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quinta-feira, 15 de junho de 2017

As difíceis condições enfrentadas por estrangeiros em prisões na Coreia do Norte

Estudante americano preso em 2016 foi libertado nesta semana em estado de coma; livro de missionário americano libertado em 2014 - 27 kg mais magro - relata rotina de trabalhos forçados e interrogatórios.

Foto de arquivo mostra estudante Otto Warmbier sendo levado para tribunal de Pyongyang, na Coreia do Norte, em março de 2016 (Foto: Reuters/Kyodo)Foto de arquivo mostra estudante Otto Warmbier sendo levado para tribunal de Pyongyang, na Coreia do Norte, em março de 2016 (Foto: Reuters/Kyodo)
Foto de arquivo mostra estudante Otto Warmbier sendo levado para tribunal de Pyongyang, na Coreia do Norte, em março de 2016 (Foto: Reuters/Kyodo)
Há poucas dúvidas de que a Coreia do Norte é extremamente dura no tratamento dados a seus prisioneiros. Quando condenados, estrangeiros geralmente são sentenciados a trabalhos pesados - condição agravada pela sensação de isolamento e desamparo de se estar preso.
Um ex-prisioneiro admitiu à BBC que, mesmo muitos anos depois da experiência, continua traumatizado demais para falar sobre o assunto abertamente.
Mas outros conseguem dar detalhes sobre sua experiência. O missionário Kenneth Bae, por exemplo, preso em dezembro de 2012, por atos de "hostilidade contra a República", divulgou suas memórias do cárcere no livro Not Forgotten: The True Story of My Imprisonment in North Korea ("Não Esquecido: A Verdadeira História do Meu Encarceramento na Coreia do Norte", em tradução livre).
Bae já tinha visitado o país várias vezes, mas em 2012 foi abordado por oficiais que encontraram, com ele, um disco rígido com material de propaganda cristã. Pelo "crime", foi sentenciado a 15 anos de trabalhos pesados. Ele foi libertado em novembro de 2014, quando sua saúde se deteriorou consideravelmente - e após pressão da diplomacia americana.
Esse parece ter sido o caso de Otto Warmbier. O estudante americano de 22 anos, preso em janeiro de 2016, foi sentenciado a 15 anos de trabalhos forçados por "crimes contra o Estado"; supostamente pelo roubo de um cartaz de propaganda política. Ele foi libertado na terça-feira (13) em estado de coma.
Kenneth Bae dá entrevista nesta segunda-feira (20) em Pyongyang (Foto: Kyodo/AP)Kenneth Bae dá entrevista nesta segunda-feira (20) em Pyongyang (Foto: Kyodo/AP)
Kenneth Bae dá entrevista nesta segunda-feira (20) em Pyongyang (Foto: Kyodo/AP)
No seu livro, Bae relata que, nas primeiras quatro semanas de encarceramento, era interrogado, diariamente, das 8h às 22h ou 23 horas. Sob pressão, acabou escrevendo centenas de páginas de confissões que seus interrogadores exigiam.
Bae conta que, depois, trabalhava seis dias por semana em uma fazenda, "carregando pedras, e escavando carvão". Sua rotina diária era se levantar às 6h, tomar café da manhã, rezar, e realizar trabalhos pesados de 8h às 18h.
Sob este regime, emagreceu 27 kg em 735 dias de cativeiro. Enquanto perdia peso, sua saúde se fragilizava, e, por isso, precisava ser levado com frequência ao serviço médico.
Além do desgaste físico, havia a dor psicológica, o sentimento de isolamento. Seu interrogador dizia com frequência: "Ninguém lembra de você. Você foi esquecido pelas pessoas, pelo governo. Voce não vai para casa tão cedo. Você ficará aqui por 15 anos. Você fará 60 anos antes de ir para casa".
"Eu me senti como um inseto, preso numa teia de aranha. Toda vez que me mexia, ficava mais difícil sair", relata.
Bae conta que, depois do mês de interrogatório, teve permissão para ler e-mails e mensagens de pessoas de seu país (embora isso tenha sido tanto um conforto quanto um tormento). Também lhe foi permitido ter uma bíblia.
É provável que o agravamento de sua condição de saúde tenha preocupado as autoridades norte-coreanas a ponto de o libertarem - para evitar ter de lidar com a eventual crise diplomática que sua morte causaria. E parece que o mesmo teria ocorrido com Otto Warmbier.

Cavando a própria sepultura

Kenneth Bae é um cidadão americano, originalmente da Coreia do Sul, que fala coreano. Ele acredita que seu tratamento como prisioneiro - com uma cela própria com cama e banheiro - era melhor que o dispensado aos norte-coreanos presos por crimes comuns ou por serem dissidentes políticos.
É provável que esteja certo. A Anistia Internacional descreveu os campos de detenção do país como locais de condições pesadas "além do suportável".
"Centenas de milhares de pessoas - incluindo crianças - são presas em campos de prisioneiros políticos e outras instalações de detenção na Coreia do Norte. Muitos deles não cometeram nenhum crime, e são meramente membros da família daqueles considerados culpados por crimes políticos graves", acrescenta a organização.
A organização analisou imagens aéreas de campos de detenção e diz que um deles é três vezes o tamanho do distrito de Washington DC, nos EUA, abrigando 20 mil presos. Um ex-funcionário contou à Anistia que os presos eram forçados a cavar seus próprios túmulos, que uma das formas de punição de presos era estupro e que muitos deles simplesmente desapareciam.
Kenneth Bae relata que seus carcereiros estavam curiosos sobre sua vida no Ocidente. "Falo a língua (deles) e conseguia me comunicar", explica, acrescentando que os norte-coreanos acreditavam que 99% dos americanos viviam na pobreza. "Eu disse que a maioria tem casa e carro, e eles diziam: 'não pode ser'".
Bae não diz que foi fisicamente torturado. Seu estado de saúde piorou por causa das condições duras na prisão, que acabaram exacerbando sua diabetes, pressão alta e problemas nos rins.
Algo parecido pode ter ocorrido com o estudante Otto Warmbier, mas os EUA certamente estão se perguntando como ele foi parar em estado de coma e por que a Coreia do Norte levou um ano para divulgar o caso.
Se as causas estiverem ligadas a algum ataque físico ao estudante, o caso pode ter consequências maiores, quem sabe até provocar alguma resposta mais dura do presidente americano, Donald Trump.


quarta-feira, 14 de junho de 2017

Londres: prédio recebeu revestimento inflamável em reforma

Incêndio em Londres© Carl Court Incêndio em Londres

O incêndio que destruiu um prédio de apartamentos de 24 andares e matou 12 pessoas no norte de Kensigntin, em Londres, pode ter sido agravado pelo material utilizado no revestimento da torre, informou o jornal britânico The Independent.
Construída em 1974, a Grenfell Tower passou por uma reforma no ano passado e a remodelagem incluiu a melhoria estética, com a adição de um revestimento à fachada para deixar a aparência do prédio mais moderna. Este revestimento, segundo informou o The Independent, ajudou o fogo a se alastrar rapidamente e destruir o prédio por completo.
Um relatório da reforma obtido pelo jornal britânico aponta que os materiais utilizados foram escolhidos com o objetivo de adequar a aparência da torre aos luxuosos apartamentos da região. “Devido à sua altura, a torre é visível da Área de Conservação Avondale adjacente ao sul e da Área de Conservação de Ladbroke a leste”, aponta um documento de planejamento para o trabalho de regeneração. “As mudanças na torre existente melhorarão sua aparência, especialmente quando vistas da área circundante”.
A empresa responsável pelo trabalho de remodelação, Rydon, disse que o revestimento e outras mudanças foram feitos para ajudar a “melhorar o isolamento térmico e modernizar o exterior do edifício”. Uma declaração da Rydon após o término da reforma, no entanto, apontou que “revestimentos de tela de chuva, janelas de substituição e fachadas de paredes de cortina foram instalados, dando ao edifício um aspecto mais fresco e moderno”.
Desde que a reforma foi concluída, em maio de 2016, os residentes reclamaram repetidamente sobre a segurança do bloco, mas foram assegurados que não havia problema. Ainda segundo o jornal britânico, especialistas advertiram repetidamente que a adição de revestimento, que é regularmente usado para atualizar edifícios antigos ou degradados, cria uma pequena cavidade entre o isolamento e fachada, produzindo um túnel de vento que contribui para espalhar o fogo.

Vídeo: vítimas de incêndio em Londres relatam momentos de terror (via AFP)



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Correção do FGTS será depositada em agosto

InfoMoney (Shutterstock)© Shutterstock InfoMoney
SÃO PAULO – Os trabalhadores brasileiros receberão um dinheiro extra nas suas contas do FTGS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a partir de agosto. Os valores serão creditados mesmo para os que já sacaram os recursos das contas inativas. O rendimento extra é decorrente da medida que aumentou a remuneração do fundo.
Antes da aprovação da Lei nº 13.466, em 25 de maio, a remuneração do FGTS era de 3% ao ano. Agora, esse valor subiu para 5,5% e, pela primeira vez em anos, esses rendimentos apresentarão ganho real, ou seja, vão superar a inflação.
Esse valor extra, no entanto, não poderá ser sacado da mesma maneira que os valores das contas inativas. Eles serão acrescentados ao saldo do fundo e ficarão disponíveis para movimentação pelas regras previstas em lei, como a compra de imóvel.
Caso o trabalhador tenha sacado todo o dinheiro de uma conta inativa, mas ela estava com saldo positivo em 31 de dezembro de 2016, a conta continua a existir e vai receber esse valor extra.
Vídeo: O que é CDI e qual a diferença para o CDB? (Via Exame)




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