Líder diz que aceita negociar com EUA fim do programa nuclear; em 2017 governo de Pyongyang fez mais de 20 lançamentos de mísseis.
O ditador norte-coreano
Kim Jong-un surpreendeu o mundo e disse que aceita negociar com os Estados Unidos o fim do programa nuclear.
O ditador sorridente pouco lembra o homem que mandou matar o próprio tio, tortura opositores e assustou o mundo em 2017 com mais de 20 lançamentos de mísseis. Pois foi assim que o líder da
Coreia do Norte, Kim Jong-un, recebeu a delegação sul-coreana na visita a Pyongyang. A esposa participou do banquete, mais um gesto de aproximação.
A TV norte-coreana anunciou com a pompa de sempre que “um acordo havia sido alcançado”. Mas só no retorno da delegação à
Coreia do Sul, nesta terça (6), é que o mundo ficou sabendo do que se tratava.
Os líderes das duas Coreias vão se encontrar, na fronteira, em abril. Além disso, os norte-coreanos concordaram em conversar com os
Estados Unidos sobre a desativação do arsenal nuclear. E não é tudo: enquanto essas negociações estiverem ocorrendo, Pyongyang promete não realizar qualquer teste de mísseis ou bomba atômica.
São avanços incontestáveis. Faz dez anos que líderes das duas Coreias não se reúnem. E no fim de semana, a Coreia do Norte havia descartado conversar sobre desarmamento com os americanos.
Os sul-coreanos acham que a diplomacia está funcionando, mas são precavidos. Em 2003, a Coreia do Norte anunciou que abandonaria o tratado de não proliferação de armas nucleares prometendo que seria apenas para produção de energia. Desde então já testou seis bombas atômicas.
Nesta terça-feira (6), o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse que o Exército precisa continuar focado na defesa. Ele conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump.
Trump elogiou os esforços de todas as partes e disse acreditar que a disposição da Coreia do Norte para negociar é sincera, mas não quis responder se vai impor condições para começar a conversa.