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sábado, 14 de maio de 2016

Canadense: Nomear só homens brancos indica que sistema não é baseado em mérito

Por BBC - Brasil em Washington 
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Especialista em diversidade e igualdade de gênero no trabalho afirma que Temer desencoraja mulheres e minorias na política

BBC
PMDB-Divulgação - 12.05.2016
"Na democracia, a ideia é ter líderes que representem a população e seus interesses. Isso é difícil se não houver ninguém que se sentiu na pele de uma mulher ou de uma minoria"
Ao privilegiar homens brancos na composição de seu ministério, o presidente Michel Temer desencoraja mulheres e minorias a buscar espaços na política brasileira, diz Jennifer Berdahl, professora da Universidade de British Columbia, no Canadá.
Especialista em diversidade e igualdade de gênero no trabalho, Berdahl afirma em entrevista à BBC Brasil que grupos mais misturados normalmente produzem melhores resultados.
Segundo ela, pesquisas mostram que as pessoas tendem a se preparar mais e ser mais profissionais quando rodeadas por colegas que não se pareçam com elas.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista:
BBC Brasil - O que achou da decisão do presidente brasileiro de privilegiar homens brancos na composição de seu ministério?
Jennifer Berdahl - Acho que é uma mensagem realmente má e perigosa que ele manda à população. A diversidade na liderança é muito importante por uma série de razões. Uma delas é a representação. Numa democracia, a ideia é ter líderes que representem a população e seus interesses. Isso é difícil se não houver ninguém que se sentiu na pele de uma mulher ou de uma minoria.
Arquivo pessoal
"Com visões diferentes sobre como o mundo opera, ideias mais diversas tendem a surgir"
Ele também manda uma mensagem de que esse não é um jogo de oportunidades iguais. Cria a impressão de que só brancos e homens têm chances. É desejável que só um quarto dos brasileiros [proporção aproximada de homens brancos no total da população] pense que podem se tornar líderes? Eles são uma minoria e, no entanto, dominam completamente o governo.
Isso desencoraja pessoas que não sejam homens e brancas a buscar oportunidades na política. Quando a população sente que seus interesses não estão sendo representados ou que pessoas que se pareçam com elas não têm uma voz no governo, cria-se uma atmosfera de injustiça.
BBC Brasil - Representantes do governo disseram que mais importante que a cor ou gênero dos ministros é sua competência.
Berdahl - Eu concordo: as escolhas devem se basear em mérito. Mas também acho que o mérito é igualmente distribuído entre gêneros e raças, portanto os percentuais de mulheres e minorias em posição de liderança deveriam seguir os do resto da população.
Se você só nomeia homens brancos, ou você acredita que só eles têm méritos, ou o sistema na verdade não é baseado no mérito.
Vejo esse tema da diversidade como uma questão básica de direitos humanos, de assegurar que exista igualdade de oportunidades no local de trabalho. E a diversidade tem a vantagem de aumentar a qualidade do trabalho e das decisões tomadas no governo.
BBC Brasil - Como?
Berdahl - Sempre que há cabeças diferentes na mesa, com visões diferentes sobre como o mundo opera, ideias mais diversas tendem a surgir. Pesquisas mostram que, quando alguém é posto num grupo diverso, essa pessoa tenta imediatamente imaginar o que outras estão pensando e tende a refletir sobre uma variedade mais ampla de ideias do que faria se todos fossem iguais. Em grupos diversos, pessoas tendem a se comportar melhor e a fazer mais a lição de casa.
Mesmo que haja pessoas que só aparentem ser diferentes, mas pensem igual, isso já ajuda na tomada de decisões, porque elas acharão que as outras pensam diferente delas e se prepararão mais, elaborarão mais seus argumentos.
Quando se está num clube só de meninos e todos são parecidos, as pessoas tendem a ficar preguiçosas e não se preparam para ter suas ideias desafiadas. As normas de interação nesse grupo tendem a ser mais informais e talvez até menos profissionais.
BBC Brasil - Homens no governo não podem ser tão bons quanto mulheres ao conduzir políticas voltadas a mulheres?
Berdahl - Homens individuais podem ser melhores que muitas mulheres. Temos Jimmy Carter (presidente dos EUA entre 1977 e 1981) e outros homens que realmente advogam pelas mulheres passionalmente. E também temos mulheres que se viram contra suas irmãs para obter vantagens. Algumas delas são machistas.
Mas, na média, se você for pegar 50 pessoas aleatórias, as mulheres serão mais sensíveis à causa das mulheres que os homens, simplesmente porque elas precisam ser.
Há ainda uma versão cínica da diversidade em locais de trabalho, quando se promovem mulheres e membros de minorias que estejam dispostos a obedecer. O grupo parece diverso, mas na verdade eles são fantoches. Esse é um perigo: encarar o tema como algo de superfície e não como uma questão de perspectiva. No fundo, são as políticas e as perspectivas de um líder que importam.
BBC Brasil - O atual ministério do Canadá é considerado o mais diverso da história do país: há igual número de homens e mulheres, há ministros indígenas e membros de comunidades imigrantes. Como os canadenses reagiram à nomeação do grupo?
Berdahl - Acho que no início houve alguns murmúrios entre conservadores, alguns acharam que aquilo não foi justo. Mas acho que as pessoas aceitaram o argumento do (primeiro-ministro) Justin Trudeau: o de que ele teria um ministério assim porque afinal estávamos em 2015.
Os ministros estão representando os percentuais de eleitores de cada grupo. As crianças poderão vê-los como modelos e pensar: "eu posso estar lá".
Relação dos ministros do governo Temer
Eliseu Padilha (PMDB-RS), que assume agora como ministro-chefe da Casa Civil, já foi ministro da Secretaria de Aviação Civil (governo Dilma) e dos Transportes (governo FHC). Foto:  Pedro França/Agência Senado - 6.5.15
O deputado federal Leonardo Picciani (PMDB-RJ) foi nomeado ministro dos Esportes. Na Câmara, ele votou contra a abertura do processo de impeachment de Dilma Rouseff. Foto: Alex Ferreira/Agência Câmara
Presidente do PMDB na Bahia, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) é, agora, o ministro-chefe da Secretaria de Governo.. Foto: Valter Campanato/ABr - 25.04.16
O deputado Fernando Coelho Filho (PE) é o nome escolhido por Temer para assumir o Ministério de Minas e Energia. Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados - 11.02.15
Ministro de Dilma na Secretaria de Portos, Helder Barbalho foi escolhido por Temer para o ministério de Minas e Energia. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil - 24.02.16
Alexandre de Moraes, secretário de Segurança Pública de São Paulo na gestão Alckmin, assume agora o Ministério da Justiça e Cidadania.. Foto: Elza Fiúza/ ABr
Nomeado ministro das Relações Exteriores, o senador José Serra já foi ministro da Saúde e do Planejamento no governo FHC, além de ter sido governador do Estado de São Paulo e prefeito da capital paulista.. Foto: Pedro França/Agência Senado - 14.10.2015
Ex-governador de Pernambuco, o deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE) assume o Ministério de Educação e Cultura. Foto: Fotos Públicas
Henrique Meirelles é o novo ministro da Fazenda. Durante o governo Lula, ele ocupou a presidência do Banco Central. Foto: Agência Brasil
Ex-governador do Mato Grosso, o senador Blairo Maggi (PP-MT) foi o escolhido de Temer para assumir o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Foto: Site oficial
Foi o deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE) quem deu o voto decisivo na votação pela abertura do processo de impeachment na Câmara. Ele agora é ministro das Cidades. Foto: Fotos Públicas
O deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS) é o novo ministro do Desenvolvimento Social e Agrário. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Deputado federal, Ricardo Barros (PP-PR) foi o escolhido de Temer para assumir o Ministério da Saúde. Foto: Wikimedia Commons
José Sarney Filho (PV-MA) assume o Ministério do Meio Ambiente, cargo que já ocupou durante o governo FHC. Foto: Wikimedia Commons
Henrique Alves é o novo ministro do Turismo. Durante o governo Dilma, ele chegou a ocupar o mesmo cargo. Foto: Reprodução/Facebook
O deputado federal Ronaldo Nogueira (PTB-RS) é o novo ministro do Trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
Sérgio Etchegoyen assume agora como ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. O general gaúcho atua, desde março de 2015 como chefe do Estado-Maior do Exército brasileiro. Foto: Divulgação/Ministério da Defesa
O deputado federal Mauricio Quintella (PR-AL) é o novo ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Foto: Reprodução/Facebook
O atual Conselheiro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Fabiano Augusto Martins Silveira, assume agora o Ministério da Fiscalização, Transparência e Controle (ex-Controladoria Geral da União). Foto: Wikimedia Commons
Fábio Osório Medina é o novo nome à frente da Advocacia-Geral da União. Foto: Reprodução/Facebook
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi nomeado ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Além de ser o atual presidente nacional do PMDB, ele foi ministro da Previdência durante o governo Lula. . Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado/Fotos Públicas
O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), que foi ministro no governo FHC, assume agora o Ministério da Defesa. Foto: Reprodução/Facebook
Ex-prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD-SP) assume o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Durante o governo Dilma, ele foi ministro das Cidades, mas abandonou o cargo para apoiar o impeachment na Câmara. Foto: Alexandra Martins/Câmara dos Deputados
Eliseu Padilha (PMDB-RS), que assume agora como ministro-chefe da Casa Civil, já foi ministro da Secretaria de Aviação Civil (governo Dilma) e dos Transportes (governo FHC). Foto: Pedro França/Agência Senado - 6.5.15
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    Como a saída de Dilma muda o panorama político na América Latina

    Por BBC 
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    Itamaraty rejeitou posições de Venezuela e Cuba, e chamou de falsas as interpretações de que o impeachment seria um golpe

    BBC
    O afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff representa um ponto de inflexão no panorama político da América Latina, encerrando um ciclo de poder dominado pela esquerda. 
    A opinião é de especialistas ouvidos pela BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC. 
    Segundo eles, governos de tendência política mais liberal devem retomar gradativamente espaço.  
    De acordo com analistas, próximo governo brasileiro não dará
    Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
    De acordo com analistas, próximo governo brasileiro não dará "a mesma importância que os chanceleres de Lula e Dilma deram à ideia do Mercosul
    Uma indicação desse novo direcionamento foi dada na sexta-feira com dois comunicados, quase simultâneos, divulgados pelo Itamaraty. 
    Agora sob o comando do senador José Serra, o órgão rejeitou duramente as manifestações dos governos de Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua, além de outras entidades internacionais, sobre o afastamento de Dilma, chamando de "falsas" as interpretações de o impeachment seria um golpe de Estado. 
    No mesmo dia, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou de volta ao país o embaixador no Brasil. Na linguagem diplomática, a convocação de um embaixador é considerada um sinal forte de desagrado. 
    "O Brasil é um ponto de inflexão", afirma à BBC Mundo Paulo Velasco, professor de Relações Internacionais da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), em referência ao impacto da saída de Dilma sobre o panorama político da América Latina. A petista está suspensa do cargo por até 180 dias enquanto enfrenta julgamento no Senado. 
    Nicolás Maduro chamou de volta ao país o embaixador no Brasil, após impeachment
    Roberto Stuckert/ PR
    Nicolás Maduro chamou de volta ao país o embaixador no Brasil, após impeachment
    "Depois de quase 20 anos de governos progressistas na América do Sul, a tendência é que (os governos) voltem à direita e centro-direita, governos mais liberais. E temos que ver como isso vai funcionar", acrescenta. 
    Progressismo 
    Segundo especialistas, três grandes processos deram forma e impulso à chamada "virada progressista" na América Latina ─ ou pós-neoliberal, como dizem alguns especialistas ─ e uma sequência de projetos de enfoque regional: o chavismo na Venezuela, o petismo no Brasil e o kirchnerismo na Argentina. 
    A vitória eleitoral de Hugo Chávez na Venezuela, em 1998, que deu início a um ciclo marcado pela chegada ao poder de organizações ligadas à esquerda. 
    Em janeiro de 2003, Luiz Inácio Lula da Silva assumia a Presidência do Brasil e levava ao poder pela primeira vez o Partido dos Trabalhadores. 
    No mesmo ano, em maio, o peronista Néstor Kirchner, morto em 2010, assumiu a presidência da Argentina. 
    Como resultado de uma nova correlação de forças regional, na 4ª Cúpula das Américas, em 4 e 5 de novembro de 2005, em Mar del Plata, foi assinado o documento que marcou o fim do projeto da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). 
    O projeto, um extensão do Tratado de Livre Comércio da América do Norte, havia sido promovido pelos EUA e muito criticado por Lula, Kirchner e Chávez. 
    E quase no fim daquele ano, o sindicalista cocaleiro e ativista indígena Evo Morales foi eleito presidente da Bolívia. 
    Em 2006, Michelle Bachelet chegou ao poder no Chile, dando início a uma série de políticas sociais. 
    E o eixo se fortaleceu em 2007, quando Rafael Correa assumiu o cargo no Equador e quando Cristina Kirchner sucedeu seu marido Néstor na presidência da Argentina.
    "Mas agora (esse cenário) se rompe completamente", destaca Velasco.
    Liberalismo? 
    Para os especialistas, a mudança teve início em novembro de 2015, com a vitória de Mauricio Macri na Argentina, pondo fim a 12 anos de kirchnerismo. 
    De fato, o governo argentino foi um dos primeiros a reconhecer a sucessão presidencial brasileira. 
    "O governo argentino manifesta respeito ao processo institucional que está se desenvolvendo e confia que o desenlace da situação consolide a solidez da democracia brasileira", disse um curto comunicado da chancelaria argentina. 
    Mauricio Macri foi um dos primeiros a reconhecer a sucessão presidencial brasileira
    Elza Fiuza/Agência Brasil
    Mauricio Macri foi um dos primeiros a reconhecer a sucessão presidencial brasileira
    Enquanto isso, o sucessor de Chávez, que morreu em 2013, Nicolás Maduro, enfrenta uma grave crise econômica e a oposição pede um referendo revogatório para adiantar o fim de sua gestão. 
    Além disso, em janeiro a oposição assumiu o controle do parlamento pela primeira vez em 17 anos de hegemonia chavista. 
    E, em fevereiro, Evo Morales perdeu uma batalha eleitoral pela primeira vez em mais de dez anos: o referendo com o qual pretendia abrir a porta de uma reforma constitucional para poder voltar a concorrer nas eleições. 
    A derrota ocorreu apesar dos altos índices de aprovação a Morales nas pesquisas eleitorais. 
    Em junho, no segundo turno das eleições gerais do Peru, Keiko Fujimori pode superar a sombra de seu pai ─ Alberto Fujimori, preso por assassinato, sequestro e lesões corporais graves ─ ganhar a presidência, tirando Ollanta Humala de cena. 
    Além disso, os escândalos de corrupção desgastaram o brilho do que fora uma das figuras mais respeitadas do continente, a mandatária chilena Michelle Bachelet. 
    Algo que também ocorreu com o equatoriano Correa. 
    'Imperativo econômico' 
    Para João Augusto de Castro Neves, especialista em América Latina da consultoria política Eurasia Group, as mudanças se devem ao que ele chama de "imperativo econômico". 
    "(O fenômeno) tem um componente sistêmico, que é o freio da economia", diz. 
    Ele prefere falar de um movimento em direção ao pragmatismo em vez de um deslocamento para a direita. 
    Ingrid Bleynat, dos Instituto de Desenvolvimento Internacional do King's College de Londres, também diz que a economia é o motor da mudança. "O mais determinante é o que acontece com a economia". 
    "Está claro que, para a Venezuela, mais importante do que o que acontece no Brasil é o que ocorre com os preços do petróleo", afirma. 
    E, segundo os especialistas, o fim da década dourada das matérias-primas tem muito a ver com a mudança de cenário. 
    As economias latino-americanas cresceram, entre 2003 e 2012, acima de 4%, segundo dados da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), organismo independente da ONU responsável por promover o desenvolvimento econômico e social da região. 
    Desde a década de 1960, a região não havia registrado um período de crescimento tão intenso. 
    Apesar disso, as previsões do Fundo Monetário Internacional sinalizam que a economia latino-americana acabará 2016 com uma contração de 0,3%. 
    E a principal causa é a queda das matérias-primas. 
    Entre 2011 e 2015, a queda dos preços dos metais, petróleo, gás e do carvão foi de quase 50%, segundo a Cepal. 
    No caso concreto do preço do petróleo cru, o barril venezuelano teve um pico de 103,42 dólares por barril em 2012, o que significou para o país uma receita de US$ 48 bilhões. 
    E a queda foi terrível para as finanças públicas, pois em 2015 esta receita despencou para US$ 12,5 bilhões. 
    Da mesma forma, há menos de quatro anos o Brasil foi declarado a sexta maior economia do mundo e seu ministro da Economia naquela época dizia que antes de 2015 o país ultrapassaria a França e subiria para a quinta posição. Mas as economia brasileira está estagnada desde então. 
    Corrupção
     De acordo com Jorge Castañeda, ex-secretário das Relações Exteriores do México entre 2000 e 2003, as "derrotas" dos governos chamados progressistas não ocorreram apenas por causa da situação econômica. Atualmente, Castañeda é professor da Universidade de Nova York. 
    "Muitos líderes de esquerda da América Latina caíram devido à corrupção endêmica na região e por subestimar a crescente intolerância a isso", escreveu o professor em um artigo para o jornal americano The New York Times. 
    "Quando alguns dos governos, como o do Chile e da Bolívia, começaram a se concentrar no problema já era tarde demais." 
    Dilma se despede ao deixar o Planalto; presidente ficará afastada por até 180 dias
    Thiago Bernardes/Framephoto/Estadão Conteúdo - 12.5.16
    Dilma se despede ao deixar o Planalto; presidente ficará afastada por até 180 dias
    Em parte também o Brasil está nesta situação pois o governo de Dilma Rousseff e o PT foram implicados no enorme caso da Petrobras, nas investigações da Lava Jato entre outros. 
    Como consequência da mudança de governos, a América Latina "vai começar a ser menos relevante em arenas internacionais, por este mesmo detrimento do projeto de integração regional", segundo Ingrid Bleynat, no King's College de Londres. 
    "A ideia do Mercosul, da Unasul e tudo isto vai mudar sensivelmente", acrescentou Velasco, da Uerj. 
    De acordo com o professor, é quase garantido que o próximo governo brasileiro não dará "a mesma importância que os chanceleres de Lula e Dilma deram à ideia do Mercosul e da Unasul". 
    Castro Neves, do Eurasia Group, acredita que estas organizações "vão ter que deixar de ser politizadas e passar a ser mais pragmáticas, se concentrar no econômico". 
    Mudança de relações 
    Segundo os especialistas, a política exterior da região também deve mudar. 
    A proposta de Macri visa claramente a Aliança do Pacífico, o eixo Estados Unidos-Europa, de acordo com analistas. 
    E Velasco afirma que, caso Dilma Rousseff seja definitivamente afastada, o Brasil vai seguir o mesmo caminho da Argentina. 
    "Na política externa vai haver um destaque muito maior aos países tradicionais para o Brasil, sobretudo fora da América Latina, (tendo destaque) os Estados Unidos e países europeus", afirmou. 
    "A América Latina perde um pouco o peso que tinha para o Brasil nos últimos anos", da mesma forma que o país perdeu peso na região, disse o professor da Uerj. 
    Também haverá mudanças nas relações internas. 
    "Vai mudar a relação com a Venezuela, Bolívia e Equador", disse Velasco. 
    A Venezuela teve um apoio muito importante do Brasil, que ajudou o país a entrar no Mercosul e vendeu produtos para os venezuelanos nos momentos de desabastecimento. 
    Mas o novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, é um senador do PSDB, um partido que já criticou abertamente a proximidade e os negócios do Brasil com a Venezuela e com Cuba. 
    Políticas sociais 
    "Estamos sendo testemunhas do avanço da direita, mesmo que seja momentâneo", disse Ingrid Bleynat, do King's College. 
    Mas ela acrescenta que "isso não deveria afetar as políticas sociais" implementadas pelos governos chamados "progressistas". 
    "Pelo menos não para políticas tão bem estabelecidas como o Bolsa Família no Brasil (...) que foi aprovada com o apoio de todo o arco político", acrescentou. 
    Castro Neves, do Eurasia Group, concorda mas acrescenta que estas políticas "deverão ser revisadas". 
    "O que veremos são outras medidas que atentem contra os interesses das classes populares", disse Bleynat.
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      Atenção, homens! Mulheres curtem filmes pornô também

      Por iG Deles 
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      Levantamento revela que as mulheres também curtem filmes pornôs; que tal testar?

      Pintou aquela dúvida: propor ou não para a nova parceira uma sessão de filme pornô? Uma pesquisa recente feita por sites de encontros casuais e filmes adultos confirma uma mudança no comportamento feminino que derruba a ideia de que elas não curtem ver um filminho mais apimentado e com um pouco mais de sacanagem.
      Veja também os bastidores do mundo pornô na visão da fotógrafa francesa Sophie Ebrard
      Sophie Ebrard/Reprodução

      A resposta para a pesquisa comprovou que as mulheres já não querem ter o papel apenas de quem assiste apenas para satisfazer os desejos do parceiro, mas também porque o filme adulto serve sim para excitar e dar mais prazer na hora do “vamos ver”.
      E os filmes são diversos, tem para todos os tipos de gosto e até mesmo de cultura relacionada ao desejo sexual. Aquele que antes era visto como parte só do universo masculino, agora cai - cada vez mais - na graça das mulheres. O que é muito bom para eles também, afinal, uma das vantagens dos filmes pornôs é que ajudam a inspirar e permitem a ambos  a descoberta de novos desejos e vontades na cama.
      Segundo a pesquisa realizada por dois dos maiores sites de pornografia da internet, o Brasil e as Filipinas estão em primeiro lugar no consumo de conteúdo erótico pelo público feminino.
      Segundo o “Pornhub” e o “Redtube”, nos dois países, 35% do consumo de pornografia é realizado por mulheres e 65%, pelos homens. De acordo com as pesquisas o tempo em que cada um permanece nos sites na média mundial é de 10 minutos e 10 segundos para as mulheres, e 9 minutos e 22 segundos para os homens. Ou seja, as mulheres que ainda são em menor número gastam mais tempo á frente das telinhas observando as cenas eróticas dos filmes.
      O que elas gostam?
      Segundo resultados divulgados pelo PornHub no Brasil, a preferência feminina é pelo lésbico. Essa temática não é a favorita só das brasileiras. Nos Estados Unidos, México, Argentina, Austrália e Canadá o filmes com homossexualidade feminina também são o mais vistos. Mas, no Afeganistão, o que mais agrada é o pornô com atores negros, enquanto no Japão e na China o favorito é o sexo com desenho animado, o famoso hentai.
      Para a consultora do site C-date, Carla Cecarello, essa abertura do público feminino aos filmes eróticos se deve ao fato de que muitas mulheres se sentem mais livres, principalmente entre as adeptas do sexo casual, que deixam de lado muitos preconceitos e os tabus impostos pela sociedade.
      Que tal propor?
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