CONTINUAÇÃO
Mais Médicos
Em relação ao programa Mais Médicos, Mandetta defendeu que as regras sejam revistas. Na avaliação dele, tem muitos pontos de "improviso".
O novo ministro sempre foi crítico à presença dos médicos cubanos no Mais Médicos, que deixaram o programa após críticas de Bolsonaro.
Sobre a possibilidade de convocar médicos formados usando recursos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para substituir os cubanos – proposta sugerida no governo Temer, mas que não foi adiante –, disse que não "existe serviço civil obrigatório" no Brasil. "Nós vamos ter que trabalhar com políticas que induzem as pessoas a quererem trabalhar no nosso Sistema Único de Saúde", afirmou.
Anvisa
Questionado se será mantida a indicação do deputado federal André Moura (PSC-SE) para comandar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Mandetta respondeu apenas que o governo “está comprometido com indicações técnicas”, na mesma linha do que vem dizendo Jair Bolsonaro. O novo presidente da República já sinalizou que deverá retirar a indicação.
O nome de Moura, que até então era líder do governo Temer no Congresso e não conseguiu se eleger senador, ainda precisaria do aval do Senado. A medida gerou repercussão negativa por ele não ter ligação com a área.
Diálogo com o Legislativo
Em um discurso de cerca de 40 minutos, Mandetta teceu elogios a Jair Bolsonaro e, afinado com o discurso do presidente, declarou que “não se chega a um cargo de tamanha responsabilidade, primeiro, sem ter compromisso muito grande com a família, a fé, o país e a noção de pátria”.
Contou sobre as origens da sua família, a sua formação e atuação profissional como médico e fez uma retrospectiva da sua gestão como secretário municipal de Campo Grande.
Sobre os oito anos como deputado federal, afirmou que sempre apostou na "democracia e no diálogo" com a oposição e que pretende, quando convidado, "estar sempre muito presente na Câmara e no Senado".
Entre as autoridades presentes à cerimônia estavam os ministros Osmar Terra (Cidadania), Tereza Cristina (Agricultura) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), além do novo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e parlamentares.
O então deputado federal e agora ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), durante reunião em comissão da Câmara — Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Perfil
Nascido em Campo Grande, o novo ministro seguiu a profissão do pai, o médico Hélio Mandetta. Cursou medicina na Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, formando-se em 1989. Fez residência em ortopedia na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e uma especialização na mesma área em Atlanta (EUA). Em seu estado, foi dirigente de plano de saúde e secretário municipal da capital.
Filiado ao DEM, elegeu-se deputado federal pela primeira vez em 2010 e foi reeleito quatro anos depois. É o terceiro ministro filiado à legenda na equipe de Bolsonaro. Além dele, também pertencem ao partido os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Tereza Cristina (Agricultura).
Alvo de inquérito
Mandetta é investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 no contrato para implementar um sistema de informatização na saúde em Campo Grande, no período no qual foi secretário.
O novo ministro teve os bens bloqueados em uma ação civil pública relativa ao caso. Aos jornais "O Globo" e "Folha de S.Paulo", ele negou qualquer irregularidade na aquisição e instalação do sistema de Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde (Gisa) e disse que explicou o caso a Bolsonaro.
O Gisa custou quase R$ 10 milhões entre recursos federais e municipais. Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou um prejuízo de cerca de R$ 6 milhões em pagamentos indevidos por serviços não executados.
Ministros de Bolsonaro: Luiz Henrique Mandetta
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