A área onde ocorreu o
desabamento parcial no Centro de Convenções da Bahia segue com risco de queda, segundo informou o engenheiro Luís Edmundo Filho, representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA-BA) neste sábado (24). O imóvel está isolado. A parte danificada só será liberada para perícia na segunda-feira (26).
"Existe, sim, a possibilidade dessas lajes que caíram, duas delas ficaram suspensas, e há possibilidade delas virem a cair, essas duas peças que ficaram suspensas. Mas caindo, ela vai cair na vertical e vai atingir só a parte de baixo onde tinha o antigo acesso ao auditório. A obra estava sendo realizada exatamente para recuperar os problemas de corrosão da estrutura, e foi identificado que esses pilares que romperam, que são tirantes, estavam oxidados, e eles estavam repondo esses tirantes. Chegaram a colocar na posição, mas não soldaram nas peças e acabou acontecendo esse acidente. A parte superrior do Centro de Convenções está íntegra, o que acabou caindo a parte que ficava pendurada", explica o especialista.
Centro de convenções passava por obras de
recuperação (Foto: Adriana Oliveira/ TV Bahia)
A direção da empresa Metro Engenharia informou à TV Bahia, neste sábado (24), que só foi contratada há 10 dias pelo Governo do Estado para escorar o local onde aconteceu o acidente.
Já o projetista e engenheiro Carlos Strauss disse que já tinha avisado ao governo sobre os riscos de desabamento. A assessoria da gestão estadual informou que na semana que vem iria começar uma obra no local que acabou desabando.
O Ministério Público informou neste sábado que instaurou um inquérito para acompanhar a obra, e recomendou que fosse feito um estudo sobre a estrutura do prédio, já que foi identificado que as obras que estavam sendo realizadas não eram suficientes para a reabertura em segurança do Centro de Convenções.
O MP também acionou a central de perícia do órgão para que um estudo aponte quais são as obras necessárias para reabertura do local. O estudo ainda não está pronto. O Ministério Público disse que o local só pode ser reaberto após a realização completa das obras.
Feridos
Com o desabamento, dois policiais do Batalhão de Policiamento Turístico ficaram levemente feridos. Uma policial chegou a passar mal, mas não sofreu ferimentos. O subcomandante do batalhão, Jaime Freitas, informou que os PMs foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e levados para o Hospital da Bahia. Eles já receberam alta e passam bem. No momento do acidente, só havia os três policiais no batalhão.
Parte de um pavimento desabou no Centro de
Convenões da Bahia (Foto: Hernique Mendes/ G1)
De acordo com a Superintendência de Trânsito (Transalvador), a faixa da direita da Rua Simon Bolivar, em frente ao Centro de Convenções, está interditada desde a madrugada deste sábado.
O final de linha dos ônibus que era feito também em frente ao Centro de Convenções foi para a saída da Octávio Mangabeira, a orla. A interdição não tem previsão de terminar.
Susto
Um morador ouvido pelo G1 relatou ter ouvido um grande estrondo. "Foi um estrondo enorme e depois subiu muita poeira", disse o morador Roberto Leal Neto.
O administrador de empresas Cláudio Portinoi, que também é morador da região, relatou que o barulho assustou os moradores da região. "Foi um barulho ensurdecedor, parecia terremoto. Um susto muito grande", destacou.
Equipes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e do Salvar foram encaminhados para o local.
O Centro de Convenções foi interditado pela Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom) no dia 20 de maio de 2015, após a constatação da falta de projeto e equipamentos de incêndio e pânico, como também de manutenção predial.
Centro de convenções passava por obras de recuperação (Foto: Adriana Oliveira/ TV Bahia)
Parte da fachada do Centro de Convenções desabou, em Salvador (Foto: Marco Costa/Arquivo pessoal)