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terça-feira, 15 de março de 2016

Saiba como e quando comportas de represas em SP são abertas por cheia

Sabesp abriu comporta da Paiva Castro e agravou enchente em São Paulo.
Ministério Público apura responsabilidades por danos causados à população.

Isabela Leite e Márcio PinhoDo G1 São Paulo
Comportas abertas na Represa Paiva Castro, entre Mairiporã e Franco da Rocha, no dia 11 de março de 2016 (Foto: Reprodução TV Globo)Comportas abertas na Represa Paiva Castro no dia 11 de março de 2016 (Foto: Reprodução TV Globo)
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) abriu as comportas da Represa Paiva Castro por risco de transbordamento após forte temporal atingir a Grande São Paulo entre a noite de quinta (10) e manhã de sexta-feira (11). O reservatório faz parte do Sistema Cantareira e liberou a água no Rio Juqueri, que corta as cidades de Mairiporã, Franco da Rocha e Caieiras.
O procedimento adotado pela companhia, no entanto, foi alvo de um pedido de explicações do Ministério Público (MP) e causou dúvidas sobre quais medidas devem serem tomadas quando há risco de rompimento de barragens e se há tempo hábil para avisar a população e retirá-las de áreas que podem ser atingidas pela água.
Veja abaixo as explicações da Sabesp e de órgãos envolvidos nessa tomada de decisão.
Infográfico mostra onde fica a Represa Paiva Castro, que teve as comportas abertas no dia 11 de março de 2016 (Foto: Arte G1)
QUANDO AS COMPORTAS SÃO ABERTAS?
A Sabesp diz que segue um procedimento definido no Plano de Contingência para o Sistema Cantareira, aprovado pelas defesas civis estadual e municipais, e pelo Comitê de Bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). As comportas são abertas quando a represa atinge o nível máximo de capacidade e há risco de transbordamento do reservatório ou rompimento de barragem.
No caso da Represa Paiva Castro, que fica no limite entre Mairiporã e Franco da Rocha, quando o nível da água atingiu 745,5 metros (do nível do mar), as comportas foram abertas, despejando no Rio Juqueri 10 metros cúbicos/segundo. Como o volume de água que entrou no reservatório continuou aumentando durante a sexta-feira, a descarga de água chegou a 50 metros cúbicos por segundo. Em 1987 e 2011, a Sabesp abriu as comportas pelo mesmo motivo.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a Sabesp "segurou ao máximo as águas da represa". Já o secretário estadual de Recursos Hídricos, Benedito Braga, afirmou que o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) tem um centro de previsão de enchentes que monitora a chuva e opera em conjunto os reservatórios do estado para evitar inundações.
COMO DEVE SER A COMUNICAÇÃO SOBRE A ABERTURA DE COMPORTAS?
Segundo a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, a comunicação é feita seguindo um protocolo aceito pelas cidades que podem ser atingidas pela água e pelos órgãos envolvidos nesse monitoramento, e que segue o padrão do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.
Na prática, isso significa que, a partir do momento em que a represa começa a se aproximar de um nível de atenção - que depende de cada reservatório e é definido na outorga de exploração do sistema - as autoridades envolvidas são avisadas sobre a possibilidade de descarga, ou seja, abertura de comportas.
No caso da Sabesp, ela é obrigada a comunicar a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, que repassa o alerta às defesas civis municipais e Prefeituras. Em algumas situações, o aviso é feito via SMS para responsáveis pelas equipes e também telefones particulares de prefeitos. Depois do primeiro alerta, o monitoramento para situação de cheia é mantido.
Caso o nível da água da represa atinja o máximo definido pelos órgãos reguladores, as comportas podem ser abertas parcialmente, já que há risco de transbordamento ou de rompimento da barragem.
Parque de diversões foi tomado pela água em Franco da Rocha (SP) devido ao temporal que atingiu a região (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)Parque de diversões foi tomado pela água em Franco da Rocha no dia 11/03 (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
Segundo a Defesa Civil Estadual, foi emitido um boletim na quinta-feira (10), às 9h11, que já indicava forte chuva e de longa duração para o período da noite na região metropolitana. Às 22h19, a cidade de Franco da Rocha foi informada que o volume acumulado de chuva já havia alcançado o nível de atenção do plano preventivo de Defesa Civil, e que as equipes deveriam realizar vistorias preventivas nas áreas de risco.
A Sabesp disse que comunicou, às 2h30 de sexta-feira (11), a Defesa Civil Estadual que a Represa Paiva Castro já estava operando em situação de emergência. Catorze minutos depois, a Defesa Civil Estadual enviou uma mensagem de texto SMS para a Defesa Civil Municipal de Franco da Rocha, avisando que às 4h30 abririam as comportas em 10 metros cúbicos por segundo. A abertura só ocorreu duas horas depois do previsto, para evitar o rompimento da barragem, segundo a Sabesp.
A Defesa Civil Estadual informou ao G1 que, às 9h09, reforçou para a Defesa Civil Municipal a informação sobre o aumento de descarga no Rio Juqueri. Segundo a companhia de abastecimento, a vazão afluente (entrada de água na represa) foi de 125 metros cúbicos por segundo, entre as 18h de quinta (10) e 6h de sexta-feira. O pico ocorreu à 1h, com vazão máxima de 239 metros cúbicos por segundo.
Infográfico mostra como e quando as comportas de represas são abertas (Foto: Arte G1)
QUEM DEVE AVISAR A POPULAÇÃO SOBRE RISCO DE ENCHENTE?
O alerta à população sobre o risco de transbordamento ou abertura de comportas deve ser feito pela Prefeitura ou por equipes da Defesa Civil Municipal, que recebem avisos da Defesa Estadual. A Represa Paiva Castro fica a 5 km de Franco da Rocha e a descarga de água leva cerca de duas horas para atingir a cidade.
Segundo a Prefeitura de Franco da Rocha, mesmo antes do alerta sobre a possibilidade de abertura de comportas, a Defesa Civil Municipal usou sirenes em carros e avisou, porta a porta, os moradores da Vila Nossa Senhora Aparecida, bairro próximo ao Rio Juqueri e entre os com mais risco de transbordamento. O G1, no entanto, encontrou moradores que disseram não terem sido avisados previamente sobre a enchente.
Franco da Rocha foi uma das cidades mais atingidas pela chuva. Mesmo depois de quatro dias do temporal, ainda havia água e lama pelas ruas. No total, foram interditadas 210 moradias, e até esta terça-feira (15) 10 famílias e 18 moradores de rua estavam em abrigos. No estado de São Paulo,foram 25 mortes por causa do temporal, sendo uma por afogamento em Franco da Rocha. A administração municipal disse não ser possível relacionar as mortes com a abertura das comportas.
Comportas abertas na Represa Paiva Castro, entre Mairiporã e Franco da Rocha, no dia 11 de março de 2016 (Foto: Reprodução TV Globo)Comportas abertas na Represa Paiva Castro no dia 11 de março de 2016 (Foto: Reprodução TV Globo)
HÁ UM TEMPO MÍNIMO PARA AVISAR A POPULAÇÃO SOBRE RISCO DE ENCHENTE?
A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil afirma que o plano de ação para avisar a população é responsabilidade das defesas civis municipais e que o tempo mínimo para avisar a população sobre risco de enchente e retirar as famílias das áreas de risco depende da estrutura da equipe, número de pessoas que farão o trabalho e a estratégia que foi montada para atender aos moradores.
O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, disse que o tempo que é necessário para migrar de uma situação de alerta para emergência depende do tamanho da bacia hidrográfica. "Por exemplo, na bacia Amazônica, você sabe com dias de antecedência de que haverá uma enchente. Em bacias pequenas, como é o caso da Juqueri [rio que forma a Represa Paiva Castro, o tempo entre sair da situação de alerta para a situação de emergência é de poucas horas. E foi o que aconteceu [com a Paiva Castro]", afirmou.
Pessoas e carros aguardam diante de estrada alagada em Franco da Rocha (SP) após fortes chuvas (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)Pessoas e carros aguardam diante de estrada alagada em Franco da Rocha (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
A ENCHENTE NA GRANDE SP FOI CAUSADA PELA ABERTURA DE COMPORTAS?
A Sabesp nega que a abertura das comportas tenham causado os alagamentos em Franco da Rocha, a mais atingida pelas enchentes. Segundo a companhia, o transbordamento do Rio Juqueri ocorreu durante a madrugada, antes da abertura das comportas, às 6h30 do dia 11 de março.
A Prefeitura de Franco da Rocha, por meio da assessoria de imprensa, admitiu que a enchente na cidade não foi causada, no início, pela água liberada da Paiva Castro, já que o Juqueri corta o centro do município e costuma extravasar quando chove forte. O Consórcio Intermunicipal dos Municípios da Bacia do Juquery (Cimbaju) informou que Franco da Rocha recebeu 154 milímetros de chuva em quatro horas.
A Prefeitura, no entanto, defendeu que as comportas abertas na Paiva Castro foram um "agravante" aos alagamentos porque a água só baixou na manhã de domingo (13). As comportas foram fechadas no fim da tarde de sábado (12).
Ruas de Franco da Rocha alagadas ainda neste sábado (Foto: André Lucas Almeida/Futura Press/Estadão Conteúdo )Ruas de Franco da Rocha alagadas no sábado (Foto: André Lucas Almeida/Futura Press/Estadão Conteúdo )
O QUE PODE ACONTECER SE AS COMPORTAS NÃO FOREM ABERTAS?
A Sabesp defende que a situação de alagamentos poderia ter sido muito pior caso em Franco da Rocha e Caieiras, caso a represa não existisse como barragem e as comportas da Paiva Castro não tivessem sido abertas na sexta-feira.
"Se não tivesse o reservatório Paiva Castro, a quantidade de água que estaria passando por Franco da Rocha seria de 239 metros cúbicos de água por segundo [239 mil litros de água/segundo]. Essa tragédia que aconteceu por uma vazão de 50 metros cúbicos/segundo. Se não existisse o reservatório, o alagamento seria muito pior", afirmou o presidente da companhia, Jerson Kelman.
O volume acumulado de água que entrou no Paiva Castro no período foi de 5,42 milhões de metros cúbicos, ou seja, 71% do volume total da represa, que é de 7,61 milhões de metros cúbicos. A represa é a menor do Cantareira e a última do sistema. É dela que a Sabesp capta água para abastecer a Região Metropolitana de São Paulo.
Arte - Raio-x do sistema cantareira (Foto: G1)

Franco da Rocha cobra aviso 'mais efetivo' que SMS sobre comportas

Represa Paiva Castro atingiu limite máximo após temporal na Grande SP.
Defesa Civil Estadual e Sabesp dizem seguir padrão nacional de avisos.

Márcio Pinho e Isabela LeiteDo G1 São Paulo
Carros ficaram no meio da água em Franco da Rocha (SP) após temporal na região (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)Carros ficaram no meio da água em Franco da Rocha (SP) após temporal (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
A Prefeitura de Franco da Rocha disse que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e a Defesa Civil Estadual deveriam ter usado um aviso "mais efetivo", como um telefonema, para comunicar o risco de abertura das comportas da Represa Paiva Castro, no limite com Mairiporã. Na madrugada de sexta-feira (11), o reservatório atingiu o limite máximo da capacidade por causa de um temporal e a comunicação foi feita via SMS (mensagem de celular), para o prefeito, às 2h30. Após quatro horas, as comportas foram abertas.
Segundo a Prefeitura, a partir disso a Defesa Civil Municipal teve tempo de avisar os moradores da Vila Nossa Senhora Aparecida, região mais afetada, e iniciar a retirada de documentos, equipamentos e mobiliário da Câmara de Vereadores e outros prédios públicos.
Uma pessoa morreu por afogamento na cidade, mas a administração municipal disse não ser possível relacionar o óbito com a abertura das comportas. Em outras cidades paulistas, foram mais 24 mortes, causadas também por deslizamentos.
A Defesa Civil Estadual e a Sabesp explicam que a comunicação é feita seguindo um protocolo aceito pelas cidades da Grande São Paulo que podem ser atingidas pela água, e que seguem o padrão do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil. Além disso, o órgão afirmou que divulga ao menos três boletins climáticos para os municípios e afirmou que avisou com três dias de antecedência que a região receberia chuva intensa entre quinta (10) e sexta-feira.
A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil repassou ao G1 as mensagens enviadas ao prefeito deFranco da Rocha, Francisco Daniel Celeguim de Moraes (PT), e ao chefe da Defesa Civil Municipal, Jonas José da Silva, alertando sobre a chuva que atingia a região desde a noite anterior à abertura das comportas.
A Sabesp afirmou ainda que, mesmo não sendo obrigada a fazer a comunicação para a Prefeitura, reforçou o aviso ao prefeito por meio de uma ligação. O Ministério Público (MP) também resolveu apurar as responsabilidades pelos danos causados à população por causa da abertura das comportas.
Veja abaixo avisos por SMS enviados pela Defesa Civil Estadual ao prefeito de Franco da Rocha, Francisco Daniel Celeguiim de Moraes, e ao chefe da Defesa Civil do município:
Mensagens SMS enviadas pela Defesa Civil Estadual ao prefeito de Franco da Rocha e ao chefe da Defesa Civil Municipal entre a noite de quinta (10) e a manhã de sexta (11)  (Foto: Reprodução/Defesa Civil Estadual)Mensagens SMS enviadas pela Defesa Civil Estadual ao prefeito de Franco da Rocha e ao chefe da Defesa Civil Municipal entre a noite de quinta (10) e a manhã de sexta (11) (Foto: Reprodução/Defesa Civil Estadual)
Alagamentos
No momento da abertura das comportas, Franco da Rocha já estava com alagamentos, mas segundo a Prefeitura, a descarga de até 50 mil litros por segundo no Rio Juqueri, que passa na região central do município, agravou a situação de enchentes.
Mesmo antes do alerta sobre a possibilidade de abertura de comportas da Paiva Castro, a Defesa Civil Municipal de Franco da Rocha disse ter usou sirenes em carros para alertar as famílias que vivem próximas ao Rio Juqueri, principalmente na Vila Nossa Senhora Aparecida, sobre o risco de transbordamento.
A cidade foi uma das mais atingidas pela chuva na semana passada na região metropolitana. Mesmo depois de quatro dias do temporal, ainda há água e lama pelas ruas da cidade e 200 famílias ainda não conseguiram voltar para casa, ainda há moradores na casa de parentes e também em abrigos.
Infográfico mostra onde fica a Represa Paiva Castro, que teve as comportas abertas no dia 11 de março de 2016 (Foto: Arte G1)
Avisos seguem protocolo, diz Sabesp
A Sabesp disse que segue um procedimento definido no Plano de Contingência para o Sistema Cantareira, aprovado pelas defesas civis estadual e municipais, e pelo Comitê de Bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Segundo a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, a comunicação é feita seguindo um protocolo aceito pelas cidades que podem ser atingidas pela água e pelos órgãos envolvidos nesse monitoramento, e que segue o padrão do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.
Na prática, isso significa que, a partir do momento em que a represa começa a se aproximar de um nível de atenção - que depende de cada reservatório e é definido na outorga de exploração do sistema - as autoridades envolvidas são avisadas sobre a possibilidade de descarga, ou seja, abertura de comportas.
No caso da Sabesp, ela é obrigada a comunicar a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, que repassa o alerta às defesas civis municipais e Prefeituras. Em algumas situações, o aviso é feito via SMS para responsáveis pelas equipes e também telefones particulares de prefeitos.
Depois do primeiro alerta, o monitoramento para situação de cheia é mantido.
Caso o nível da água da represa atinja o máximo definido pelos órgãos reguladores, as comportas podem ser abertas parcialmente, já que há risco de transbordamento ou de rompimento da barragem.
Segundo a Defesa Civil Estadual, foi emitido um boletim na quinta-feira (10), às 9h11, que já indicava forte chuva e de longa duração para o período da noite na região metropolitana. Às 22h19, a cidade de Franco da Rocha foi informada que o volume acumulado de chuva já havia alcançado o nível de atenção do plano preventivo de Defesa Civil, e que as equipes deveriam realizar vistorias preventivas nas áreas de risco.
A Sabesp disse que comunicou, às 2h30 de sexta-feira, a Defesa Civil Estadual que a Represa Paiva Castro já estava operando em situação de emergência. Catorze minutos depois, a Defesa Civil Estadual enviou uma mensagem de texto SMS para a Defesa Civil Municipal de Franco da Rocha, avisando que às 4h30 abririam as comportas em 10 metros cúbicos por segundo. A abertura só ocorreu duas horas depois do previsto, para evitar o rompimento da barragem, segundo a Sabesp.
A Defesa Civil Estadual informou ao G1 que, às 9h09, reforçou para a Defesa Civil Municipal a informação sobre o aumento de descarga no Rio Juqueri. Segundo a companhia de abastecimento, a vazão afluente (entrada de água na represa) foi de 125 metros cúbicos por segundo, entre as 18h de quinta-feira e 6h de sexta-feira. O pico ocorreu à 1h, com vazão máxima de 239 metros cúbicos por segundo.
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Infográfico mostra como e quando as comportas de represas são abertas (Foto: Arte G1)
Promotoria cobra explicação
O Ministério Público (MP) pediu explicações ao governo paulista sobre a abertura das comportas da Represa Paiva Castro, informou o SPTV. O centro de Franco da Rocha ficou alagado por dois motivos: o temporal e a água dessa represa do Sistema Cantareira. Essa não foi a primeira vez que a abertura das comportas da represa provocou estragos no município. Essa ação vem se repetindo ao longo do tempo, em 1987, 2011 e 2015. Por isso, a Promotoria resolveu apurar as responsabilidades pelos danos causados à população.
O Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) quer saber se "houve omissão administrativa por parte da Sabesp, da Cetesb, do DAEE e da Arsesp", e questiona "a inexistência ou insuficiência de planos de contingência, comunicação eficaz e evacuação para o município, quando da abertura das comportas".
“Na verdade, um plano de contingência tem que identificar quais são os riscos inerentes ao próprio desempenho da atividade e apontar soluções, possibilitando naquela porção que seria inevitável a inundação que houvesse o aviso com tempo necessário pra que essas pessoas se removessem em no mínimo preservassem a sua vida”, disse o promotor Ricardo Manuel Castro, do Gaema.
A Sabesp disse que segue um plano de contingência elaborado em 2011 com as defesas civis do estado e dos municípios. “Quando o nível d’água chega a 745 metros e 25 cm, a Sabesp deve avisar a Defesa Civil estadual, e a Defesa Civil estadual avisa, por sua vez, as defesas civis municipais. E assim foi feito, exatamente assim”, disse o presidente da Sabesp, Jerson Kelman.
Em nota, a Defesa Civil Estadual disse que comunicou por mensagem de celular, às 2h45 de sexta, a Defesa Civil Municipal de Franco da Rocha sobre a abertura às 4h30. Isso ocorreu às 6h30.
Ruas de Franco da Rocha alagadas ainda neste sábado (Foto: André Lucas Almeida/Futura Press/Estadão Conteúdo )Ruas de Franco da Rocha alagadas no sábado (Foto: André Lucas Almeida/Futura Press/Estadão Conteúdo )

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Decreto regulamenta convênio com SUS para perícia médica do INSS

Decreto presidencial traz alterações no Regulamento da Previdência.
Avaliação poderá ser feita por profissional do Sistema Único de Saúde.

Do G1, em São Paulo
Decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff e publicado no "Diário Oficial da União" desta terça-feira (15) traz mudanças na concessão do auxílio-doença e perícia médica do INSS. Agora, o segurado que for encaminhado para perícia médica do INSS após  afastamento do trabalho superior a 15 dias poderá ser submetido a avaliação pericial por profissional médico integrante tanto dos quadros do próprio instituto quanto de órgãos e entidades que integrem o Sistema Único de Saúde (SUS).
Somente após ato conjunto dos Ministérios do Trabalho e Previdência Social e da Saúde entrará em vigor a cooperação com o SUS para a realização das perícias médicas.

O decreto vem em um momento em que a fila de espera para conseguir uma perícia pode demorar até cinco meses (veja no vídeo do Bom Dia Brasil). O INSS disse que a greve atrapalhou, mas admite que faltam peritos e estrutura para atender a população. Os peritos que estão trabalhando dizem que não têm estrutura, espaço para fazer as perícias.
Segundo o decreto, o INSS poderá celebrar convênios, com execução descentralizada, termos de fomento ou de colaboração, contratos não onerosos ou acordos de cooperação técnica para a colaboração no processo de avaliação pericial por profissional médico de órgãos e entidades públicos do SUS.

Ainda de acordo o decreto publicado, que complementa o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048, de 6 de maio de 1999, a impossibilidade de atendimento pela Previdência Social ao segurado antes do término do período de recuperação indicado pelo médico assistente na documentação autoriza o retorno do empregado ao trabalho no dia seguinte à data indicada pelo especialista.
A concessão ou prorrogação do auxílio-doença será dada após a realização de avaliação pericial ou recebimento da documentação médica do segurado, sendo que o benefício será concedido com base no período de recuperação indicado pelo médico assistente. O INSS poderá convocar o segurado em qualquer hipótese e a qualquer tempo para avaliação pericial.
O INSS poderá ainda estabelecer, com base na avaliação pericial ou da documentação médica, o prazo que entender suficiente para a recuperação da capacidade para o trabalho do segurado. Em caso desse prazo concedido para a recuperação ser insuficiente, o segurado poderá solicitar a sua prorrogação.
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