EMPREENDEDOR DE SUCESSO

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

BOMBA DE ÁGUA DE FÁCIL EXECUÇÃO PROMETE AJUDAR O PRODUTOR RURAL.





APRENDA A MONTAR UMA PEQUENA HORTA EM PEQUENO ESPAÇO.







Engenheiro agrônomo ensina como preparar uma horta em casa.


Ter uma horta em casa é simples, mas é preciso obedecer regras. O engenheiro agrônomo Marcelo Noronha dá dicas.

 



Ter uma horta em casa é simples, mas é preciso obedecer algumas regras. O engenheiro agrônomo Marcelo Noronha diz que a primeira delas é escolher o local ideal.
“Tem que ter luminosidade. A luminosidade ideal é face norte. Tem que ter de quatro a cinco horas de sol para a sua hora ter sucesso”, diz Marcelo.
Ele recomenda temperos para se ter em apartamentos. “Principalmente temperos que dão uma colheita com bastante abundancia. Mas também eu entro com hortaliças, principalmente rúcula e espinafre. As pessoas têm muita vontade de ter tomatinho também nos apartamentos, nos pequenos espaços.”
Atenção: a escolha da profundidade do vaso também é importante.
“Principalmente manjericão, alecrim e capim cidreira. Elas gostam de profundidade, então eu trabalho com vasos redondos de no mínimo 30 centímetros. As plantas rasteirinhas, principalmente cebolinha, salsinha e o hortelã, são jardineiras que podem ter até dez centímetros de profundidade”, conta o engenheiro agrônomo. “Significa que se você deixar o manjericão em um vaso pequeno, ele não vai se desenvolver. Para ele crescer no porte dele de 80 centímetros, tem que ter a parte embaixo de no mínimo 30 centímetros.”
O vaso deve ter furos embaixo. Na montagem, o engenheiro agrônomo ensina um truque: usar um caco de telha formando uma casinha sobre cada furo.
“Para que a primeira camada, que vai ser de pedrinha, não tampar esse buraco e travar o fluxo de água”, explica Marcelo.
Depois, é só preencher: “Eu venho com uma argila expandida para ter um bom dreno o vaso, uma camada bem fininha.”
Por cima, areia de construção grossa: “Faço uma camada para tampar as argilas expandidas, que serve como filtro. Quando você vai molhar a terra, não desce junto com a água.”
Por último a terra. “Eu venho com a terra adubada. É importante comprar uma terra de boa qualidade, que a gente chama composto orgânico ou terra preta. Não venha com adubo químico, isso é fundamental para uma horta orgânica”, avisa, Marcelo.
É só encher o vaso. “Aí eu faço a primeira camada, coloco a muda e depois eu preencho com a segunda camada.”
Ele recomenda misturar, no máximo, duas espécies no mesmo vaso. “Mas a espécie tem que ser do mesmo tamanho da outra, porque o manjericão com uma rasteirinha vai sombrear e ter problemas no manejo delas. Essa escolha do manjericão com o tomate cereja é uma ótima ideia, elas são do mesmo tamanho”, sugere Marcelo.
Mas atenção: hortelã não deve dividir o vaso com nenhuma outra planta. O sistema das raízes é muito agressivo. Ele invade todas e mata as outras, então hortelã só pode ser plantado em um vaso. Não pode misturar com mais nada, tem que plantar sozinha”, reforça.
Só falta a cobertura. “A última fase do vaso é o que a gente chama de cobertura morta. Vou colocar uma palhadinha para cobrir o seu solo, que é a coisa mais importante que você tem na horta. Tem que proteger seu solo, pode ser com palhada, com pedrinha , o que for. O importante é proteger.”
O vaso está pronto. Agora é saber cuidar. “O principal cuidado que eu vejo é a quantidade de água. Existem dois horários de rega. Ou parte da manhã bem cedo, ou no final do dia. Nunca ao meio-dia, com sol forte. Outra questão é a quantidade. Infelizmente não existe uma receita de bolo, depende de variações”, aponta Marcelo.
Para saber se a planta precisa de água, a dica é perfurar a terra com o dedo.
“Às vezes está seco na superfície e embaixo está úmido. Não precisa molhar novamente”, reforça. Essas plantas não gostam de muita água, e as pessoas pecam não pela falta, mas pelo excesso.
A receita para ter uma boa safra em casa é adubar - com adubo orgânico - a cada quatro meses. Em 15 dias, a hortinha caseira já começa a dar frutos.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Engenheiro-chefe da Honda: carro inteligente do Google 'não é sensacional'.


Para o executivo da montadora japonesa, testes com veículos auto dirigíveis nos Estados Unidos representam risco e exigem regulamentação.

 

O carro que dispensa motorista, cujo protótipo é desenvolvido pelo Google nos Estados Unidos , está longe de ser um projeto sensacional, na opinião do engenheiro-chefe de desenvolvimento de tecnologias da Honda, Masashi Satomura.
Divulgação
Masashi Satomura, engenheiro-chefe da Honda: dúvidas sobre o projeto do Google
“Para engenheiros como nós, esta é uma tecnologia óbvia e fácil de ser desenvolvida”, afirmou o executivo durante o Ericsson Business Innovation Forum 2013, em Tóquio, na última quinta-feira (31).
Um Toyota Prius, fabricado pela rival da Honda no setor automotivo, foi modificado para operar os testes do Google. Desenvolvido por um dos inventores do Google Street View e engenheiro da companhia, Sebastian Thurn, o carro robótico chegou a ser premiado em US$ 2 milhões pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Estados americanos como Nevada, Flórida e Califórnia passaram a permitir recentemente testes com veículos autônomos em suas rodovias, ampliando as possibilidades dos experimentos do Google nestes territórios.
“Estou surpreso que este veículo tenha sido aceito nos EUA. E se ocorrerem acidentes causados pelo projeto? Não se sabe o impacto que isso causará”, afirmou Satomura.
Divulgação
Veículo do Google está em fase de teste em alguns estados americanos

Na visão do executivo, deve haver regulamentação para definir a responsabilidade em caso de acidentes e falhas do sistema. Atualmente, a Honda realiza testes para lançar uma tecnologia de prevenção a acidentes de trânsito pela conectividade em smartphones.
* a repórter viajou a convite da Ericsson

sábado, 2 de novembro de 2013

OBRA DO PAC REVELA TEZOUROS ARQUEOLÓGICOS DE ATÉ 7 MIL ANOS.

Material coletado na região da Usina Santo Antônio, em Rondônia, reúne 700 mil peças e deve estar disponível ao público em dois anos e meio.

Mais de 700 mil fragmentos encontrados em 58 sítios arqueológicos e outros 157 pontos isolados na prospecção anterior à construção da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, Rondônia, passam por processo de limpeza e análise que deve terminar no final deste ano e devem estar disponíveis aos olhares do público em cerca de dois anos e meio. O material inclui peças de até sete mil anos encontradas em 43 sítios pré-coloniais e de outros 15 sítios com sinais de ocupação urbana dos séculos 19 e 20. A obra da usina está incluída no PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento).
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“Cada pedacinho é contado como um”, conta o responsável pelo programa de arqueologia da usina, Ricardo Euclides Ferreira.”É uma região de garimpeiros, e eles achavam muita coisa. Vários sitios desses, na verdade, foram redescobertos. Já existiam evidências destes locais.”
Veja imagens dos trabalhos na região da usina:
Trabalho de limpeza antes dos decalques no sítio Ilha das Cobras. 
 Artefato do sítio Garbin; as marcações são de 1 cm 









Artefatos coletados no sítio de Garbin, na área do canteiro de obras

Escavação no sítio Garbin, no canteiro de obras 
Escavação no sítio Gabrin; terra preta indica onde há material arqueológico

Vila de Santo Antônio teve vestígios preservados

Vila de Santo Antônio, que deu origem a Porto Velho

Detalhe da reconstituição em 3D de vasilha cerâmica encontrada na Ilha Santo Antonio

Reconstituição em 3D de vasilha cerâmica do sítio Ilha Santo Antonio

Tela do software que reúne imagens em alta resolução para uma primeira visualização do material coletado com scanner

Limpeza antes dos decalques no sítio Ilha das Cobras

Decalques em papel vegetal e pó de carbono no sítio Ilha das Cobras

Decalque em tecido de um dos painéis do sítio arqueológico Ilha do Japó

Gravura do sítio arqueológico Ilha do Japó

Decalque em tecido (com moldura de madeira) de um dos painéis do sítio arqueológico Ilha do Japó

Versão digitalizada de gravura do sítio Ilha do Japó

Trabalho na margem direita do rio Madeira foi realizado em dois meses, no período de seca

Escaneamento painel do sítio arqueológico Ilha  das Cobras

Escaneamento em 3D em painel de sítio arqueológico na margem direita do rio Madeira




















As primeiras prospecções na área foram realizadas na década de 1970 pelo arqueólogo Eurico Miller, como parte do Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas da Bacia Amazônica (Pronapaba), financiado pelo instituto Smithsonian (EUA). Mais tarde, na década de 1980, Miller conduziu os estudos para a construção da Usina de Samuel, no rio Jamari.
Escavações em mais de 90 sitios que foram aldeias indígenas revelaram sinais da presença humana na região há pelo menos 9 mil anos. Os materiais coletados nesta época, no entanto, estão armazenados dentro da usina, localizada a cerca de 20 km de Porto Velho. Em escavações para a linha de transmissão Ji-Paraná-Rolim de Moura, também em Rondônia, Miller encontrou vestígios datados de 13,8 mil anos pelo instituto.
“Torço para que os consórcios construtores continuem a zelar pelo patrimônio histórico que foi extraído das barrancas do rio Madeira e que este caso não seja mais um como os das hidrelétricas de Samuel, Balbina e Tucuruí, construídas na década de 80 e cujo material arqueológico atualmente apodrece, ironicamente num local a menos de 50 km da Usina de Santo Antônio e da Unir, que são vizinhas”, afirma o coordenador do curso de Arqueologia da Universidade de Rondônia, (Unir), Carlos Zimpel.
As escavações que recolheram este tesouro arqueológico mobilizaram uma equipe que chegou a contar com 90 integrantes no período de julho de 2008 até o fim de 2012. A exploração começou na área com mais de 1,5 mil hectare do canteiro de obras.
Mais tarde, passou para a região do reservatório, em que foram exploradas 18 áreas de amostragem, ao longo de dois meses e meio, no período de seca do rio. Em cinco delas, foram encontradas gravuras rupestres: Ilha Dionísio, Ilha do Japó, CPRM 2, Ilhas das Cobras e Teotônio. Áreas de reassentamento e de construção de acessos para a usina também foram prospectadas.
A Usina Santo Antônio começou a ser construída no início de 2008. Uma das primeiras grandes obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a entrar em operação, ela começou a funcionar em 30 de março de 2012. Atualmente em obras de ampliação, a usina será a terceira maior hidrelétrica do País, gerando 3.150 MW, capaz de abastecer mais de 40 milhões de usuários.
O levantamento e resgate do patrimônio arqueológico são parte do processo de obtenção de licenças ambientais que precede o início das obras.
A questão é regida pela lei 3924/1961, pela resolução 001/1986 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que impõe o licenciamento a hidrelétricas e pelo artigo 20 da Constituição Federal, que estabelece sítios arqueológicos e pré-históricos como bens da União. Há também a portaria 230/2002 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), prevê tanto a fase de campo, como a de laboratório, que é o estágio atual do material resgatado em Santo Antônio. A etapa inclui limpeza, triagem, registro, análise e interpretação do material coletado.
Concluído o processo, as peças serão encaminhadas à Universidade de Rondônia (Unir), onde será erguido um prédio especificamente para abrigá-los. Serão investidos na construção R$ 5 milhões em parceria com o consórcio Energia Sustentável do Brasil, responsável pela construção da Usina de Jirau, que também enviará material arqueológico para o local.
“A questão do tamanho do investimento é irrelevante, poderia até me atrever a dizer que o investimento da universidade é muito maior que o dos consórcios construtores das usinas”, pondera Zimpel, da Unir. “Como se pode calcular em reais o preço de manter de maneira vitalícia um acervo da magnitude como o que foi gerado pelas usinas, que necessita de conhecimentos específicos para sua manutenção? Não há como calcular isso”. Segundo o professor, a negociação para a construção do prédio foi um “trâmite longo e trabalhoso”. “Chegaram de uma hora para outra, parecendo um conquistador chegando com miçangas e espelhos.”
Zimpel também faz críticas à prospecção realizada pelos consórcios. “Infelizmente, nas duas usinas, a amostragem foi parcial e diversas áreas ficaram sem prospecção, como por exemplo as cabeceiras dos igarapés que deságuam no Madeira, local onde tradicionalmente encontramos antigas aldeias indígenas.”
A velocidade do trabalho também entra na mira do pesquisador. “Deveríamos seguir exemplos do Japão, por exemplo, onde se valoriza planejar a longo prazo um empreendimento. Lá, se for necessário, se planeja algo durante 50 anos, para execução em cinco. Aqui, planeja-se em cinco, para execução de 50. No Brasil, arqueólogo está começando a se acostumar a trabalhar sob som do ronco do trator, com a pressa e a pressão, com a baixa remuneração, algo totalmente diferente e que nunca antes fora visto na profissão.”
Apesar do prazo curto, uma equipe numerosa e o uso de recursos tecnológicos compensaram o trabalho na Usina Santo Antonio, segundo avaliação de Renato Kipnis, diretor da Scientia, empresa responsável pelos trabalhos arqueológicos. “O que fizemos em quatro anos, na academia levaríamos provavelmente 30 para fazer. O volume de sítios que a gente identificou, escavou, o volume de material gerado, levaria algumas décadas para concluir, porque o ritmo é outro e não se consegue financiamento desse tamanho no contexto acadêmico”.
Formado por Furnas, Caixa Fip Amazônia Energia, Odebrecth Energia, Andrade Gutierrez e Cemig, o consórcio Santo Antônio Energia investiu cerca de R$ 30 milhões nos trabalhos de arqueologia, de acordo com Ferreira, responsável pelo programa.
Os dois meses e meio de prospecções na região do reservatório contaram com dois equipamentos capazes de escanear as gravuras rupestres encontradas em pedras do entorno de ilhas fluviais e reproduzí-las em 3D em programas de computador. Foi a solução encontrada para prosseguir os estudos da área que ficará permanentemente sob a água. O processamento e a interpretação dos dados coletados só deve terminar no início de 2014. “O trabalho de laboratório demora muito mais que o trabalho de campo. É muito material. Vai levar pouco mais de um ano para para processar todas as imagens e deixá-las prontas”, prevê Kipnis.
Vila de Santo Antônio
Os sítios encontrados no reservatório ficam embaixo d’agua. Os explorados na prospecção deram lugar ao prédio da usina. No entanto, uma pequena área que seria aterrada para a construção de uma das estradas de acesso à usina está preservada. Desviaram o trajeto cerca de 500 metros para preservar vestígios da Vila de Santo Antônio, que deu origem a Porto Velho.
A vila se formou nos últimos pontos em que se pode navegar pelo rio Madeira. A partir dali, há o primeiro trecho de cachoeiras do rio, que impede a passagem de grandes embarcações. As primeiras ocupações nesta região foram de padres jesuítas, que chegaram no fim do século 18.
Sinais desta época não foram encontrados na prospecção de Santo Antonio. Há apenas registros historiográficos. As peças e resquícios de construções encontrados na prospecção datam do século 19 e do início do século 20, época em que houve uma série de tentativas e finalmente a implantação, em 1907, da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
A ferrovia foi moeda de troca no acordo com a Bolívia que tornou o Acre parte do Brasil. Serviria para escoar a produção de borracha para além do trecho onde a navegação era impossível. Por estar no limite da área navegável, a vila tornou-se o marco zero dos trilhos. A população do entorno, no entanto, estava sujeita às condições insalubres da região. Eram inúmeros os casos de malária.
“Para construir uma ferrovia dessas precisava de todo um complexo de oficinas, maquinário, serraria, toda uma logística para a construção. Manter as pessoas com certo nível de saúde seria muito complicado lá na vila de Santo Antônio. Então tomaram a decisão de descer o rio Madeira mais oito quilômetros e construir esse local. A vila hoje está dentro do município de Porto Velho”, conta o superintendente do Iphan em Rondônia, Danilo Curado.
O sítio preservado chegou a receber estudantes de arqueologia da Unir para aulas práticas de escavação. Agora, segundo Kipnis, “está lá”, disponível como objeto de estudo para pesquisadores.
A demanda por trabalho de arqueólogos aumentou com o licenciamento necessário para as obras do PAC. “Essas obras de infraestrutura criaram uma demanda enorme para arqueólogos e não tem profissional suficiente para dar conta do trabalho”, avalia Kipnis. Atualmente, há 11 cursos de graduação no Brasil na área. Em 2007, eram apenas três.
“Quantitativamente temos um salto no número de arqueólogos no Brasil, mas qualitativamente não”, lamenta Zimpel, da Unir. Segundo ele, no Brasil, é comum a contratação de profissionais graduados, que recebem treinamento especifico, muitas vezes realizado no próprio campo e sem supervisão direta de um arqueólogo mais experiente.
"O que temos é um número maior de escavadores, mas não de arqueólogos. Contudo, dada a demanda, temos diversos cursos de graduação e novos cursos de pós-graduação em arqueologia, panorama bem diferente do que há 10 anos. Mas isto é uma demanda do mercado, que querendo ou não está ligada ao PAC.”


As primeiras prospecções na área foram realizadas na década de 1970 pelo arqueólogo Eurico Miller, como parte do Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas da Bacia Amazônica (Pronapaba), financiado pelo instituto Smithsonian (EUA). Mais tarde, na década de 1980, Miller conduziu os estudos para a construção da Usina de Samuel, no rio Jamari.
Escavações em mais de 90 sitios que foram aldeias indígenas revelaram sinais da presença humana na região há pelo menos 9 mil anos. Os materiais coletados nesta época, no entanto, estão armazenados dentro da usina, localizada a cerca de 20 km de Porto Velho. Em escavações para a linha de transmissão Ji-Paraná-Rolim de Moura, também em Rondônia, Miller encontrou vestígios datados de 13,8 mil anos pelo instituto.
“Torço para que os consórcios construtores continuem a zelar pelo patrimônio histórico que foi extraído das barrancas do rio Madeira e que este caso não seja mais um como os das hidrelétricas de Samuel, Balbina e Tucuruí, construídas na década de 80 e cujo material arqueológico atualmente apodrece, ironicamente num local a menos de 50 km da Usina de Santo Antônio e da Unir, que são vizinhas”, afirma o coordenador do curso de Arqueologia da Universidade de Rondônia, (Unir), Carlosolheram este tesouro arqueológico mobilizaram uma equipe que chegou a contar com 90 integrantes no período de julho de 2008 até o fim de 2012. A exploração começou na área com mais de 1,5 mil hectare do canteiro de obras.
Mais tarde, passou para a região do reservatório, em que foram exploradas 18 áreas de amostragem, ao longo de dois meses e meio, no período de seca do rio. Em cinco delas, foram encontradas gravuras rupestres: Ilha Dionísio, Ilha do Japó, CPRM 2, Ilhas das Cobras e Teotônio. Áreas de reassentamento e de construção de acessos para a usina também foram prospectadas.
A Usina Santo Antônio começou a ser construída no início de 2008. Uma das primeiras grandes obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a entrar em operação, ela começou a funcionar em 30 de março de 2012. Atualmente em obras de ampliação, a usina será a terceira maior hidrelétrica do País, gerando 3.150 MW, capaz de abastecer mais de 40 milhões de usuários.
O levantamento e resgate do patrimônio arqueológico são parte do processo de obtenção de licenças ambientais que precede o início das obras.
A questão é regida pela lei 3924/1961, pela resolução 001/1986 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que impõe o licenciamento a hidrelétricas e pelo artigo 20 da Constituição Federal, que estabelece sítios arqueológicos e pré-históricos como bens da União. Há também a portaria 230/2002 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), prevê tanto a fase de campo, como a de laboratório, que é o estágio atual do material resgatado em Santo Antônio. A etapa inclui limpeza, triagem, registro, análise e interpretação do material coletado.
Concluído o processo, as peças serão encaminhadas à Universidade de Rondônia (Unir), onde será erguido um prédio especificamente para abrigá-los. Serão investidos na construção R$ 5 milhões em parceria com o consórcio Energia Sustentável do Brasil, responsável pela construção da Usina de Jirau, que também enviará material arqueológico para o local.
“A questão do tamanho do investimento é irrelevante, poderia até me atrever a dizer que o investimento da universidade é muito maior que o dos consórcios construtores das usinas”, pondera Zimpel, da Unir. “Como se pode calcular em reais o preço de manter de maneira vitalícia um acervo da magnitude como o que foi gerado pelas usinas, que necessita de conhecimentos específicos para sua manutenção? Não há como calcular isso”. Segundo o professor, a negociação para a construção do prédio foi um “trâmite longo e trabalhoso”. “Chegaram de uma hora para outra, parecendo um conquistador chegando com miçangas e espelhos.”
Zimpel também faz críticas à prospecção realizada pelos consórcios. “Infelizmente, nas duas usinas, a amostragem foi parcial e diversas áreas ficaram sem prospecção, como por exemplo as cabeceiras dos igarapés que deságuam no Madeira, local onde tradicionalmente encontramos antigas aldeias indígenas.”
A velocidade do trabalho também entra na mira do pesquisador. “Deveríamos seguir exemplos do Japão, por exemplo, onde se valoriza planejar a longo prazo um empreendimento. Lá, se for necessário, se planeja algo durante 50 anos, para execução em cinco. Aqui, planeja-se em cinco, para execução de 50. No Brasil, arqueólogo está começando a se acostumar a trabalhar sob som do ronco do trator, com a pressa e a pressão, com a baixa remuneração, algo totalmente diferente e que nunca antes fora visto na profissão.”
Apesar do prazo curto, uma equipe numerosa e o uso de recursos tecnológicos compensaram o trabalho na Usina Santo Antonio, segundo avaliação de Renato Kipnis, diretor da Scientia, empresa responsável pelos trabalhos arqueológicos. “O que fizemos em quatro anos, na academia levaríamos provavelmente 30 para fazer. O volume de sítios que a gente identificou, escavou, o volume de material gerado, levaria algumas décadas para concluir, porque o ritmo é outro e não se consegue financiamento desse tamanho no contexto acadêmico”.
Formado por Furnas, Caixa Fip Amazônia Energia, Odebrecth Energia, Andrade Gutierrez e Cemig, o consórcio Santo Antônio Energia investiu cerca de R$ 30 milhões nos trabalhos de arqueologia, de acordo com Ferreira, responsável pelo programa.
Os dois meses e meio de prospecções na região do reservatório contaram com dois equipamentos capazes de escanear as gravuras rupestres encontradas em pedras do entorno de ilhas fluviais e reproduzí-las em 3D em programas de computador. Foi a solução encontrada para prosseguir os estudos da área que ficará permanentemente sob a água. O processamento e a interpretação dos dados coletados só deve terminar no início de 2014. “O trabalho de laboratório demora muito mais que o trabalho de campo. É muito material. Vai levar pouco mais de um ano para para processar todas as imagens e deixá-las prontas”, prevê Kipnis.
Vila de Santo Antônio
Os sítios encontrados no reservatório ficam embaixo d’agua. Os explorados na prospecção deram lugar ao prédio da usina. No entanto, uma pequena área que seria aterrada para a construção de uma das estradas de acesso à usina está preservada. Desviaram o trajeto cerca de 500 metros para preservar vestígios da Vila de Santo Antônio, que deu origem a Porto Velho.
A vila se formou nos últimos pontos em que se pode navegar pelo rio Madeira. A partir dali, há o primeiro trecho de cachoeiras do rio, que impede a passagem de grandes embarcações. As primeiras ocupações nesta região foram de padres jesuítas, que chegaram no fim do século 18.
Sinais desta época não foram encontrados na prospecção de Santo Antonio. Há apenas registros historiográficos. As peças e resquícios de construções encontrados na prospecção datam do século 19 e do início do século 20, época em que houve uma série de tentativas e finalmente a implantação, em 1907, da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
A ferrovia foi moeda de troca no acordo com a Bolívia que tornou o Acre parte do Brasil. Serviria para escoar a produção de borracha para além do trecho onde a navegação era impossível. Por estar no limite da área navegável, a vila tornou-se o marco zero dos trilhos. A população do entorno, no entanto, estava sujeita às condições insalubres da região. Eram inúmeros os casos de malária.
“Para construir uma ferrovia dessas precisava de todo um complexo de oficinas, maquinário, serraria, toda uma logística para a construção. Manter as pessoas com certo nível de saúde seria muito complicado lá na vila de Santo Antônio. Então tomaram a decisão de descer o rio Madeira mais oito quilômetros e construir esse local. A vila hoje está dentro do município de Porto Velho”, conta o superintendente do Iphan em Rondônia, Danilo Curado.
O sítio preservado chegou a receber estudantes de arqueologia da Unir para aulas práticas de escavação. Agora, segundo Kipnis, “está lá”, disponível como objeto de estudo para pesquisadores.
A demanda por trabalho de arqueólogos aumentou com o licenciamento necessário para as obras do PAC. “Essas obras de infraestrutura criaram uma demanda enorme para arqueólogos e não tem profissional suficiente para dar conta do trabalho”, avalia Kipnis. Atualmente, há 11 cursos de graduação no Brasil na área. Em 2007, eram apenas três.
“Quantitativamente temos um salto no número de arqueólogos no Brasil, mas qualitativamente não”, lamenta Zimpel, da Unir. Segundo ele, no Brasil, é comum a contratação de profissionais graduados, que recebem treinamento especifico, muitas vezes realizado no próprio campo e sem supervisão direta de um arqueólogo mais experiente.
"O que temos é um número maior de escavadores, mas não de arqueólogos. Contudo, dada a demanda, temos diversos cursos de graduação e novos cursos de pós-graduação em arqueologia, panorama bem diferente do que há 10 anos. Mas isto é uma demanda do mercado, que querendo ou não está ligada ao PAC.”

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

VOCÊ QUER SABER COMO TIRAR SUA LICENÇA DE PESCA? SAIBA COMO.


licenca_pesca_amadora É muito importante estar devidamente licenciado para prática da pesca esportiva. A pesca sem licença não é crime ambiental, trata-se apenas de infração administrativa, mas é passível de multa.
A Licença para Pesca Amadora do MPA é válida por 1 (um) ano em todo território nacional e, uma vez licenciado, o pescador pode pescar em qualquer região do país, não havendo necessidade de pagamento da licença estadual. No entanto, as normas estaduais devem ser respeitadas quando forem mais restritivas do que a norma federal.
Para auxiliar os pescadores do Brasil, o Pesca Alternativa produziu este guia tutorial com um passo a passo de como proceder através do site do MPA, órgão responsável pela emissão da carteira. Assista:



 


MARISQUEIRAS TAMBÉM TEM DIREITOS A MICROCREDITOS?.


Cartilha do Pescador e Aquicultor
|
25
7.8. Marisqueiras
Sou uma mulher marisqueira e preciso melhorar minhas condições de trabalho. O Plano
Safra pode me ajudar?
Claro que sim. As marisqueiras que queiram agregar valor ao produto obtido e vendê-lo
com melhor qualidade podem acessar o microcrédito produtivo. Neste caso, o Plano
Safra oferece crédito especial de R$ 2.500,00, com a vantagem de um bônus de 25% em
cada parcela paga em dia. Para ter acesso a esse financiamento, você deverá entrar em
contato com a Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura do MPA no seu Estado,
associações ou colônias, que fornecerão as informações necessárias para elaborar a
proposta de aquisição de equipamentos a ser apresentada aos bancos.
Para elaboração dessa proposta, é necessário fornecer seus dados pessoais e o
orçamento com a lista de equipamentos a serem adquiridos como, por exemplo, caixa
de isopor, triturador de concha, congelador, geladeira, fogão industrial, além de outros.
O prazo de início de pagamento desse empréstimo deve ser negociado diretamente
com o agente financeiro

Cartilha do Pescador e Aquicultor
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25 
 
7.8. Marisqueiras
Sou uma mulher marisqueira e preciso melhorar minhas condições de trabalho. O Plano
Safra pode me ajudar?
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com melhor qualidade podem acessar o microcrédito produtivo. Neste caso, o Plano
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contato com a Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura do MPA no seu Estado,
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proposta de aquisição de equipamentos a ser apresentada aos bancos.
Para elaboração dessa proposta, é necessário fornecer seus dados pessoais e o
orçamento com a lista de equipamentos a serem adquiridos como, por exemplo, caixa
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O prazo de início de pagamento desse empréstimo deve ser negociado diretamente
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SEJA UM EMPREENDEDOR DIGITAL

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