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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Não há certeza de que a neutralidade da rede terá vida longa nos EUA


A aprovação de novas regras para a Internet pela Comissão Federal de Comunicações (FCC – Federal Communications Comission), na quinta-feira (26/02), que sustentam a “neutralidade da rede” ou a “Internet aberta”, ao defini-la como um serviço de utilidade pública (como o serviço telefônico), foi muito comemorada nos EUA e, provavelmente, no mundo. Mas, não há garantias de que a medida terá vida longa. Ou, pelo menos, a luta para acabar com a Internet aberta vai continuar.
As grandes provedoras de serviços de Internet (ISPs – Internet Service Providers) nos EUA, entre elas as provedoras de internet por cabo, como AT&T, a Comcast, a Verizon e a Cox, e as provedoras de serviços wireless, como T-Mobile e Sprint, somados à maioria dos parlamentares do Partido Republicano, são os opositores da neutralidade da rede. Entre os defensores estão as provedoras de conteúdo, como a Netflix, a Amazon, a Apple e a Google, a maioria dos parlamentares do Partido Democrata, o governo Obama.
É uma “briga de gente grande”. Os defensores, porém, tiveram um reforço inusitado nos dias que antecederam a votação da proposta pela FCC: mais de 4 milhões de pessoas enviaram mensagens ao órgão, com pedidos para manter a Internet livre — ou a neutralidade da rede. Pelo volume de mensagens, o pedido tem um peso considerável.
Porém, os opositores da neutralidade da rede, um grupo que inclui americanos de formação conservadora, juraram não desistir da luta. Prometeram combater a neutralidade da rede pelo menos em quatro frentes: uma na Justiça, duas no Congresso e uma no (futuro) governo, segundo o New York Times, Washington Post, Wall Street Journal e outras publicações.
Na Justiça, os opositores já fazem planos de mover uma ação contra a FCC para obrigar o órgão a derrubar suas próprias regras. E, antes mesmo de montar o processo, pretendem pedir uma liminar que impeça, temporariamente, que as regras entrem em efeito — o que está previsto para um período próximo de dois meses.
A FCC não tem um bom histórico na defesa da neutralidade da rede nos tribunais. Em 2010, um tribunal federal de recursos decidiu que a FCC ultrapassou os limites quando acusou a Comcast de reduzir a velocidade do tráfico para usuários de sites de compartilhamento de arquivos, como o BitTorrent. No ano passado, o mesmo tribunal decidiu em favor da Verizon e anulou um esforço da FCC para aprovar regras em favor da Internet aberta.
Porém, as grandes ISPs terão dificuldades de processar a FCC, porque dependem, frequentemente, da boa vontade do órgão. A Comcast, por exemplo, provavelmente irá declinar de compor o grupo de demandantes, porque tem processos de fusão e de outras transações correndo na FCC. O mais provável é que as ISPs se escondam por trás de alguma entidade e de parlamentares conservadores, que poderão se encarregar de mover a ação.
Por sua vez, os defensores da neutralidade da rede — provedoras de conteúdo, políticos e entidades — tendem a lutar de peito aberto, porque defender a “Internet livre” é uma posição muito mais popular do que a de combatê-la.
No Congresso, há duas frentes de combate à neutralidade da rede e não se sabe o que pode acontecer. Sequer há uma sólida posição partidária em qualquer dos lados. Parlamentares republicanos de peso, como o líder do Comitê do Comércio, senador John Thune, o presidente do mesmo comitê e do Comitê de Energia na Câmara, deputado Greg Fred Upton e o deputado Greg Walden e seus seguidores deveriam ser contra a neutralidade da rede. Mas são a favor.
Os democratas são a favor, de uma maneira geral, mas uma boa parte deles está em cima do muro. Os republicanos chegaram a trabalhar em um projeto de lei para acabar com a proposta. Mas, diante do volumoso apoio popular à medida da FCC, passaram a discutir uma legislação alternativa. A ideia agradou a alguns parlamentares democratas, como o senador Bill Nelson, que quer discutir uma “legislação verdadeiramente bipartidária” para as telecomunicações.
Em outra frente, parlamentares republicanos programaram uma audiência, que se assemelha a uma CPI, na qual pretendem colocar as autoridades da FCC contra a parede. Representantes das provedoras de serviços de internet também foram convocados para, obviamente, depor contra as novas regras aprovadas pela FCC.
Se as medidas não forem derrubadas na Justiça ou no Congresso, os republicanos irão depositar todas suas esperanças nas próximas eleições presidenciais. Na quinta-feira, a neutralidade da rede foi aprovada por 3 a 2: três votos da ala democrata da FCC e dois votos da ala republicana. Os republicanos devem ganhar as próximas eleições presidenciais, dizem os republicados. Então, a composição da FCC irá mudar para ter maioria republicana e a neutralidade da rede será amaldiçoada.
Em outras palavras, os republicanos não estão dispostos a entregar os pontos. Eles querem que o governo não interfira na Internet de forma alguma, o que significa não regulamentá-la.
O que está em jogo
O caso da Netflix, a empresa que viabiliza o streaming de filmes e programas de televisão é o melhor exemplo do que está acontecendo. Em períodos de pique, a Netflix responde por cerca de um terço de todo o tráfego na Internet, na América do Norte. Ou seja, a Netflix está faturando alto e as provedoras de serviços de Internet cobiçam uma fatia do bolo.
Por isso, as ISPs tentaram cobrar uma taxa da Netflix — e de todas as demais provedoras de conteúdo — para que possam fazer o streaming de seus vídeos em alta velocidade. Se as provedoras de conteúdo não toparem pagar essa taxa, a velocidade de transmissão seria reduzida — com prejuízo evidente para os consumidores.
As novas normas da FCC simplesmente proíbem a criação de linhas rápidas (fast lanes) e a cobrança de taxas diferenciadas das provedoras de conteúdo. Por isso, a FCC define a neutralidade da rede como uma questão de justiça. As provedoras de Internet devem tratar todo tráfego na Web com igualdade — e não aumentar a velocidade ou reduzi-la ou, em outras palavras, manipular o conteúdo da Internet de maneira a favorecer algumas empresas em detrimento de outras, por uma taxa.
A FCC — na linha de pensamento do governo Obama — acredita que, se algumas operadoras de websites tiverem de pagar um dinheiro extra para levar seu conteúdo aos consumidores, isso iria inviabilizar as operações de pequenas empresas ou empresas novas de fornecimento de conteúdo e também de jogos, músicas e aplicativos. Por isso, se posiciona contra a priorização de algum tráfego na Internet sobre outros.
Com a aprovação dessas regras, a FCC reconhece que a Internet como uma commodity básica — ou um serviço de utilidade pública, como o serviço telefônico. Assim, as ISPs devem obedecer regras padrão, que se aplicam à privacidade, transparência e não discriminação — as mesmas regras da telefonia. Ficam proibidos bloqueamento de serviços, tais como os da Netflix, o controle de fluxo, a redução do tráfego na Web, o estabelecimento de prioridades, e a aceleração do tráfego em troca de pagamento extra.
Um problema das ISPs é que elas também são provedoras de conteúdo — ou seja, de vídeos de filmes e programas de televisão. Porém, a Netflix cobra apenas US$ 8 por mês e o usuário pode assistir filmes todos os dias, se quiser. Mas a Netflix demora para disponibilizar filmes novos. As ISPs lançam os filmes novos mais cedo e, talvez por isso, o aluguel de um único filme pode custar alguma coisa em torno do que a Netflix cobra por mês. No final das contas, uma grande quantidade de usuários prefere esperar que o filme seja lançado pela Netflix para assisti-lo e isso prejudica a rentabilidade das ISPs.
O mesmo acontece com as provedoras de conteúdo que disponibilizam músicas, jogos e aplicativos, como é o caso da Apple, da Google e da Amazon. Elas sempre têm um preço mais em conta e, por isso, faturam mais que as ISPs. No final das contas, tudo se resume ao mais repetido dizer americano: “It is all about money”.

Por 
é correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos.

Google desiste de plano para bloquear pornografia no Blogger


(Reuters) - O Google abandonou plano de proibir a publicação de conteúdo adulto em sua plataforma de blogs Blogger depois de receber comentários negativos dos usuários sobre a ideia.
A companhia vai em vez disso "ampliar a fiscalização" de sua política atual que proíbe a presença de pornografia comercial no Blogger, disse a diretora de suporte de produtos sociais do Google, Jessica Pelegio.
Usuários do Blogger poderão continuar a etiquetar qualquer blog com conteúdo sexualmente explícito como "adulto".
O Google afirmou no início desta semana que os usuários do Blogger não poderiam mais publicar fotos ou vídeos sexualmente explícitos no Blogger a partir de 23 de março.

 
 

Rio, 450 anos: Cinco grandes desafios para o futuro

  • 28 fevereiro 2015
BBC Brasil convidou cinco especialistas para comentar os atuais problemas e principais desafios da cidade
Ao completar 450 anos neste domingo, o Rio de Janeiro registra avanços e enfrenta desafios que se arrastam há décadas.
A ex-capital, considerada o cartão-postal do Brasil para o mundo, tem um mercado turístico que segue em crescimento, mas ainda enfrenta problemas de saneamento básico, violência, mobilidade urbana e infraestrutura turística.
A pouco mais de 500 dias da Olimpíada, o Rio é um grande canteiro de obras, com expansão do metrô, construção de BRTs (corredores de ônibus), VLTs (bondes de superfície), túneis e duplicação de estradas, além das instalações olímpicas.
Leia mais: COI evita polêmicas e elogia obras da Olimpíada do Rio
A BBC Brasil selecionou cinco áreas e convidou especialistas para comentar os problemas atuais e desafios futuros da cidade.
Veja os principais trechos das entrevistas:

1) IMPACTOS E LEGADO DOS GRANDES EVENTOS

O geógrafo americano Christopher Gaffney viveu os últimos seis anos no Rio de Janeiro analisando os impactos dos grandes eventos sobre a cidade. Suas pesquisas e análises foram destacadas na mídia brasileira e internacional e seu trabalho de pós-doutorado na Universidade de Zurique tem como tema o legado e os problemas da Copa do Mundo e da Olimpíada para os cariocas.
BBC Brasil – Quais são os principais impactos e o legado que a Copa e as Olimpíadas deixarão para o Rio de Janeiro?
Christopher Gaffney – Na minha visão o legado principal é uma cidade mais cara, mais excludente, mais fragmentada e mais privatizada. É a consolidação da ordem de poder na cidade. Há obras de mobilidade, mas faltou entender o transporte associado à moradia e ao trabalho. A Zona Sul e o Centro ainda concentram 60% de todos os empregos no Rio, e poderia ter havido mais investimentos em moradias acessíveis na região central ou em trens para o subúrbio. Há uma ciclovia que ligará o Leblon à Barra, mas ao longo dos BRTs que levam à Zona Norte, não. Estamos pensando em projetos de turismo ou mobilidade urbana?
Teríamos tido um legado maior caso a Olimpíada tivesse sido concentrada na Ilha do Fundão, onde está a UFRJ, como previa o primeiro projeto. Teria havido alterações mais profundas, com impactos positivos para os mais pobres. Isso teria significado mais transportes na Baía de Guanabara, um modelo mais inclusivo de integração com os bairros do entorno e com a Zona Norte, como o Complexo do Alemão, Caju, Complexo da Maré, até mesmo a Baixada Fluminense, além de uma ligação de metrô com o centro da cidade. Focando na Barra, estamos reforçando a lógica vigente, a divisão entre periferia e bairros nobres.
BBC Brasil - O Rio tende a ganhar ou perder com os grandes eventos?
Gaffney – Eu diria que, para a maioria da população, a tendência é perder mais do que ganhar, por diversas razões. O carioca mais uma vez mostrou-se capaz de organizar grandes festas, mas a que preço?
Especialista acha que o Rio está mais 'fragmentado e privatizado'
A normalidade foi suspensa, com os feriados em dias de jogos, e reforçou-se a ideia de uma sociedade militarizada, que não entende as demandas dos mais pobres. Houve diversas polêmicas, remoções, dentre outros problemas. Os grandes eventos têm um lado festivo, que leva ao orgulho e ao patriotismo, mas têm também um lado perverso.
Leia mais: Olimpíadas: As inovações que o Japão quer introduzir nos Jogos de 2020
Nessa lógica perversa inclui-se a consolidação de medidas de exceção na segurança pública, por exemplo. E isso também aconteceu em Vancouver e Londres. Os grandes eventos não alteram de forma sustentável a lógica da segurança pública, com transformações de longo prazo. Ao contrário, estimulam a criação de soluções imediatistas e de exceção, cuja tendência é se tornarem permanentes, inclusive na legislação.
Além disso, a percepção de ganhar ou perder está atrelada à posição geográfica e à classe social de cada um.
BBC Brasil – O que o Rio pode tirar de lição para o futuro com a Copa e a Olimpíada?
Gaffney – Em grandes eventos, os benefícios são pagos por todos e distribuídos a poucos. Por isso, seria imprescindível atentar mais para a importância de haver consultas públicas. A população deveria ter uma influência muito maior sobre os planos olímpicos. Também é importante rastrear e monitorar o uso do dinheiro público, o que é muito difícil no Brasil. O cidadão deveria ser mais ativo, participar mais desses processos, porque não adianta reclamar só depois que já está tudo finalizado.
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2) SEGURANÇA PÚBLICA

Domínio de grupos criminosos sobre alguns territórios está entre os principais problemas de segurança pública
Pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da UERJ, o sociólogo espanhol Ignacio Cano vive no Rio há mais de 15 anos e vem acompanhando o cenário de segurança pública na cidade, com diversos livros e artigos publicados, entre eles estudos sobre as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).
BBC Brasil – Quais são os principais problemas atuais em questão de segurança pública no Rio de Janeiro?
Ignacio Cano – Os maiores problemas no momento são o elevado número de homicídios, os roubos também muito elevados e o domínio de grupos criminosos sobre alguns territórios.
BBC Brasil – Qual é o momento atual das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e como o projeto de pacificação pode se desenvolver no futuro?
Cano – As UPPs enfrentaram uma grave crise e agora passam por reavaliação, mas a situação ainda é muito delicada. O programa de pacificação encontra-se num momento difícil, e o cenário não é muito favorável. Vamos ter que ver como evolui até 2016 e, se a trajetória até lá for negativa, a situação pós-Olimpíada pode ser complicada, com a já esperada diminuição do foco de atenção a essas iniciativas e, por consequência, dos recursos disponíveis.
No Complexo da Maré o Estado terá que assumir, e ainda não sabemos o que irá acontecer. Trata-se de um teste, uma grande oportunidade. Por um lado pode-se mostrar algo diferente, integrando mais a população. Por outro, pode-se reproduzir o desastre ocorrido no Complexo do Alemão, com tiroteios constantes, numa situação em que as pessoas praticamente não se beneficiaram da pacificação. Há o risco de a Maré se tornar um novo Alemão.
Leia mais: Quais lições a Copa do Mundo deixa para a Olimpíada?
BBC Brasil – Quais devem ser os impactos dos grandes eventos sobre a segurança pública no Rio? E quais devem ser as preocupações para o futuro?
Cano – Os grandes eventos não alteraram fundamentalmente o panorama de segurança pública no Rio. O que mais trouxe alterações foi a UPP, no sentido de mudar as favelas da Zona Sul, mas nem Copa nem Olimpíadas vão alterar crucialmente as características da cidade. Não existe mais essa expectativa.
Quanto ao futuro, as preocupações deveriam ser tentar fazer uma cidade mais integrada e menos segregada, melhorando os índices de homicídios e tornando-se um território só, integrado. Os investimentos deveriam estar focados realmente na redução dos homicídios e na recuperação de territórios.
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3) MOBILIDADE URBANA

A mobilidade urbana é um dos principais temas em debate no Rio
Carioca, o arquiteto e urbanista Pedro Rivera é o diretor do Studio-X Rio, uma rede global da Universidade de Columbia, nos EUA, cujo objetivo é repensar o futuro das cidades, com unidades em Amã, Nova York, Mumbai, Pequim, Tóquio, Istambul e Johannesburgo, além do Rio de Janeiro.
BBC Brasil – No que o Rio ainda está errando em matéria de mobilidade urbana, mais recentemente?
Pedro Rivera – A principal questão em mobilidade urbana hoje em dia é como fazer a pessoa migrar do carro para o transporte público. A demolição do elevado da Perimetral, no centro do Rio, é um bom exemplo disso. Sou totalmente a favor, mas usaram milhões para construir um túnel subterrâneo, quando esse dinheiro deveria ter sido usado para desenvolver mais opções de transporte coletivo. Mais BRTs, mais barcas, mais VLTs. Esse deveria ter sido o recado, a prioridade, e não o carro, mais uma vez. Também precisamos investir mais em ciclovias, na bicicleta como meio de transporte.
Nós destruímos nossas cidades para acomodar o carro, visando o transporte individual como prioridade, abrindo estradas e grande avenidas. Agora o desafio é retomar este espaço para a coletividade.
BBC Brasil – Quais são suas principais sugestões para o futuro do Rio em termos de mobilidade urbana?
Rivera – Uma das questões mais importantes é o estacionamento no centro expandido da cidade. As pessoas acham que têm o direito de estacionar na rua, mas na verdade trata-se de um privilégio. Quando eu estaciono meu carro na rua, estou usando um espaço que é de todos, para o meu benefício individual.
A partir disso, defendo que estacionar na rua seja proibido em todo o centro expandido (incluindo Botafogo, Tijuca, Glória). A cidade precisa ter uma política de estacionamento em via pública. Quantas vagas existem? Qual nossa é a meta? Qual é a política tarifária? É preciso começar a pensar o estacionamento no centro das grandes cidades como forma de reduzir o número de carros.
BBC Brasil – Você ajudou a criar um projeto de ciclovias para o centro da cidade que foi aceito pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). O que diz esse plano?
Rivera – As ciclovias do Rio são muito lineares. Na orla, na Lagoa, falta capilaridade, ruas do interior dos bairros também precisam ter as ciclovias. Nosso projeto prevê isso, a criação de uma malha cicloviária no centro da cidade. O custo está estimado em R$ 6 milhões, e o documento foi entregue ao prefeito na metade do ano passado. Recebemos o compromisso de que seria executado, e as obras já começaram.
A ideia é que as ciclovias se conectem às estações de metrô, barcas, à Central, e demais modais. A ciclovia precisa deixar de ser secundária, e tornar-se um investimento de prioridade, visto com importância. São no total 33 quilômetros de malha cicloviária no centro do Rio, que ajudarão a locomoção e a integração com os outros modais.
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4) SANEAMENTO BÁSICO/DESPOLUIÇÃO

Especialista diz que ausência de política pública favorece ocupação desordenada e lançamento de esgoto na Baía de Guanabara
Um dos mais respeitados estudiosos da Baía de Guanabara e do sistema de lagoas do Rio de Janeiro, o biólogo Mario Moscatelli acompanha há anos o panorama de saneamento básico e poluição na capital fluminense e mantém análises constantes do setor.
BBC Brasil – Quais são os maiores problemas do Rio de Janeiro em termos de saneamento básico e poluição atualmente?
Mario Moscatelli – Neste momento os principais problemas são a falta de políticas públicas para a habitação que sejam mais permanentes e constantes. Isso favorece uma ocupação desordenada do terreno da cidade, gerando o esgoto irregular, que acaba indo para as praias, lagoas, e para a Baía de Guanabara. E onde existe a ocupação ordenada, como na Barra, por exemplo, o poder público às vezes demora em instalar o saneamento básico. Do ponto de vista ambiental, rios, Baía de Guabanara e sistema de lagoas estão poluídos e pagam o preço de toda esta situação.
O Rio é uma cidade do século 21 com saneamento básico do século 18. E não são só as favelas que despejam esgoto no ambiente não. Na região metropolitana não há quase nenhum rio vivo, viraram todos valões de esgoto. Há despejo de esgoto no costão de São Conrado e na enseada de Botafogo, e Copacabana tem problemas quando chove. Flamengo tem influências da Marina da Glória e do rio Carioca, Ipanema e Leblon recebem esgoto do Jardim de Allah e o Leblon especificamente do canal da rua Visconde de Albuquerque. Na Barra, há problemas do Quebra Mar ao Pepê e ainda a contaminação pelas lagoas. Ou seja, todos bairros de classe média. São rompimentos de canos, conexões clandestinas e falta de saneamento mesmo.
BBC Brasil – Do que depende o futuro do saneamento básico no Rio?
Moscatelli – De forma geral as melhorias dependem de políticas permanentes e eficientes de habitação, controle da ocupação urbana em áreas ambientalmente sensíveis, programas de saneamento básico eficientes e a recuperação ambiental do que foi destruído. Ao longo das últimas décadas os recursos nunca faltaram e também não faltarão no futuro, o que falta para tudo isso se tornar realidade é vontade política.
Programas sérios de expansão do saneamento básico surtiriam efeito a longo prazo. São políticas de Estado, de 15 a 20 anos de duração. Mas o problema é que temos uma classe política desconectada da realidade e uma sociedade que quase não cobra nada.
BBC Brasil – Um dos grandes temas no momento é a despoluição da Baía de Guanabara antes da Olimpíada. Como você vê as ações na área?
Moscatelli – As Olimpíadas foram um motivo de esperança no que diz respeito a saneamento básico e despoluição da baía e das lagoas do Rio. Eu fui um dos que acreditou nisso. Mas agora, a pouco mais de 500 dias dos Jogos, eu já vejo que é um setor onde dificilmente haverá avanços, infelizmente.
Sobre o compromisso dos organizadores de limpar 80% da Baía de Guanabara, a solução a curto prazo teria sido a instalação de mais UTRs (Unidades de Tratamento de Rio), blindando, impedindo que estes rios levem esgoto e lixo para dentro da baía, e à medida em que a rede de saneamento básico fosse sendo instalada, num período de 15 a 20 anos, elas seriam desativadas. Mas agora, com tão pouco tempo, provavelmente instalarão ecobarreiras, que são como peneiras, nestes rios, para um efeito mais imediato. Quanto às lagoas da Barra, há dinheiro, projetos e empresas licitadas, mas há entraves agora por questionamentos às obras.
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5) TURISMO

Professor da FGV sugere mais sinalização para turistas no Rio
Cesar Cunha Campos é diretor da FGV Projetos, unidade de extensão e pesquisa da Fundação Getúlio Vargas que, dentre outras coisas, produz estatísticas e estudos para o Ministério do Turismo.
BBC Brasil – Nas pesquisas desenvolvidas pela FGV, quais são as principais queixas e elogios dos turistas ao Rio de Janeiro?
Cesar Cunha Campos – Ao entrevistar os turistas, percebemos que as maiores reclamações são quanto à limpeza, violência e o idioma, já que quase ninguém fala inglês ou espanhol. Apesar de ter havido avanços em segurança, os assaltos e a violência ainda assustam muito, sobretudo quando acontece algo com estrangeiros, como o turista que foi morto no Carnaval. Quanto aos elogios, os principais são as praias, o Carnaval e o Cristo Redentor como o grande símbolo do Rio. O Cristo e a praia de Copacabana ainda são inigualáveis no imaginário do turista estrangeiro.
Leia mais: Toplessaço: Escolha de musas gera polêmica no Rio
BBC Brasil – No que o Rio poderia avançar nos próximos anos como destino turístico internacional?
Cunha – Precisamos investir mais em sinalização, em placas que orientem os turistas no trânsito e dentro de aeroportos, por exemplo, em português, inglês e espanhol, no mínimo, além de treinar mais pessoas nestes idiomas. Falta explicar ao turista como fazer as coisas. Ônibus, metrô, bilhetes, máquinas, como comprar ingressos. Tudo isso precisa ser modernizado.
Também falta estacionamento, vagas subterrâneas como em grandes cidades, como Paris, por exemplo. Em termos de vagas de hotéis até acho que estamos crescendo num bom ritmo, mas faltam mais hostels para acomodar os turistas mais jovens. Sempre comparamos o Rio com Londres, Paris e Nova York, e temos muito a melhorar. Mas ao lado de lugares como Buenos Aires e Cidade do México estamos muito bem posicionados.
BBC Brasil – Quais devem ser os principais impactos da Olimpíada para o Rio?
Cunha – O impacto de um grande evento como esse para o Rio é maior do que para destinos como Londres e Paris, onde já há uma infraestrutura de turismo mais consolidada e muita credibilidade internacional. Contando que tudo dê certo e que seja um sucesso, teremos aproveitado a oportunidade de mostrar o Rio para todo o mundo, prospectando novos turistas. Neste ponto haverá um grande legado, atraindo mais feiras, eventos e atividades de negócios. Haverá um reflexo adicional para o Amazonas e o Nordeste, destinos para onde o estrangeiro que vem ao Rio costuma ir também.
Haverá um legado em termos de mobilidade urbana. Metrô, VLTs, BRTs, duplicação da estrada da Joatinga, temos uma série de obras em curso que beneficiarão o turismo na cidade. Espero que surjam mais hostels, já que o perfil do turista olímpico, de acordo com as nossas pesquisas, e muito mais jovem do que o da Copa do Mundo. Gastam menos, mas ficam mais tempo, têm perfil mais diversificado. Os próprios atletas tornam-se turistas ao fim dos Jogos.

Papa diz que dinheiro é 'esterco do diabo'

Francisco pediu novas maneiras para se pensar sobre a pobreza, assistência social, emprego e sociedade

atualizado às 15h07




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As críticas do papa aconteceram neste sábado em um discurso para a associação de movimentos cooperativos italianos  Foto: Max Rossi / Reuters
As críticas do papa aconteceram neste sábado em um discurso para a associação de movimentos cooperativos italianos 
Foto: Max Rossi / Reuters
O papa Francisco disse neste sábado,  durante audiência no Vaticano, que "o dinheiro é esterco do diabo", acrescentando que, quando o capital se torna um ídolo, ele "comanda as escolhas do homem".
Declaração foi feita ao receber em audiência a Confederação de Cooperativas italianas (Confcooperative). Ele recebeu representantes de cooperativas das áreas de agricultura, indústria, comércio, pesca, imobiliário, entre outras, que encheram a Sala Paulo VI.
Segundo o Papa, é preciso "lutar contra a prostituição das cooperativas que enganam a população, como um homem bom, por motivos de lucro" e pediu que seja promovidas a "economia da honestidade".
"A economia cooperativa sim é autêntica, se quer levar adiante uma função social forte, deve perseguir finalidades transparentes e límpidas, promover uma economia de honestidade".
"Fé e identidade são a base de tudo isso", disse, em discurso improvisado. "Sigam adiante, caminhem juntos com todas as pessoas de boa vontade. Esta também é uma chamada cristã, uma chamada cristã a todos".

Ração Humana, Como Tomar?

O Jornal Hoje de 07.06.2011 trouxe uma notícia importante acerca do consumo da ração humana: ela não substitui uma refeição e deve apenas funcionar como complemento alimentar. A Ração Humana ganhou destaque há algum tempo atrás prometendo trazer diversos benefícios ao corpo, entre eles, o de emagrecer. De fato, os alimentos que compõe a ração humana são excelentes para o nosso organismo, o problema é como se consome a ração humana.
A Ração Humana deve servir como complemento alimentar e deve ser acompanhada de uma dieta balanceada. O consumo excessivo, pode levar até a desnutrição já que, faltam nutrientes essenciais para o nosso organismo. Se a idéia é emagrecer consumindo ração humana, saiba que não é privando de alimentos que conseguirá um resultado satisfatório, mas sim, reeducando sua alimentação.
Nesse caso, utilize a ração humana em sucos, com leite, iogurtes ou frutas no café da manhã ou tarde. Consumindo, no máximo, duas colheres do complemento por dia (ou 40mg). Durante este período, beba bastante água, mais de dois litros por dia. Sem se hidratar corretamente, poderá ter efeitos contrários àqueles associados ao consumo de fibras e ficar com intestino preso.
Também é necessário ficar atento a alguns ingredientes. Como se trata de uma mistura, alguns destes elementos podem não fazer bem a diabéticos, por exemplo, que devem evitar o açúcar mascavo e cacau em pó da fórmula. O ideal é consumi-la sempre com orientação de um nutricionista. É importante também ficar atento às proporções dos ingredientes, pois elas poderão ser maiores ou menores de acordo com as necessidades de cada um.
Agora que já sabe como consumir a Ração Humana, confira uma receita básica e barata deste complemento.

Você vai precisar de

  • Ração Humana
    Ração Humana
    250 g de fibra de trigo
  • 125 g de linhaça marrom
  • 125 g de leite desnatado em pó
  • 100 g de aveia em flocos
  • 100 g de gergelim com casca
  • 100 g de açúcar mascavo
  • 75 g de gérmen de trigo
  • 50 g de gelatina sem sabor
  • 25 g de levedo de cerveja
  • 25 g de guaraná em pó
  • 25 g de cacau em pó

Modo de Preparo:

Misture os ingredientes e adicione a sucos, frutas, leite ou iogurtes. Não substitua sua refeição, mas sim, complemente seu café da manhã ou lanche da tarde.

VOCÊ JÁ OUVIO FALAR EM RAÇÃO HUMANA?

Ração humana é um alimento feito de uma mistura de cereais e outros alimentos funcionais moidos ou em pó. Esse nome se originou para se opor a Ração Animal, não é verdadeiramente uma ração pois não supre as totais necessidades nutricionais de uma pessoa. Existe uma receita básica e variações de alguns ingredientes. (Fonte: Wikipedia)
Ração Humana
Ração Humana

Você vai precisar de:

  • 500g de soja em pó
  • 500g de farelo de trigo
  • 500g de farelo de aveia
  • 100g de gergelim
  • 100g de linhaça dourada
  • 100g de guaraná em pó
  • 100g de levedo de cerveja
  • 100g de gérmen de trigo
  • 100g de açúcar mascavo
  • 100g de gelatina sem sabor
  • 100g de quinua
  • 100g de cacau em pó
  • 100g de farinha de maracujá

Modo de Preparo:

Misture os ingredientes ao leito ou suco.

Posologia

Substitua o café da manhã pela Ração Humana e mantenha uma boa alimentação durante o dia.

Precauções

  • Manter o limite de três colheres ao dia.
  • Diabéticos e cardíacos devem evitar o açúcar mascavo, o cacau e o guaraná em pó.
  • A ração humana não deve constituir a única forma de alimentação
Conforme Globo Repórter de 19/02/2010.
VEJA O VÍDEO;  http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-reporter/v/racao-humana-emagrece-e-atrai-adeptos-pela-praticidade/1214730/

A História dos Chás

Você já viu várias receitas de chá aqui no Receita Natural que, na verdade, são apenas infusões. Para que uma infusão receba o nome de chá, é necessário que ela seja preparada com ervas derivadas da Camellia sinensis. Esta planta dá origem aos chás preto, branco, vermelho, verde e outras derivações. Hoje vamos contar um pouquinho sobre a história desses chás e algumas curiosidades a repeito da planta que atualmente é conhecida no mundo inteiro.
Tudo começou há mais de 5.000 anos, na China da antiguidade. O Imperador Sheng Nong, conhecido pelo seu povo com Curandeiro Divino, andava bastante preocupado com as epidemias que assolavam o reino chinês. Tentando encontrar soluções para esses problemas, ele criou uma lei que obrigava todos os súditos a ferver a água antes de consumi-la, medida essa que hoje é reconhecida mundialmente como essencial para a saúde de toda a população.
História do Chá
História do Chá
Durante uma longa viagem, o próprio imperador, que também costumava ferver sua água, deixou a xícara descansando embaixo de uma árvore. Segundo a lenda, algumas folhas caíram na água quente sem que Sheng Nong percebesse. Quando ele viu o que havia conhecido, decidiu tomar, mesmo com receio, a água misturada com as folhas. Então o imperador percebeu que o gosto era bastante agradável. A partir daí, ele começou a consumir essa bebida com regularidade e seus súditos logo começaram a beber o chá também.
É no Oriente que o chá começa a ganhar fama. Durante muito tempo, a Camellia Sinensis foi cultivada no Himalaia, por monges budistas. No século XIII, um desses monges, chamado Lu Yu, escreveu o primeiro grande estudo sobre os chás. A obra recebeu o nome de Ch’a Ching e narrava as diferentes formas de se preparar o chá e cultivar a planta. Daí podemos ver que já existiam, desde aquela época, variações de chás produzidos com as mesmas folhas.
Diante dessas informações, você deve estar se perguntando: mas como os chás chegaram no Ocidente? Os próprios chineses foram os responsáveis por expandir o hábito de se consumir as ervas. Existem vários relatos históricos que comprovam que o chá já era consumido pelos japoneses no início do século IX. No Japão, assim como na China, os chás não só faziam parte dos hábitos da população como também integravam vários rituais sagrados.
Quando os Europeus, já no período moderno, começaram a navegar rumo ao Oriente, entraram em contato com essa cultura dos chás. No século XV, os navios portugueses eram os principais responsáveis por trazer vários tipos de mercadorias – tecidos, especiarias e outros – do mundo oriental para a Europa. Assim, as primeiras remessas de ervas derivadas da Camellia Sinenis foram trazidas e começaram a conquistar os europeus.
Os ingleses, que ficaram famosos no mundo inteiro pelo “chá das cinco” só começaram a consumir essas ervas no século XIX, quando o chá preto se disseminou pelo país e virou, de fato, uma tradição. Depois de ganhar fama entre os ingleses, o hábito se espalhou para o Estados Unidos, Austrália, Canadá e outras regiões, tornando-se muito comum tanto no Ocidente quanto no Oriente.
Para além do sabor e da tradição, o que mais chama a atenção dos cientistas contemporâneos são os benefícios dos chás. Vários estudos mostram que a bebida é muito positiva para o nosso organismo, principalmente por causa dos antioxidantes. Essas pesquisas mostram que o consumo do chá ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, além de melhorar a digestão, fortalecer as defesas do organismo e ajudar no emagrecimento.
Por tudo isso, essa tradição milenar chinesa vem ganhando adeptos em todo o mundo. Tomar uma xícara de chá, além de trazer benefício para a saúde, também é um mergulho na nossa própria história. E quanto mais conhecemos sobre essas bebidas, maior é a vontade de consumi-las, não é mesmo?

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