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Conhecida pelo uso na dermatologia, toxina botulínica é indicada para problemas como sorriso gengival e bruxismo
Conhecida popularmente como botox, a toxina botulínica ganha cada vez mais espaço nos consultórios dentários. O mesmo produto utilizado pelos dermatologistas em tratamentos estéticos e por profissionais de áreas como neurologia, oftalmologia, fisiatria, ortopedia e urologia, agora é indicado para tratamentos odontológicos.
Segundo Irineu Gregnanin Pedron (CROSP: 62.109), cirurgião dentista e autor do livro "Toxina botulínica: Aplicações em Odontologia" (Ed. Ponto), o botox tem sido usado para tratamentos como sorriso gengival e bruxismo, além de atuar como elemento coadjuvante em cirurgias.
“A toxina bloqueia o impulso nervoso na fibra muscular, não importando onde seja esse músculo ou onde seja o estímulo nervoso. O que varia é o local de aplicação e a dose aplicada. O botox é de uso temporário, não existe botox definitivo. Após um período de três a seis meses há necessidade de reaplicação”, explica Levy Nunes (CRO 30 251), especialista em bucomaxilofacial e mestre em fisiologia da ATM e doutor em cirurgia e pós-doutor em cirurgia buxomaxilofacial.
Levy pontua que a aplicação do botox é analisada pelos dentistas caso a caso. “Sorriso gengival é uma coisa que incomoda muita gente e o tratamento adequado seria cirurgia, mas será que todos estariam preparados para uma cirurgia desse porte? O botox requer uma aplicação mínima e dura seis meses, podendo ser reaplicado", argumenta o especialista.
No entanto, a substância é contraindicada para pacientes gestantes ou que estejam amamentando. Aqueles com alergia à toxina botulínica, lactose e albumina também devem evitá-la. Da mesma forma que os portadores de doenças musculares, neurodegenarativas, autoimunes ou que estejam fazendo uso simultâneo de antibiótico aminoglicosídico, que pode potencializar a ação da toxina.
O custo do tratamento odontológico com botox varia conforme a quantidade de doses aplicadas e de profissional para profissional. Mas vale destacar que planos de saúde têm a obrigatoriedade de cobrir o tratamento e que a rede pública de saúde também oferece o tratamento com a toxina botulínica.
Problemas bucais que podem ser tratados com o botox:
Sorriso gengival: situação que ocorre quando há uma desproporção entre o tamanho da gengiva e o do dente, fazendo com que a primeira pareça maior. A condição não chega a prejudicar a saúde do paciente, possuindo apenas efeitos estéticos.
Bruxismo ou briquismo: é uma desordem funcional caracterizada pelo ranger ou apertar dos dentes, principalmente, durante o sono. Um dos sintomas mais comuns é a pessoa acordar com a mandíbula dolorida ou com dor de cabeça.
Distonia: provoca espasmos localizados na região inferior da face (boca, língua e mandíbula), causando dificuldade na abertura ou fechamento da boca, no mastigar, no engolir e na articulação das palavras.
Disfunções da ATM: a articulação temporomandibular liga o maxilar ao crânio, os sintomas mais comuns de problemas na região é a sensação de que a mandíbula está ‘saltando para fora’, estalando ou até travando por um instante.
Sialorreia: ocorre quando há produção excessiva de saliva; pessoas com essa condição têm risco elevado de inalar a saliva, alimentos ou fluidos para os pulmões.
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Alguns alimentos possuem elementos que ajudam a clarear os dentes. A maçã e a pera são frutas que combinam ferro e cálcio, substâncias que uma vez juntas protegem o esmalte do dente. Foto: iStock
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