A repórter Larissa Schmidt acompanhou o pronunciamento oficial ao lado de uma família cubana, em Havana. Segundo ela, durante a noite, ruas da capital ficaram vazias.
Por G1
26/11/2016 14h05 Atualizado há 2 horas
Fidel Castro morre aos 90 anos
A jornalista da TV Globo Larissa Schmidt está em Havana e acompanhou o pronunciamento oficial sobre a morte de Fidel Castro, o ex-presidente de Cuba, ao lado de uma família cubana. Na edição deste sábado (26) do Jornal Hoje, Larissa contou que, apesar da idade avançada do ex-líder cubano, a população local diz que não estava preparada pela notícia de sua morte, e a reação foi de consternação.
"As pessoas me falam sempre com esse sentimento, de impacto, dizendo que não é fácil, foram muitos anos vivendo esse sistema, e elas não estavam preparadas para isso", informou Larissa. A repórter afirmou que estava na casa de uma família cubana à 00h20 do horário de Cuba (03h20 no Brasil) quando a programa da televisão foi interrompida.
"Quando a programação foi interrompida, e apareceu Raul Castro, o pai automaticamente disse: ‘se fue el comandante’, se foi o comandante. Os dois ficaram parados, olhando para a TV, consternados, sem saber o que dizer. E essa é uma reação geral aqui em Cuba. Nós temos imagens de agências de notícias que mostram algumas famílias dentro de casa, emocionadas com o comunicado oficial da morte de Fidel Castro. As pessoas assistiram quietas, e não acreditaram. Uma moradora disse que estava muito triste, e que, mesmo com a morte do Fidel, o Fidel sempre vai ser o comandante do país."
De acordo com a jornalista, os cubanos com quem ela conversou explicam que, apesar da idade avançada, 90 anos, e de Fidel já ter deixado o poder em 2008, a morte deles surpreendeu a todos.
Larissa diz que percorreu ruas importantes da capital cubana durante a noite e que as encontrou vazias, inclusive locais em que a população costuma se reunir em momentos históricos.
"Pessoas pararam em frente a bares para ver o comunicado pela televisão, e depois os bares começaram a fechar, assim como as boates aqui em Havana. Em seguida, por volta de 4h, 4h30 da manhã, depois de assistir um pouco à televisão, muitos documentários sobre a história de Fidel Castro, eu saí à rua, tomei um táxi, dei uma percorrida nas ruas, as ruas completamente vazias, recolhidas. Assim que houve o pronunciamento não houve barulho algum. Em seguida houve alguns tiros de fuzil, o que é de praxe quando morre alguém bastante vinculado à Revolução Cubana aqui. E de onde eu estava eu conseguia ver o prédio da inteligência cubana com todas as luzes acesas. Há movimentação ali pelo menos. Mas as ruas todas muito vazias, a gente passou pela Praça da Revolução, um lugar também onde Fidel fez discursos históricos, onde as pessoas se reúnem nas celebrações de Primeiro de Maio, o Dia Internacional do Trabalho. Estava vazia, somente com alguns policiais na rua
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