Segundo a Polícia Civil, Gilmário costumava fazer pregações em bairros periféricos de Feira de Santana para despistar seu envolvimento com o crime.
Um dos quatro suspeitos mortos pela polícia durante um tiroteio na BR-324 nesta quinta-feira (17)
era o pastor Gilmário Sales Lima, 25 anos. Segundo a Polícia Civil, ele
e os outros três baleados faziam parte da quadrilha especializada em tráfico de drogas e roubo de veículos.
Ainda segundo a polícia, o pastor, conhecido pela
comunidade como Mário Sales, costumava fazer pregações em bairros
periféricos de Feira de Santana, a cerca de 115 quilômetros de Salvador,
para despistar seu envolvimento com o crime. O grupo foi detido em um
trecho da BR-324 próximo ao destrito de Humildes. Eles reagiram à prisão
e foram atingidos durante o confronto.
Enderson Almeida de Souza Matos, o “Rabicó”, de 23
anos, líder do bando, portava uma pistola 9 mm, de fabricação filipina,
enquanto Gilmário, Geisivam Cristiano Dias Brito, 26, e Fábio Almeida
Silva, 24, estavam armados com revólveres de calibre 38.
O quarteto foi levado ao Hospital Regional Clériston
Andrade, onde morreram ainda ontem. Uma das vítimas da quadrilha
reconheceu o pastor como o homem que assaltou seu veículo recentemente. A
mãe de Gilmário também afirmou à polícia que seu filho circulava com
veículos novos pela cidade sem explicar a procedência dos carros para
ela.
Nesta sexta-feira (18), o Departamento de Polícia
Técnica (DPT), está periciando um carro roubado pelo grupo, modelo Fiat
Punto, e outro veículo da Peugeot, clonado pelo grupo. As quatro armas
encontradas com o grupo também estão sendo periciadas.
Defesa
No perfil de Mário Sales no Facebook, fiéis questionam a acusação de que o pastor fazia parte da quadrilha e exigem provas da polícia.
"Que a pericia do caso não seja encomendada! Que provas forjadas não
sejam implantadas na tentativa de incriminá-los!" afirmou também pastor
Marcos Batista na rede social.
O pastor fez aniversário hoje e ainda nesta
quinta-feira postou em seu Facebook: "Amanhã to fazendo aniversário
ein... Recebe-se presentes pelo correio viu gente", brincou com seus
amigos na rede social.
Hoje também foi postado por familiares na rede
social que o funeral de Gilmário acontecerá em Simões Filho, sua terra
natal, mas o horário ainda não está definido.Jovem pastor da Assembleia de Deus é morto pela polícia na Bahia; delegado o acusa de integrar quadrilha e família protesta.
Na última quinta feira (17), o jovem pastor da Assembleia de Deus, Gilmário Sales, de 24 anos, foi morto durante um cerco feito pela polícia em Feira de Santana (BA). Além de Sales, outros três homens foram mortos durante a operação policial, entre eles o cantor evangélico Jeisivam Cristiano Dias Brito, de 26 anos, Fábio de Almeida Silva, 24 anos e Enderson Almeida Souza Matos, 23 anos.
A ação que resultou na morte dos jovens aconteceu na tarde da quinta feira na divisa entre Feira de Santana e Conceição do Jacuípe. De acordo com a polícia, os jovens mortos seriam parte de uma quadrilha especializada em tráfico de drogas e roubo de veículos; porém, familiares contestam a afirmação feita pelo delegado Jean Souza, titular da Delegacia de Repressão a Roubos de Cargas (Decarga).
De acordo com o delegado, os jovens estavam armados em dois veículos, um Peugeot vermelho, placa OLD – 8292, e um Punto branco, placa NZP- 3230, e teriam atirado contra a polícia diante do cerco. A polícia afirma ainda que Enderson, conhecido como “Rabicó”, seria o líder do bando e portava uma pistola 9 mm, enquanto os outros jovens estavam armados com revólveres de calibre 38.
- Eles iniciaram a troca de tiros. Não foi intenção da polícia feri-los, mas eles tiveram que salvar suas vidas e revidaram os disparos – afirmou Souza.
Familiares de Jeisivam e de Gilmário contestam a versão de troca de tiros apresentada pela polícia e afirmam que eles foram executados. De acordo com os familiares, os dois eram evangélicos e que estavam indo para Aracaju.
De acordo com Veranice dos Santos Sales, mãe de Gilmário, o jovem havia comprado o Peugeot há cerca de 15 dias pelo valor de R$ 14 mil, e diz ter estranhado o valor, mas ressalta que o filho não tem nada a ver com os crimes dos quais foi acusado.
- O único erro de meu filho foi ter comprado este carro. Mas dizer que ele era bandido e trocou tiros, jamais, pois ele era um homem de Deus conhecido em todo o país e não merecia isto que fizeram – afirmou.
Ivo da Silva Brito, pai de Jeisivam, comenta que o filho era ex-cunhado de Rabicó e que acredita que por isto ele tenha sido morto.
- Meu filho e o amigo eram pregadores da palavra de Deus e a única arma que tinham era a bíblia. Eles eram trabalhadores e não sabiam sequer atirar, como iam trocar tiros com a polícia? Ele foi condenado por conhecer pessoas que eram erradas? Não vou sossegar enquanto a verdade não aparecer. Meu filho foi executado, isto tenho certeza – afirmou o pai do jovem.
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