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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Três mil catadores disputam espaço no maior lixão da América Latina

Lixão da Estrutural, no Distrito Federal, recebe 9 toneladas de lixo por dia. Catadores de Gramacho, fechado em 2012, ainda tentam recomeçar a vida.
27/10/2015 23h01 - Atualizado em 27/10/2015 23h01



Estrutural
Mesmo com o encerramento do lixão de Gramacho, o Brasil continua tendo o maior depósito de lixo da América Latina, graças ao da Estrutural. Lá, três mil catadores disputam as nove mil toneladas de lixo, que chegam diariamente do Distrito Federal.
No último ano, seis pessoas morreram atropeladas ou soterradas durante o trabalho no lixão. A rotina é pesada e muitas crianças ajudam na coleta de material reciclável.
Hoje 60% dos municípios brasileiros ainda têm lixões como o da Estrutural. “Nunca deveria ter existido isso. Isso aqui é um erro por definição. Em 1981 já foi proibido por lei, em 1998 virou crime ambiental e em 2014 só deveria existir aterro sanitário, para receber rejeito”, explica Paulo Celso dos reis, diretor técnico do serviço de limpeza urbana do Distrito Federal. “Rejeito” é todo lixo que não pode ser reciclado.
O plano do governo do Distrito federal é substituir o lixão por um aterro sanitário e construir galpões de reciclagem até o fim de 2016. Hoje, somente 4% do lixo produzido no Brasil vai para reciclagem.


Gramacho
Em 2012, o Profissão Repórter esteve no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, para acompanhar os últimos dias de funcionamento do maior lixão da América Latina. Três anos depois, Gramacho tem um aterro sanitário e uma indústria de biogás, mas a comunidade dos trabalhadores do lixão continua em situação precária.
 No Jardim Gramacho, onde moram 13.700 pessoas, as casas são de madeira e as ruas não têm asfalto. Os moradores não têm fornecimento de energia elétrica, água encanada nem rede de esgoto.
A prefeitura da cidade está pedindo ao governo federal uma verba de R$ 150 milhões de reais para revitalizar o Jardim Gramacho. O dinheiro seria usado para asfaltar ruas, fazer creches, casas populares e acabar com os lixões clandestinos.
Cerca de 1.700 pessoas viviam como catadores no antigo lixão de Gramacho, hoje 200 estão empregadas em cooperativas de reciclagem da região.
Segundo o Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade – IETS, 60% dos moradores do Jardim Gramacho estão abaixo da linha da pobreza. Isso significa menos de R$ 154 por mês, para cada pessoa da família.
Com o fechamento do lixão de Gramacho, muitos catadores sobrevivem do que encontram em depósitos de lixo clandestinos. No Jardim Gramacho há vários deles.

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