Dois mil marisqueiros que dependem da pesca de sururu, caranguejo, siri, marisco chumbinho, entre outros.
A situação está crítica na região da Ilha de Maré para quem depende da pesca. Após o vazamento de óleo do navio Golden Miller, provocado por um incêndio na casa de máquina da embarcação, o Inema (Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) suspendeu a atividade na região. A medida de segurança já tem causado prejuízos econômicos aos cerca de dois mil marisqueiros que dependem da pesca de sururu, caranguejo, siri, marisco chumbinho, entre outros.
Para informar a população local sobre o que tem sido feito para amenizar os danos, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) reuniu-se na manhã de ontem, na Associação de Moradores da Comunidade do Botelho, com representantes da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Petrobrás e lideranças das comunidades localizadas no entorno do Porto de Aratu.
Enquanto isso, trabalhadores como a marisqueira Eliete Paraguassu aguardam o resultado do laudo, que deve sair na próxima sexta-feira (27), como informou o Inema em nota enviada à imprensa. Como uma das coordenadoras da colônia de pescadores da região, Eliete lamenta o acidente. “Essa é a época boa para vender os mariscos por causa da quantidade de mariscos. Em quatro horas chego a pegar até quatro quilos de siri. Em uma semana isso dá em torno de R$ 350”, contabiliza.
Até a noite desta sexta-feira (20), foram retiradas duas toneladas de óleo. O Inema informou ainda que segue fazendo a vigilância do local, sobrevoando a área, coletando amostras e acompanhando as medidas que estão sendo tomadas pelas autoridades. Vale ressaltar que a quantidade de óleo derramado na região já está reduzida e o avanço do material pelo mar está sendo controlado através da limpeza do local.
Na próxima segunda-feira (23), às 10h, moradores vão se reunir novamente na localidade de Botelho para reivindicar a aprovação de um plano emergencial em caso de acidentes como a explosão da última terça-feira (17). “Precisamos de um plano emergencial de fuga, de máscaras para quando houver essas coisas e médico sempre à disposição. No dia do acidente o médico do posto estava de folga e não tinha nenhum outro para prestar atendimento aos moradores”, reclama Eliete.
Quanto ao derramamento de óleo, a Capitania dos Portos determinou um prazo de 48 horas para que a limpeza do óleo seja concluíída. O navio deve ser removido do Porto de Aratu no início da próxima semana.
Uma mancha de óleo foi vista na região da Av. Contorno. Mas o coordenador de monitoramento do Inema, Eduardo Topázio, garantiu que não existe chance de a marca ser proveniente do vazamento do navio. “Por uma questão de hidrodinâmica, a mancha só chegaria a esta região se houvesse uma anomalia climática de forte intensidade e de sentido contínuo. O máximo que poderia acontecer era chegar às praias do subúrbio, mas isso seria em situação extrema”, explicou
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