Delegação de altos-funcionários sul-coreanos foi recebida pelo líder em Pyongyang nesta segunda (5).
Por G1
O líder norte-coreano Kim Jong-un, disse a uma delegação de altos funcionários sul-coreanos que é sua "firme vontade de avançar vigorosamente" e "escrever uma nova história da reunificação nacional", informou nesta terça-feira (6) a agência de notícias oficial KCNA.
Uma delegação sul-coreana visitou Pyongyang nesta segunda-feira (5), onde se reuniu com o ditador norte-coreano, em uma histórica viagem que se segue ao início da distensão iniciada nos recentes Jogos Olímpicos na Coreia do Sul.
Os emissários do presidente sul-coreano Moon Jae-in, as autoridades mais importantes a visitar o Norte em mais de 10 anos, têm como missão analisar as medidas possíveis para favorecer o diálogo entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos sobre o programa nuclear militar norte-coreano.
"Ouvindo do enviado especial do lado sul sobre a intenção do presidente Moon Jae In de fazer uma cúpula, ele [Kim Jong-un] trocou pontos de vista e fez um acordo satisfatório", prosseguiu a KCNA, sem detalhar que acordo seria esse.
"Ele também fez uma troca de opiniões aprofundadas sobre as questões para aliviar as tensões militares agudas na península coreana e ativar o diálogo versátil, contato, cooperação e troca ", concluiu a agência estatal norte-coreana.
Aproximação
Os Jogos Olímpicos de Inverno, que terminaram em 25 de fevereiro, possibilitaram uma notável aproximação entre o Norte e o Sul, após dois anos de grandes tensões relacionadas aos programas nuclear e balístico da Coreia do Norte.
O auge da operação de aproximação norte-coreano foi a viagem ao Sul de Kim Yo Jong, irmã do líder Kim Jong Un, no que foi a primeira visita de um membro da dinastia no poder em Pyongyang desde o fim da guerra da Coreia em 1953.
Moon deseja capitalizar os Jogos Olímpicos para abrir um diálogo entre seu vizinho do Norte e Washington, visando uma diminuição nas tensões.
Durante sua visita, Kim Yo Jong entregou a Moon, da parte de seu irmão, um convite para participar de uma cúpula em Pyongyang.
Insultos
O presidente sul-coreano se absteve, no entanto, de responder rapidamente, alegando que primeiro deveriam estabelecer boas "condições" para o diálogo.
"Prevemos discussões de fundo sobre as maneiras de avançar não apenas no diálogo intercoreano, mas também no diálogo entre a Coreia do Norte e a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos", declarou antes de viajar a Pyongyang o conselheiro de Moon para a segurança nacional, Chung Eui-yong, que lidera a delegação sul-coreana, de 10 membros.
A missão não será fácil. O hermético país realizou no ano passado seu mais poderoso teste nuclear e multiplicou seus disparos de mísseis, alguns dos quais com capacidade de atingir o território continental americano.
O clima ficou ainda mais tenso com os insultos pessoais e ameaças apocalípticas entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano. O primeiro chamou o segundo de "homem foguete", e Kim falou que Trump era um "velho doente mental".
"Daremos conta da determinação do presidente Moon para obter a desnuclearização da península coreana e para estabelecer uma paz sincera e duradoura", acrescentou Chung.
Trata-sa da primeira delegação ministerial sul-coreana que se desloca para a Coreia do Norte desde dezembro de 2007.
Um ano depois, o presidente conservador Lee Myung-bak chegou ao poder e as relações intercoreanas esfriaram.
Entre os membros da atual delegação, que regressará na terça-feira, está Suh Hoon, chefe do serviço de inteligência da Coreia do Sul (NIS).
Este veterano das relações com a Coreia do Norte teve um papel fundamental nas negociações que terminaram em cúpulas intercoreanas em 2000 e 2007.
Está previsto que a delegação sul-coreana se dirija na quarta-feira a Washington para informar sobre sua viagem ao Norte, segundo a presidência sul-coreana.