EMPREENDEDOR DE SUCESSO

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

NO BRASIL E NO MUNDO QUEM SE INTEREÇAR PELOS ESTUDOS NÃO ESTÁ ESCAPE A MORTE.

QUANTOS E QUANTOS ALUNOS(AS) SÃO BALEADOS(AS) E MORTOS(AS) NA ESCOLA, OU  A CAMINHO DELA?










Por Flavio Moura
No início deste ano, a Companhia das Letras tentou convidar Malala para vir ao Brasil. A resposta veio polida, mas enfática: ela não tinha tempo, precisava estudar para o vestibular.
Dá pra imaginar quantas vezes ela terá de dizer o mesmo agora que se tornou a mais jovem da história a vencer o Prêmio Nobel da Paz.
Sua autobiografia, Eu sou Malala, saiu no ano passado. Fez um sucesso estrondoso — mais de cem mil exemplares no Brasil. No mundo todo, já está perto da casa dos dois milhões.
Não é pra menos. A história que ela conta ali foge a qualquer padrão. Há exatos dois anos — em 9 de outubro de 2012 — ela foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa. Estava dentro do ônibus, voltando da escola onde estudava.
Pouco tempo antes, em 2006, milícias extremistas do Talibã assumiram o controle do Vale do Swat, região do Paquistão onde ela morava. Entre as primeiras providências que tomaram estava a destruição de escolas que admitiam mulheres.
O pai de Malala era dono de uma dessas escolas. Criada desde pequena em meio a livros, a menina lançou um blog em que defendia seu direito à educação. Ficou marcada — e o tiro que recebeu veio por causa disso.
Às pressas, foi levada à Inglaterra para se tratar. Contra todos os prognósticos, ela se recuperou.  Não pode mais voltar a seu país, onde está jurada de morte, mas seu exemplo repercutiu pelo mundo. O prêmio Nobel é o exemplo maior disso.
Com apenas dezesseis anos, ela se tornou símbolo de muita coisa: da opressão sobre as mulheres em regimes obscurantistas; da luta pela educação em países carentes; da capacidade transformadora de uma experiência singular.
Enquanto o Estado Islâmico põe em curso um projeto expansionista assustador a partir da Síria, decapitando civis ocidentais e escravizando mulheres não muçulmanas, o prêmio a Malala é um sinal poderoso que o mundo democrático envia às facções obscurantistas de Alá.
Mas convém não jogar tanto peso nas costas da menina. Afinal de contas, ela precisa estudar.

* * *

A Editora Seguinte lançará a versão juvenil de Eu sou Malala em fevereiro de 2015, e a Companhia das Letrinhas publicará Malala, a menina que queria ir para a escola, escrito pela jornalista Adriana Carranca.

* * * * *

Flavio Moura é editor da Companhia das Letras.

6 Comentários

  1. Selma Guimarães disse:
    Amigos Sepe e Ramon, sobre as suas indagações cabe uma reflexão… Ao deparar-se com um límpido riacho, atravessando a extensão de uma região tomada pela seca, o que o torna mais importante? Saber onde se localiza a sua nascente? Em que mar ele deságua? Ou seria a quantos seres vivos ele hidratará, permitindo a perpetuação da condição de vida para quem lhe colhe os benefícios? Suponho que Malaga seja apenas a representação e também a possibilidade da mudança, porém, cabe a cada um de nós rompermos com a rigidez e darmos a dimensão ética apropriada à sua proposta, fazendo mudanças em nós.
  2. Selma Guimarães disse:
    A respeito de Malala, a mim me parece um grande espírito portador de uma mensagem coletiva, universal até, que vem sinalizar a importância da Educação como o agente transformador das estruturas sociais decadentes que o mundo contemporâneo tem oferecido; também, diz respeito às nossas imensas responsabilidades frente aos problemas viscerais do relacionamento humano dessa sociedade,onde nos inserimos, disseminando ódios por discordarmos uns dos outros em aspectos menos relevantes, se considerarmos os propósitos sublimes da vida. Há que se crer em um Plano do Senhor da Vida para o restabelecimento e consolidação dos valores humanos, e Malala o seu preposto.
  3. Sepe disse:
    Prezado Flavio,
    acredito que o texto tende a colocar a Malala como um exemplo do mundo ocidental contra o mundo islâmico. Na verdade, cita apenas os casos de agressão contra os ocidentais, quando sabemos que os ataques se dirigem também e principalmente às minorias locais. Ao mesmo tempo, reconhecendo o interesses ocidentais seculares na região, fica a pergunta: Será que se um estudante palestino publicasse uma bibliografia sobre sua agruras para ir até a escola na Faixa de Gaza seria publicado e quiçá agraciado com um Nobel ?
    O Grande Jogo continua…
  4. Ramon de Córdova disse:
    Quantas Malalas simplesmente não sobreviveram? Ou, se sobrevivem, fazem-no longe do olhar e até da cosciência do resto do mundo, largadas à própria sorte e tendo um Estado opressor e cruel como perspectiva de horizonte?
    Enquanto isso, a nossa representante atual, com direito a voz e poder de decisão, opta por omitir-se e hipocritamente sugerir o diálogo como quem sugere homeopatia para tratar metástase.
  5. Lucas Vinicius disse:
    Adorei o texto, acho sempre importante essas noticias que dar fossa ao nosso espírito guerreiro e protestante.
  6. Caroline Oliveira disse:
    Excelente texto, parabéns a jovem Malala.

Malala recebe prêmio Nobel da Paz em cerimônia na Noruega



Por Balazs Koranyi
OSLO (Reuters) - A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, que levou um tiro de militantes do Taliban por se recusar a abandonar a escola, e o ativista indiano Kailash Satyarthi receberam seus prêmios Nobel da Paz, nesta quarta-feira, após dois dias de comemorações pelo trabalho deles em prol dos direitos das crianças.
Malala se tornou a ganhadora mais jovem do prêmio. A paquistanesa tem recebido elogios no mundo todo por sua campanha global desde que foi atingida na cabeça dentro de um ônibus escolar em 2012. Alguns grupos no Paquistão, no entanto, a acusam de ser influenciada pelo Ocidente e de violar princípios conservadores do Islã.
"Eu conto a minha história não porque ela é única, mas porque não é", disse Malala, de 17 anos, que lançou um livro e tem uma fundação com seu nome.
"Essa é a história de muitas meninas", disse ela na Prefeitura de Oslo, em evento no dia do aniversário da morte do industrial sueco Alfred Nobel.
Apesar de o foco estar voltado para Oslo nesta quarta, os ganhadores do Nobel de Literatura, Química, Física, Medicina e Economia se reuniram em Estocolmo para receber seus prêmios das mãos do rei da Suécia.
Satyarthi, que ajudou a salvar cerca de 80.000 crianças de trabalho forçado, às vezes por meio de confrontos violentos, manteve um comportamento discreto em Oslo e reconheceu ter sido ofuscado por Malala e seus admiradores.
"Eu perdi dois dos meus colegas", disse Satyarthi sobre seu trabalho. "Carregar o corpo de um colega que está lutando pela proteção de crianças é algo que nunca vou esquecer, mesmo quando sento aqui para receber o prêmio Nobel da Paz."
Malala, que chegou à Noruega com amigos e jovens ativistas do Paquistão, Síria e Nigéria, se encontrou com milhares de crianças, caminhou pelas ruas para saudar apoiadores e vai inaugurar uma exibição em que o vestido sujo do sangue que ela usava no dia do ataque ao ônibus será exposto.
O prêmio de 2014 pode ajudar o Comitê Norueguês do Nobel a recuperar sua reputação após escolhas controversas nos últimos anos, como a União Europeia e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
(Reportagem adicional de Stine Jacobsen e Alistair Scrutton)

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Estrela do Nobel, Malala leva amigas que sofreram ataque para a premiação

Shazia e Kainat também foram feridas em atentado dos talibãs em 2012.
Elas seguem a amiga famosa que receberá Nobel da Paz nesta quarta.
Kainar Riaz (de véu branco), Malala Yousafzai e Shazia Ramzan (de óculos), além da ativista síria Mezon Almellehan, estão em Oslo para a cerimônia do Nobel (Foto: Matt Dunham/AP)Kainar Riaz (de véu branco), Malala Yousafzai e Shazia Ramzan (de óculos), além da ativista síria Mezon Almellehan, estão em Oslo para a cerimônia do Nobel (Foto: Matt Dunham/AP)
Malala Yousafszai será a grande estrela da cerimônia de entrega do Prêmio Nobel, na tarde desta quarta-feira (10). A jovem paquistanesa que desafiou o talibã para lutar pelo direito à educação ganhou o Prêmio Nobel da Paz junto com o ativista indiano Kailash Satyarthi, que lutou durante 35 anos para libertar milhares de crianças do trabalho escravo. Eles receberão o prêmio em um evento em Oslo, na Noruega. Em outra cerimônia também nesta quarta-feira, mas em Estocolmo, na Suécia, os vencedores dos Nobel de literatura, física, química, medicina e economia serão premiados (veja lista abaixo).
VEJA TODOS OS VENCEDORES DO PRÊMIO NOBEL EM 2014
Prêmio
Vencedores
Motivos
Prêmio Nobel da Paz
Malala Yousafszai (Paquistão) e Kailash Satyarthi (Índia)
Prêmio Nobel de Física
Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura (Japão)
Prêmio Nobel de Química
Eric Betzig (EUA), Stefan W. Hell (Alemanha) e William E. Moerner (EUA)
Prêmio Nobel de Medicina
John O'Keefe (EUA/Reino Unido), May-Britt e Edvar Moser (Noruega)

Prêmio Nobel de Literatura
Patrick Modiano (França)
Prêmio Nobel de Economia
Jean Tirole (França)
Montagem - Uniforme ensanguentado de Malala é exibido em cerimônia pré-Nobel (Foto: Odd Andersen/AFP; Matt Dunham/AP)Montagem - Uniforme ensanguentado de Malala é
exibido em cerimônia pré-Nobel
(Foto: Odd Andersen/AFP; Matt Dunham/AP)
Malala, de 17 anos, não estava sozinha quando foi baleada pelos talibãs por ter a ousadia de lutar pela educação. Duas outras meninas também foram atacadas quando iam para a escola de ônibus no Paquistão no dia 8 de outubro de 2012. Malala não se esqueceu delas. As amigas a acompanham na festa do Prêmio Nobel da Paz.
Shazia Ramazan, de 16 anos, e Kainat Riaz, 17, estão unidas no que elas chamam de "Missão Malala", o desafio de chamar a atenção do mundo para o direito de jovem meninas terem a chance de estudar.
"Quando você tem educação, você é capaz de fazer tudo", disse Kainat. "Se você não tem educação, você não pode fazer nada."
Shazia e Kainat também sofreram ferimentos graves no ataque que resultou em um tiro na cabeça de Malala. A jovem que ganhou o Nobel da Paz foi levada de helicóptero para um hospital britânico, mas Ramazan e Riaz ficaram para trás. O uniforme de Malala foi exibido pela primeira vez nesta terça-feira.
A polícia escoltou as duas para a escola. Mas elas continuaram a luta pelo dreito à educação. Agora elas estudam no UWC Atlantic College, no País de Gales, e querem fazer medicina.
"A missão Malala é a nossa missão. Ela é minha amiga", disse Kainat. "E ela nos inspirou. Inshallah, vamos sempre apoiá-la."
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Câmara cassa o mandato do deputado federal André Vargas

Parlamentar é suspeito de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef.
Vargas foi cassado por 359 votos a favor, um contra e seis abstenções.
A Câmara dos Deputados cassou nesta quarta-feira (10) o mandato do deputado federal André Vargas (sem partido-PR) por quebra de decoro parlamentar. Ele é suspeito de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, acusado de comandar um esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
A votação que cassou o mandato do parlamentar do Paraná foi aberta. O placar eletrônico do plenário da Câmara registrou 359 votos favoráveis pela cassação e somente um contrário – o do deputado José Airton (PT-CE) –, além de seis abstenções. Para que Vargas perdesse o mandato, era necessário que, ao menos, 257 deputados votassem a favor da cassação.
Com a cassação aprovada, Vargas poderá ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que o deixa inelegível por oito anos. Ex-deputado do PT, ele tentou postergar ao máximo a conclusão do processo político no Congresso. Como não se reelegeu, Vargas deixará a Câmara ao final desta legislatura.
A maioria dos partidos com representação na Câmara, incluindo o PT, orientou suas bancadas a votar pela perda do mandato do ex-deputado petista. Somente os líderes de PMN e PEN optaram por liberar os parlamentares para que votassem como quisessem.
Vargas não compareceu à sessão desta quarta-feira, apesar de, no mês passado, ter dispensado seu advogado, optando por fazer pessoalmente sua defesa. À Câmara, disse que não poderia ir ao Legislativo se autodefender por não ter condições de falar.
No entanto, ele conversou duas vezes nesta quarta-feira, por telefone, com a reportagem do G1. “Não irei de forma alguma a Brasília. Minha licença expira só hoje [quarta] à noite”, ressaltou Vargas na primeira ligação.
Ao final da votação, Vargas afirmou ao G1, por telefone, que não acompanhou a sessão porque está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele não quis informar o motivo da internação.
"Não estou [acompanhando a votação] porque estou internado no hospital Albert Einstein. Eu não estou acompanhando pela TV", declarou.
Em seguida, ele foi informado pela reportagem que a cassação de seu mandato tinha acabado de ser aprovada.
"Quanto foi o placar?", questionou.
Ao ser indagado sobre as medidas que pretendia tomar diante da cassação, o deputado se limitou a dizer. "Eu não vou comentar, eu não vou comentar."
O hospital Albert Einstein confirmou a internação, mas informou que, a pedido do paciente, não daria informações sobre o estado de saúde.
Cirurgia
Na noite da última segunda-feira (8), o agora deputado cassado chegou a protocolar um recurso na Câmara pedindo o adiamento da sessão que agendada para analisar seu processo de quebra de decoro.
No ofício, alegou que, devido à recuperação da cirurgia odontológica realizada na semana passada, não poderia se defender no plenário, já que estava sem condições de falar.
Vargas chegou a enviar na segunda-feira um atestado médico comprovando a realização da cirurgia. Na ocasião, solicitou uma licença médica até esta quarta-feira.
Para comprovar a realização do procedimento cirúrgico, a assessoria de Vargas enviou fotos da arcada dentária do deputado com um dente extraído. No entanto, o pedido de adiamento foi negado pela direção da Câmara sob o argumento de que o regimento interno exige, nesses casos, a indicação de uma junta médica para examinar o parlamentar.

Carta aberta à atriz global Débora Falabella: a verdade sobre a educação de Minas Gerais

Carta aberta à atriz global Débora Falabella: a verdade sobre a educação de Minas Gerais

“Todas as informações são comprovadas por dados publicados pelo próprio governo estadual e estão à sua disposição. A convidamos para conhecer uma escola estadual mineira para comprovar que o personagem das peças publicitárias não corresponde à realidade em Minas Gerais”

Débora Falabella Educação Minas Gerais
Atriz encabeça campanha publicitária do governo de Minas Gerais
Abaixo, transcrevemos carta do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Geraisendereçada à atriz Débora Falabella em resposta à campanha publicitária mentirosa veiculada pelo Governo de Minas em horário nobre e que tem a atriz como protagonista (vídeo aqui)
Prezada Débora Falabella,
Às vezes vale a pena recusar alguns trabalhos apenas para não decepcionar milhares de fãs.
Às vezes vale a pena procurar mais informações sobre o personagem que você irá representar.
Milhares de professores, alunos e comunidades foram extremamente prejudicados pelo governo de Minas Gerais em 2011 e o que você afirma através das peças publicitárias não corresponde à realidade.
No sentido de informá-la da real situação da educação mineira, apresentamos informações:
– O Governo mineiro investe apenas 60% do total dos recursos que deveria investir em educação. O restante vai para fins previdenciários;
– Desde 2008, há uma diminuição do investimento do governo estadual em educação;
– No que se refere à qualidade da educação, o Estado de Minas Gerais tem resultado abaixo da média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE);
– Apenas 35% das crianças mineiras até cinco anos frequentam estabelecimentos de ensino em Minas Gerais. Onde está o direito à educação de 65% destas crianças?

A realidade do Ensino médio é igualmente vergonhosa:

– nos últimos 6 anos houve uma redução de matrículas no Ensino Médio de 14,18%;
– O passivo de atendimento acumulado no ensino médio regular entre 2003 e 2011, seria de 9,2 milhões de atendimentos. Isso quer dizer que nem todos os adolescentes tiveram o direito de estudar garantido;
– Minas Gerais, comparativamente à média nacional, tem a pior colocação em qualidade da escola: 96% das escolas não têm sala de leitura, 49% não têm quadra de esportes e 64% não têm laboratório de ciências

Os projetos e programas na área da educação são marcados pela descontinuidade e por beneficiar uma parcela muito pequena de alunos.

Veja:
– O Projeto Escola de Tempo Integral beneficiou 105 mil alunos, num universo de 2,5 milhões de alunos;
– O programa professor da família não atinge as famílias mineiras que necessitam de ajuda e tampouco é feito por professores, mas por pessoas sem a formação em licenciatura;
– O Estado não tem rede própria de ensino profissionalizante, repassando recursos públicos à iniciativa privada.
A respeito dos dados sobre o sistema de avaliação, é importante que saiba que são pouco transparentes, com baixa participação da comunidade escolar e ninguém tem acesso à metodologia adotada para comprovar a sua veracidade.
Quanto à valorização dos profissionais da educação relatada nas peças publicitárias, a baixa participação em inscrições para professor no concurso que a Secretaria de Estado realiza comprova que esta profissão em Minas Gerais não é valorizada.
O Governo de Minas não paga o Piso Salarial Profissional Nacional, mas subsídio. Em 2011, 153 mil trabalhadores em educação manifestaram a vontade de não receber o subsídio. Ainda assim o Governo impôs esta remuneração.
Em 2011 o governo mineiro assinou um termo de compromisso com a categoria se comprometendo a negociar o Piso Salarial na carreira. Mas o governo não cumpriu e aprovou uma lei retirando direitos, congelando a carreira dos profissionais da educação até dezembro de 2015.

Compromisso e seriedade com os mineiros são qualidades que faltam em Minas Gerais.

Todas as informações são comprovadas por dados publicados pelo próprio governo estadual e estão à sua disposição. Por fim, a convidamos para conhecer uma escola estadual mineira para comprovar que o personagem das peças publicitárias não corresponde à realidade em Minas Gerais.

E QUERIA SER O MEU PRESIDENTE? Aécio Neves será julgado por desvio de R$4,3 bilhões da saúde

BRASIL.


Aécio Neves é investigado pelo desvio de R$ 4,3 bilhões da área da saúde em Minas Gerais. Se condenado, o senador ficará inelegível

aécio neves
Por três votos a zero, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu que o senador Aécio Neves continua réu em ação civil por improbidade administrativa movida contra ele pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Aécio é investigado pelo desvio de R$ 4,3 bilhões da área da saúde em Minas e pelo não cumprimento do piso constitucional do financiamento do sistema público de saúde no período de 2003 a 2008, período em que ele foi governador do estado. O julgamento deverá acontecer ainda esse ano. Se culpado, o senador ficará inelegível.
Desde 2003, a bancada estadual do PT denuncia essa fraude e a falta de compromisso do governo de Minas com a saúde no estado. Conseqüência disso é o caos instaurado no sistema público de saúde, situação essa que tem se agravado com a atual e grave epidemia de dengue.

Recurso

Os desembargadores Bitencourt Marcondes, Alyrio Ramos e Edgard Penna Amorim negaram o provimento ao recurso solicitado por Aécio Neves para a extinção da ação por entenderem ser legítima a ação de improbidade diante da não aplicação do mínimo constitucional de 12% da receita do Estado na área da Saúde.
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Segundo eles, a atitude do ex-governador atenta aos princípios da administração pública já que “a conduta esperada do agente público é oposta, no sentido de cumprir norma constitucional que visa à melhoria dos serviços de saúde universais e gratuitos, como forma de inclusão social, erradicação e prevenção de doenças”.
A alegação do réu (Aécio) é a de não ter havido qualquer transferência de recursos do estado à COPASA para investimentos em saneamento básico, já que esse teria sido originado de recursos próprios. Os fatos apurados demonstram, no entanto, a utilização de valores provenientes de tarifas da COPASA para serem contabilizados como investimento em saúde pública, em uma clara manobra para garantir o mínimo constitucional de 12%. A pergunta é: qual foi a destinação dada aos R$4,3 bilhões então?

O segredo da Suécia para combater a corrupção



O que faz da Suécia um dos países menos corruptos do mundo? Entenda como desde a década de 70 só houve dois casos de corrupção política naquele país a nível nacional

suécia corrupção
Cidade de Gotemburgo, Suécia (Divulgação)
Texto da jornalista Claudia Wallin, retirado do livro ‘Um País sem Excelências e Mordomias’. No trecho abaixo, a jornalista entrevista Gunnar Stetler, responsável pela corrupção no país.
*
Gunnar Stetler franze a testa, pisca duas vezes e contrai os músculos do rosto, como quem faz um cálculo extraordinário. Percorre os labirintos da memória durante uma longa pausa, e encontra enfim a resposta: nos últimos 30 anos, ele diz, foram registrados apenas dois casos de corrupção entre parlamentares e integrantes do governo na Suécia.
”Tenho apenas uma vaga lembrança”, diz Stetler. ”É muito raro ver deputados ou membros do Governo envolvidos em corrupção por aqui.”
Estamos no escritório abarrotado de arquivos e papéis do promotor-chefe da Agência Nacional Anti-Corrupção (Riksenheten mot Korruption), no bairro de Kungsholmen. A poucos passos dali, na mesma rua Hantverkargartan, fica a sede da temida Ekobrottsmyndigheten, a Autoridade Sueca para Crimes Financeiros. Com o sol de abril que enfim derreteu o gelo de mais um inverno, do outro lado da rua mães passeiam com seus carrinhos de bebê entre os túmulos do jardim da igreja Kungsholmskyrka, um hábito comum que se estende a vários cemitérios-parque da cidade.
Da sua pequena sala, Gunnar Stetler chefia o trabalho de promotores especializados que investigam os principais casos de suspeita de corrupção no país. Casos menos graves são processados a nível regional, nas diversas promotorias distritais que compõem o cerco sueco contra trapaças, tramóias e falcatruas em geral.
Com 1,93m de altura, expressão grave e ar insubornável, Gunnar Stetler é descrito na mídia sueca como o maior caçador de corruptos do país. Entre os casos sob a sua mira em 2013 estava a denúncia de que a operadora de telefonia sueca TeliaSonera teria pago suborno no valor de 337 milhões de dólares para estabelecer operações no Uzbequistão.
”Historicamente, 75 por cento das acusações formais contra crimes de suborno na Suécia terminam em condenações”, diz Stetler.
Nascido em 1949, Stetler ganhou fama após conduzir casos como o de um ex-diretor da empresa sueca ABB, condenado a três anos de prisão em 2005 por ter desviado 1,8 milhão de coroas suecas para uma empresa registrada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.
”Chega um momento em que uma pessoa não se contenta mais com um Volvo V70, e quer trocá-lo por um Porsche. A ganância é parte do dilema humano”, reflete Stetler.
Para o promotor-chefe, são três os fatores que mantêm a Suécia à margem das listas de países gravemente corruptos: a transparência dos atos do poder, o alto grau de instrução da população e a igualdade social.
O que faz da Suécia um dos países menos corruptos do mundo?
GUNNAR STETLER: Em primeiro lugar, a lei de acesso público aos documentos oficiais. Esta lei, criada na Suécia há mais de duzentos anos, evita os abusos do poder. Se os cidadãos ou a mídia quiserem, podem verificar meu salário, meus gastos e as despesas de minhas viagens a trabalho. Meus arquivos são abertos ao público. E acreditamos que, ao colocar os documentos e registros oficiais das autoridades ao alcance do público, evitamos que os indivíduos que exercem posições de poder pratiquem atos impróprios. Esta é a razão principal. Em segundo lugar, é preciso citar a lei aprovada na Suécia há cerca de 200 anos [em 1842, nota do autor], que introduziu o ensino compulsório no país e aumentou o nível geral de educação da população.
Qual é o impacto de uma população com maior grau de instrução na prevenção da corrupção?
GUNNAR STETLER: Se uma pessoa não tem acesso à educação, ela não tem condições nem de compreender e muito menos de fiscalizar o sistema. Na Suécia, acreditamos que uma sociedade se constrói não a partir do topo, mas a partir da base da população. Portanto, é preciso oferecer uma boa educação a todas as camadas da sociedade. A China tem um alto grau de corrupção, mas vem investindo na melhoria do nível de instrução da população. Creio que isto irá, de certa forma, reduzir a corrupção no país.
Com que frequência o seu telefone toca com denúncias de corrupção?
GUNNAR STETLER: Recebo cerca de quatro ligações do público todos os dias. Mas de cada 15 denúncias, em geral apenas uma tem base para caracterizar um caso. A maior parte dos casos se refere a questões de menor dimensão, como quando um funcionário público aceita viajar para um resort a convite de uma empreiteira a fim de facilitar um contrato. Se você é um funcionário público na Suécia, não está absolutamente autorizado a aceitar este tipo de convite. Lidamos também com casos de maior envergadura. Acabo de acusar formalmente um dos chefes do Kriminalvården (sistema prisional sueco), que recebeu subornos da ordem de milhões de coroas suecas de uma empresa contratada para construir penitenciárias. Trabalhamos com denúncias do público, da mídia e também de sistemas nacionais de auditoria, como o Riksrevisionen (órgão independente que controla as finanças das autoridades públicas na Suécia).
Qual é o nível de incidência de casos de corrupção política a nível nacional na Suécia, entre parlamentares e membros do Governo?
GUNNAR STETLER: É muito raro ver deputados ou membros do Governo envolvidos em corrupção por aqui.
Qual foi a última vez que isso ocorreu na Suécia?
GUNNAR STETLER: Se me lembro bem (pausa)…talvez tenham sido uns dois casos (pausa)…nos últimos (pausa)…trinta anos.
O senhor quer dizer que desde a década de 70 só houve dois casos de corrupção política a nível nacional?
GUNNAR STETLER: Sim.
Que casos foram esses?
GUNNAR STETLER: Se não me engano (pausa)…há cerca de dez anos (pausa)…um deputado do Parlamento, representante da costa oeste, cometeu um erro (pausa)…tenho apenas uma vaga lembrança.
Se o senhor tem apenas uma vaga lembrança sobre o que seriam os dois únicos casos de corrupção política a nível nacional nos últimos 30 anos, pode-se presumir que não tenham sido grandes escândalos?
GUNNAR STETLER: Sim. Em termos de corrupção política, casos mais sérios ocorrem principalmente nas municipalidades.
Mas a última vez que um político sueco foi condenado à prisão por corrupção foi aparentemente em 1995. Isso significa que o grau de corrupção política na Suécia não é em geral grave o suficiente para exigir pena de prisão, ou é um sinal de que o sistema é leniente com políticos corruptos?
GUNNAR STETLER: Na Suécia, em geral, toda punição é leniente.
Como assim?
GUNNAR STETLER: No sistema penal sueco, o princípio básico não é a punição, e sim a reintegração do indivíduo à sociedade. Esta é a nossa tradição. O código penal não prevê punição especialmente dura para casos de corrupção política.
Punições mais severas não são então a resposta para combater a corrupção política?
GUNNAR STETLER: Quem pune políticos corruptos é a opinião pública. Se um deputado ou um funcionário da administração estatal pratica um ato de corrupção, ele será punido severamente pela sociedade, principalmente por ter cometido um erro a partir de uma posição de poder. Um deputado, por exemplo, pode ser forçado a renunciar através da pressão da opinião pública e da mídia, mesmo quando não é indiciado formalmente.
Há alguma regra especial para investigar e processar políticos por crimes de corrupção, como a necessidade de obter aprovação do Parlamento ou de algum comitê?
GUNNAR STETLER: Não.
Cabe principalmente à mídia e aos cidadãos fiscalizar o poder, ou a instituições como a que o senhor dirige?
GUNNAR STETLER: Cabe, em primeiro lugar, à imprensa livre. Se a mídia tem acesso aos documentos oficiais, ela poderá agir, juntamente com os cidadãos, para garantir uma sociedade mais limpa. É claro que agentes oficiais, como a Agência Anti-Corrupção, também cumprem um papel importante. Presumo que talvez, no Brasil, os cidadãos não confiem em servidores públicos como eu. Mas na Suécia a maior parte das pessoas confia nas agências do poder público, e uma das razões disso é o fato de que os cidadãos podem supervisionar o que as agências fazem.
Como é o trabalho da Agência Nacional Anti-Corrupção?
GUNNAR STETLER: Nosso foco principal é o suborno. Pode-se dizer que o suborno, tanto na esfera pública como no setor privado, é um câncer para qualquer sistema. Mesmo quando o valor do suborno é muito baixo, ele pode influenciar uma licitação no valor de um bilhão de coroas suecas. No setor público, é importante que as compras de bens e serviços sejam realizadas de modo correto. A construção de um novo hospital, por exemplo, pode custar cerca de 1,7 bilhão de coroas suecas (cerca de 260 milhões de dólares). Quando uma agência do setor público lida com um contrato deste porte, é importante que haja uma distância entre a empresa que vai construir o hospital e os funcionários públicos que vão aprovar tal contrato. No meu ponto de vista, e penso que a maioria das pessoas na Suécia concorda, é essencial que funcionários públicos não aceitem ofertas ou presentes de nenhum tipo, mesmo os de baixo valor.
Os suecos em geral parecem realmente ter receio da regra que proíbe aceitar qualquer brinde ou presente com valor acima de aproximadamente 400 coroas suecas.
GUNNAR STETLER: Em geral, nenhum funcionário público ou privado na Suécia é autorizado a aceitar brindes ou presentes acima de 300 ou no máximo 400 coroas (entre cerca de 46 e 60 dólares). Na minha posição, não posso aceitar nada.
Nada?
GUNNAR STETLER: Não. Nem mesmo um café com wienerbröd (tipo de pão doce sueco). E não acho que políticos ou funcionários públicos na Suécia aceitam, em geral, o que é considerado como suborno real, ou seja, grandes subornos.
Não acontece?
GUNNAR STETLER: Pode acontecer, mas não é normal. A questão é definir o que é considerado como um suborno. Para alguns, aceitar um convite para jantar ou passar o fim de semana em um resort não configura um suborno. Mas na Suécia, convites deste tipo caracterizam de fato um suborno. Principalmente para aqueles que trabalham no setor público.
Aceitar um convite para jantar pode então ser considerado um crime?
GUNNAR STETLER: Na minha opinião, uma pessoa ou empresa privada não pode convidar um funcionário público para jantar, se há um negócio envolvido entre as duas partes.
Qual é o seu melhor conselho para um país como o Brasil se tornar uma sociedade mais limpa?
GUNNAR STETLER: É preciso compreender que esta é uma tarefa que não pode ser cumprida em 24 horas. Para combater a corrupção, é necessário implementar um sistema de ampla transparência dos poderes estatais, aumentar o nível de educação da população em geral, e promover a igualdade social. A educação é o princípio básico do que chamamos na Suécia de jämlikheten (a igualdade social). E este é também um fator importante na prevenção da corrupção. Parece-me que o Brasil é um país com enormes desigualdades sociais.
Qual a importância da igualdade social neste processo?
GUNNAR STETLER: Se uma pessoa tem que lutar diariamente por sua sobrevivência, para ter acesso a alimentação, escolas e hospitais, a questão do combate à corrupção na sociedade certamente não estará entre seus principais interesses. Mas quando uma pessoa se sente parte da sociedade à qual pertence, passa a não aceitar os abusos do poder.
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