EMPREENDEDOR DE SUCESSO

domingo, 4 de outubro de 2015

Por que fezes de baleia podem valer milhares de dólares?

  • 3 outubro 2015
BBC
Image captionO âmbar cinza é produzido por uma parte mínima da população de cachalotes (Foto: BBC)
Quem caminha por uma praia pode encontrar várias coisas na areia, entre elas algo que parece uma pedra, mas na verdade é matéria fecal que pode valer milhares de dólares.
É o âmbar cinza, um nome mais elegante que designa um certo tipo de materia fecal das baleias cachalote e que algumas pessoas confundem com vômito da baleia.
Há séculos o âmbar cinza é considerado um produto de luxo: já foi usado em cerimônias religiosas, ou como afrodisíaco no Oriente Médio, ou como produto culinário fino na China e como ingrediente em poções medicinais tradicionais. Mas atualmente a substância é usada principalmente pela indústria de perfumes.
"O âmbar cinza tem um aroma muito particular", disse à BBC Mundo Dom Devetta, fundador da empresa de perfumes britânica Shay & Blue.
"Seu aroma é intenso, doce, animal. Acrescenta uma capa dentro da fragrância que dá um toque de paixão, sensualidade, sexualidade e isto é algo muito difícil de conseguir."
"Também ajuda o perfume a permanecer mais tempo na pele, mas, como qualquer outro aroma, não é para todo mundo", acrescentou Devetta.
Na semana passada, um pedaço de âmbar cinza encontrado por um homem em uma praia britânica foi leiloado por cerca de US$ 17 mil (R$ 67 mil).

Exorbitante

Foto: Christopher Kemp
Image captionO aroma do âmbar cinza é muito particular, com um toque doce (Foto: Christopher Kemp)
Christopher Kemp, autor do livro Ouro flutuante: uma história natural (e pouco natural) do âmbar cinza, disse à BBC Mundo que o valor exorbitante se deve a uma série de fatores.
"É escasso, tem propriedades muito diferentes - como a de estabilizar as fragâncias - e é impossível fabricá-lo em laboratório", afirmou.
E não foi por falta de tentativa: já foram criadas versões de laboratório, mas elas ficam muito longe da qualidade do original.
"É como escutar aos Beatles ou a uma banda que interpreta uma música dos Beatles. Soam igual, de alguma forma, mas definitivamente falta uma certa qualidade impossível de definir", afirmou.
PA
Image captionÉ possível que os animais que produzem esta substância morram durante o processo (Foto: PA)
O produto é raro pois, a princípio, o âmbar cinza só é produzido por uma parte muito pequena da população de cachalotes, cerca de 1%, e em circunstâncias particulares.
"O âmbar cinza é um tipo de matéria fecal. Pelo menos é gerado no mesmo lugar que os excrementos e é expulso também pelo mesmo lugar. É um produto de um problema intestinal que alguns cachalotes têm", afirmou.

Lulas

PA
Image captionO material é gerado devido a um problema de digestão das lulas consumidas pelos cachalotes (Foto: PA)
Normalmente as cachalotes se alimentam quase exclusivamente de lulas. Em um dia, podem chegar a ingerir até uma tonelada.
As partes duras destes moluscos, que não podem ser digeridas, são regurgitadas pela boca.
Mas, em alguns casos, estes pedaços continuam a percorrer o sistema digestivo e irritam o estômago e o intestino delgado da cachalote.
O intestino produz uma secreção gordurosa, rica em colesterol para cobrir este pedaços e atenuar o dano provovado no sistema digestivo do animal - e essas secreções ficam boiando no mar.
Com o passar do tempo - anos e décadas, até - e, à medida que as correntes marítimas empurram a substância para vários lugares, ela vai se solidificando e adquirindo uma fragância partiular. Até que as ondas a levem de volta para a praia.
Foto: Christopher Kemp
Image captionInicialmente, o âmbar cinza tem um cheiro desagradável, mas, depois de anos ou décadas no mar, adquire um novo aroma (Foto: Christopher Kemp)
Quanto mais tempo passar no mar, mais refinado e complexo será seu aroma e mais alto será o seu valor.

Mercado

É difícil determinar o quanto se usa o âmbar cinza. Por exemplo: está claro que, devido à sua escassez e ao fato de que encontrar o âmbar cinza é, em grande parte, uma questão de sorte, a indústria do perfume usa cada vez mais substâncias alternativas.
E as grandes empresas também não querem revelar os ingredientes de suas fórmulas.
Foto: Christopher Kemp
Image captionCada pedaço pode ter uma aparência muito diferente. O inconfundível é mesmo o aroma (Foto: Christopher Kemp)
Kemp afirma que "muitas pessoas não gostam de saber que há produtos animais em suas fragâncias e menos ainda se são excrementos".
Além disso, e apesar de em muitas partes do mundo com América Latina e Europa a comercialização da substância ser legalizada, os que participam do lucrativo mercado de compra e venda de substâncias exóticas "não querem compartilhar informações", de acordo com Kemp.
Nos Estados Unidos uma lei de 1972 de proteção dos mamíferos marinhos proíbe a comercialização do âmbar cinza e também penaliza quem recolher um pedaço da substância na praia.
Em outro países o uso está proibido também, "mas isto se deve acima de tudo a um tema vinculado a alergias", afirmou Devetta.
Apesar destas proibições, Kemp afirma que "podemos dizer que há um mercado muito ativo" para o âmbar cinza.

Como pescadora saiu do nada para criar 'império'

  • 3 outubro 2015
BBC
Gertrude Nabukeera, ou Mama Sylvia, como ela é conhecida, supervisiona alguns homens descarregarem o que pescaram durante à noite.
Ainda é cedo e os barcos estão de volta à base de Nakatiba, na ilha de Bugala, no Lago Vitória, o maior da África. O local possui mais de 400m e é movimentado por barcos motorizados - tudo gerenciado por Mama Sylvia.
Há barracas de concreto nas quais ela vende o pescado do dia. À direita, uma geladeira na qual o peixe é armazenado.
Não é comum que mulheres sejam donas de empresas de pesca em Uganda. Mas o mais surpreendente é que ela mesma já foi pescadora, num trabalho dominado por homens.
"Nasci à beira do lago", diz. "Durante toda a minha infância, tudo o que eu vi foram pescadores e a indústria da pesca. Notei também que eram os pescadores os que estavam melhor de vida na comunidade. Decidi, então, que eu tentaria fazer o mesmo".
Em 1989, aos 25 anos, começou a sair à noite para pescar. Mais tarde, mudou-se para Bugala, a maior das 84 ilhas do arquipélago Ssese. Ali, as águas estavam cheias de peixes, mas a área era uma selva.
"Este lugar inteiro tinha apenas quatro casas", diz. "Vivíamos aqui com cobras e não havia eletricidade. Agora, toda a ilha tem energia solar, começamos a receber água encanada e estradas estão sendo construídas".
BBC
Image captionMama Sylvia coordena base usada por pescadores em Uganda
E como ela podia ser a única pescadora? "É um trabalho difícil e perigoso", ela responde. "Quando o tempo está ruim, o lago é um lugar assustador, com vento forte e ondas em fúria assustadoramente altas".
Quando Mama Sylvia começou a pescar, há 26 anos, tudo o que ela tinha era uma pequena canoa, que ela movia a remadas. Finalmente, em 1994, tinha economizado o suficiente para comprar um motor.
Quatro anos depois, comprou mais três. Pagou parte à vista e o resto em dois meses, em metade do tempo que tinha para quitar a dívida.
Hoje, ela comanda um império de 22 barcos de pesca, e o preço de cada um é cerca de U$$ 7,5 mil (cerca de R$ 31 mil).
Há 15 anos, ela obteve permissão para montar a base, que é usada por mais de uma dúzia de outros proprietários de barcos, incluindo o marido de Mama Sylvia, que tem seus próprios barcos - mas é ela quem está no comando.
Não há nada que ela não faça - de ir aos barcos e consertar os motores a manter a contabilidade em ordem.
BBC
Image captionDezenas de outros pescadores usam base de Mama Sylvia no Lago Vitória
BBC
Image captionBase também vende pescados e tudo é controlado de perto por Mama Sylvia
O sucesso nos negócios permitiu que ela construísse uma casa na ilha e outra em Kampala, a capital de Uganda. Todos os seus filhos estudaram em boas escolas e ela tem pago por tratamento médico a seus pais idosos.
Então, qual o conselho que ela tem para quem quer entrar no negócio da pesca?
"Se você quer entrar nesta profissão... você tem que criar coragem, pegar os barcos. Ir para onde o trabalho existe e ir em frente".
Dito isso, Mama Sylvia volta a observar os pescadores que trouxeram seus peixes. O pescado é pesado sob seus olhos, anotado e pago. Tudo é feito por ela.
Não há dúvidas sobre quem manda aqui.

Por que moradores do Alasca ganham US$ 2 mil anuais de presente do governo

  • 3 outubro 2015
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Image captionO Alasca é o maior estado em território nos EUA, mas é um dos menos povoados
O dia 1º de outubro foi ótimo para ser cidadão do Estado americano do Alasca: foi quando o governo local "presenteou" cada um de seus habitantes que moram na região há pelo menos um ano com US$ 2.072 (cerca de R$ 7.890).
E isso não é nenhuma novidade. Todo ano, os cidadãos do Alasca, Estado localizado no extremo norte americano, recebem uma quantia específica das autoridades.
Isso pode surpreender quem está acostumado a ver governos cobrando impostos e pedindo mais contribuições da população, em vez de repartir dinheiro com os moradores.
Mas para o Alasca é uma situação normal. Isso porque o Estado, apesar de ser enorme territorialmente, tem uma população muito pequena.
Este é o maior Estado americano, mas seu gigantesco território de 1.782.000 km2 – maior do que todos os países latino-americanos, com exceção de Brasil, México e Argentina – tem apenas 710 mil habitantes. E essas poucas pessoas dividem entre si um enorme tesouro.

Petróleo

Um dos motivos que fazem do Alasca um Estado muito rico é uma reserva de petróleo encontrada na região na década de 1970.
E em 1976, aprovou-se uma emenda à Constituição do Estado para criar o "Fundo Permanente do Alasca", uma entidade que administra parte dos lucros advindos do petróleo e os reverte para os cidadãos.
Image copyrightReuters
Image captionGrande parte do Alasca está despovoada
A Constituição do Alasca diz que "ao menos 25%" de todos os royalties e outros lucros que viessem do petróleo para o Estado seriam direcionados para esse fundo, que seria destinado para "investimentos rentáveis".
E a cada ano, as autoridades somam uma parte dos lucros deste Fundo e redistribuem o valor entre todas as pessoas que estejam morando lá há pelo menos um ano.
Em 2014, o valor foi ligeiramente menor do que neste ano – foram distribuídos US$ 1,8 mil por cidadão (cerca de R$ 7,1 mil).
Alguns poderiam pensar que esse "presente" anual represente um desperdício por parte dos moradores do Estado.
Mas na realidade, as pessoas nas zonas mais remotas desse enorme território gastam o valor para pagar contas de luz, de água e o próprio aluguel, garante Alexis Fernandez, jornalista da TV local KTVA, à BBC.
"A comida também é muito cara aqui. A maioria das pessoas usa o valor para pagar contas", diz.

Polêmica

A forma como tem se distribuído os lucros da "bonança petroleira" do Alasca tem sido motivo de polêmica nas últimas quatro décadas.
Ao ser criado em 1976, o Fundo Permanente foi planejado inicialmente para dar a cada cidadão US$ 50 por ano morado no Estado.
Image copyrightReuters
Image captionO Fundo paga um valor específico anualmente a todos os moradores do Alasca
Mas em 1982, a Corte Suprema dos Estados Unidos determinou que essa maneira de dividir o dinheiro era inconstitucional, e ordenou que todos os residentes do Alasca recebessem uma quantia igual.
Espera-se que os investimentos realizados pelo Fundo façam com que, no futuro, os lucros do Estado sejam menos dependentes da oscilação do preço do petróleo e decisões do mercado.
Nesta semana, por exemplo, houve a notícia de que a petroleira anglo-holandesa Shell estaria abandonando um ambicioso plano de exploração de petróleo no Alasca porque não via retorno viável para compensar os altos custos de exploração em um cenário com o preço do petróleo tão baixo.

Outros casos

O "presente" do governo do Alasca aos cidadãos não é um caso isolado no mundo.
Em fevereiro deste ano, por exemplo, para celebrar a chegada ao trono do novo monarca da Arábia Saudita, o rei Salman, as autoridades ordenaram o pagamento de bonificações equivalentes a dos meses adicionais de salário a todos os empregados oficiais, pensionados, estudantes e militares do país, em uma divisão cujo montante alcançou centenas de milhares de dólares.
E em fevereiro de 2011, o governo de outro país rico em petróleo, o Kuweit, deu um "presente" aos seus cidadãos no valor de US$ 3,5 mil (cerca de R$ 13,8 mil).
FONTE;

Tempestades causam enchentes e deixam 16 mortos no sudeste da França

  • Há 56 minutos
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Image captionChuvas fortes atingiram o sudeste da França neste fim de semana
Fortes tempestades atingiram o sudeste da França e têm causado estragos. Pelo menos 16 pessoas morreram e três estão desaparecidas por causa das enchentes, segundo as autoridades locais
O rio Riviera, próximo à costa do Mediterrâneo, transbordou no último sábado e invadiu as ruas na região. O rio Brague também transbordou, inundando as áreas próximas a ele. Fotos divulgadas em redes sociais mostravam a água tomando conta das ruas na cidade de Cannes.
Diante da situação caótica, o presidente francês, François Hollande, decretou estado de "desastre natural" na região afetada.
Ele agradeceu as pessoas que estão trabalhando no resgate e ressaltou a "solidariedade da nação".
O presidente ainda ofereceu condolências aos familiares das vítimas enquanto visitava uma casa de repouso na região de Biot e pediu aos moradores das áreas afetadas que permanecessem em estado de alerta porque "ainda não acabou" e as chuvas poderiam causar mais estragos.
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Image captionÁgua tomou conta das ruas e invadiu todos os lugares

Desespero

Entre as vítumas, três idosos se afogaram quando tentavam voltar para o asilo onde moravam perto da cidade de Antibes – a região estava toda inundada.
Outros morreram presos em seus carros em túneis subterrâneos e estacionamentos onde a água subiu sem dar chances para eles conseguirem sair.
A chuva tem castigado o sudeste da França nos dois últimos dias. Na cidade de Nice, choveu, nesse período, 10% do esperado para o ano inteiro.
A cidade de Cannes, uma das afetadas pelas enchentes, ficou tomada pela água. Katya Higham-Stoianova, moradora de lá, relatou seu desespero ao ver a água invadindo todos os lugares.
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Image captionPartida entre Nice e Nantes teve de ser interrompida por causa da forte chuva
"Foi desesperador. Queríamos sair, mas decidimos ficar porque a chuva estava incrivelmente forte. O nível da água estava subindo muito rápido", disse à BBC.
O prefeito de Cannes, Davis Lisnard, também se pronunciou sobre a situação caótica. "Alguns carros foram levados para o mar. Nós resgatamos muitas pessoas e agora temos que ficar vigilantes para evitar saques."
Eric Ciotti, presidente do departamento dos Alpes-Marítimos, se manifestou pelo Twitter. "Vivemos uma situação de apocalipse que nunca havíamos vivido antes."
A estrada principal que corta a região foi fechada, os trens pararam de funcionar e centenas de turistas procuram abrigo no aeroporto de Nice para passar a noite. Cerca de 27 mil casas ficaram sem energia.

Médicos Sem Fronteiras deixa Kunduz após ataque aéreo


Organização retira seu pessoal da cidade do norte afegão depois da morte de 19 pessoas em bombardeio supostamente realizado por forças americanas. MSF nega ter sido usada como escudo humano por talibãs.
A organização de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) deixou neste domingo (04/10) Kunduz, depois que um ataque aéreo na madrugada de sábado matou ao menos 19 pessoas no hospital da entidade na cidade do norte afegão.
Assim, a MSF fecha o único hospital da província capaz de tratar ferimentos de maior gravidade. "O hospital da MSF não funciona mais. Todos os pacientes críticos foram transferidos para outras instalações hospitalares, e nenhum pessoal da MSF está trabalhando em nosso centro médico", afirmou a porta-voz da MSF Kate Stegeman.
De acordo com a organização, alguns de seus funcionários foram para hospitais na região. "Neste momento, não posso confirmar se o nosso centro de trauma em Kunduz será reaberto ou não", acrescentou a porta-voz.
Ataque aéreo
A decisão vem um dia após o hospital ter sido atingido por uma série de bombardeios, que deixaram mortos 12 funcionários e sete pacientes, incluindo três crianças. O grupo afirma que os EUA são responsáveis pelos ataques aéreos.
Segundo o chefe da missão da MSF no norte do Afeganistão, Heman Nagarathnam, o edifício foi atingido várias vezes e os "pacientes não puderam escapar, tendo morrido queimados, enquanto estavam deitados em suas camas".
De acordo com a organização de ajuda humanitária, mais de 80 membros do pessoal da MSF, como também 105 pacientes e seus cuidadores estavam no hospital no momento do ataque.
Nenhum "escudo humano"
A Otan admitiu que forças americanas que apoiam os afegãos na luta contra os talibãs podem estar por trás do bombardeio. Autoridades americanas também afirmaram que conduziram ataques aéreos nas proximidades da instalação e que estão investigando o caso. Ao mesmo tempo, autoridades afegãs disseram que helicópteros dispararam contra os talibãs que estariam usando o edifício como "escudo humano".
A MSF rejeitou a declaração, afirmando que nenhum combatente talibã atacou o hospital. "Os portões do complexo hospitalar estiveram fechados durante toda a noite, de forma que ninguém que não pertencesse ao quadro de pessoal ou que não fosse paciente ou cuidador estava dentro do hospital quando o bombardeio aconteceu", declarou a organização Médicos Sem Fronteiras, em nota neste domingo.
Disputada Kunduz
A cidade de Kunduz continua palco de combates entre os talibãs e as tropas afegãs, que contam com o apoio aéreo americano. A tomada de Kunduz, na segunda-feira passada, foi a conquista militar mais importante dos talibãs desde que o grupo insurgente foi afastado do poder em 2001, após a ofensiva liderada pelos EUA.
Na quinta-feira, o Exército afegão recuperou o controle da cidade no norte do país, mas combates entre as forças governamentais e os insurgentes radicais continuaram nos últimos dias. Com a ajuda da Otan, as tropas do governo afegão tentam agora reconquistar o controle total de Kunduz.
No Afeganistão, a Aliança Atlântica conta com 4 mil militares em missões de assistência e treinamento. A Otan também participa da campanha de apoio às tropas afegãs.
CA/afp/ap/rtr

sábado, 3 de outubro de 2015

ONU diz que ataque contra hospital afegão pode ser crime de guerra

Comissário para Direitos Humanos comentou bombardeio neste sábado (3). Bombardeio atingiu hospital dos Médicos sem Fronteiras; 19 morreram.
03/10/2015 14h34 - Atualizado em 03/10/2015 19h17

Do G1, em São Paulo



O chefe do escritório de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad al-Hussein, falou em "crime de guerra" ao comentar, neste sábado (3), o bombardeio que atingiu um hospital da organização Médico sem Fronteiras (MSF) em Kunduz, no norte do Afeganistão. Ao menos 19 pessoas morreram.
“Esse evento profundamente chocante deve ser rapidamente, profundamente e independentemente investigado, e seus resultados devem ser tornados públicos”, disse Zeid Ra'ad al-Hussein em um comunicado. “A seriedade do incidente é ressaltada pelo fato de que um bombardeio contra um hospital pode ser considerado um crime de guerra.”
Para ele, o incidente "extremamente trágico, sem desculpas e possivelmente até criminoso".
"A aviação militar afegã e internacional tem a obrigação de respeitar e proteger os civis o tempo todo, e as instalações médicas e seu pessoal são objeto de proteção especial."
Entre os mortos, estão 12 funcionários da organização, quatro pacientes adultos e três crianças. Outras 37 pessoas ficaram feridas – entre elas 19 funcionários.
 O MSF disse em nota que todas as partes envolvidas no conflito no país foram informadas sobre a localização precisa de seu hospital e de outras instalações do grupo. Ainda de acordo com o MSF, o bombardeio continuou por 30 minutos mesmo após militares dos EUA e afegães terem sido informados sobre o ataque.
O estabelecimento da MSF em Kunduz é um centro hospitalar importante na região e estava funcionando além de sua capacidade durante os recentes combates entre o exército e os talibãs, que assumiram o controle da cidade durante vários dias.
"O centro de traumatologia da MSF em Kunduz foi atingido várias vezes durante um bombardeio prolongado e ficou muito danificado", informou a ONG em um comunicado. "Confirmamos a morte de nove membros da MSF durante o bombardei (...) 37 pessoas estão gravemente feridas e se desconhece o paradeiro de muitos funcionários e pacientes", acrescenta o texto.
No momento do bombardeio, 105 pacientes e pessoal sanitário e mais de 80 funcionários internacionais e locais se encontravam no hospital.
A organização informou na véspera que 59 crianças estavam sendo atendido no centro.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também condenou o ataque e pediu uma investigação imparcial do incidente. "Os hospitais e pessoal médico são explicitamente protegidos pela lei internacional humanitária", disse o gabinete de imprensa de Ban em um comunicado. Ele pediu uma "investigação completa e imparcial sobre a ataque, a fim de garantir a prestação de contas"
Possíveis responsáveis
 A Otan informou à AFP que um ataque aéreo norte-americano "pode ter" atingido o hospital da organização internacional de assistência.
"As força americanas realizavam um ataque aéreo em Kunduz contra pessoas pessoas que ameaçavam as forças da coalizão, o que pode ter provocado danos colaterais em um centro médico nas proximidades do alvo", declarou o coronel Brian Tribus, porta-voz da missão da Otan no Afeganistão à AFP.
O chefe do Pentágono, Ashton Carter, afirmou que está em andamento uma investigação exaustiva sobre o bombardeio, apesar de não confirmar que foi realizado pelas forças americanas.
O secretário de Defesa americano assinalou que "as forças americanas em apoio às forças afegãs operavam perto, assim como os talibãs".
Pessoas são vistas em hospital dos Médicos Sem Fronteiras em Kunduz, no Afeganistão, logo após bombardeio atingir o local neste sábado (Foto: Divulgação/Médicos Sem Fronteiras )
Pessoas são vistas em hospital dos Médicos Sem Fronteiras em Kunduz, no Afeganistão, logo após bombardeio atingir o local neste sábado (Foto: Divulgação/Médicos Sem Fronteiras )
O governo do Afeganistão afirmou que as forças americanas bombardearam o hospital, que ficou "destruído quase em sua totalidade pelo fogo causado após o bombardeio". "Como resultado do bombardeio americano contra o hospital da MSF em Kunduz, pelo menos três pessoas morreram e 37 ficaram feridas, entre elas pessoal da MSF", escreveu no Twitter o porta-voz do Ministério da Saúde do Afeganistão, Wahidullah Mayar.
 O gabinete da presidência do Afeganistão afirmou que as forças lideradas pelos Estados Unidos ofereceram condolências pelo ataque. Inicialmente, de acordo com a Reuters, o escritório tinha dito que o general do Exército John Campbell tinha pedido “desculpas” ao presidente Ashraf Ghani. A informação foi retificada logo depois. Os Estados Unidos não confirmaram o telefonema.
 O hospital ficou "bastante danificado" em um bombardeio "prolongado" que aconteceu às 2h10 locais (18h40 de Brasília de sexta-feira) e a imprensa americana citou fontes militares segundo as quais este incidente poderia ser resultado de "efeitos colaterais" de um ataque da força aérea americana.
Hospital dos Médicos Sem Fronteiras em chamas em Kunduz, no Afeganistão (Foto: Médicos Sem Fronteiras / AP)
Hospital dos Médicos Sem Fronteiras em chamas em Kunduz, no Afeganistão
 (Foto: Médicos Sem Fronteiras / AP)
Talibãs
 Os talibãs condenaram "energicamente" o bombardeio, e acusaram os Estados Unidos de "martirizar" o pessoal médico e os pacientes do centro.
"As forças americanas bombardearam um hospital civil na cidade de Kunduz, no qual médicos, enfermeiras e pacientes foram martirizados e feridos", afirmou o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, em comunicado.
Segundo o porta-voz, "este crime" aconteceu quando não havia nenhum insurgente no interior do centro médico, "já que a situação de conflito não permite que nossos guerreiros sejam hospitalizados lá".
Mujahid acusou a agência de inteligência do Afeganistão de oferecer informação falsa aos EUA para bombardear o hospital em Kunduz.
Cidade estratégica do norte do Afeganistão, Kunduz foi reconquistada pelo Exército afegão das mãos dos talibãs na quinta-feira passada.
Kunduz foi a primeira grande cidade afegã tomada pelos talibãs desde que foram expulsos do poder, em 2001, pela invasão americana.

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