Slide 1 de 11: Ex-primeira-dama Marisa Letícia da Silva foi velada no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, berço do Partido dos Trabalhadores, no ABC Paulista.
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Cerca de 100 pessoas começaram a formar uma fila na entrada do sindicato, onde o corpo da ex-primeira-dama Marisa Letícia está sendo velado em cerimônia aberta ao público. Muitos seguravam faixas e bandeiras com o símbolo do Partido dos Trabalhadores (PT). O velório da esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve durar até as 15h.
Autoridades. Ex-ministros petistas, deputados, dirigentes sindicais, governadores e uma multidão de simpatizantes participam do velório. De pé ao lado do caixão, onde havia uma bandeira do PT e outra do Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abraçou todos os populares, que formaram uma fila que deu a volta do quarteirão da sede da entidade. Após a chegada do corpo ao local, pela manhã, o religioso Frei Betto fez uma oração para a família e os amigos mais próximos. A ex-presidente Dilma Rousseff esteve no local no fim da manhã.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente Michel Temer e o ministro das Relações Exteriores, José Serra, que visitaram Lula na quinta-feira, 2, no Hospital Sírio-Libanês, após o agravamento do quadro de dona Marisa, não compareceram ao velório.
Ao chegar ao local, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) falou sobre o encontro entre Temer e Lula, o primeiro desde o impeachment de Dilma Rousseff, e rechaçou a possibilidade de abertura de um diálogo entre eles, como defendem auxiliares do peemedebista. "É precipitado dizer que isso vai acarretar em um entendimento na política. Vamos bater duro na reforma da previdência e consideramos Temer um presidente ilegítimo", disse a jornalistas.
Já o vereador e ex-senador Eduardo Suplicy (PT) avalia que a visita de Temer a Lula no hospital pode abrir caminho para um diálogo entre eles. "Nesse momento de desavenças tão profundas, a morte de dona Marisa pode criar essa vontade de se conversar mais sobre o Brasil", disse. Suplicy também relatou a amigos que Lula tinha esperanças de que Marisa poderia se recuperar.
Um dos fundadores do PT, o deputado federal Vicentinho (PT-SP) comentou que "sinceridade era a característica" da ex-primeira-dama Marisa Letícia. "Quando tinha de dar umas duras, ela dava", afirmou.
Para a deputado Luiza Erundina (PSOL-SP), a ex-primeira-dama foi uma "companheira e teve uma relação igualitária com (o ex-presidente) Lula". Enquanto o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou que a morte de Marisa Letícia "é uma perda muito grande não só para o (ex-presidente) Lula, mas também para o campo político".
Entre os presentes estavam também o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e do Piauí, Wellington Dias (PT), além do senador pelo Acre, Jorge Viana (PT), o líder do MTST, Guilherme Boulos e o presidente da UGT, Ricardo Pattah.
Mais cedo, uma equipe da TV Globo foi hostilizada por parte dos presentes, aos gritos de "imprensa golpista" e "imprensa assassina". A equipe deixou o local, e funcionários do Sindicato pediram que o dia não seja de "confusão com a imprensa, mas de silêncio".
Populares presentes ao velório de Marisa Letícia elogiam a ex-primeira-dama e sua parceria com o ex-presidente. "Ela foi tudo para ele e lutou muito para acabar com a fome no País", disse o sindicalista José Porto, que afirmou ser amigo de Lula. De acordo com ele, a morte de Marisa não acabará com as "forças" do ex-presidente. "Ele terá nosso apoio para voltar a ser presidente do Brasil."
Já a simpatizante Miriam Leirias, de São Paulo, disse que Marisa foi o "esteio, o pilar" de Lula. Para ela, o apoio da ex-primeira-dama "transcenderá" a Lula. O velório foi aberto ao público. Lula está ao lado do caixão e abraça a todos que vieram prestar solidariedade. A expectativa é de que o velório se estenda até 15h. Depois, o corpo de Marisa será levado para o cemitério Jardim da Colina, também em São Bernardo do Campo, onde será cremado em cerimônia reservada à família.