Senadores tiveram encontro com manifestantes ontem.
Representantes de movimentos estiveram
ontem na Presidência do Senado e devem retornar hoje para nova reunião,
às 18h, com uma pauta de reivindicações que seja consenso entre os
grupos
O presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu ontem a visita de representantes dos movimentos Acorda Brasília, Ocupa Brasília, Marcha do Vinagre e Sou Ativista, que têm participado de manifestações nas últimas semanas. Um grupo de senadores também participou do encontro.
De acordo com Rayssa Labanca, uma das
manifestantes, eles apresentaram uma pré-pauta de reivindicações. Ela
disse que os movimentos vão chegar a um consenso e retornam para uma
nova reunião, hoje, às 18h.
Antes, os representantes dos movimentos estiveram na Câmara, com o presidente daquela Casa, Henrique Eduardo Alves.
Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou que "a democracia é o exercício permanente do diálogo".
— É preciso avançar e capitalizar positivamente a energia das ruas, para o aprimoramento das instituições — afirmou.
José Pimentel (PT-CE) destacou, entre os
assuntos conversados com os manifestantes, o Plano Nacional de Educação
(PNE), do qual foi relator no Senado. Afirmou que o PNE para os próximos
dez anos deverá ser votado pelo Senado até o fim de agosto e, com as
modificações, deve voltar ao exame dos deputados.
Representantes da União Nacional dos
Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
(Ubes) também se reuniram com os senadores. Eles pediram que o Senado
acate o texto aprovado pela Câmara, na terça-feira, destinando 75% dos
royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde. Segundo Ana
Amélia (PP-RS), essa proposta atende as mobilizações populares e os
anseios das entidades estudantis.
— O voto facultativo é uma outra demanda importante da população —
acrescentou a senadora, que também defendeu a ficha limpa para todos os
servidores públicos e o voto aberto no Parlamento.
Projeto que agora segue para votação na
Câmara dos Deputados fazia parte da pauta prioritária anunciada em
resposta às recentes manifestações populares de protesto realizadas em
todo o país
Relevância socialRelator da proposta em Plenário, Alvaro Dias (PSDB-PR) explicou que a atual legislação dá respostas duras a quem comete crime contra a pessoa ou contra o patrimônio individual, mas é branda quando se trata de proteger os interesses coletivos dos cidadãos e o patrimônio público e em crimes como concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, peculato e excesso de exação (quando servidor exige um pagamento indevido).
— O resultado de tais crimes tem relevância social, pois pode atingir, em escala significativa, a depender da conduta, grande parcela da população. Com efeito, a subtração de recursos públicos se traduz em falta de investimentos em áreas importantes, como saúde, educação e segurança pública, o que acaba contribuindo, na ponta, para o baixo nível de desenvolvimento social — argumentou o senador.
Corrupção ativa e corrupção passiva podem
em breve ser classificados como crimes hediondos. O Senado aprovou ontem
o PLS 204/2011, de Pedro Taques (PDT-MT), que inclui delitos contra a
administração pública entre os crimes hediondos, aumentando penas e
dificultando benefícios para condenados. A proposta, que fazia parte da
pauta prioritária do Senado em resposta às manifestações nas ruas, segue
agora para votação na Câmara.
Com a mudança, os condenados pelos crimes
citados não terão mais direito a anistia, graça, indulto e livramento
mediante fiança. Também se torna mais rigoroso o acesso a benefícios
como livramento condicional e progressão de regime. O projeto foi
aprovado com emenda de José Sarney (PMDB-AP) que inclui também o
homicídio simples na lista de crimes hediondos.
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