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quinta-feira, 3 de março de 2016

Por 10 votos a 0, STF decide aceitar denúncia e Eduardo Cunha vira réu

ALELUIA  ( JOSÉ SANTANA)


Para ministros, há indícios de que ele exigiu e recebeu propina da Petrobras.
Presidente da Câmara é primeiro réu da Operação Lava Jato no Supremo.

Nathalia Passarinho e Renan RamalhoDo G1, em Brasília

Por 10 votos a 0, o Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu nesta quinta-feira (3) denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha(PMDB-RJ) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ele é acusado de exigir e receber ao menos US$ 5 milhões em propina de um contrato do estaleiro Samsung Heavy Industries com a Petrobras. Com a decisão, Cunha passa a ser réu na primeira ação penal no Supremo originada das investigações da Operação Lava Jato.

Os ministros não decidiram se Cunha deve se afastar do comando da Câmara. Um pedido de Janot para que ele seja afastado da presidência e do mandato de deputado será julgado pelo Supremo em data ainda indefinida.
Antes mesmo de o Supremo concluir o julgamento, Cunha afirmou a jornalistas na Câmara que, ainda que virasse réu, ele pretendiapermanecer na presidência da Casa.
“Efetivamente, eu tenho o exercício da função e continuarei exercendo”, enfatizou Cunha a repórteres ao deixar o plenário da Câmara no início da tarde desta quinta.
O presidente da Câmara argumentou ainda que não há provas contra ele e que está “absolutamente tranquilo” em relação ao caso. O peemedebista tem repetido que a aceitação da denúncia contra ele não significa condenação.
Votos
Votaram a favor de aceitar a denúncia contra Cunha o relator do caso, Teori Zavascki, e os ministros Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello, Luís Roberto Barroso, Luiz Fachin, Rosa Weber, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Luiz Fux está fora do país e não partipou da análise.

O julgamento teve início nesta quarta-feira (3), quando Teori Zavascki votou pela abertura do processo e foi acompanhado por cinco ministros. Nesta quinta, outros quatro ministros acompanharam o relator.
Ao aceitar a denúncia, Zavascki afirmou verindícios "robustos" de que Cunha aderiu à "engrenagem espúria" do esquema de pagamento de propina na Petrobras.
Com um voto duro e enfático nesta quinta, Celso de Mello afirmou ainda que "falta de decoro parlamentar é falta de decência, capaz de desmerecer a Casa [Legislativa] e seus representantes".
Qualquer ato de ofensa, como aceitação de suborno, culmina por atingir injustamente a própria respeitabilidade institucional do Poder Legislativo, residindo neste ponto a legitimidade do procedimento constitucional da cassação do mandato"
Celso de Mello,
ministro decano do STF
"Qualquer ato de ofensa, como aceitação de suborno, culmina por atingir injustamente a própria respeitabilidade institucional do Poder Legislativo, residindo neste ponto a legitimidade do procedimento constitucional da cassação do mandato parlamentar de quem se haja demonstrado indigno de representar o povo brasileiro", disse.

Cunha também é alvo de processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara sob a acusação de ter mentido aos seus pares ao dizer, em depoimento à CPI da Petrobras, que não possui contas bancárias no exterior.
Posteriormente, o Supremo abriu novo inquérito para investigar contas na Suíça das quais o peemedebista é beneficiário.
Se estivesse a julgar uma ação penal não entenderia que os elementos são suficientes para a condenação. Vamos ver o que teremos de elementos probatórios ao longo do processo"
Dias Toffoli,
ministro do STF
Ainda nesta quinta (3), ao defender a abertura de ação contra Cunha, o ministro Dias Toffoli disse considerar que existem elementos para iniciar a ação penal, mas destacou não considerar que existem, até o momento, provas para condenar o deputado.

"A dúvida neste momento beneficia a acusação, na medida em que não estamos a condenar. Os elementos são suficientes para o trânsito. Embora se estivesse a julgar uma ação penal não entenderia que os elementos são suficientes para a condenação. Vamos ver o que teremos de elementos probatórios ao longo do processo penal", disse o ministro.

A abertura da ação penal dá início a um processo de instrução, no qual a PGR e a defesa poderão coletar novas provas e ouvir testemunhas. Só ao final, o STF poderá condenar o peemedebista e estipular uma pena; ou absolvê-lo e arquivar definitivamente o caso.
Julgamento
A acusação da Procuradoria Geral da República (PGR) aponta que Cunha recebeu, entre 2006 e 2012, "ao menos" US$ 5 milhões para "facilitar e viabilizar" a contratação de dois navios-sonda pela Petrobras, construídos pelo estaleiro sul-coreano Samsung Heavy Industries para operar no Golfo do México e na África.

Os ministros do Supremo acolheram parcialmente a denúncia, na parte em que a PGR acusa Cunha de pressionar, a partir de 2010, o ex-consultor da Samsung Júlio Camargo a retomar os pagamentos de propina que haviam sido interrompidos. A Corte rejeitou parte da denúncia que acusava Cunha de influenciar na contratação dos navios-sonda, entre 2006 e 2007.

A parte da acusação aceita pelo Supremo narra que Eduardo Cunha, por intermédio da ex-deputada Solange Almeida, atual prefeita de Rio Bonito (RJ), apresentou requerimentos na Comissão de Fiscalização e Controle da Casa exigindo explicações do Ministério de Minas e Energia sobre contratos da Petrobras com fornecedores de navios-sonda.

A maioria dos ministros também decidiu abrir ação contra Solange Almeida. Os únicos a discordar foram Dias Toffoli e Gilmar Mendes, que defenderam o arquivamento da denúncia contra a ex-deputada por achar que não há elementos para que ela seja investigada.
Comparação com mensalão
Na sessão, Gilmar Mendes afirmou que o esquema de corrupção na Petrobras é um"filhote maior" do mensalão, esquema de compra de apoio político de parlamentares no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ministro com mais tempo no Supremo, Celso de Mello afirmou que o esquema de corrupção tem diversos núcleos, como financeiro e político, com métodos “homogêneos” de atuação, de modo semelhante ao mensalão. Para Celso de Mello, os crimes investigados pela Lava Jato mostram uma organização criminosa de "projeção nacional".

"As investigações [...] têm por objeto uma vasta organização criminosa de projeção tentacular e de projeção nacional ordenada em níveis hierárquicos próprios, que observa métodos homogêneos de atuação, integra múltiplos atores e protagonistas, com clara divisão de tarefas. Há núcleo político, financeiro, operacional e técnico, que buscam obter direta ou indiretamente vantagem de qualquer natureza, notadamente no âmbito do Estado", disse.
Defesa
A defesa de Cunha sustentou que os depoimentos do principal delator, Júlio Camargo foram tomados sob pressão da PGR e que ele mentiu.
Além disso, afirmou que o lobista Fernando Baiano, que representaria interesses do PMDB na Petrobras, pedia propina "por sua própria iniciativa" e que usava o nome de Cunha para dar força à cobrança.
Os advogados negam participação de Cunha na formulação dos requerimentos e e que em depoimento, Júlio Camargo negou ter se sentido pressionado por eles.
Noutra parte, aceita pela Corte, a defesa alegou que Cunha não tinha influência sobre a Diretoria Internacional da Petrobras para facilitar a contratação dos navios-sonda, entre 2006 e 2007, além de não conhecer, nesta época, outros envolvidos nas negociações.
Na sessão desta quarta, no tempo destinado à defesa de Cunha, o advogado Antônio Fernando de Souza afirmou que a PGR omitiu dados das investigações favoráveis ao deputado.
Como exemplo, mencionou uma declaração do lobista Fernando Baiano, suposto representante de interesses do PMDB junto à Petrobras, em que ele nega participação do de Cunha na contratação.
Acusação
Também nesta quarta, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que a denúncia contra o deputado está baseada em “farta prova”. "Quero reafirmar que denúncia não se assenta exclusivamente nos depoimentos das colaborações premiadas realizadas, mas em farta prova que delas resultou", afirmou Janot no início de sua fala.
A denúncia da PGR contra Cunha aponta que os US$ 5 milhões recebidos pelo peemedebista fariam parte de uma propina de cerca de US$ 40 milhões acertada com Júlio Camargo, representante da Samsung Heavy Industries; Fernando Baiano, lobista que intermediava o negócio em nome de Cunha; e Nestor Cerveró, e-diretor internacional da Petrobras que aprovou a compra.

As embarcações, especializadas na perfuração de águas profundas, foram adquiridas entre 2006 e 2007, pelo preço de US$ 1,2 bilhão, pagos ao estaleiro num contrato sem licitação.

Para ocultar a origem, a PGR diz que Cunha recebeu os valores em várias parcelas no exterior, por meio de contas "offshore" (abertas em países pouco fiscalizados) e empresas de fachada (com contratos simulados) e até direcionando doações para uma igreja.

A acusação também diz que, para pressionar Camargo a retomar o pagamento das propinas, Cunha teria articulado, na Câmara, pedidos de informações para fiscalizar a Samsung junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério de Minas e Energia.

Também narra em detalhes uma "reunião pessoal" entre Baiano, Camargo e Cunha para acertar a divisão dos valores, repassados em parte em espécie no escritório do deputado no Rio de Janeiro.

Temos respeito pelas leis do Brasil, diz executivo do Facebook que foi preso

Diego Dzodan foi preso após Facebook descumprir uma ordem da Justiça. 
Facebook recebeu ordem judicial para enviar dados de conta no WhatsApp.

Do G1, em São Paulo
Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook para América Latina, em evento da rede social de 2015. (Foto: Arquivo Pessoal/Diego Dzodan)Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook para América Latina, em evento da rede social de 2015. (Foto: Arquivo Pessoal/Diego Dzodan)
Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook na América Latina, já estava de volta ao trabalho e às postagens na rede social nesta quarta-feira (2), poucas horas após deixar o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, em São Paulo.
“Nós temos o maior respeito pelo Brasil e por suas leis”, escreveu o executivo em seu perfil pessoal, após passar uma noite no presídio porque a empresa descumpriu a decisão judicial de enviar à polícia informações que circularam no aplicativo de mensagens WhatsApp e que abasteceriam uma investigação sobre tráfico de drogas. Veja abaixo a íntegra da publicação do executivo
A publicação foi feita pouco antes das 20h30 e agradecia as mensagens “calorosas de todo o mundo”. “Cada uma das notas de vocês fez grande diferença e eu as levo no meu coração”, escreveu.
A prisão
Após passar a noite em uma cela para presos temporários, separada dos demais presos, Dzodan foi liberado habeas corpus assinado pelo desembargador Ruy Pinheiro da Silva, do Tribunal de Justiça de Sergipe.
Facebook comemorou a soltura de Dzodan. Anteriormente, a empresa classificara a medida como "extrema" e "desproporcional". "Estamos desapontados com a medida extrema e desproporcional de ter um executivo do Facebook escoltado até a delegacia devido a um caso envolvendo o WhatsApp, que opera separadamente do Facebook.”
O WhatsApp reafirmou que opera de forma independente ao Facebook e que a prisão do executivo "não se justifica". Disse ainda que não armazena os dados dos usuários e que não pode "fornecer informações que não temos".
O caso
Dzodan foi preso a pedido da Justiça de Sergipe na terça-feira, 1º. O mandado de prisão preventiva foi expedido pelo juiz da comarca de Lagarto, Marcel Montalvão.
Segundo a Polícia Federal em Sergipe, o representante descumpriu ordens de repassar informações armazenadas em serviços do Facebook, "imprescindíveis para produção de provas a serem utilizadas em uma investigação de crime organizado e tráfico de drogas".
A investigação foi iniciada após uma apreensão de drogas na cidade de Lagarto, a 75 km de Aracaju. Montalvão pediu há quatro meses que o Facebook informasse o nome dos usuários de uma conta no WhatsApp em que informações sobre drogas eram trocadas.
A empresa não atendeu a Justiça, que aplicou há dois meses multa diária de R$ 50 mil. Como ainda assim o Facebook não cumpriu a determinação, o valor foi elevado para R$ 1 milhão há 30 dias. O processo corre em segredo de justiça.
Veja abaixo a íntegra da publicação de Diego Dzodan:
Eu estou de volta ao meu escritório e queria agradecer a todos vocês por todo a imensa demonstração de suporte recebida durante as últimas 24 horas. Minha caixa de mensagens foi inundada com mensagens calorosas de todo o mundo – cada uma das notas de vocês fez grande diferença e eu as levo no meu coração.
As pessoas no Brasil se importam profundamente com serviços como o Facebook e nós nos importamos profundamente com as pessoas no Brasil. Nós temos o maior respeito pelo Brasil e suas leis, e sempre foi nosso objetivo ter um diálogo construtivo com as autoridades. Diálogo traz compreensão e ajuda todos a se beneficiarem das oportunidades que a internet oferece.
Então agora, de volta ao trabalho – ajudando as pessoas a se conectarem e compartilhar, e ajudando negócios a construir valor e criar oportunidades. Você pode contar comigo.

Pesquisador maranhense testa ‘armadilha’ para Aedes aegypti

Técnica é de baixo custo e de fácil montagem, usando materiais simples.
Experimento auxilia também no entendimento do ciclo de vida do mosquito.

Do G1 MA
Pesquisador maranhense testa ‘mosquitoeiro’ para capturar Aedes aegypti (Foto: Divulgação / IFMA)Pesquisador maranhense testa ‘mosquitoeiro’ para capturar Aedes aegypti (Foto: Divulgação / IFMA)
Que tal criar uma ‘armadilha’ para o mosquito Aedes aegypti usando apenas materiais simples? No Maranhão, um pesquisador testa um sistema batizado como ‘mosquitoeiro’ confeccionado apenas com garrafa de plástico, fitas isolante e adesiva e um pedaço de tela. Weverson Almagro é professor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), do campus Maracanã, em São Luís (MA), e acredita que o sistema possa levar a bons resultados na prevenção e no combate ao mosquito transmissor da dengue, da febre Chikungunya e do vírus Zika.
“Qualquer pessoa pode fazer o ‘mosquitoeiro’, que tem custo muito baixo, e associado a isso está também o despertar da consciência. Temos que ser educadores e trabalhar informações mais precisas para encerrar ou diminuir a população de mosquitos”, diz Almagro, que também coordena o curso de Aquicultura.
Funcionamento da ‘isca’
O sistema usa arroz como atrativo da fêmea do mosquito, que coloca os ovos na armadilha. Quando eclodem, as larvas passam são atraídas pela força da gravidade até um recipiente com água. Quando viram mosquitos adultos, eles ficam presos por uma tela, e morrem. Segundo o pesquisador, a isca é capaz de atingir uma área de até 100 m².
O professor, no entanto, alerta que o uso de sistemas como o ‘mosquitoeiro’ não substitui as medidas básicas de higiene e os cuidados que todos devem ter no combate ao mosquito, como evitar o acúmulo de água parada, que servem de criadouros para o Aedes aegypti.
Vídeo mostra passo a passo para construção de ‘mosquitoeiro’ (Foto: Divulgação / IFMA)Vídeo mostra passo a passo para construção de ‘mosquitoeiro’ (Foto: Reprodução)
A técnica testada por um grupo de funcionários e alunos do IFMA baseia-se em uma experiência testada no Rio de Janeiro. O passo a passo de montagem do ‘mosquitoeiro’ foi disponibilizado em vídeo pela internet (veja o vídeo aqui).
Ao longo de 15 dias, o experimento será acompanhado para que os pesquisadores entendam o processo de colocação de ovos pela fêmea, eclosão e formação das larvas e crescimento do inseto dentro do ‘mosquitoeiro’. Se o experimento for bem-sucedido, o próximo passo é instalar uma unidade de demonstração nos campi do instituto, escolas e em outras instituições.

Em ruínas, Hotel Glória, no Rio, se torna criadouro de mosquitos

Prédio, cuja reforma parou há seis anos, preocupa moradores do entorno.
Ex-proprietário Eike Batista reconhece transtorno para a população do bairro

Do G1 Rio
Abandonado há seis anos, desde que o projeto de reforma iniciado pelo empresário Eike Batista foi paralisado, o Hotel Glória se transformou em uma gigantesca dor de cabeça para os moradores da região. No terreno que abrigou o primeiro hotel cinco estrelas do país, há hoje muito material de construção abandonado e poças formadas pelo acúmulo de água da chuva, o que favorece a proliferação de mosquitos.
Em vídeo postado numa rede social, uma mulher que mora em um prédio bem ao lado do hotel relata que o local é hoje um enorme criadouro de mosquitos. O presidente da associação de moradores do bairro, Marconi Andrade, diz que o problema vem se agravando.
"O local está cheio de focos de mosquito e já temos relatos de casos de zika, além de algumas pessoas internadas por causa da dengue. O problema é sério e até agora ninguém fez nada, nem proprietários, nem o poder público".
Ex-proprietário do hotel, Eike Batista disse, em nota, que reconhece e lamenta os transtornos causados aos moradores da região. O empresário afirma ainda que os novos proprietários estão em busca de uma solução definitiva para recuperar o hotel.
Eike disse também que decidiu investir no Glória por ter entendido que a revitalização do hotel seria "um marco" para a atividade turística no Rio, gerando milhares de empregos e recuperando uma área importante da cidade. Porém, segue o texto, as obras tiveram de ser interrompidas por falta de recursos. Em janeiro, o empresário vendeu o hotel para o fundo de investimentos Mubadala, de Abu Dhabi.
O fundo Mubadala não quis comentar o assunto. Eike, por sua vez, garantiu que o local é dedetizado duas vezes por semana e que uma empresa será contratada para drenar a água acumulada. Já a Secretaria Municipal de Saúde informou que o prédio passa por vistoria a cada 15 dias e tem nova inspeção agendada para esta quinta-feira (3).
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Justiça da França condena Maluf a três anos de prisão por lavagem

Família foi condenada a multa e teve valores confiscados, mas já recorreu. PGR pediu à França para Maluf continuar respondendo a ação no Brasil.
02/03/2016 09h49 - Atualizado em 02/03/2016 14h08

Por Mariana Oliveira
Da TV Globo. em Brasília


A 11ª Câmara do Tribunal Criminal de Paris condenou o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) a três anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro em território francês entre os anos de 1996 e 2005. De acordo com a sentença, proferida no fim do ano passado e informada à Procuradoria Geral da República no último mês, a lavagem foi fruto de corrupção e desvio de dinheiro público no Brasil.
A TV Globo entrou em contato com a assessoria do deputado, e aguarda resposta.
O tribunal francês condenou pelo mesmo crime a mulher dele, Sylvia Lutfalla Maluf, e o filho Flávio Maluf. Eles já recorreram da condenação, e a decisão está pendente de decisão na Corte de Apelação de Paris.
Após ser informada da condenação, a PGR pediu a transferência da ação criminal que corre na França para o Brasil e também requereu a repatriação dos valores confiscados na ação penal contra o parlamentar.
A Justiça francesa também confiscou 1,8 milhão de euros que estavam em contas da família e valores em espécie, além de impor multas aos três que somam 500 mil euros. A 11ª Câmara ordenou ainda que sejam mantidos mandados já expedidos anteriormente de captura internacional contra os três.
A Procuradoria quer que ele seja julgado no Brasil porque, como é brasileiro, a Constituição veda extradição para cumprir a pena na França. Ainda não há decisão sobre o pedido de transferência e de repatriação dos valores.
A apuração na França se baseou no compartilhamento de provas da Procuradoria Geral da República e do Ministério Público do Estado de São Paulo em razão de ações contra o parlamentar.
Segundo a PGR, a Justiça francesa afirmou que os três agiram para ocultar a origem de recursos oriundos de corrupção e peculato e enviar valores para empresas offshore (firmas criadas para fazer investimentos no exterior) e contas em bancos no exterior. Na sentença, são citados processos no Brasil como beneficiário de fundos no exterior.
Ações contra Maluf no Brasil
 No Supremo, o deputado é alvo de ações penais que o acusam de desvios quando era prefeito de São Paulo.
Entre as obras suspeitas está a construção da Avenida Água Espraiada, atual Avenida Jornalista Roberto Marinho. Ele é acusado do crime de corrupção passiva e crimes contra o sistema financeiro. A suspeita é que o prejuízo aos cofres públicos tenha seja de US$ 1 bilhão.
Segundo o Ministério Público Federal, o dinheiro desviado teria sido entregue a um doleiro que fez remessas para uma conta de um banco em Nova York, nos Estados Unidos. De lá, os recursos teriam sido enviados para contas em paraísos fiscais.
O passo seguinte, segundo a acusação foi reutilizar parte do dinheiro com a compra de ações de empresas da família Maluf no Brasil, entre 1997 e 1998. O MPF calcula que, até janeiro de 2000, os fundos supostamente abastecidos pela família Maluf teriam movimentado mais de US$ 172 milhões.

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