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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

HBO Go está disponível para qualquer pessoa, mesmo sem TV por assinatura

HBO Go está disponível para qualquer pessoa, mesmo sem TV por assinatura

A partir de agora, qualquer pessoa com um smartphone Android ou iOS pode assinar o HBO Go, o serviço de streaming da HBO que compete com a Netflix. Até agora, apenas assinantes dos serviços de banda larga fixa Vivo ou Oi poderiam ter acesso à plataforma, mas isso mudou nesta quinta-feira, 30, com a possibilidade de realizar a assinatura por meio do Google Play e pela App Store.
Com a novidade, o HBO Go se transforma em uma opção viável para enfrentar a Netflix. O serviço nasceu como um complemento dos canais de TV paga, que exigem um grande investimento mensal; algum tempo depois, a empresa desvinculou a plataforma de streaming da TV paga, mas ainda dependia dos planos de banda larga fixa. Agora ele se torna verdadeiramente independente.
Para quem assinar o HBO Go por meio do Google Play, o serviço custará R$ 34,90 por mês, com o primeiro mês disponível de forma gratuita. Já para quem fizer o registro pelo iOS, a mensalidade será de US$ 11 (atualmente R$ 35,95), o que implica a incidência de IOF e está sujeito à oscilação da moeda estrangeira; o primeiro mês também é grátis.
O serviço não permite assistir aos canais HBO “ao vivo”, mas conta com todas as principais séries da companhia, disponíveis via streaming assim que o conteúdo encerra sua exibição no canal, o que significa que é possível assistir “Game of Thrones” minutos depois de o episódio ter sido transmitido pela primeira vez na TV. Isso dito, a plataforma não aguentou o alto influxo de usuários durante a última temporada da série e apresentou lentidão e travamentos.
Para fazer o registro, é necessário baixar o aplicativo disponível no Google Play neste link e na App Store neste link.
Para quem não quiser assinar o serviço por meio do aplicativo, a plataforma está disponível por meio de assinatura a la carte para assinantes da banda larga Vivo (R$ 29,90 ao mês) e Oi (R$ 34,90 ao mês); além disso, quem tem os canais HBO no pacote de TV por assinatura não paga nada para acessar o serviço.

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Pessoas que nunca tiveram dengue não devem tomar vacina da doença, diz Anvisa

Maiana Diniz - Repórter da Agência Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária divulgou nesta quarta-feira (29) que o laboratório Sanofi-Aventis, fabricante da vacina da dengue, apresentou informações que sugerem que pessoas que nunca tiveram contato com o vírus da dengue podem desenvolver formas mais graves da doença caso tomem a vacina. A vacina Dengvaxia foi aprovada no Brasil em 28 de dezembro de 2015 e não é oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações.
A suspeita do laboratório, apresentada nesta semana,  ainda não é conclusiva, mas, diante do problema, a recomendação da Anvisa é que a vacina não seja tomada por pessoas que nunca tiveram dengue. Apesar de esclarecer que a vacina por si só não é capaz de desencadear um quadro grave da doença nem induzir ao aparecimento espontâneo da dengue - para isso, é preciso ser picado por um mosquito infectado -, existe a possibilidade de que pessoas soronegativas desenvolvam um quadro mais agudo de dengue caso sejam infectadas após terem recebido o medicamento.
A bula da vacina será atualizada enquanto a Anvisa avalia os dados completos dos estudos, que ainda serão apresentados pelo fabricante. A vacina da Sanofi, chamada Dengvaxia, é a única aprovada no Brasil. O produto é indicado para imunização contra os quatro subtipos do vírus. Para as pessoas que já tiveram dengue, a Anvisa avalia que o benefício do uso da vacina permanece favorável.
Por meio de um comunicado, a Anvisa esclareceu que “este risco não havia sido identificado nos estudos apresentados para o registro da vacina na população para a qual a vacina foi aprovada”. A agência informou que, antes do registro, os efeitos da imunização foram estudados em mais de 40 mil pessoas em todo o mundo, e que as pesquisas seguiram os padrões estabelecidos por guias internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Edição: Davi Oliveira

Amazon distribui bolo de graça em SP para comemorar 10 anos do Kindle

Produzido pela Carlo's Bakery, bolo de 100kg será distribuído nesta quinta, 30/11, para quem apresentar um Kindle ou aparelho com app da plataforma.
A Amazon anunciou nesta quarta-feira, 29/11, que irá distribuir bolo de graça em São Paulo para comemorar os 10 anos do lançamento do seu e-reader Kindle.
A ação especial acontece nesta quinta, 30/11, na conhecida loja de bolos Carlo’s Bakery. Para ganhar o pedaço de bolo é fácil: basta comparecer ao local entre 10h e 19h e apresentar um e-reader Kindle ou smartphone/tablet com o aplicativo gratuito do Kindle.
O bolo gigante, com aproximadamente 100kg, foi produzido pela equipe do confeiteiro Buddy Valastro, também conhecido como Cake Boss, e tem o formato de uma caixa com vários dispositivos Kindle (veja acima).
Apesar do bolo ser grande, é melhor garantir e chegar mais cedo à Carlos Bakery para garantir o seu pedaço – a Amazon estima que serão distribuídos aproximadamente 500 pedaços de bolo, com recheio de cenoura e ganache de chocolate, coberto com marshmallows.
Serviço:
Comemoração do aniversário de 10 anos de Kindle
Data: 30 de novembro
Local: Carlo's Bakery – R. Bela Cintra, 2182 - Jardins, São Paulo - SP
Distribuição de pedaços do bolo: das 10h às 19h

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Dez mil dólares: qual o futuro do Bitcoin?

Criptomoeda alcançou o mais novo pico nesta quarta, ultrapassando o patamar dos 10.000, deixando investidores e economistas interessados e incrédulos

Ele é assunto na fila do almoço, em eventos, na televisão, em sites de investimento. O Bitcoin, a criptomoeda mais famosa do mundo, deixou de ser usada apenas nos submundos da internet, e passou a ser um dos investimentos mais comentados do planeta.
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O motivo é sua valorização. A moeda valia 997 dólares no início do ano, chegou a 6.750 no início de novembro, bateu 10.000 dólares na última noite  e chegou a 11.300 na tarde desta quarta-feira.
Somente em 2017, o Bitcoin viu seu valor subir mais de 1.000%, o número de transações aumentou 55% e uma média de 30.000 carteiras digitais foram criadas por dia. A euforia se espalhou para outras moedas. O Ethereum, outra criptomoeda, passou dos 500 dólares e já acumula alta de 5.000% no ano.
De acordo com um relatório do banco Goldman Sachs, o mercado de criptomoedas valia cerca de 120 bilhões de dólares em agosto deste ano, com o Bitcoin correspondendo a cerca de 50% do total. Hoje, com a alta recente do Bitcoin, o valor já chega perto de 200 bilhões de dólares. Há mais de 800 criptomoedas, mas apenas nove têm valor total que excede 1 bilhão de dólares. Há cerca de 11 milhões de investidores em moedas no mundo.
Há cerca de um mês, o analista de investimentos da Empiricus Research, Felipe Miranda, afirmou que o Bitcoin é o tipo de investimento que é preciso ter, pois os ganhos podem ser astronômicos, o que minimiza o risco real de se perder tudo.
O investidor de risco americano Michael Novogratz, presidente do grupo de investimentos Galaxy, recentemente afirmou que a moeda pode chegar a uma marca de 40.000 dólares em dezembro do ano que vem. Para Novogratz, mesmo o Ethereum deve valer por volta do triplo da atual cotação no médio prazo. A Chicago Mercantile Exchange, a bolsa de Chicago, afirmou que deve começar a negociar futuros de Bitcoin até o final do ano.
A pergunta obrigatória é: pra onde vai o Bitcoin? Os apelos do Bitcoin são três: a escassez natural, já que o montante total de moedas é de 21 milhões de unidades, e uma nova moeda é dada para quem ajuda a criptografar operações na cadeia (atualmente existem entre 16 e 17 milhões de bitcoins disponíveis e o último deve ser minerado em 2140); o risco de as moedas fiduciárias perderem valor no longo prazo em uma época que Bancos Centrais compram ativos de governos para equilibrar cotações; e o apelo da anonimidade.
Para Philip Coggan, editor da revista The Economist e autor do blog Buttonwood, essas três razões explicam por que há alguma demanda pelo Bitcoin, mas não por que há tamanha demanda. “As pessoas compram Bitcoin porque elas esperam que outros comprem esses ativos delas a um preço maior. É a definição da teoria do mais tolo”, escreveu Coggan.
Ou seja: se as pessoas tentassem vender suas posições de Bitcoin de uma só vez, o preço iria cair e a fortuna iria secar. O próprio presidente do Banco Central brasileiro, Ilan Goldfajn, afirmou que trata-se da “típica bolha ou pirâmide que existem na economia há centenas de anos”.
Para Marie Owens Thomsen, estrategista-chefe Global do Indosuez Wealth Management, braço de gestão de fortunas do banco Crédit Agricole, o Bitcoin pode ser uma bolha e um investimento simultaneamente. “Creio que criptomoedas estejam aqui para ficar de alguma maneira ou de outra, embora o atual entusiasmo seja parecido com a corrida do ouro do século 19”.
Para Thomsen, não é possível mensurar o real valor do Bitcoin, mas ativos com um suprimento finito tendem à apreciação e a manter seu valor razoavelmente alto. Some-se isso ao excesso de liquidez no mundo, com taxas de juros baixas nas principais economias, e a explicação para o recorde do Bitcoin é parecido com a das obras de arte. Há duas semanas, um quadro de Leonardo Da Vinci, o Salvator Mundi, foi leiloado pelo valor recorde de 450 milhões de dólares.
O Bitcoin não tem valor fundamental, não é comparado a uma ação ou a uma commodity, não oferece um fluxo de pagamentos, nem é um direito sobre um ativo real que produz riqueza. “Trata-se de uma classe completamente nova de ativo econômico. Na teoria econômica tradicional, o Bitcoin não tem uma classificação específica. Ele inclusive tem um uso para cada pessoa: pode ser usado para transações, remessas de dinheiro internacional, investimento ou reserva de valor”, afirma Gabriel Aleixo, co-fundador do Bitcoin Hub Brasil, centro de estudos em Bitcoin, e pesquisador no Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.
Na teoria econômica são três as funções de uma moeda: reserva de valor, unidade de contagem e meio de pagamento. O Bitcoin é mais utilizado como reserva de valor do que como meio de pagamento, motivo pelo qual a liquidez da moeda ainda é baixa no varejo, mas alta como investimento. Boa parte dessa reserva é mantida porque há uma expectativa no mercado de que a moeda seja utilizada eventualmente como um meio de pagamento.
Por exemplo, quando surgem boatos de que a Amazon, a maior varejista digital do mundo, pode começar a aceitar o Bitcoin como forma de pagamento, o câmbio da moeda é fortemente afetado para cima. “A pergunta que eu faço é: o Bitcoin tem valor em si mesmo? O valor dele é dado pela confiança e pelo uso, é o que as pessoas dão a ele”, afirma Fabrício Sanfelice, diretor de Marketing da Atlas Project, empresa especializada em investimentos e arbitragem em Bitcoin.
Há diversos entraves para que o Bitcoin se torne uma moeda com liquidez para o varejo, a começar pela evolução do funcionamento do serviço. Para Aleixo, essa situação deve ser resolvido dentro dos próximos 2 anos, com mais investimentos na plataforma que possibilitem um maior número de pagamentos por segundo. “Hoje, como moeda, o Bitcoin é muito utilizado para remessas internacionais por ser menos complicado e burocrático do que o serviço dos bancos. A usabilidade precisa ser melhorada para compras no varejo e creio que a escalabilidade também. Nos próximos anos será possível processar milhares de pagamentos por segundo, ao invés de dezenas, com uma plataforma mais amigável ao usuário, pelos avanços na tecnologia”, afirma.
Mas isso também passa por reconhecimentos oficiais. Em abril deste ano, o parlamento japonês foi pioneiro ao reconhecer o Bitcoin, junto de outras criptomoedas, como meio de pagamento legal e estabelecer companhias com reconhecimento oficial para trocas da moeda. Segunda uma pesquisa da rede de TV NHK, o número de estabelecimentos que aceita a moeda passou de 900 em 2015, para 4.200 em 2016. Espera-se que 300.000 estabelecimentos o aceitem até o final deste ano, segundo dados da bitFlyer, maior operadora de Bitcoin do Japão. No Brasil, o uso da moeda não é regulamentado, mas o Banco Central adverte contra o uso pelos riscos da operação.
O mercado de Bitcoin espera que regulações aprovadas juntas à Comissão de Mobiliários e Trocas dos Estados Unidos, (SEC), tragam mais regularidade e atraiam também os maiores fundos de investimento. Caso investidores que dão prioridade a formas mais tradicionais de aplicações embarquem no mercado, o preço pode subir ainda mais.
O fato de contratos futuros estarem sendo negociados também é positivo, já que eles estabelecem um preço no longo prazo e traçam um horizonte mais claro para a moeda. Na semana passada, a Comissão de Commodities e futuros dos Estados Unidos permitiu que a plataforma de trocas LedgerX negocie opções de compra de Bitcoin a 10.000 dólares em dezembro de 2018 — implicando que o preço deve estar mais alto do que isso até lá.
Thomsen, da Indosuez , acredita que as criptomoedas estão em situação semelhante ao episódio das empresas ponto-com no começo dos anos 2000: é difícil prever quais vão continuar e quais vão sucumbir. Mas que elas vieram para ficar, não há muitas dúvidas. “A alta de mais de 10 vezes só neste ano mostra que o espaço para crescer é vasto. No entanto, eu alertaria investidores contra comprar na alta ou vender na baixa. Com o tamanho espetacular do avanço em 2017, é preferível esperar por uma correção antes de entrar na onda”.

Condenado toma veneno no tribunal

Condenado toma veneno no tribunal

Condenado toma veneno no tribunal
O ex-líder militar bósnio-croata Slobodan Praljak morreu após ter se envenenado ao ouvir sua sentença por ter cometido crimes de guerra no Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII). A sessão foi suspensa no último dia de atividades do tribunal especial, que foi criado para julgar em Haia os envolvidos na Guerra da Bósnia (1992-1995) e será formalmente encerrado no mês que vem. Condenado a 20 anos de prisão em 2013, o réu havia apelado da pena, mas não obteve sucesso no recurso.


Após ouvir sua sentença, Praljak, de 72 anos, levou a mão à boca e aparentemente engoliu um líquido, que estava dentro de um pequeno recipiente. Em seguida, gritou ao juiz:


— Eu acabei de tomar veneno. Não sou criminoso de guerra. Oponho-me a esta sentença.


O advogado de Praljak disse, então, que o réu havia se envenenado. Imediatamente, o juiz responsável ordenou que os procedimentos da corte fossem interrompidos. Uma ambulância foi chamada ao tribunal, durante momentos de confusão.

Praljak foi condenado a quatro anos por ter perseguido, expulsado e assassinado muçulmanos durante a Guerra da Bósnia. Ele é considerado responsável pela destruição da Ponte Velha do centro histórico da cidade de Mostar em novembro de 1993, que havia sido erguida mais de 400 anos antes.


Segundo os juízes, as ações da artilharia bósnio-croata provocaram danos desproporcionais à população civil muçulmana afetada pelo confronto dos anos 1990. Ele e outros cinco réus compareceram nesta quarta-feira ao tribunal para ouvir os vereditos das suas apelações. Algumas das condenações de Praljak foram retiradas, mas a sua pena não foi reduzida.


À direita, Slobodan Praljak chega para ouvir veredito após apelar de sentença em Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia - Robin van Lonkhuijsen / AP A Guerra da Bósnia foi uma guerra civil pela posse de territórios na região da Bósnia e Herzegovina entre três grupos étnicos e religiosos: os sérvios (cristãos ortodoxos), os croatas (católicos romanos) e os bósnios (muçulmanos). Mais tarde, atingiu também a vizinha Croácia. Teve início em abril de 1992 e se estendeu até dezembro de 1995, com a assinatura do Acordo de Dayton.


O confronto começou quando os bósnios declararam a soberania da República da Bósnia-Herzegovina, até então presidida por Radovan Karadzic, de origem sérvia. A minoria sérvia não aceitou a declaração de independência e apelou ao apoio de Belgrado, capital sérvia, então sob o comando de nacionalistas liderados pelo então presidente Slobodan Milosevic. A declaração desatou uma guerra de três anos e meio entre muçulmanos, sérvios e croatas, que deixou cerca de 100 mil mortos e 2,2 milhões de refugiados. Belgrado não reconheceu a Bósnia até novembro de 1995.


SIMBÓLICAS CONDENAÇÕES


Ex-general sérvio-bósnio Ratko Mladic teve surto de raiva durante sessão do Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (TPII) - AP Em 2017, o Tribunal Internacional para a ex-Iugoslávia, corte da ONU criada para processar as pessoas responsáveis por violações graves do direito internacional humanitário cometidas no território da ex-Iugoslávia, encerra suas atividades. Até hoje, o tribunal já indiciou 161 pessoas originárias de Bósnia, Croácia, Sérvia Montenegro e Kosovo. Destas, 83 foram condenadas, das quais mais de 60 eram sérvios.


Na semana passada, o ex-general sérvio-bósnio Ratko Mladic foi condenado à prisão perpétua pelo massacre de Srebrenica e por crimes de guerra e contra a Humanidade durante a guerra da Bósnia. Hoje com 74 anos, o réu não pôde ouvir a leitura do seu veredito após um acesso de raiva com gritos e foi retirado do tribunal por mau comportamento. Após 16 anos em fuga, Mladic foi capturado na Sérvia em 2011 e, neste ano, tornou-se o último fugitivo julgado pela Justiça internacional.


Madlic foi considerado culpado por dez de onze acusações, incluindo a morte de 8 mil homens e meninos muçulmanos em Srebrenica e o cerco a Sarajevo, em que mais de 11 mil civis foram mortos por uma campanha de franco-atiradores e bombardeios durante 43 meses. Segundo a corte, o ex-líder militar realizou estas ações intencionalmente, tendo contribuindo significativamente ao massacre em Srebrenica e dirigido pessoalmente o cerco a Sarajevo. Por isso, foi condenado pelos crimes de extermínio, perseguição e assassinatos.


Durante a leitura do veredito, Mladic se levantou e gritou com os juízes presentes. A defesa pediu que a sessão fosse interrompida, alegando que o acusado sofria de um problema de pressão arterial. O juiz Alphons Orie, no entanto, não atendeu o pedido e ordenou que Mladic fosse retirado da sala. O ex-general se declara inocente para todas as acusações, e deverá apelar da sua condenação.


— Eles mentem, vocês mentem. Não me sinto bem — gritou o acusado.


TRAUMA QUE NÃO VAI EMBORA


Em Srebrenica, comunidade muçulmana celebra condenação de Mladic enquanto assistem à sessão do tribunal em Haia - Amel Emric / AP Em julho de 1995, as tropas comandadas por Mladic cercaram Srebrenica, numa ação que resultou no assassinato de mais de 8 mil bósnios muçulmanos, de crianças a idosos. Os homens foram separados das mulheres e levados em ônibus para serem assassinados. Desde a Segunda Guerra Mundial, foi o maior assassinato em massa da Europa e o primeiro caso legalmente reconhecido como genocídio desde o Holocausto.


— Os crimes cometidos estão entre os mais hediondos conhecidos pela Humanidade, e incluem genocídio, extermínio e crimes contra a Humanidade — disse o juíz, Alphons Orie, que presidia a sessão, ao ler o veredito. — Muitos destes homens e meninos foram amaldiçoados, insultados, ameaçados, forçados a cantar músicas sérvias e espancados enquanto aguardavam sua execução.


Após as execuções, os corpos foram escondidos em valas comuns. Alguns, inclusive, foram levados a zonas remotas, para que as dimensões do massacre ficassem escondidas do mundo. Até hoje, mais de 6,9 mil vítimas já foram identificadas por exames de DNA.


A Guerra da Bósnia foi um capítulo extremamente traumático da História do século XX. Até hoje, as condenações dos líderes militares envolvidos neste confronto são acompanhadas atentamente pelas comunidades afetadas. Em 2015, os bósnios relembraram o massacre de Srebrenica, um dos mais marcantes desta guerra, com cerimônias e enterros simbólicos.





O Globo

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