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terça-feira, 22 de novembro de 2016

Veja como aproveitar os descontos da Black Friday sem cair em roubadas

É imprescindível fazer uma lista do que deseja comprar e pesquisar preços.
Consumidor deve se atentar a formas de pagamento e segurança de sites.

Marta CavalliniDo G1, em São Paulo
Black Friday (Foto: Reprodução/TV Globo)Começar logo a pesquisa dos preços de produtos previne cair em maquiagens de preços (Foto: Reprodução/TV Globo)
Muitos consumidores deverão aproveitar as promoções da Black Friday, que começa oficialmente à 0h desta sexta-feira (25), para adquirir aqueles produtos que queriam há algum tempo e até mesmo adiantar as compras de Natal. Se por um lado a Black Friday é um dia de muitas ofertas, por outro, o risco é grande de cair em fraudes e roubadas.
G1 vai publicar ao longo desta semana uma série de reportagens sobre a Black Friday.

Leia também: 'Black Friday da crise' tenta salvar varejo em ano de vendas fracas

A reportagem consultou especialistas em varejo e em finanças pessoais para reunir dicas aos consumidores sobre como aproveitar a Black Friday e evitar problemas.
Para que a experiência não se transforme em pesadelo, os consumidores devem estar atentos, disseram os especialistas. É preciso prestar atenção desde o momento em que planejam o que comprar até a escolha dos sites. Só assim é possível evitar armadilhas das chamadas maquiagens de preços e problemas de segurança no varejo online.
Além da pesquisa de preços isso, o consumidor deve pensar antes de comprar na forma de pagamento e nos prazos de entrega.

Veja abaixo as dicas de especialistas:    
Selo - orçamento (Foto: G1)
Diante de tanta promoção, é comum o consumidor ter uma lista de desejos maior que o orçamento. Por isso, antes de começar a pesquisar os produtos, estipule quais são as prioridades de compra no momento e, principalmente, o que está de acordo com o seu orçamento. Planeje também como pagar: parcelado e em quantas vezes, à vista ou no cartão de crédito, diz o diretor de marketplace do Mercado Livre, Leandro Soares.

Selo - cadastro antecipado (Foto: G1)
De acordo com Paula Paschoal, diretora comercial do PayPal Brasil, como os e-commerces pedem ao consumidor que preencha um cadastro para efetuar qualquer compra, separe um tempo para já ir se cadastrando nos sites em que pretende comprar durante o período de promoções.
“Isso porque, quanto mais próximo da Black Friday, maiores se tornam os riscos de queda de conexão no site escolhido, por causa do imenso fluxo de internautas acessando ao mesmo tempo. Se você já estiver previamente cadastrado, só precisará escolher o produto, fazer o login e comprar”, diz. Além disso, o cadastro pode ser feito para receber as ofertas específicas da Black Friday.

Selo - lista (Foto: G1)
Faça uma lista de desejos do que você realmente quer comprar antes de a febre dos descontos começar. Isso o ajudará a  evitar compras por impulso, muitas vezes equivocadas e por preços mais altos, sugere Paula Paschoal, diretora comercial do PayPal Brasil.

Segundo a economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim, o primeiro passo é verificar a necessidade do produto ou serviço e se a promoção é realmente vantajosa para adquiri-lo. “A mercadoria pode até ter desconto de 90%, mas só valerá a pena se o consumidor tiver como pagar os 10% restantes. Caso contrário, ainda sairá muito caro”, diz.

Ione Amorim, do Idec, diz que em caso de o consumidor quiser aproveitar a data para adquirir os presentes de Natal, ele deve ter uma lista para auxiliar no controle das despesas e evitar o endividamento.

O consumidor também pode incluir na sua lista de produtos desejados aqueles que não têm procura tão alta, pois a chance de entrarem em promoções são grandes, avalia o presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), Mauricio Salvador. "As melhores ofertas são sempre de produtos que chamamos “curva C”, ou seja, aqueles produtos que não são os campeões de vendas. Os consumidores que fizerem suas listas de presentes baseando-se nesses tipos de produtos conseguirão as melhores ofertas", aconselha.

Selo - pesquisa de preços (Foto: G1)
Ricardo Bove, diretor da Blackfriday.com.br, organizadora da promoção, sugere mapear o preço médio dos produtos para identificar as melhores ofertas e garantir o produto pelo melhor preço, já que muitas vezes o estoque pode acabar rapidamente. Isso previne ainda que se caia em maquiagens de preços, segundo Maurício Salvador, presidente da ABComm.

“Tire um tempo, compare preços e ofertas, mas nem tanto, porque, quanto mais perto da sexta-feira, mais gente passa a comprar, menores ficam os estoques das lojas e as conexões à internet se tornam instáveis”, pondera Paula Paschoal.
Pedro Guasti, CEO da Ebit, empresa de dados sobre o varejo eletrônico brasileiro, indica que os preços sejam pesquisados nos sites próprios dos varejistas ou naqueles de comparação de preços, como Buscapé e Zoom.
Links úteis para acompanhar as promoções:
www.blackfriday.com.br
www.blackfridaymonitor.com.br/
www.blackfriday.com.br/lojasparticipantes
www.buscadescontos.com.br
www.dicadepreco.com.br
www.econovia.com.br/
www.cuponation.com.br/
www.baixou.com.br/
www.cybermondaybrasil.com.br
www.jacotei.com.br
www.buscape.com.br
www.melhorembarque.com.br
www.zoom.com.br
www.blackfridaydeverdade.com.br

Selo - ofertas (Foto: G1)
“Evite aquelas ofertas que destoam muito da média de mercado. Se um iPhone custa R$ 3 mil e existe uma oferta de R$ 800, desconfie, principalmente das lojas não tão conhecidas que pedem o pagamento em boleto bancário ou transferência bancária”, diz Maurício Salvador, da ABComm.

Verifique se o produto desejado faz parte da promoção. As lojas virtuais não são obrigadas a colocar todos os seus produtos em oferta. Em vez disso, selecionam alguns itens de seu portfólio. Se a indicação não estiver visível ao selecionar o produto desejado, tente tirar sua dúvida com a loja por meio dos canais de contato disponibilizados no site, recomendam a camara-e.net e a Braspag.

Paula Paschoal diz que, em caso de se deparar com ofertas enganosas, o consumidor deve entrar em contato com os sites de defesa do consumidor, como Procon e ReclameAQUI - este último tem uma aba voltada especialmente para a data, em que os consumidores podem relatar problemas.

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selo - pagamento (Foto: G1)
Procure pagar com cartão de crédito. Se optar por boleto bancário ou transferência bancária para conseguir desconto melhor, só tome essa decisão se conhecer a loja e já ter feito pagamento dessa forma anteriormente, recomenda Pedro Guasti, CEO da Ebit.

Tom Canabarro, co-fundador da Konduto, sistema antifraude para barrar fraudes na internet, recomenda desconfiar se o site disponibilizar apenas o boleto bancário como meio de pagamento e não oferecer a opção do cartão de crédito.

Segundo Canabarro, a documentação exigida para que uma loja virtual possa receber pagamentos via-cartão é bastante extensa, enquanto os boletos podem ser facilmente direcionados para alguma conta laranja. Devido a isso, os clientes brasileiros podem ficar seguros em fazer compras via cartão de crédito na Black Friday.
“Se por algum motivo você optar pelo boleto, é altamente recomendável conferir a procedência da loja virtual e os comentários sobre ela nas redes sociais e sites como o Reclame Aqui, além de checar atentamente os dados que virão impressos no boleto”, diz Canabarro.
Black Friday (Foto: Reprodução/TV Globo)Consumidor deve estar atento ao prazo de entrega e ao preço do frete, que pode encarecer bastante o valor do produto (Foto: Reprodução/TV Globo)
Canabarro explica que o cartão de crédito é a forma de pagamento mais segura para efetuar compras na internet, pois se alguma compra on-line for feita sem o consentimento do portador, ele tem o direito de solicitar o estorno da transação junto ao banco emissor ou à operadora. A mesma proteção não se aplica no caso de boletos: uma vez pago o documento, as instituições financeiras se eximem de qualquer risco sobre o tema.

De acordo com o coach Jaques Grinberg, pagamentos com transações online tipo cartão de débito, boleto e transações bancárias é difícil reclamar e conseguir o reembolso caso a mercadoria não seja entregue.

Além disso, segundo o diretor de marketplace do Mercado Livre, Leandro Soares, mesmo pagando no mesmo dia da emissão do boleto, pode levar um tempo para a compensação e demorar mais para chegar o produto, uma vez que nessas datas as empresas recebem um alto número de compras.

No pagamento online, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) recomenda acompanhar a conta corrente e fatura do cartão para comunicar a administradora ou banco em caso de anormalidade.

Na hora de concluir a compra, alguns clientes não contam com limite de crédito disponível no cartão, nem conseguem pagar o valor à vista no boleto. A dica é buscar por lojas que disponibilizam recursos para agilizar o pagamento em diversas formas, seja por meio da compra com um clique ou dividindo o valor da compra em diferentes cartões, boleto ou débito online, segundo João Barcellos, diretor da MundiPagg, plataforma de meios de pagamentos.

Se for parcelar, tenha certeza de que não há juros embutidos, o que aumenta o valor do item, diz o site Busca Descontos.

Selo - frete (Foto: G1)
Verifique o valor do frete durante o processo de compra. Existem anúncios que oferecem frete grátis, outros já têm o valor do frete embutido no valor do produto. Confira também a data prevista para entrega. Nessas épocas de alta nas vendas, os produtos podem demorar um pouco mais para serem enviados, alerta o diretor de marketplace do Mercado Livre, Leandro Soares.

Cheque se o frete é grátis ou barato, e caso contrário, se não vale a pena mudar de loja, diz o site Busca Descontos.

É importante considerar que nem sempre o preço mais baixo deve ser o alvo de interesse dos consumidores, mas sim a oferta melhor, segundo Gabriel Trindade, gerente da EZ Commerce, empresa especializada em plataforma de lojas virtuais. Muitas lojas derrubam o preço do produto, mas cobram um frete altíssimo para compensar. Portanto, considere o preço apenas o valor do produto e a oferta uma composição de produto mais o frete. Assim, poderá comparar melhor as ofertas.

Selo - reputação da empresa (Foto: G1)
Verifique se a loja tem índice grande de reclamações em entidades de defesa do consumidor, aconselha Maurício Salvador, presidente da ABComm.
Não deixe de conferir se a empresa possui o selo de confiança, que categoriza o atendimento em bom, ótimo ou RA1000 pelos consumidores nos últimos seis meses no site Reclame Aqui. O Selo RA 1000 foi criado com o objetivo de premiar empresas que possuem excelentes índices de atendimento no Reclame Aqui. Entre os critérios para o selo RA 1000 estão número alto de respostas para as reclamações, alto índice de soluções e boas avaliações dos consumidores.
Dados como razão social, nome da empresa, número do CNPJ, endereço e telefone para contato são informações que ajudam a verificar a existência e a idoneidade da empresa, diz o diretor presidente da SafetyPay para a América Latina, Luiz Antonio Sacco.
Confirme os dados da empresa no site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br). Se a situação estiver “baixada”, “cancelada” ou “inativa”, desista da compra. Alguns sites não possuem essas informações por conta das políticas da empresa ou formato de comercialização, como é o caso de marketplaces. As lojas com o selo Black Friday Legal 2016 já passaram por essa checagem, segundo a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) e a Braspag, empresa especializada em soluções de pagamento para e-commerce.
O Procon-SP possui uma lista de sites não recomendados (http://sistemas.procon.sp.gov.br/evitesite/list/evitesites.php).

Selo - segurança (Foto: G1)
De acordo com o Serasa Experian, nesta época do ano é comum receber mensagens que pedem para clicar em uma oferta de produto com valor abaixo do mercado. No entanto, pode ser uma tentativa de roubo de dados para serem utilizados em fraudes de identidade. Na dúvida, entre direto na loja virtual e verifique se o site é seguro.
Seja via smartphone, tablet ou notebook, cuidado ao se conectar a uma rede wi-fi aberta. Evite realizar qualquer tipo de transação financeira utilizando computadores conectados em redes públicas de internet, recomenda o Serasa Experian.
Navegue somente com conexão criptografada com senha, tenha um bom antivírus atualizado, antispyware, firewall e tudo o que for possível para evitar que qualquer usuário mal-intencionado tenha acesso às suas informações, recomendam o site Busca Descontos, a camara-e.net e a Braspag.
Nunca forneça os dados do cartão de crédito ou dados confidenciais como senha, código de segurança de sua conta bancária em sites sem conexão segura ou em e-mails não criptografados, alerta o diretor presidente da SafetyPay para a América Latina, Luiz Antonio Sacco.
Ao receber um e-mail com promoções, a primeira coisa a verificar é o remetente. É importante que no e-mail do remetente conste, após o “@“, o domínio da empresa que está enviando a campanha. A dica é do Vinícius Correa, CEO da Mailbiz, empresa especializada em e-mail marketing para e-commerce.
"Empresas que fazem ataques de 'phishing' costumam fraudar o remetente, utilizando e-mails inexistentes e domínios que não possuem qualquer relação com o nome da empresa que supostamente está enviando", diz. Além disso, é importante verificar também o conteúdo do e-mail. Se houver produtos com preços muito abaixo da média, desconfie, diz o especialista. Atenha-se também aos links. Arquivos com extensões como .exe, .bat, .zip, .js, .php e .rar certamente representam fraude.

Selo - sites seguros (Foto: G1)
Antes de inserir seus dados ou efetuar uma compra, verifique se o site possui um certificado de segurança, que criptografa os dados enviados para o servidor. Para garantir que a página visitada usa esse sistema, é só observar o endereço na caixa de texto: os endereços protegidos iniciam com https. Em alguns casos, a barra de navegação fica verde, indicando segurança, recomenda o Serasa Experian.
Clique sobre o selo de segurança, que geralmente fica fixado no rodapé da página do site e confirme se o Certificado Digital SSL foi emitido para o mesmo endereço web da página em que você está, pois isso mostra que o site está seguro para a troca de informações, aconselha Maurício Balassiano, diretor de produtos e tecnologia da empresa de certificação digital Certisign.
Além do selo de segurança, que atesta que o site é confiável para transações e inserções de dados, verifique se existe um cadeado fechado na barra do navegador.  Clique no cadeado e observe se a informação do certificado corresponde ao endereço na barra de navegação do computador, recomendam a camara-e.net e a Braspag.

Selo - previna-se (Foto: G1)
Guarde todas as informações e e-mails referentes à compra, como número do pedido, confirmação de pagamento e código de rastreio do envio, além de boletos e protocolos de atendimento, afirmam a camara-e.net e a Braspag.

Leia as condições de prazos de entrega e a política de trocas e devoluções antes de finalizar a compra. Se tiver dúvidas, ligue entre em contato com a loja para saná-las, indicam a camara-e.net e a Braspag.

Exija nota fiscal. É um meio eficaz de indicar quando a compra foi realizada e quem é o responsável pela venda. A nota também comprova a garantia do produto, além de informar o modelo, a marca e o número de série, garantindo seus direitos ao realizar reclamações nos órgãos de defesa do consumidor, diz o diretor presidente da SafetyPay para a América Latina, Luiz Antonio Sacco.

Compre apenas em lojas online que possuem em sua página o contato do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). Empresas sérias sempre fornecem telefones de contato para quaisquer dúvidas, alerta o diretor Presidente da SafetyPay para a América Latina, Luiz Antonio Sacco.
Black Friday (Foto: Reprodução/TV Globo)Consultar sempre sites seguros e comprar em empresas com boa reputação no mercado previnem dores de cabeça (Foto: Reprodução/TV Globo)


Francisco Cantão, sócio-diretor da agência de marketing digital Proxy Media, diz que o consumidor deve se relacionar com os canais de atendimento da loja virtual, seja por chat, e-mail e telefone. "O consumidor deve entrar em contato sempre que houver dúvidas na escolha do produto ou até no momento da compra de fato, como a não concretização da operação por falha do sistema ou cartão de crédito não autorizado", afirma.

Esteja atento ao prazo de entrega informado na loja, pois o prazo pode passar de 30 dias e o consumidor pode ficar sem o presente de Natal, diz Maurício Salvador, presidente da ABComm.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) assegura que todas as compras realizadas fora do estabelecimento físico - internet, catálogos ou telefone, por exemplo - podem ser canceladas no prazo de 7 dias, a partir da entrega do produto, e não da data da compra.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) orienta que nas compras realizadas pela internet o consumidor imprima as páginas do anúncio com as características da mercadoria e atente para a comprovação da oferta.

Selo - sexta (Foto: G1)
O dia que faz jus ao nome da promoção nem sempre é o melhor dia para realizar as compras. As lojas geralmente caem, o sistema fica lento, o consumidor fica com muitas dúvidas sobre o pedido, se foi processado ou não, e as confirmações demoram, pois o volume é intenso, alerta Gabriel Trindade, da EZ Commerce. "As promoções atualmente já começam na noite de quinta e se alongam até a próxima segunda, então não vá no impulso da sexta e nem perca tempo preocupado se aquele produto desejado ainda estará em estoque, pois a venda tende a começar um dia antes", afirma.

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Selo - outras promoções (Foto: G1)
Segundo o site Finanças Femininas, os e-commerces costumam deixar um cronômetro em letras garrafais em sua página inicial justamente para despertar em você um senso de urgência, como se não fosse existir outra oportunidade para conseguir preços tão bons. No entanto, isso não é verdade. A Black Friday e a Cyber Monday duram apenas um dia cada, mas não deixe de levar em consideração que o mês de janeiro está chegando e o comércio tende a reduzir significativamente os preços, em uma tentativa de desovar aquilo que não foi vendido no Natal.
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