Ideia surgiu durante o tratamento da filha Luísa, de seis anos. Livro está sendo distribuído gratuitamente em hospitais.
Fazer com que a filha de seis anos, que foi diagnosticada com câncer aos quatro, entendesse de uma hora para outra que iria perder o cabelo por causa do tratamento não foi uma tarefa fácil para os pais Luciano e Paula de Castro, que moram em Curitiba.
Foi então que eles decidiram que era melhor ela não entender sobre a seriedade da doença. "A criança não precisa carregar esse fardo. Essa é uma tarefa para os adultos", disse Luciano.
Desde então, Luísa passou a viver em um mundo de magia. "A nossa missão era, mesmo nas horas mais difíceis, fazer com que a nossa filha estivesse feliz. Então, eu criei a história da fadinha do cabelo, que escolhe crianças especiais para emprestar o cabelo e fazer uma poção mágica. Depois, ela compartilha a magia e ajuda outras pessoas", contou o pai.
Luísa faz tratamento no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, e precisa fazer sessões de quimioterapia uma vez por semana.
"Ela achou super legal e adorou quando precisou cortar o cabelo por causa do tratamento. E até hoje ela não sofre com isso", conta o pai sobre Luísa.
O pai explicou ainda que atualmente a menina já entende um pouco mais sobre as obrigações do tratamento, mas de uma forma extremamente positiva.
O livro Fada Pilara e Marujo Gadeinha tem 10 páginas e foi escrito enquanto Luciano se recuperava de um transplante de fígado. "Eu estava internado olhando para o teto e decidi escrever a história. Porque nós já tínhamos experimentado com outras crianças no Hospital Pequeno Príncipe e também deu muito certo", acrescentou.
As instituições que tiverem interesse em receber os exemplares devem entrar em contato pelo e-mail fadinhadocabelo@gmail.com ou pelo telefone (41) 0800 727 4001.
"Eu acho que a gente sempre tem que ter um lado social. E eu acho, também, que as pessoas têm que se preocupar com o próximo. Quando você ajuda ao próximo, está ajudando a você mesmo", declarou o pai.
O tratamento
A oncologista pediátrica e chefe do serviço de oncologia do Hospital Pequeno Príncipe, Flora Watanabe, explicou que Luiza tem tumor chamado neuroblastoma. "A Luísa está se mantendo em bom estado geral, mas ainda em tratamento, e responde bem diante do diagnóstico".
"Eu percebo que a família tem uma dedicação total com a criança. Eu vejo que o pai, a mãe, a avó, e vários outros, estão envolvidos no cuidado com ela. E essa participação é muito importante até mesmo na evolução da doença dela", argumentou Flora.
Sobre o livro, a oncologista declarou que apesar da postura do hospital de deixar sempre claro que o cabelo cai por causa dos remédios, a instituição acredita que o envolvimento da família ajuda muito, principalmente com relação à questão psicológica dos pacientes.
O hospital oferece um serviço de voluntariado para vários setores do hospital. Um deles é o de contação de histórias. Veja como participar.
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