Medida é duramente criticada por demais países, entre eles o Brasil, que ameaçam procurar a OMC.
Por Marina Gazzoni e Karina Trevizan, G1
O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (8) a criação de novas taxas para a importação de aço e alumínio ao país. A nova tarifa é de 25% ao aço importado e de 10% ao alumínio.
- Canadá e México entram em lista de exceções e não serão tributados,
- Trump poderá negociar separadamente com outros países para excluir seu aço da nova tributação.
Trump disse que as tarifas não serão aplicadas, neste momento, ao aço importado do Canadá e México. Segundo ele, as negociações com esses países serão feitas separadamente no âmbito do Nafta. Ele afirmou também que a medida será “muito justa” com outros países e que poderá abrir novas exceções, mas ressalvou: “especialmente para aqueles que nos tratam bem”.
Em seu discurso, Trump disse que a decisão visa a acabar com práticas comerciais injustas e preservar a segurança nacional. "A indústria americana de aço e alumínio vem sendo devastada por práticas comerciais internacionais agressivas. É um assalto ao nosso país", disse Trump, em seu discurso antes da assinatura da medida.
Ele ressaltou que a indústria nacional precisa ter "independência" e isso requer a produção de aço.
"Se não tem aço, não tem país. Nossas indústrias foram pressionadas há anos por um comércio injusto. E isso vai parar," afirmou.
O presidente americano lembrou que a medida, considerada protecionista por outros países, é uma de suas promessas de campanha. "Estou entregando uma promessa que fiz durante minha campanha”, lembrou o presidente. “Essa é uma das mais importantes”.
Trump acusou outros países de “um assalto” aos Estados Unidos, “criando empregos para seus países e tirando empregos dos americanos”.
Ele citou que o país tem um déficit comercial da ordem de US$ 800 bilhões, sendo US$ 500 bilhões com a China. "Isso vai ter que mudar", afirmou.
O presidente apontou que segue em negociações com outros países sobre o comércio exterior, como México e Canadá. Sobre a China, ele apontou que "tem muito respeito" pelo presidente do país, Xi Jinping, mas reforçou que precisa reverter o déficit comercial que, segundo ele, é da ordem de US$ 500 bilhões.
“Estamos mudando as coisas. Acho que as empresas ficarão muito felizes no fim. E países ficarão muito felizes, nós vamos mostrar alguma flexibilidade”, disse Trump.
Trump trouxe representantes da indústria americana para acompanhar o anúncio e dar depoimentos sobre como a importação afetou seus empregos e prejudicou o setor.
Brasil
Antes do anúncio oficial de Trump, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou em Nova York, que a medida é negativa tanto para os países exportadores como para os Estados Unidos.
"A medida é negativa para todos os envolvidos, inclusive a indústria americana e o consumidor americano, porque vai ter que pagar mais por seus produtos, o insumo fica mais caro", disse.
Meirelles destacou, entretanto, que é preciso analisar os detalhes da medida e que o governo pretende negociar com o governo norte-americano "durante todo o processo".
Sobre os impactos para as exportações brasileiras, Meirelles disse que não há dúvida que a medida é negativa, mas que o país possui uma pauta de vendas para o exterior "cada vez mais diversificada".
Afirmações no Twitter há 1 semana
Donald Trump já havia manifestado suas intenções de criar essa tarifa na última quinta-feira (1º), mas o anúncio oficial só foi realizado uma semana depois.
Mesmo antes de oficializar a medida, diversos países reagiram à decisão de Trump e ameaçaram questionar os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC).
A União Europeia disse que poderá retaliar os EUA, com imposição de tarifas para ícones da indústria americana exportados aos países do bloco, como uísque bourbon e as motocicletas Harley-Davidson.
O Brasil também deverá ser afetado. O país é o segundo maior exportador de aço para os EUA e as vendas para o país representam um terço das exportações brasileiras do produto.
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