Para o gestor do projeto StartUp Bahia, as startups precisam colocar o produto no mercado imediatamente, para que outras ideias semelhantes não sejam as pioneiras
Uma ideia e um pouco de ousadia. Esses são os ingredientes para começar um grande negócio. Mas incertezas que surgem no processo podem acabar com um sonho de iniciar uma empresa ou mantê-la funcionando. É nesse cenário de poucas condições para 'fazer acontecer' que surgem as startups. Foi o que aconteceu com os jovens sócios da Maqhin Soluções Tecnológicas, Patric Piton, Rafael Câmara e Luciano Navarro. Eles se conheceram na faculdade e quando começaram tinham apenas uma ideia e ânimo para começar.
Estudantes de Engenharia Elétrica e Administração, os sócios reuniram habilidades para fazer dar certo. O ponto de partida era criar uma tela touchscreen para desenvolver um cardápio digital para os restaurantes de Salvador. "A ideia surgiu ao mesmo tempo que o tablet chegou ao mercado. E, como já tinha a tela pronta, precisávamos fazer um programa para rodar nessa tela e que tivesse uma interface coerente entre homem e máquina", explica Rafael Câmara.
Estudantes de Engenharia Elétrica e Administração, os sócios reuniram habilidades para fazer dar certo. O ponto de partida era criar uma tela touchscreen para desenvolver um cardápio digital para os restaurantes de Salvador. "A ideia surgiu ao mesmo tempo que o tablet chegou ao mercado. E, como já tinha a tela pronta, precisávamos fazer um programa para rodar nessa tela e que tivesse uma interface coerente entre homem e máquina", explica Rafael Câmara.
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Rafael Câmara criou junto com sócios ferramenta de cardápio digital (Foto: Daniel Joaquim/ASN Bahia)
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Segundo o engenheiro, o objetivo era que restaurantes disponibilizassem o cardápio, que seria acessado por tablet ou smartphone, e o cliente pudesse fazer o pedido diretamente para a cozinha. Tudo isso integrado com o sistema de caixa e garçom que iria atender à mesa.
A ideia do Cardápio Digital surgiu em 2009, quando os rapazes ainda eram universitários. Eles se inscreveram em um edital da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba). "Fomos em busca de recursos para bancar o desenvolvimento. Demorou bastante para ter maturidade e oferecer o serviço", lembra Câmara.
O Cardápio Digital foi lançado no mercado em 2012 e foi testado por restaurantes como Tortarelli, Mariposa e Ponte Aérea. Mas, apesar de ter feito sucesso entre os usuários, o app foi estrategicamente recolhido pelos empreendedores.
"A gente evoluiu bastante, mas vimos o entrave da Receita Federal, pois tudo tem que estar integrado com o sistema deles. Então preferimos deixar em standby até deixar tudo amarrado. Na época também não conseguimos botar um tablet em casa mesa, o custo ainda era caro para os empresários. Mas a expectativa de quando a gente relançar é de que a adesão ao produto seja maior", explicou o sócio.
A Maqhin, que nasceu em um ambiente de testes, já firmou os pés no mercado de tecnologia. Além do Cardápio Digital, outros produtos foram desenvolvidos em paralelo e hoje a empresa já possui cerca de dez pessoas envolvidas e trabalhando no Parque Tecnológico da Bahia.
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Para o gestor do projeto StartUp Bahia, José Soares, a coragem de arriscar é essencial. "A ideia sem ação não é nada. As pessoas tem muito medo. É muito comum mudar tudo porque o mercado está pedindo outra coisa. Às vezes as informações que vêm da reação podem até criar outra coisa", incentiva.
Soares defende que as startups precisam colocar o produto no mercado imediatamente, para que outras ideias semelhantes não sejam as pioneiras. "A gente trabalha muito isso de colocar o produto com algumas características para que os usuários validem. Há técnicas para fazer isso. Para você começar a ter certeza que o produto tem aderência no mercado. Não pode demorar por que outro pode emplacar primeiro".
Mas nem toda ideia tem potencial de startup. A empresa geradora pode até já estar em atividade, mas o produto que será inserido no mercado precisa ser novo. Além disso, segundo Soares, é necessário que o projeto tenha potencialidade de escalar rápido e também ter um certo grau de incerteza.
Ter uma equipe multidisciplinar também conta pontos. Pessoas de áreas diferentes envolvidas com negocio conseguem construir melhores propostas. "São diferentes visões. Muita gente tem uma ideia, mas não sabe o que fazer para gerar dinheiro. Falta alguém de outra área para ganhar dinheiro com aquela ideia. Fortalece quando você tem esse artifício", destaca o gestor do startup Bahia.
Pensando no potencial empreendedor dos baianos, o Sebrae lançou neste ano o Projeto Startup Bahia. O objetivo é alcançar startups que atuam em diversas áreas e que queiram desenvolver novos produtos, processos e modelo de negócios. O projeto oferecerá apoio a 20 micro e pequenas empresas. As inscrições já foram encerradas, mas, segundo José Soares, a expectativa é que uma nova edição do projeto seja lançada já em 2016 com mais vagas que este ano.
Exemplos de startups baianasRangobox (www.rangobox.com.br) - lançado em julho de 2014 por o Gabriel Jordão, de 24 anos, Anderson Dourado, 23, e Bruno Rangel, 23. Plataforma programa entregas de marmitas pela internet.
Pizzapp - Aplicativo idealizado em 2012 pelo engenheiro mecatrônico Newton Guimarães, 24. App reune diversas pizzarias em forma de delivery. Hoje, agrega 15 restaurantes e já intermediou 750 pedidos.
Talugo (www.talugo.com) - Lançada recentemente no mercado, a plataforma online de aluguel intermedia pessoas que necessitam de objetos em situações pontuais com pessoas que disponibilizariam seus objetos como uma forma de renda alternativa.
Três Pontos - Startup baiana especialista em apresentações e treinamentos corporativos. Ao contrário de muitas startups iniciantes, já faturou 40 mil.
JusBrasil (www.jusbrasil.com.br) - case de sucesso baiano, o site faz buscas especializadas em informações jurídicas.
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