Medo de derrota em disputa por outros cargos leva políticos como Espiridião Amin, Garotinho e Erundina a assegurar mandato com a vaga de deputado.
Na divisão dos Três Poderes, o Senado é teoricamente o
espaço para políticos experientes que já passaram por governos de
Estados e prefeituras de grandes cidades.
Aos poucos, porém, é a Câmara que recebe políticos que já viveram dias
de poder e hoje mesclam altos índices de rejeição com uma atuação
discreta em meio a dezenas de deputados.
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O medo de derrota na disputa pelo Senado é caminho que deve levar outros ex-governadores a buscar espaço na Câmara nas próximas eleições. Entre eles, o ex-governador e ex-senador da Paraíba José Maranhão (PMDB), que nesta semana anunciou que concorrerá como deputado depois de articular um retorno ao Senado.
O iG conversou com alguns desses deputados que já foram fortes nos Executivos de seus estados e exercem agora um mandato de deputado. Em geral, pesam nos argumentos para a escolha a capacidade de puxar votos e contribuir para a estratégia partidária nas urnas.
É o caso de Esperidião Amin (PP), que governou Santa Catarina por duas vezes (1983-1986 e 1999-2002) e voltou à Câmara em 2010, quase 20 anos depois de ter obtido o primeiro mandato de deputado.
As derrotas na busca pela reeleição em 2002 e na tentativa de retornar ao governo catarinense em 2006, ambas para o atual senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), fizeram Esperidião ser reconduzido à Câmara por determinação do PP.
"Foi uma decisão da convenção para que eu fosse candidato a deputado, porque optaram por indicar minha mulher (Angela Amin, derrotada no primeiro turno de 2010) ao governo", diz. "A princípio sou candidato a deputado em 2014, mas estou disponível para outros desafios que o partido decidir," afirma. "O partido já me deu todas as oportunidades e não posso pedir mais nada".
Anthony Garotinho (PR) ensaia um retorno ao governo do Rio de Janeiro, após ficar de fora da disputa de 2010 em meio ao risco de ver o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) torná-lo inelegível por três anos por abuso de poder econômico para eleger a mulher Rosinha Garotinho prefeita de Campos de Goytacazes, em 2008. "Em 2010, eu fiquei (dividido) entre a Câmara e o Senado e fiz a opção de sair para deputado porque o critério que define o tempo de televisão é o número de deputados", diz.
Caminho final
A Câmara também virou o último reduto do ex-governador e ex-prefeito paulista Paulo Maluf (PP). Desde que saiu da prefeitura, em 1996, Maluf tentou voltar a chefiar São Paulo, a cidade e o estado, em todas as eleições até 2006, quando optou por concorrer à Câmara. Aos 81 anos, ele cumpre o segundo mandato consecutivo como deputado - em 2011, a posse foi autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) depois de uma intensa batalha jurídica para escapar da cassação de registro.
Lei da Ficha Limpa : Maluf já considera a Câmara seu último hábitat político
Oponente de Maluf de longa data, Luiza Erundina (PSB-SP) compõe o grupo de ex-prefeitos paulistanos que têm na Câmara um ambiente de trabalho. Em seu quarto mandato seguido como deputada federal, a primeira petista a chegar ao comando da maior cidade do país (que administrou de 1989 a 1992) defende a categoria e afirma que a "Câmara é mais vibrante" que o Poder Executivo para o debate político. "Sempre gostei do parlamento", afirma, recordando os tempos de vereadora e deputada estadual antes de ser prefeita. "Tem muita gente feliz na Câmara, que podia produzir mais se as coisas não se dessem como dão (no jogo parlamentar)", avalia.
A deputada não nega os rumores de que às vésperas dos 79 anos pode não brigar pela renovação do mandato em 2014, mas sinaliza que o debate político segue como sua maior motivação. "Vou morrer fazendo política, porque é uma atividade humana fascinante e que dá satisfação pessoal", afirma. "Eu me pego pensando dizendo todos os dias para mim se a minha atuação agrega [ao parlamento]. Eu não ficaria [na Câmara] se não justificasse a minha presença", diz.
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A ideia de a segunda Casa
se tornar o destino de personalidades outrora fortes no cenário
político voltou a pautar discussões partidárias nas últimas semanas, em
meio à movimentação dos partidos para a definição das chapas para a
eleição do ano que vem.
Um dos casos mais notórios é o do ex-governador paulista
José Serra (PSDB-SP). Isolado na cúpula tucana e sob risco de enfrentar
uma disputa difícil se tentar uma cadeira no Senado, contra o atual
ocupante do posto Eduardo Suplicy (PT-SP), Serra tem sido apontado por
setores de seu partido como um potencial candidato a uma cadeira na
Câmara, num esforço para evitar o acirramento de de uma disputa para que
possa oncorrer à Presidência da República no lugar de Aecio Neves (MG).O medo de derrota na disputa pelo Senado é caminho que deve levar outros ex-governadores a buscar espaço na Câmara nas próximas eleições. Entre eles, o ex-governador e ex-senador da Paraíba José Maranhão (PMDB), que nesta semana anunciou que concorrerá como deputado depois de articular um retorno ao Senado.
O iG conversou com alguns desses deputados que já foram fortes nos Executivos de seus estados e exercem agora um mandato de deputado. Em geral, pesam nos argumentos para a escolha a capacidade de puxar votos e contribuir para a estratégia partidária nas urnas.
É o caso de Esperidião Amin (PP), que governou Santa Catarina por duas vezes (1983-1986 e 1999-2002) e voltou à Câmara em 2010, quase 20 anos depois de ter obtido o primeiro mandato de deputado.
As derrotas na busca pela reeleição em 2002 e na tentativa de retornar ao governo catarinense em 2006, ambas para o atual senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), fizeram Esperidião ser reconduzido à Câmara por determinação do PP.
"Foi uma decisão da convenção para que eu fosse candidato a deputado, porque optaram por indicar minha mulher (Angela Amin, derrotada no primeiro turno de 2010) ao governo", diz. "A princípio sou candidato a deputado em 2014, mas estou disponível para outros desafios que o partido decidir," afirma. "O partido já me deu todas as oportunidades e não posso pedir mais nada".
Anthony Garotinho (PR) ensaia um retorno ao governo do Rio de Janeiro, após ficar de fora da disputa de 2010 em meio ao risco de ver o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) torná-lo inelegível por três anos por abuso de poder econômico para eleger a mulher Rosinha Garotinho prefeita de Campos de Goytacazes, em 2008. "Em 2010, eu fiquei (dividido) entre a Câmara e o Senado e fiz a opção de sair para deputado porque o critério que define o tempo de televisão é o número de deputados", diz.
Caminho final
A Câmara também virou o último reduto do ex-governador e ex-prefeito paulista Paulo Maluf (PP). Desde que saiu da prefeitura, em 1996, Maluf tentou voltar a chefiar São Paulo, a cidade e o estado, em todas as eleições até 2006, quando optou por concorrer à Câmara. Aos 81 anos, ele cumpre o segundo mandato consecutivo como deputado - em 2011, a posse foi autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) depois de uma intensa batalha jurídica para escapar da cassação de registro.
Lei da Ficha Limpa : Maluf já considera a Câmara seu último hábitat político
Oponente de Maluf de longa data, Luiza Erundina (PSB-SP) compõe o grupo de ex-prefeitos paulistanos que têm na Câmara um ambiente de trabalho. Em seu quarto mandato seguido como deputada federal, a primeira petista a chegar ao comando da maior cidade do país (que administrou de 1989 a 1992) defende a categoria e afirma que a "Câmara é mais vibrante" que o Poder Executivo para o debate político. "Sempre gostei do parlamento", afirma, recordando os tempos de vereadora e deputada estadual antes de ser prefeita. "Tem muita gente feliz na Câmara, que podia produzir mais se as coisas não se dessem como dão (no jogo parlamentar)", avalia.
A deputada não nega os rumores de que às vésperas dos 79 anos pode não brigar pela renovação do mandato em 2014, mas sinaliza que o debate político segue como sua maior motivação. "Vou morrer fazendo política, porque é uma atividade humana fascinante e que dá satisfação pessoal", afirma. "Eu me pego pensando dizendo todos os dias para mim se a minha atuação agrega [ao parlamento]. Eu não ficaria [na Câmara] se não justificasse a minha presença", diz.
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