Marieta Severo.
“Se uma menina ela está numa agência que ela recebe de 12 horas de trabalho um cachê de R$ 150 ou que ela fique muito tempo ralando sem ter retorno algum e ela tenha que fazer programas para se manter ela não está numa agência séria”, diz Anderson Baumgartner, sócio-dono da agência Way Model.
A atriz Camila Queiroz, que interpreta a protagonista Angel, também é modelo na vida real. E já conheceu meninas que foram convidadas para fazer book rosa.
“A gente está contando a história de uma menina que está na moda. Mas isso acontece o tempo inteiro, em todos os lugares, todos os tipos de trabalho”, conta a atriz Camila Queiroz.
Na novela, a história da Angel foi parar na delegacia. No Brasil, se prostituir não é crime. Mas quem agencia garotas, como é o caso da novela, pode ir para a cadeia. A pena vai de dois a cinco anos, mais multa. Essa pena pode ser ainda maior se a garota for menor de idade ou se ela sofrer algum tipo de ameaça ou violência.
A modelo que conversou com o Fantástico diz que parou de fazer o book rosa, porque já terminou a faculdade. Com medo de ser identificada, ela não conta em qual curso se formou, mas diz que, daqui para a frente, quer seguir outro caminho.
Fantástico: Você se arrepende de ter feito isso?
Jovem: Sim. Acho que tem outros meios de ganhar dinheiro. Mais para a frente, você olha para o passado e você vê que não valeu a pena. Às vezes, é melhor desistir de um sonho do que continuar, do que entrar nessa vida.

G1 sobrevoa e visita vulcão marinho ativo com visual lunar no Pacífico Sul

White Island tem atividade permanente e cratera com lago de ácido sulfúrico.
Última erupção foi em 2013; fumaça e enxofre cristalizado dominam paisagem.

Juliana CardilliDo G1 em White Island - a repórter viajou a convite da Tourism New Zeland
Ao longo do filme Interstelar, os personagens de Matthew McConaughey e Anne Hathaway desembarcam em dois planetas inóspitos buscando um novo lar para os humanos. Rochas, cores diferentes, fumaça pelo ar – a sensação de se estar fora da Terra é a mesma que passa pela cabeça do turista ao desembarcar na White Island, único vulcão permanentemente ativo da Nova Zelândia, no Pacífico Sul, com rochas amareladas cobertas de enxofre e um lago verde fosforescente de ácido sulfúrico.
O vulcão – que para os nativos maoris neozelandeses se chama Whakaari – fica a 50 km da costa da ilha norte do país. O passeio feito pelo G1 saiu de Rotorua (a cerca de 60 km do litoral), e começou com uma viagem de helicóptero de 30 minutos. No caminho, é possível ver os gêiseres e lagos borbulhantes comuns em Rotorua, além de antigas áreas vulcânicas que com suas erupções há milhares de anos moldaram a geografia da região.
Apesar de ser um dos vulcões ativos de mais fácil acesso no mundo – basta ter dinheiro para bancar a viagem de helicóptero ou encarar algumas horas de barco – a White Island é também uma das áreas de mais intensa atividade geotermal do país, o que não é pouco para a Nova Zelândia, que tem vulcões e gêiseres espalhados por boa parte de seu território.
Primeira visão da White Island já mostra a fumaça branca (Foto: Juliana Cardilli/G1)Primeira visão da White Island já mostra a fumaça branca (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Durante a viagem de helicóptero, a primeira visão da ilha é apenas a de uma nuvem de fumaça branca – o que originou seu nome, “Ilha Branca” em português. Quando a aeronave se aproxima, a primeira visão é de uma ilha rochosa comum, com um paredão montanhoso. Segundos depois, quando o helicóptero começa a circulá-la, é impossível conter o sorriso no rosto conforme sua beleza se revela.
No pouso, a sensação é de se estar na lua, ou em um planeta inóspito parecido com a Terra. Virtualmente não há vegetação na ilha, apenas rochas e muitos gases saindo de todos os orifícios surgidos no solo e nos paredões de pedra. A cratera principal ainda fica um pouco distante, mas a fumaça branca constante que sai dela dá um ar místico ao local.
Uma das paredes da ilha desabou há muitos anos, facilitando o acesso (Foto: Juliana Cardilli/G1)Uma das paredes da ilha desabou há muitos anos, facilitando o acesso (Foto: Juliana Cardilli/G1)
mapa white island (Foto: Arte/G1)
Formação
A ilha é relativamente pequena: tem cerca de dois quilômetros de diâmetro e uma altitude máxima de 321 metros – 70% dela fica debaixo d’água. Acredita-se que o vulcão tenha cerca de 200 mil anos de idade, mas a parte visível tem sua forma atual há 16 mil anos. Ele foi descoberto em 1769, mas apenas no fim do século XIX iniciaram as tentativas de exploração.
Diferentemente do imaginário comum de um vulcão, na White Island a cratera principal não ocupa quase toda a ilha. Parte da borda do vulcão cedeu, permitindo o acesso de barco e a chegada ao lago caminhando, sem ser necessário escalar nenhuma montanha. Por isso, o passeio pode ser feito por crianças e idosos, desde que tenham disposição para caminhadas leves.
A cratera fica em uma área mais central, e há muito espaço para exploração de pesquisadores e turistas, que passam por alguns caminhos pré-definidos pelo guia mas também têm certa liberdade para caminhar por perto, sempre tomando cuidado com os buracos e pequenos lagos de água borbulhante que surgem pelo caminho e usando calçados fechados.
É quase impossível fixar o olhar em algum ponto que não esteja expelindo a fumaça branca – que nada mais é do que enxofre. Por isso, além de capacete, os visitantes recebem na chegada uma máscara de respiração, que deve ser colocada sobre o nariz e a boca quando o cheiro fica mais forte devido a uma atividade maior ou mudança dos ventos. Durante a visita do G1, que durou cerca de duas horas, foi preciso fazer isso três vezes – uma delas na beira da cratera principal.
Cratera principal da White Island tem um lago de ácido sulfúrico (Foto: Juliana Cardilli/G1)Cratera principal da White Island tem um lago de ácido sulfúrico (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Pequenos lagos borbulhantes estão espalhados pelo vulcão (Foto: Juliana Cardilli/G1)Pequenos lagos borbulhantes estão espalhados pelo vulcão (Foto: Juliana Cardilli/G1)
A geografia do vulcão está sempre se alterando. Um pequeno buraco soltando fumaça tinha se formado apenas uma semana antes da visita. Outro, ao lado, com uma água cinza borbulhante, havia surgindo um mês antes e crescido com o passar dos dias.
Paisagem amarela e exploração comercial
Após ser expelido em forma de fumaça, o enxofre se cristaliza na superfície, criando cristais de um amarelo vibrante que chamam a atenção e montam uma bela paisagem em dias de céu azul. Ele também já foi explorado comercialmente na ilha, e os destroços de uma fábrica abandonada ainda estão presentes no local – o único sinal visível de interferência humana.
O enxofre que se cristaliza e fica amarelo já foi explorado de forma comercial na ilha (Foto: Juliana Cardilli/G1)O enxofre que se cristaliza e fica amarelo já foi explorado de forma comercial na ilha (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Em 1914, 10 pessoas que trabalharam na fábrica morreram após uma erupção, que jogou pedras sobre a estrutura – as histórias contadas até hoje dizem que apenas um gato que viva com os trabalhadores sobreviveu. Em 1923, uma nova fábrica foi construída, operando por 10 anos, até que a empresa responsável faliu e os trabalhares, sem receber salário, abandonaram a estrutura.
Décadas depois, em 1988, um ciclone que passou pela região gerou fortes ondas que devastaram a estrutura, destruindo-a. Atualmente, apenas os metros superiores das paredes ainda podem ser vistos – as cinzas e outros materiais expelidos pelo vulcão ao longo dos anos foram soterrando-a aos poucos.
Os destroços que sobraram foram soterrados por detritos  (Foto: Juliana Cardilli/G1)Os destroços que sobraram foram soterrados por detritos (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Área particular
O vulcão não pertence ao governo, mas a uma família de Auckland. O primeiro dono, George Buttle, era advogado da empresa que operava a fábrica de enxofre e trabalhou no processo de falência. Em 1936, ele comprou a ilha por uma quantia considerada irrisória na época, não divulgada oficialmente.
Até hoje a área permanece com a família de Buttle, permite que pesquisadores monitorem a área e façam estudos – câmeras estão espalhadas pela ilha, assim como diversos equipamentos de medição geológica. Apenas duas empresas de helicóptero e uma de barco são autorizadas a levar pessoas até o local, o que restringe o número de turistas diariamente – colaborando para sua preservação e seu ar de mistério e exclusividade.
Barco com turistas chega à White Island (Foto: Juliana Cardilli/G1)Barco com turistas chega à White Island (Foto: Juliana Cardilli/G1)
A segurança é outro fator a ser levado em consideração – toda a Nova Zelândia fica em uma área de intensa atividade geológica, que é mais intensa perto de um vulcão ativo. Em 2014 foram registrados 350 terremotos na região, a maior parte deles bem fracos.
A última erupção aconteceu em outubro de 2013, quando cinzas e rochas foram expelidas pela cratera principal. Não havia ninguém no vulcão, e a atividade foi captada pelas câmeras de monitoramento.
Segundo os guias, é possível prever a atividade do vulcão por meio da movimentação do lago da cratera principal. Antes de ocorrer uma erupção, o nível do lago de ácido sulfúrico varia bastante, subindo e descendo. Caso isso ocorra, normalmente há tempo suficiente para retirar as possíveis pessoas que estiverem no local.
A intensa atividade vulcânica – o magma, camada de rochas derretidas que fica sob a crosta terrestre, é muito raso por ali – também afeta o ecossistema do Oceano Pacífico nas proximidades.  Os gases e materiais orgânicos expelidos nas erupções atingem as águas no litoral da ilha, atraindo milhares e peixes, e como consequência, aves em busca de alimento. A ilha é casa de uma colônia de cerca de 3 mil alcatrazes australianos.
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O enxofre é expelido por todos os lados da ilha (Foto: Juliana Cardilli/G1)O enxofre é expelido por todos os lados da ilha (Foto: Juliana Cardilli/G1)

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