Protesto é realizado contra as reformas em tramitação no Congresso.
Manifestantes fazem protestos e paralisações em Santa Catarina nesta sexta-feira (30) pelas Diretas Já e contra reformas em tramitação no Congresso. Rodovias foram bloqueadas em diversas regiões. Na Grande Florianópolis, os ônibus pararam de circular por três horas, das 8h às 11h.
Rodovias
Em Chapecó, no Oeste, cerca de 3 mil pessoas, conforme a organização, participam de uma manifestação na BR-282. O grupo chegou ao local por volta das 9h30 e pretende ficar até a tarde. Eles bloqueiam e liberam a rodovia no intervalo de alguns minutos. Mais de 15 cidades da região participam da mobilização. A PRF não fez estimativa de quantas pessoas no local.
Em Florianópolis, o bloqueio da BR-282 começou por volta das 6h no km 0,5, na área continental. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), um grupo de cerca de 50 pessoas fechou a Via Expressa na direção da Ponte Pedro Ivo, que dá acesso à ilha. Os manifestantes afirmam que aproximadamente 200 pessoas participaram do ato, entre entidades sindicais, representantes das centrais, movimentos sociais e estudantes.
Por volta das 6h30 começou um confronto entre Polícia Militar e manifestantes. Conforme a RBS TV, bombas de efeito moral foram jogadas para tentar liberar o trânsito. Duas pessoas ficaram feridas, segundo os manifestantes. Alguns relataram também uso de gás de pimenta. Após ação da PM, por volta de 6h50, os participantes se dispersaram e a rodovia foi liberada.
Ainda em Florianópolis, foi ateado fogo em pneus na SC- 401 no km 18,300, no bairro João Paulo. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), a rodovia ficou bloqueada no sentido Centro por 40 minutos e foi liberada pouco antes das 6h30. Segundo a polícia, cerca de 10 pessoas atearam o fogo e já saíram do local.
Às 11h25, a BR-470 foi bloqueada por manifestantes no km 143 em Rio do Sul, no Vale do Itajaí. A PRF não informou quantas pessoas estavam no local. O G1 não conseguiu contato com os organizadores.
Em Navegantes, no Litoral Norte do estado, a BR-470 foi totalmente bloqueada no km 08 por uma hora e meia, desde às 5h30. Cerca de 200 pessoas estavam na rodovia, segundo a PRF, e aproximadamente 400, segundo os manifestantes.
Por volta das 7h, manifestantes ligados à Central Única dos Trabalhadores (Cut), ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), ao Levante Popular da Juventude e de outras centrais sindicais caminharam pela BR-470 em direção à BR-101. Eles bloquearam o km 110 no sentido Norte da BR-101 entre Navegantes. A PRF disse que a rodovia foi liberada às 8h, mas não soube dizer a extensão da fila.
Ônibus
Os trabalhadores do transporte coletivo da Grande Florianópolis paralisaram as atividades das 8h às 11h. Segundo Deonísio Linder, diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb), a paralisação afeta toda a região.
Com a paralisação, prevista também para ocorrer por duas horas no período da tarde, a Prefeitura de Florianópolis montou “um plano de contingência emergencial” com vans e ônibus escolares e de turismo (veja preços e itinerários).
Em Chapecó, os ônibus das primeiras horas da manhã não foram até o terminal urbano. Os passageiros não sabiam onde embarcar. Conforme a RBS TV, como tinha previsão de protesto no terminal, os motoristas foram orientados a não circularem pelo local. Eles seguem usando as ruas alternativas para embarcar e desembarcar os passageiros.
Florianópolis
Trabalhadores da área da saúde e da educação também aderiram à greve geral. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, das 49 unidades de saúde da cidade, 32 estão com atendimento mínimo mantido e outras 17 com atendimento reduzido ou sem médicos.
Nenhuma das unidades chegou a fechar pela manhã . Já a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação não soube informar quantas unidades tiveram o atendimento afetado.
Joinville
Em Joinville, no Norte, trabalhadores ligados ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e Região (Sinsej) se reuniram na Praça da Bandeira, no Centro da cidade, durante a manhã contra as reformas da previdência e trabalhista. Conforme o Sinsej, havia 800 pessoas no local. Segundo a PM, 300.
Araranguá
Em Araranguá, no Sul, trabalhadores ligados a movimentos sociais e sindicais se reúnem em frente à sede do INSS para o Fórum Catarinense de Luta e o Fórum Sul-catarinense de Luta nesta manhã. O ato em apoio à greve geral é contrário às reformas da previdência e trabalhista e contra a terceirização.
Por volta das 9h começavam a caminhada pelas ruas da cidade com cerca de mil pessoas, de acordo com Erivaldo da Cunha Cardoso, coordenador de um dos fóruns e presidente do Sindicato dos trabalhadores em transporte rodoviário do Vale do Araranguá. Segundo ele, os trabalhadores desse sindicato aderiram parcialmente à greve. Trabalhadores da educação da região também participavam do ato junto com alguns alunos.
A Polícia Militar de Araranguá informou que policiais em duas viaturas acompanhavam a mobilização, mas não fez estimativa de participantes até as 9h.
Educação
Segundo a Secretaria de Estado da Educação, o atendimento é considerado normal na maioria das escolas estaduais. Conforme a assessoria de imprensa do órgão, algumas escolas podem registrar problemas pontuais por causa da paralisação do transporte coletivo, como é o caso do Instituto Estadual de Educação, que liberou os alunos às 10h.
Conforme a RBS TV, em outra escola estadual, a Simão José Hess, no bairro Trindade, na capital, os alunos colocaram um cadeado no portão.