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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Chega a 147 o número de mortos após ataque terrorista em universidade do Quênia

Fontes da polícia divergem sobre o número de mortos; quatro militantes do Al-Shabab foram mortos, segundo autoridades

Subiu para 147 o número de mortos após ataque terrorista em universidade do nordeste do Quênia nesta quinta-feira (2), segundo informações do Centro Nacional de Operações de Desastres do Quênia e do ministro do Interior. 
Médicos ajudam ferido no hospital nacional Kenyatta em Nairobi, Quênia
AP
Médicos ajudam ferido no hospital nacional Kenyatta em Nairobi, Quênia
O ministro do Interior do país, Joseph Nkaissery, disse que a maioria dos mortos eram estudantes, mas incluiu dois policiais, um soldado e dois vigias nesse grupo.
Ele disse aos repórteres que ainda não se sabe o número total de militantes que participaram da ação e que ainda há agentes da segurança nacional lutando contra supostos terroristas na Garissa University College.
Na tarde desta quinta, Nkaissery ordenou um toque de recolher em Garissa e nos municípios vizinhos de Wajir, Tana River e Mandera. O Al-Shabab reivindicou a autoria do ataque. 
Soltura dos reféns
Autoridades de segurança quenianas na cena do ataque terrorista anunciaram que a operação de segurança para libertar os reféns acabou e que o número de mortos pode chegar a 150. Dezenas de reféns foram libertados, segundo eles, enquanto quatro terroristas islâmicos foram mortos. O tiroteio terminou, de acordo com repórteres da Associated Press perto da cena do crime.
Uma fonte da polícia queniana disse que havia 147 mortos enquanto outra elevou o número para 160. Uma terceira fonte afirmou que os mortos chegam a 80, mas explicou que havia tantos corpos que seria difícil divulgar com precisão esse dado, já que anoiteceu e o local está sem energia elétrica.
Pânico
Mesmo quando as forças de segurança encurralaram os homens armados em um dormitório da Garissa University College, onde eles estariam mantendo reféns, sobreviventes descreveram à Associated Press um cenário de horror, onde as vítimas eram mortas de maneira impiedosa a tiros e balas assobiavam pelo ar enquanto outros estudantes corriam por suas vidas.
Collins Wetangula, vice-presidente da associação de estudantes, disse que se preparava para tomar banho quando ouviu tiros vindos do dormitório Tana, que abriga homens e mulheres, a 150 metros de distância. O campus tem seis dormitórios e pelo menos 887 estudantes, disse ele.
A testemunha disse que quando ouviu os tiros se trancou no dormitório junto a outros três companheiros.
"Tudo o que ouvi foram passos e tiros. Ninguém estava gritando porque provavelmente imaginavam que o barulho levaria os pistoleiros até onde eles estariam escondidos", disse ele. "Os homens armados diziam 'sisi ni al-Shabab' (Somos al-Shabab)", disse Wetangula.
Quando os homens armados chegaram ao seu dormitório ele pôde ouvi-los abrindo portas e perguntando se os alunos eram muçulmanos ou cristãos.
"Se você fosse um cristão seria baleado no local", afirmou. "A cada explosão eu pensava que seria o próximo a morrer."
O Estado Islâmico é a organização terrorista mais rica do mundo. Com recursos vindos de crimes e do petróleo, os militantes administram até US$ 2 bilhões anuais. Foto: AP
Atuando na Faixa de Gaza, o Hamas - considerado terrorista pelo FBI -  tem renda anual de ao menos US$ 1 bilhão. Foto: Reprodução/Youtube
Militantes das FARC, Forças Armadas Revolucionária da Colômbia, atua no país há mais de 50 anos com renda anual de até US$ 600 milhões. Foto: Reprodução/Youtube
O Hezbollah, que significa 'Partido de Deus', surgiu após invasão e ocupação do Líbano em 1982 por Israel. Grupo tem renda anual de US$ 500 milhões. Foto: Reprodução/Youtube
O movimento Taleban governou o Afeganistão de 1996 a 2001 e hoje tem renda estimada em US$ 400 milhões vindos principalmente do tráfico de drogas. Foto: Reprodução/Youtube
Uma das organizações terroristas mais letais do mundo, a Al-Qaeda atua com cerca de US$ 150 milhões anuais. Foto: Wikemedia Commons
Lashkar-e-Taiba, ou 'Exército dos justos', é um grupo radical islâmico paquistanês que atua no sudeste da Ásia com renda de até US$ 100 milhões ao ano. Foto: Reprodução/Youtube
Na Somália, a Al-Shabab é a maior organização militante do país e foi fundada em 2006. Hoje atua com cerca de US$ 70 milhões ao ano. Foto: AP
O IRA Real, facção radical do IRA, foi criado por ativistas que se opõem ao acordo de paz de 1998 e tem renda anual de até US$ 50 milhões. Foto: Reprodução/Youtube
Boko Haram, que significa 'educação ocidental é pecado', atua na Nigéria com anuais US$ 52 milhões. Foto: Reprodução/Youtube
O Estado Islâmico é a organização terrorista mais rica do mundo. Com recursos vindos de crimes e do petróleo, os militantes administram até US$ 2 bilhões anuais. Foto: AP
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Os pistoleiros começaram a atirar rapidamente e foi como se houvesse uma troca de tiros, explicou.
"Depois, vimos homens com uniforme militar através da janela da parte de trás do quarto que se identificaram como militares quenianos", disse Wetangula. Os soldados levaram ele e cerca de 20 outros para um lugar seguro.
Agostinho Alanga, um estudante de 21 anos, descreveu uma cena de pânico enquanto tiros soaram do lado de fora do seu dormitório ainda de madrugada, quando a maioria dos universitários dormia.
O tiroteio se tornou mais intenso quase imediatamente, ele disse à AP por telefone. A artilharia pesada forçou alguns alunos a ficar dentro dos dormitórios enquanto outros fugiam pelos corredores sob disparos dos militantes. Ele diz ter visto pelo menos cinco homens mascarados fortemente armados.
"Estou me recuperando da dor depois que me feri enquanto tentava escapar. Eu estava correndo com os pés descalços", disse Alanga, que foi uma das dezenas de estudantes que conseguiram escapar através de cercas arame farpado.
O ataque começou por volta das 5h30 - horário local. As orações da manhã estavam em andamento na mesquita da universidade, onde os alunos não foram atacados, disse ele.
*Com AP
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    Helicóptero cai sobre residência em SP; ao menos cinco pessoas morrem

    Acidente ocorreu por volta das 17h10 desta quinta-feira (2), em Barueri; uma das vítimas foi encontrada decapitada

    Reprodução de imagem aérea do local do acidente: Corpo de Bombeiros busca por mais vítimas
    Reprocução/TV Globo
    Reprodução de imagem aérea do local do acidente: Corpo de Bombeiros busca por mais vítimas
    Um helicóptero caiu sobre uma residência e deixou ao menos cinco pessoas mortas, nesta quinta-feira (2), na Grande São Paulo. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu por volta das 17h20 na altura do número 8 da Rua Firmo de Oliveira, na região central de Barueri.
    A queda da aeronave deixou a casa atingida e a aeronave completamente destruídas. Pouco antes das 18h, profissionais da corporação trabalhavam no local com o apoio de oito viaturas, buscando possíveis vítimas.
    Relembre acidentes aéreos que mudaram a história da aviação:
    Em 1956, aeronave da Trans World Airlines colidiu no ar com outra da United Airlines sobre o Grand Canyon, matando todas as 128 pessoas a bordo em ambos os aviões. O acidente levou a criação da Federal Aviation Administration (FAA). Foto: Reprodução/Youtube
    Em 1986, o controle de tráfego aéreo dava pouca importância aos pequenos aviões. Até um Piper colidir com um Aeromexico DC-9 e deixar 72 mortos. Depois disso, voos privados instalaram dispositivos eletrônicos que transmitiam informações ao solo. Foto: Reprodução/Youtube
    Em 1998, pilotos de um McDonnell Douglas MD-11 sentiram cheiro de fumaça na cabine antes de o avião cair no Atlântico ao largo da costa leste do Canadá. Investigadores acreditam que o fogo se espalhou por causa da fuzilagem inflamável. Depois disso, materiais resistentes ao fogo foram encomendados. Foto: Reprodução/Youtube
    Em 1985, um voo da Delta rumo a Dallas foi derrubado por ventos violentos que deixaram 137 mortos. Um esforço de pesquisa de sete anos entre a NASA e a FAA resultou em um equipamento mais eficaz para detectar e controlar o problema. Foto: Reprodução/Youtube
    Em 1996, Boeing 747 da TWA rumo a Paris decolou de NY e depois, explodiu no ar. A investigação concluiu que problemas em um tanque de combustível levou ao acidente e as 230 mortes. Então, a FAA promoveu mudanças que diminuiriam a chance de faíscas na fiação. Foto: Reprodução/Youtube
    Em 1994, uma válvula do sistema de um Boeing 737 emperrou enquanto avião se aproximava de Pittsburgh e derrubou a aeronave. Depois disso, boeings foram equipados com serviços de sobrevivência. Foto: Reprodução/Youtube
    Em 1988, fuselagem explodiu voo da Aloha Airlines no curto trajeto entre Hilo e Honolulu. O acidente levou a FAA a aumentar a inspeção e manutenção dos voos. Foto: Reprodução/Youtube
    Em 1983, voo da Air Canada rumo a Toronto a partir de Dallas desenvolveu um incêndio em um dos banheiros. Em meio a fumaça pesada, o piloto fez um pouso de emergência em Cincinnati, mas não conseguiu evitar 23 mortes. Como resultado, detectores de fumaça e extintores automáticos de incêndio se tornaram obrigatórios. Foto: Reprodução/Youtube
    Em 1996, um ValuJet caiu no Everglades, Flórida, depois de um incêndio gerado na carga. Ele matou todas as 110 pessoas a bordo. Depois da tragédia, detectores de fumaça e extintores automáticos de incêndio se tornaram obrigatórios em porões de carga dos voos comerciais. Foto: Reprodução/Youtube
    Em 1978, a United DC-8 circulou Portland, Oregon enquanto tentavam resolver um problema do trem de pouso. O avião ficou sem combustível e caiu. O acidente mudou procedimentos de treinamento cockpit e enfatizou o trabalho em equipe e comunicação. Foto: Reprodução/Youtube
    Em 1956, aeronave da Trans World Airlines colidiu no ar com outra da United Airlines sobre o Grand Canyon, matando todas as 128 pessoas a bordo em ambos os aviões. O acidente levou a criação da Federal Aviation Administration (FAA). Foto: Reprodução/Youtube
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    Segundo a Polícia Militar, que também colaborava com os trabalhos da corporação, um dos corpos foi encontrado decapitado. Não há sinal de explosões ou incêndios causados pela queda do helicóptero, tampouco informações sobre os nomes das vítimas, a origem do voo e seu destino. 
    Em nota, a empresa Seripatri afirmou lamentar profundamente a morte de todos os quatro ocupantes do helicóptero da marca Eurocopter (modelo EC 155), que realizava um voo teste quando ocorreu a queda.
    A empresa confirmou que o piloto, com mais de 30 anos de experiência, e todos os passageiros, três mecânicos, morreram. A aeronave tinha 600 horas de voo e quatro anos de uso. 
    A quinta vítima foi encontrada pelo Corpo de Bombeiros pouco depois das 20h. Ainda não está confirmado se ela estava no voo ou não.

      "Reduzir a maioridade é ampliar a barbárie do sistema prisional", diz ministra

      Para Ideli Salvatti, titular da Secretaria de Direitos Humanos, reduzir a maioridade penal é "fácil, quase que demagógico" e que se soma a outras pautas de retrocesso da Câmara

      Aprovada com absoluta vantagem na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), da Câmara dos Deputados, nesta semana, a PEC 177/1993, que prevê a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos, é vista como um retrocesso pela ministra Ideli Salvatti, titular da Secretaria de Direitos Humanos. Segundo ela, colocar adolescentes em prisões de adultos é o equivalente a aumentar a “barbárie” do sistema prisional brasileira.
      Ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos
      Alan Sampaio / iG Brasília (arquivo)
      Ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos
      Em entrevista ao iG, ela defende que haja um aprimoramento do sistema socioeducativo já existente e a garantia dos direitos para que os adolescentes que cometeram crimes tenham as punições adequadas previstas no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). 
      A ministra diz ainda que a discussão está invertida, já que as estatísticas mostram que o adolescente negro e da periferia é a maior vítima da violência. Sobre o “clamor” da população pela aprovação da medida, Ideli afirma que a União precisa trabalhar em conjunto com Estados e municípios para diminuir a sensação de insegurança. 
      iG: Como a senhora vê a aprovação do projeto que reduz a maioridade penal ter sido aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)?Ideli Salvatti: O que foi aprovado foi a acessibilidade para a tramitação desta PEC que foi apresentada há 22 anos. Portanto, esse assunto está na pauta há décadas exatamente pela grande controvérsia que levanta. Sobre vários aspectos. Em primeiro lugar sobre o aspecto da Constitucionalidade, porque advoga-se que é uma cláusula pétrea que só pode ser revogada por uma nova Constituinte e não por uma emenda. Em segundo lugar, temos controvérsia sobre o mérito. Praticamente todos os países que reduziram a maioridade penal não tiveram modificação na questão da violência e da criminalidade. Aos que advogam que tem de reduzir a maioridade penal para diminuir a violência, temos exemplos à exaustão que desmentem isso. Obviamente que ninguém defende a impunidade por isso precisamos aprimorar cada vez mais o sistema socioeducativo, a garantia de direitos, o trabalho social e profissionalizante que precisa ser dado de forma eficiente e eficaz, pensado pela sociedade brasileira para que a gente não tenha o aumento da criminalidade da juventude.
      iG: Qual seria esse caminho?Vou dar um exemplo bem concreto. Nós temos hoje quase 5,6 mil conselhos tutelares no Brasil. A grande maioria funciona em uma salinha sem estrutura e sem condição de trabalho, ítens fundamentais para que o conselheiro possa atuar, acompanhar, prevenir e impedir tanto o envolvimento na criminalidade quanto a criança e adolescente sofrer a violência. A outra questão é o nosso sistema socioeducativo: ainda não conseguimos demolir todas as Febens ou assemelhadas que temos no País. Ainda temos resquícios e situações em que o socioeducativo não é sócio e nem educativo. É quase equivalente a situação do no sistema prisional brasileiro.
      iG: O sistema prisional brasileiro teria condições de absorver essa demanda que surgiria com a redução da maioridade penal?O que se propõe é jogar essa população para dentro do sistema prisional brasileiro, que é uma verdadeira fábrica de aperfeiçoamento criminal que não dá condições adequadas para que as pessoas sejam atendidas, educadas e integrada. Todos nós sabemos que os mais jovens no sistema prisional são objetos de estupros sistemáticos e utilização sistemática pelo crime organizado. Isso [reduzir a maioridade] é ampliar a barbárie do sistema prisional sem qualquer resultado efetivo, como já está provado em inúmeros países.
      iG: Como a senhora vê as altas taxas de mortalidade de adolescentes no Brasil, envolvidos ou não com a criminalidade?Todos os indicadores que temos de violência contra adolescente são assustadores. Enquanto a população, em média, corre um risco de 5% de morrer de morte violenta –por arma, bala perdida, facada – entre os que têm de 12 a 18 anos a chance é sete vezes maior. Temos um CPI aberta na Câmara exatamente para fazer toda a avaliação, estudo, propor soluções para aquilo que está sendo chamado de extermínio da população jovem, pobre e de periferia. Por isso, reduzir a maioridade penal, é uma medida fácil, de alguma forma inconsequente, quase que demagógica, só agrava e não resolve problema nenhum.
      iG: A senhora já entrou em contato com as lideranças da Câmara sobre a tramitação do projeto?Fui falar com o presidente da Câmara [Eduardo Cunha, do PMDB] porque a pauta da segurança pública posta na Câmara precisa ser debatida no seu conjunto. Ele disse ‘importante e tal, mas a gente precisa avançar porque não é possível, há 22 anos [a PEC] não anda, não tem cabimento, a população clama’. Se a gente for levar pelo senso comum, tem uma porção de coisa que a população clama e que todos nós sabemos que não resolve o problema: pena de morte, por exemplo. 
      iG: Pesquisas de opinião indicam que a população é mesmo a favor da redução da maioridade penal. Como a senhora vê esse sentimento da população?A população quer solução para o problema da segurança pública. Um País que tem quase 60 mil homicídios e mais de 54 mil casos de estupro por ano, tem uma população que pede medidas que modifiquem esse cenário. A população muitas vezes não enxerga o quanto o crime no nosso País está organizado de forma muitas vezes até superior às próprias forças de segurança, que não estão devidamente articuladas pelo nosso sistema federativo. Por isso estamos participando e acompanhando com prioridade absoluta a construção e avanço do compromisso de campanha da presidenta da PEC da Segurança Pública, que propõe mudar a Constituição para que a União seja corresponsável, ao lado dos Estados, pela área. Além disso, estamos trabalhando na construção de um pacto nacional de enfrentamento a violência, principalmente na redução de homicídios e estupros, que são crimes contra a vida.  
      iG: Como a senhora vê o tratamento que a mídia dá para esse assunto?Temos uma situação, infelizmente, de sensacionalismo. Algo que estamos debatendo dentro do planejamento estratégico da Secretaria de Direitos Humanos, que é inadmissível você não enfrentar. Se você quer uma sociedade onde você tenha paz, é imprescindível ter uma atuação para criar esse ambiente de cultura da paz nas redes sociedade e nos meios de comunicação.
      iG: Mesmo com a questão do sensacionalismo colocado pela senhora, é importante que as pessoas tenham acesso a esse tipo de informação...É importante que as pessoas saibam o que está acontecendo. O problema é a forma como isso é apresentando, o discurso de que bandido bom é bandido morto, do incentivo à violência. 
      iG: Como a senhora vê a questão da violência no Brasil hoje?O Brasil fez um imenso esforço nos últimos anos para reduzir a desigualdade social e regional. Fomos bem sucedidos. O Brasil saiu do Mapa da Fome, as pessoas ascenderam socialmente, praticamente erradicamos a miséria absoluta. Agora, se você pegar todos os mapas da violência – seja do sistema prisional, seja de homicídio, seja do que for –, eles identificam o pobre, negro, de território determinado, de periferia, favelas etc. Tivemos sucesso na redução da desigualdade social como um todo, mas nos cortes da violência ela não mudou um milímetro. Para enfrentar a violência, essa injustiça social embutida tem de ser encarada como elemento central.
      iG: A senhora considera que esse clamor popular mostra que o ECA falhou em dar resposta à sociedade em relação à criminalidade cometida por adolescentes?O ECA não pode ser responsabilizado porque não foi implantado na sua plenitude. Temos ainda avanços significativos a fazer: de estrutura, de condições de rede de proteção, do próprio sistema socioeducativo, que ainda é recente. Antes de fazer retrocesso constitucional, era melhor todos nós nos dedicarmos efetivamente para cumprir a nossa responsabilidade com a legislação em vigor. O debate no Congresso está atravessado. No mesmo dia em que eles aprovaram a possibilidade de discussão da maioridade penal, estava acontecendo o Fórum de Segurança Pública dos Estados brasileiros. E eles estão preocupados, porque se PEC for aprovada, vai ter um aumento da população prisional e do déficit de vagas. Quem está na ponta pede “pelo amor de Deus, nos ouça, antes de tomar decisão”.
      iG: A atual legislatura é considerada a mais conservadora desde 1964, isso é um indicativo de que a PEC pode ser aprovada com mais facilidade? A senhora teme?O fato de por 22 anos não ter sido votada nem a admissibilidade e agora, no segundo mês de funcionamento do Congresso, já ter sido aprovada, é um indicador de mudança no perfil no Congresso Nacional. É indiscutível. A pauta da Câmara é de redução e de retrocessos em inúmeras questões: demarcação de terra indígena, questão da edificação do conceito do trabalho escravo, que está há décadas, a terceirização do trabalho... Tem uma porção de pautas na Câmara que em hipótese alguma podem ser consideradas como avanço.
      iG: A senhora teme?Nós precisamos ampliar o debate. Ao mesmo tempo em que tivemos a aprovação da admissibilidade, vimos ao longo das últimas semanas uma mobilização significativa dos contrários a essa redução, como igrejas, mais de 300 entidades da sociedade, além de a Frente Parlamentar pela Primeira Infância estar muito ativa na Câmara. Pode ter mudado o perfil, mas isso não significa que a sociedade está sendo passiva a debates tão estratégicos, significativos para o cotidiano.
      iG: A senhora acha que faltam leis para evitar que adolescentes entrem para o mundo da criminalidade? Recentemente foi aprovada a lei de aumento de penas para corrupção de menores.Essa responsabilização do adulto é importante porque há muitos que, exatamente para fugir da responsabilidade do crime, joga a culpa no adolescente, que muitas vezes estava junto, mas não participou. Boa parte desses menores usados são familiares de presos e se tornam reféns do crime organizado. Se o menor não executar as tarefas que o crime organizado determina, o familiar que está preso morre, é estuprado, é violentado. Logo, se você pegar a população privada de liberdade e multiplicar pelo número médio de familiares, temos três milhões de brasileiros e brasileiras que são potenciais ajudantes do crime organizado ou estão submetidos à vontade do crime organizado. Não é à toa que, quando há rebelião em presídios, tem ações como de queimas de veículos no município. Quem faz isso são pessoas que estão cumprindo as determinações do crime organizado, que domina o presídio.
      iG: O principal discurso das pessoas que defendem a redução é que não há punição para esses jovens e que por isso eles se sentem à vontade cometer crimes. Como a senhora vê essa afirmação?Essa afirmação vale para quase tudo em termos de impunidade no nosso País. Se essa é a desculpa para reduzir a maioridade penal no País, ela tem que valer para tudo. O percentual de pessoas que são investigadas e punidas por homicídios no País é ridículo. Esse argumento não se sustenta, porque a probabilidade da punição é quase vulnerabilizada. E pior: quanto mais grave o crime – o contra a vida, por exemplo –,  menor é a punição. Você tem hoje no sistema prisional um percentual significativo de pessoas presas pelo porte de pequenas quantidades de drogas, até porque cada juiz é uma sentença. Tem gente presa por estar com três trouxinhas de maconha, mas também se pega meia tonelada de cocaína e não tem ninguém preso.
      iG: Alguns dizem que as unidades de cumprimento de medidas socioeducativas são um ‘céu’ quando comparadas a prisões e que, por isso, não seria uma punição para o adolescente.Temos experiências onde o socioeducativo cumpre aquilo que está previsto legalmente, inclusive sendo locais com número menor de adolescentes, justamente para o trabalho ser feito de forma adequada. Os índices de reincidência nessas situações são muito, muito menores do que quando não se cumprem as regras. Por isso, é recomendável que a pessoas, antes de falar as coisas, vá ver.

        "O Manoel teve uma grande vida". Funeral do cineasta realiza-se às 15h00

        "O Manoel teve uma grande vida". Funeral do cineasta realiza-se às 15h00
        Fotografia © Leonel de Castro / Global Imagens
        Neto Ricardo Trêpa lembrou homem que "fez muito por Portugal".
        O funeral do cineasta Manoel de Oliveira, que morreu esta quinta-feira aos 106 anos, realiza-se sexta-feira, às 15:00, na igreja de Cristo Rei, Porto, estando já o corpo a ser velado no salão do Convento dos Padres Dominicanos, ao lado da igreja de Cristo Rei, no Porto.
        "É um homem que fez muito por Portugal" e que os portugueses reconhecem pelo que "foi e continuará a ser através do seu trabalho", lembrou o neto Ricardo Trêpa, ator que trabalhou inúmeras vezes com o realizador.
        Ricardo Trêpa, à direita, com outros familiares do realizador, à chegada ao velório
        Ricardo Trêpa, à direita, com outros familiares do realizador, à chegada ao velórioFotografia © RICARDO CASTELO/LUSA
        "Os portugueses sabem a pessoa que o meu avô é, foi e continuará a ser através do seu trabalho. É um homem que fez muito por Portugal", disse, assinalando como esta "é uma altura muito difícil para a família" e como Manoel de Oliveira "deixa uma grande saudade como um grande homem, um grande cineasta, um grande avô, um grande pai e um grande bisavô".
        "E é com uma profunda dor que nos despedimos hoje dele", acrescentou, lembrando que "o Manoel teve uma grande vida, pôde fazer todos os filmes que quis, ou quase todos [e] conseguiu filmar até aos 106 anos, porque há 15 dias esteve num último trabalho", garantiu Ricardo Trêpa, que ainda destacou que o cineasta "conseguiu ser aquilo que sempre quis, que foi um grande cineasta até ao fim".
        presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que hoje decretou três dias de luto municipal, foi uma das personalidades que já prestou homenagem ao realizador.

        Perfis de DNA são encontrados no local da queda do Airbus A320

        Cento e cinquenta perfis de DNA foram encontrados no local onde caiu o avião A320 da companhia alemã Germanwings em 24 de março, afirmou na quinta-feira um promotor francês em Marselha, Brice Robin.
        "Isso não significa que identificamos as 150 vítimas. Falta fazer a comparação dos DNA post-mortem com os DNA ante-mortem", declarou Robin durante uma coletiva de imprensa. Para isso, será preciso comparar os restos encontrados com os dados genéticos dos familiares das vítimas.
        Segundo Robin, serão necessárias de três a cinco semanas para identificar os restos.
        A segunda caixa preta do Airbus encontrada hoje permitirá acelerar as investigações. "O estado do dispositivo permite esperar sua análise", declarou o promotor.
        O artefato contém cerca de "500 parâmetros", entre eles velocidade, altura e potência dos motores do avião.

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