OMS colocou produtos como salsicha e salame na lista de carcinogênicos.
Já carne vermelha é fator de risco 'provável' para o câncer.
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Nesta segunda-feira (26), a Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC, na sigla em inglês) da Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a classificação das carnes processadas como produtos carcinogênicos, ou seja, que causam câncer, e das carnes vermelhas como produtos “provavelmente carcinogênicos”.
O risco maior do consumo de produtos como bacon, toucinho, salame e outros embutidos, é em relação ao câncer colorretal, que afeta o intestino e o reto, mas existem associações com outros tipos de câncer. Mas de que forma essa classificação deve impactar a vida das pessoas?
Tire suas dúvidas sobre o consumo desse tipo de alimento e o risco de câncer:
As carnes processadas foram colocadas na lista do grupo 1 de carcinogênicos, que já inclui tabaco, amianto e fumaça de diesel. Porém, segundo os especialistas, isso não significa que esse produto é tão perigoso quanto o cigarro, por exemplo.
A carne processada foi incluída nessa categoria, pois existem evidências claras de sua relação com o câncer. Porém o aumento de risco do câncer ocasionado pelo tabaco é muito mais significativo.
“Ao colocar a carne processada no grupo de carcinogênicos, ela fica no mesmo patamar que o fumo, por exemplo, em que a recomendação é não consumir”, diz o cirurgião oncologista Samuel Aguiar Junior, diretor do Departamento de Tumores Colorretais do A.C.Camargo Cancer Center.
“Porém, o consumo esporádico e em pequenas quantidades de carne processada não leva a um aumento do risco de câncer comparável ao tabaco”, afirma.
Segundo o Cancer Research UK, enquanto 86% dos casos de câncer de pulmão estão ligados ao uso de tabaco, 21% dos casos de câncer de intestino estão ligados ao consumo de carne processada e vermelha.
A classificação não significa que as pessoas devem parar de comer carne. Aguiar Junior observa que a carne vermelha fresca, não processada, é um componente importante da alimentação e o consumo adequado traz benefícios para a saúde.
Segundo o oncologista, uma quantidade considerada segura é 70 gramas por dia para homens e 55 gramas por dia para mulheres.
Para o médico Gilberto Lopes, oncologista clínico do Grupo Oncoclínicas do Brasil e membro da Sociedade de Oncologia Clínica Americana (Asco), a dieta do brasileiro é caracterizada por ser rica em carne vermelha: o ideal seria reduzir o consumo a no máximo três vezes por semana.
Já em relação à carne processada, não se sabe qual seria uma quantidade segura. O que a revisão de estudos provida pelo IARC concluiu foi que o consumo de uma porção de 50 gramas por dia de carne processada aumenta o risco de câncer colorretal em 18%.
Para se ter uma ideia, uma única salsicha pesa 50 gramas, três fatias finas de presunto pesam 40 gramas, sete fatias de salame pesam 40 gramas e uma linguiça pode chegar a 100 gramas.
Segundo a classificação da IARC, carne vermelha são todos os tipos de carne de mamíferos como vaca, porco, cordeiro, carneiro, cavalo e cabra.
Já as carnes processadas, também conhecidas como embutidos, são aquelas com adição de sal ou outros produtos para realçar o sabor e aumentar o tempo de conservação, ou que tenham sido fermentadas ou defumadas.
Esses produtos geralmente contêm carne de vaca ou de porco, mas também incluem os produzidos com carnes de aves e outros produtos relacionados à carne, como sangue. Entre eles estão bacon, toucinho, presunto, salsicha, linguiça e salame.
Não. Segundo o oncologista Aguiar Junior, a carne vermelha não é o único vilão do câncer de intestino.
Para se prevenir a doença, além de moderar o consumo de carnes vermelhas e processadas, é indicado adotar uma dieta mais rica em verduras, frutas e cereais, além de aumentar as atividades físicas.
VÍDEO: o oncologista Fernando Maluf, consultor do Bem Estar, explica como a carne processada se associa com o câncer de intestino e estômago.
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