Ainda falta um mês para a abertura oficial do Carnaval de Salvador, mas as vendas de abadás, camarotes e pacotes turísticos já estão a todo o vapor desde 2012. A grande folia baiana, tida para muitos como a melhor festa do mundo, aliada à comodidade oferecida pela web para compra de produtos para o período, atrai turistas de outros estados do País e estrangeiros. Em algumas épocas do ano, as vendas pela internet chegam a representar até 80%. O certo é que hoje em dia não há mais desculpa para quem quer se esbaldar nas festas de verão por estar fora da cidade, já que a folia pode ser garantida sem mesmo sair do conforto de casa.
As vendas pela internet são liberadas pelas empresas que comercializam os produtos aos foliões logo após o carnaval do ano anterior, já na Quarta-Feira de Cinzas, e muita gente já garante o abadá, camarote ou pacote turístico de forma antecipada, tudo para não perder a grande festa de Momo. As facilidades na forma de pagamento também são atrativas e algumas empresas dividem a compra em até 10 vezes no cartão, o que ajuda a alavancar as vendas.
O número de produtos vendidos para o carnaval de 2013 teve um aumento de 17% em relação ao ano passado, conforme o diretor da Central do Carnaval, o Joaquim Nery. Segundo ele, as vendas aumentaram entre março e abril, impulsionadas pela campanha promocional feita pela empresa no início do período de compras, além de novembro e dezembro, devido à proximidade da festa. Já as vendas presenciais, que ainda atendem a mais da metade dos produtos comercializados (cerca de 60%), segundo o diretor, se sobressaem durante o verão.
A meta da empresa, que trabalha com 21 blocos carnavalescos e 11 camarotes, é chegar aos 150 mil produtos vendidos este ano, número superior ao comercializado em 2012, quando as vendas foram comprometidas e tiveram perda de 20% por conta, sobretudo, da greve da Polícia Militar da Bahia (PM-BA). O principal bloco comercializado pela Central do Carnaval é o Camaleão, puxado pelo Chiclete com Banana, cujo dia sai por R$ 840. A empresa também vende o Camarote Salvador, um dos mais caros, que pode chegar a R$ 1.190 o dia.
A Axé Mix, que vende 8 blocos e 5 camarotes, é responsável pelo Coruja, puxado por Ivete Sangalo, que custa R$ 600 o dia, e pelo camarote Cerveja e Cia, que varia entre R$ 360 a R$ 590, para os homens, e entre R$ 290 a R$ 440, para as mulheres, o dia. Além de Ivete, Claúdia Leite e Asa de Águia também são atrações de blocos comercializados pela empresa.
Os clientes que não quiserem comprar os produtos de forma fragmentada podem optar pela compra dos pacotes turísticos, disponibilizado por meio da parceria de empresas que comercializam abadás e camarotes com agências de turismo. Os pacotes incluem passagens aéreas (que pode ser de ida e volta), hospedagem, camarotes e bloco. O mix em algumas empresas pode ser adquirido pela internet por um valor a partir de 3 mil reais, a depender do pacote.
"As empresas de turismo compram o camarote, as reservas, abadás e ingressos e preparam seu pacote, que pode ser dividido em até 10 vezes. Como os produtos são adquiridos de forma antecipada, os clientes encontram descontos nos pacotes. Mas os valores dependem de cada agência e do período do ano", ressalta o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens da Bahia (Abav-BA), Pedro Galvão.
A maioria dos turistas que vem a Salvador para curtir a folia são de Minas Gerais, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Os homens solteiros são os que lideram a lista dos foliões que buscam a capital baiana, conforme Galvão. Segundo ele, a ocupação hoteleira e de camarotes em 2013 deve ter um aumento de pelo menos 10% comparado a 2012. "O ano passado os hotéis atingiram pouco mais de 80 % de ocupação. Esse ano a nossa perspectiva é de que essa ocupação ultrapasse os 97%", afirma.
Cerca de 40% do total de produtos disponibilizados são adquiridos por turistas de outros estados, conforme Joaquim Nery, da Central do Carnaval. "A gente percebe uma diferenciação de gênero maior por produto. Por exemplo, as mulheres compram mais camarotes, enquanto os homens lideram as vendas de blocos", afirma Nery, ressaltando que a descontração e alegria da "maior festa festa popular do planeta" é o grande atrativo.
Compras - Para realizar as compras dos produtos na Central do Carnaval, o internauta deve acessar a área "Vendas" e selecionar o tipo de produto que deseja adquirir. São várias as opções, entre as quais destacam-se a comercialização de camarotes, blocos, ingressos para ensaios e outros eventos, pacotes turísticos, além de produtos promocionais. Depois, é preciso definir a forma de pagamento. Os consumidores podem optar por quitar o débito por meio do cartão de crédito, em até 10 vezes sem juros, ou no boleto bancário.
Segundo informações do site da empresa, a compra somente poderá ser feita em nome do titular do cartão, que deverá comparecer pessoalmente à entrega de abadás e ou camarotes. Após escolher a forma de pagamento, o internauta tem de preencher os dados de cadastro. É preciso disponibilizar o número do CPF e do RG, além de e-mail, telefone e endereço. Após verificar as condições de venda, o consumidor será direcionado para a página onde realizará o pagamento e depois é só finalizar a compra.
O mesmo procedimento deverá ser feito por quem comprar os produtos no site de empresas comoReino da Folia e Axé Mix, que também oferece a sues consumidores a possibilidade de adquirir, de forma promocional, o chamado "pacote especial", que já vem pronto e é montado com variações de blocos e camarotes ou de apenas blocos diferentes ou de apenas camarotes diferentes, conforme o site da empresa. Antes de adquirir os produtos, é preciso se cadastrar utilizando os documentos pessoais. No site do Reino da Folia, após preencher os dados, o cliente deve ler o Contrato de Compra disponibilizado no final da página antes de efetivar o cadastro.
Para retirada da compra é preciso comprovante de quitação do débito, documento original de identificação com foto, como Carteira de Identidade e Carteira de Habilitação, além do cartão utilizado no ato da compra e e-mail de confirmação. Em algumas empresas, no caso do abadá, para uma terceira pessoa fazer a retirada do produto é necessário a apresentação de uma procuração, assinada pelo titular da compra, e reconhecida em cartório. Além disso, as empresas também permitem que os clientes que se arrependerem possam efetivar o cancelamento da compra via web.
Cuidados - O procedimento feito pela internet é seguro, garantem os empresários. "Nos nunca tivemos problemas, já que nosso sistema de vendas possui sistema de proteção. Mas é importante que, ao optar pela compra online, o cliente escolha as revendedoras credenciadas", pontua o diretor da Central do Carnaval, Joaquim Nery.
Mas as facilidades e a comodidade com as compras pela web podem trazer riscos e os consumidores devem ficar atentos e tomar alguns cuidados antes de sair dando cliques por aí. É preciso ficar atento e desconfiar, sobretudo, das superofertas e dos grandes descontos oferecidos por muitos sites. Além do mais, como orienta a superintendente do Procon-BA, Gracieli Leal, é imprescindível "arquivar, desde o início, todas os e-mails, encartes e todos os comprovantes de transação".
"É importante lembrar que a relação de consumo começa a partir do momento da oferta, sendo indispensável guardar até a propaganda do produto", explica a superintendente, ressaltando, também, a importância de identificar o servidor, para saber se o site é de confiança, antes de fazer qualquer compra. Além disso, caso o consumidor não fique satisfeito com o produto adquirido via web, ele pode exigir o ressarcimento dentro do prazo de direito de arrependimento, que é de sete dias, após a entrega da mercadoria.
O consumidor também deve ficar atento ao chamado descumprimento de oferta, quando o fornecedor não cumpre com o que foi divulgado, sobretudo quanto aos itens que compõem os pacotes turísticos. "Tudo isso deve estar no contrato assinado após a compra. E, caso a empresa não conceda o que foi divulgado por ela e pago pelo cliente, acaba ferindo os direitos do consumidor", pontua. "Caso se sinta lesado e não entre em acordo com o fornecedor, o consumidor pode entrar em contato com o Procon local, munido de todos os documento comprobatórios guardados por ele".