Equipe médica anunciou a morte cerebral na manhã desta segunda-feira.
Garota de 11 anos abraçou o pai para defendê-lo e foi atingida na cabeça.
A menina Kerolly Alves Lopes, de 11 anos, baleada ao tentar defender o pai durante uma briga em uma pizzaria de Aparecida de Goiânia, morreu no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). A equipe médica da unidade de saúde fez o anúncio na manhã desta segunda-feira (6), quando foi concluído o protocolo de morte cerebral, que foi constatada às 20 horas de domingo (5). Ela estava internada na Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) desde o dia 27, quando foi atingida por dois disparos.
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O crime teria acontecido após uma discussão por causa de uma pizza
entre o dono de uma pizzaria, George Araújo, e o pai da menina, o
serralheiro Sinomar Lopes, que era cliente do estabelecimento. A vítima e
a irmã Pérola Alves Lopes, de 14 anos, abraçaram o pai quando viram a
arma apontada para ele. O suspeito então atirou três vezes. Dois
disparos atingiram a adolescente, na perna e na cabeça. O atirador fugiu
do local. Ele teve a prisão preventiva decretada e está foragido.- 'Me sinto culpado', diz pai de menina baleada ao defendê-lo, em Goiás
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Os médicos tinham explicado que a bala atravessou a cabeça dela e, por isso, o estado de saúde da garota era considerado gravíssimo. A equipe médica informou na semana passada que menos de 10% de pessoas sobrevivem a este tipo de lesão. "É bastante grave a lesão em si. E ela também está correspondendo à lesão. Ela também tem um quadro clínico bastante grave", explica Nasser Tannús, diretor técnico do Hugo.
médico fala do estado da menina.
http://g1.globo.com/goias/noticia/2013/05/morre-menina-baleada-ao-defender-o-pai-apos-briga-por-pizza-em-goias.html
"Eu cruzei os braços e falei pra ele, sabe: Você quer atirar? Você atira, pode atirar. Virei as costas ainda pra ele atirar, ele não atirou em mim, você entendeu?", relata o serralheiro.
Pérola Lopes relata os minutos de tensão: "Quando eu vi o homem já tava apontando a arma pra ele. Eu falei assim: 'Solta a arma, por favor'. Nisso minha irmã já saiu do carro correndo, aí abraçou meu pai e eu também, puxando ele pra ir pro carro. Aí o homem falou: 'Vocês saem da frente, saem da frente'. Aí a Kerolly falou: 'Moço, por favor, abaixa essa arma'".
Pai de Kerolly, Sinomar Lopes: 'Me sinto culpado'
(Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
O vídeo mostra quando as meninas cercam o pai, puxam, mas Sinomar
insiste em ficar. Uma delas pede ajuda para um homem que passa pela rua,
mas ele foge.(Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Pelas imagens do vídeo, é possível ver quando Kerolly deixou o pai e a irmã mais velha na calçada e correu em direção a uma farmácia, em busca de ajuda. Nesse momento, George se aproxima de Sinomar e de Pérola e faz o primeiro disparo. Pai e filha recuam. Ao ouvir o tiro, Kerolly volta. A partir desse momento, o vídeo não mostra mais o que acontece, mas o suspeito acerta um tiro na cabeça de Kerolly.
Dernorteado, o atirador corre, mas antes de entrar no carro e fugir ele volta até a esquina com o revólver na mão. A fuga de George foi filmada por pessoas que passavam pelo local. As testemunhas se revoltam, mas ele aponta a arma contra elas.
Culpa e dor
Em entrevista ao Fantástico, o pai de Kerolly, Sinomar Lopes declarou se sentir culpado pelo que aconteceu. “Eu me sinto culpado. O que eu estou sentindo é dor demais, é sofrimento pra caramba e mágoa, culpa demais da conta”, declarou.
Ele se emocionou e falou da angústia ao ver a filha hospitalizada. "Hoje eu queria estar no lugar dela. Queria! Eu queria ser naquela hora lá. Porque o pai mesmo é pai e herói do filho, né? Eu estou sentindo no meu coração que, naquela hora, eu não fui ninguém. Uma culpa imensa vendo aquela menina lá", desabafou o pai.
Prisão preventiva
Quinze horas depois da confusão o suspeito de atirar em Kerolly se apresentou em uma delegacia. Ele prestou depoimento alegando ter disparado em legítima defesa, mas não foi preso. A lei determina que alguém seja preso em flagrante apenas se for detido no momento do crime, depois de uma perseguição ou se ainda estiver com a arma usada. Como não havia pedido de prisão, ele acabou liberado.
O suspeito teve a prisão temporária decretada pela Justiça na noite de terça-feira (30). Como a polícia não conseguiu encontrá-lo e o comerciante não se entregou, ele é considerado foragido. O advogado que o acompanhou no depoimento desistiu da defesa.
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