Policiais de moto perseguindo dupla entraram na festa, que tinha cerca de 5.000 pessoas, e teriam sido recebido com pedradas e garrafadas
Vania Souza, da Agência Record
Confusão aconteceu quando policiais de moto entraram em baile funk
Daniel Teixeira/Estadão ConteúdoUm baile funk em Paraisópolis, uma das maiores comunidades de São Paulo, terminou ao menos com nove pessoas mortas, após um tumulto na madrugada deste domingo (1º), informou a Polícia Militar.
De acordo com a corporação, policiais do 16º Batalhão Metropolitano que faziam patrulhamento na Operação Pancadão no bairro reagiram após dois homens em uma moto efetuarem disparos de arma de fogo.
Ao todo, nove pessoas pisoteadas foram levadas ao pronto-socorro do Hospital do Campo Limpo, onde os médicos constataram as mortes. Outras sete pessoas foram socorridas com lesões ao AMA Paraisópolis. Duas viaturas da PM foram depredadas.
O porta-voz da PM, tenente-coronel Emerson Massera, concedeu uma entrevista coletiva na tarde deste domingo para falar sobre o episódio. O governador de São Paulo, João Doria, manifestou-se pelas redes sociais e lamentou o ocorrido.
O advogado e conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos) Ariel de Castro Alves afirma que "aparentemente, foi uma ação desastrosa da PM que gerou tumulto e mortes”.
Líder comunitário em Paraisópolis, Gilson Rodrigues conta que "é comum que a polícia jogue bombas durante os bailes" que acontecem nos fins de semana na comunidade.
"É uma enorme irresponsabilidade da PM fazer isso. Afinal, são jovens que querem se divertir, que não têm acesso à cultura e arrumaram um jeito de se divertir. O bairro ficou famoso, tem pobres, mas também tem ricos que frequentam [o baile]."
Ele acrescenta que ainda não tem informações se as vítimas são moradores do bairro, já que os bailes costumam atrair público de fora.
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