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quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Bovespa fecha em alta no 1º pregão do ano, de olho em novo governo; Eletrobras dispara

Por G1
 

Sede da Bovespa, no Centro de São Paulo — Foto: Miguel Schincariol/AFP/ArquivoSede da Bovespa, no Centro de São Paulo — Foto: Miguel Schincariol/AFP/Arquivo
Sede da Bovespa, no Centro de São Paulo — Foto: Miguel Schincariol/AFP/Arquivo
O principal indicador da bolsa brasileira, a B3, fechou em forte alta nesta quarta-feira (2), renovando recorde histórico, com os investidores monitorando os primeiros passos do novo governo. O mercado também digere os dados da economia internacional, mas neste pregão colocou em segundo plano a preocupação com uma desaceleração global.
O Ibovespa subiu 3,56%, a 91.012 pontos, renovando recorde de fechamento. Na máxima do dia, chegou a 91.478 pontos, batendo também o recorde intradia de 3 de dezembro (91.242 pontos) . Veja mais cotações.
O patamar mais alto de pontuação de fechamento também havia sido alcançado 3 de dezembro (89.820 pontos).
Já o dólar fechou em queda de 1,69% nesta quarta, vendido a R$ 3,8087, também repercutindo as as notícias sobre o primeiro dia do governo de Jair Bolsonaro, que tomou posse no dia anterior.
Ao longo desta quarta, ocorre a transmissão de cargos para os novos ministros, entre eles Paulo Guedes, novo ministro da Economia. No discurso de posse, Guedes disse que a Previdência Social, as privatizações e a simplificação de tributos são os "pilares da nova gestão".
O novo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante cerimônia de transmissão de cargo, em Brasília — Foto: Valter Campanato/Agência BrasilO novo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante cerimônia de transmissão de cargo, em Brasília — Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O novo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante cerimônia de transmissão de cargo, em Brasília — Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
"O mercado vai reagir pontualmente sempre que alguém (do novo governo) fizer declarações", disse à Reuters o operador de câmbio da Necton Corretora, José Carlos Amado.
Paulo Nepomuceno, estrategista-chefe da corretora Coinvalores, afirma que o ano começa com um certo otimismo com o novo governo de Jair Bolsonaro, após a posse presidencial. “A transição [entre governos] foi relativamente tranquila e agora, com as rédeas nas mãos, vamos saber o que o novo governo vai priorizar”, afirmou ao Valor Online.
Durante a posse, Bolsonaro disse que o governo fará “reformas estruturantes, que serão essenciais para a saúde financeira e sustentabilidade das contas públicas, transformando o cenário econômico e abrindo novas oportunidades”. Muitos investidores, no entanto, aguardam demonstrações mais concretas de que a equipe terá a habilidade necessária para viabilizar os projetos.
O economista chefe da Spinelli, André Perfeito, disse à Globonews que o que se vê no mercado "é um investidor local ainda muito encantado com a figura de Paulo Guedes e de Bolsonaro", enquanto o investidor estrangeiro ainda tenta entender quais serão as políticas efetivamente adotadas pelo novo governo.

Eletrobras dispara

O bom desempenho da bolsa foi ajudado pelos papéis da Eletrobras. As ações ordinárias da estatal subiram 20,72% e as preferenciais, 13,77%, no primeiro pregão após vender sua distribuidora Ceal (AL). O mercado também repercute a fala do novo ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque Júnior, que disse nesta quarta que dará prosseguimento ao processo de capitalização da Eletrobras. O processo, iniciado durante o governo do ex-presidente Michel Temer, previa a privatização da estatal por meio da emissão de ações.
Os investidores também reagiram ao noticiário do dia trazendo que a Odebrecht pagará cerca de R$ 161,9 milhões à elétrica após acordo relacionado à operação Lava Jato, e que o presidente da empresa, Wilson Ferreira Jr., foi convidado pelo governo Bolsonaro para continuar no comando da estatal e disse que aceitou a oferta.
A Petrobras teve alta de 6,26% nas ações preferenciais e de 5,35% nas ordinárias. As ações do Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil também tiveram alta entre 4% e 6%, ajudando a puxar o Ibovespa para cima.

Cenário externo

No cenário internacional, os investidores reagem aos novos indicadores da economia chinesa que reforçam os sinais de desaceleração da economia global, destaca a Reuters. "Temores sobre uma desaceleração na China, em meio a tensões comerciais com os EUA, aumentaram nos últimos meses", destacou à agência o analista Jasper Lawler, do London Capital Group.
A atividade industrial da China contraiu pela primeira vez em 19 meses em dezembro, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit, divulgada nesta quarta.

Último pregão

No último pregão de 2018, o Ibovespa subiu 2,84%, aos 87.887 pontos. No ano, acumulou alta de 15%.

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