CARACAS - Enquanto milhares de pessoas aguardavam diante do Hospital Militar Dr. Carlos Arvelo, em Caracas, o corpo do presidente Hugo Chávez foi abençoado por um sacerdote católico para o início do cortejo que o levará pelas ruas da capital até a capela da Academia Militar, onde será velado. O caixão foi colocado em cima de um carro, observado por uma multidão vestida presominantemente de vermelho - cor que era muito usada pelo presidente.
A Venezuela amanheceu nesta quarta-feira mergulhada na comoção popular pela morte de Chávez, que, após dois anos de luta contra o câncer, faleceu na noite de terça-feira. As principais avenidas de Caracas, a capital venezuelana, foram fechadas para a passagem do cortejo.
Mais cedo, uma salva de 21 tiros de canhão homenageou o presidente. O ministro da Defesa venezuelano, Diego Molero Bellavia, dissera durante a madrugada que todas as sedes militares do país iriam realizar os disparos às 8h da manhã (9h30m no horário de Brasília). Depois, será disparado um tiro a cada hora até que o corpo de Chávez seja enterrado.
- Será escoltado por quatro cavalos e, 15 metros à frente, irá um cavalo com uma cadeira, representando o chefe que não está conosco - afirmou.
O ministro comentou também que tem recebido milhares de mensagens de solidariedade de diversas autoridades das Forças Armadas, incluindo almirantes, generais e marinheiros. Segundo ele, há uma demanda entre os militares para que os restos mortais do presidente sejam colocados ao lado dos de Simón Bolívar, no Panteón.
Policiamento reforçado diante do hospital militar
Foram decretados sete dias de luto nacional e a suspensão de atividades em escolas de todos os níveis, tando em instituições privadas ou públicas. Nas ruas, o clima é de tristeza, enquanto a população aguarda o desfile militar com o corpo do presidente. De acordo com a emissora Globovisión, a capital Caracas amanheceu vazia, com poucos transeuntes e carros. Mas muitos chavistas se concentravam diante do Hospital Militar Dr Carlos Arvelo, onde Chávez morreu. Um forte dispositivo de segurança, composto pela Guarda Nacional e batalhões de choque, guardam a entrada.
Hugo Chávez faleceu aos 58 anos na tarde de terça-feira, após ter passado por complicações da quarta cirurgia contra o câncer. O líder deixa incertezas no país e um herdeiro político não tão popular: o vice-presidente Nicolás Maduro. Apesar de a Constituição venezuelana descrever que o chefe da Assembleia Nacional é o responsável por assumir a liderança do Executivo em caso de “ausência absoluta do presidente”, o chanceler Elias Jaua já adiantou que Maduro deve ocupar o posto e convocar eleições em menos de 30 dias. Uma avenida próxima foi interditada e um grande telão, instalado.
Diosdado Cabello, presidente da Assembleia, não comentou o assunto sobre a posse até o momento. Em declarações à imprensa, ele lamentou a morte do presidente e pediu que o povo venezuelano continue trabalhando como Chávez havia pedido.
Na sexta-feira, às 10h (11h30m de Brasília), haverá uma cerimônia oficial que precederá o enterro do líder venezuelano. O evento contará com a presença de líderes de Estado, que darão o último adeus ao aliado, que ele seja sepultado.
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