Medida abre caminho para eventual prisão do líder oposicionista. Autoproclamado presidente interino responderá na Justiça comum por sair da Venezuela em busca de apoio, e desobedecer proibição imposta pelo regime chavista.
Por G1
Juan Guaidó fala sobre a prisão de seu assessor em entrevista coletiva — Foto: Ariana Cubillos/AFP
A Assembleia Constituinte da Venezuela, pró-Maduro, cassou nesta terça-feira (2) a imunidade parlamentar do autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó. A medida abre caminho para uma eventual prisão do líder oposicionista, que responderá à Justiça comum por ter desobedecido a determinação do regime de Nicolás Maduro que o proibia de deixar o país.
A petição para cassar a imunidade de Guaidó foi entregue ao órgão chavista pelo Tribunal Superior de Justiça da Venezuela – que também é controlado pelo regime de Maduro – na segunda-feira (1º). Logo depois, o líder oposicionista disse que o pedido não tinha valor.
"Nada vai nos deter", disse o autoproclamado presidente, em um discurso transmitido em redes sociais.
Assembleia Constituinte, pró-Maduro, em sessão que cassou imunidade de Juan Guaidó — Foto: Manaure Quintero/Reuters
Liderados por Guaidó, os opositores do governo chavista não reconhecem a legitimidade da Assembleia Constituinte. O autoproclamado presidente interino, inclusive, preside a Assembleia Nacional – órgão parlamentar mais antigo, com maioria oposicionista e reconhecido por dezenas de países como legítimo.
Viagens de Guaidó
O presidente chileno, Sebastian Piñera, o presidente colombiano, Ivan Duque, o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, e o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, acenam durante o Venezuela Aid Live, em Cúcuta, na Colômbia, na sexta-feira (22) — Foto: Raul Arboleda/AFP
Guaidó deixou a Venezuela em fevereiro para uma série de encontros com representantes de países sul-americanos durante a crise da entrega da ajuda humanitária à Venezuela, bloqueada por Maduro. Ele voltou semanas depois, em 4 de março.
O líder oposicionista, no entanto, estava proibido de deixar o país por determinação do regime chavista desde que prestou juramento como presidente interino da Venezuela, em janeiro.
Isso porque o Tribunal Supremo de Justiça entendeu que Guaidó usurpava as funções de presidente e, assim, o processou. Porém, a medida foi ignorada, porque tanto o autoproclamado presidente como o Parlamento de maioria oposicionista consideram o regime chavista ilegítimo.
Dezenas de países e outros órgãos venezuelanos não reconheceram a posse de Nicolás Maduro para o segundo mandato, em janeiro. Eles alegam que o regime chavista fraudou a eleição de 2018.
fonte;
Nenhum comentário:
Postar um comentário